— Ah, chérie — Jacob murmurou. — Não há ne­nhuma razão para se justificar para ele. E o que houve entre nós não tem nada a ver com este homem. Afinal de contas, você é minha esposa.

— Oh, Deus. — Bella olhou duramente para o moreno que um dia conquistou seu coração. E se perguntou o que tinha visto nele. Um ser escorregadio e uma diabólica aberração. Uma aberração que parecia muito satisfeita consigo.

— Certo — Edward anunciou com voz de comando. — Va­mos cortar caminho aqui, jacó...

— Jacob— ele corrigiu.

— O que for —Edward retrucou. — O que diabos exata­mente quer?

Jacob sorriu.

— Minhas exigências são pequenas. Só quero o que me for de direito como marido abandonado.

— Abandonado? — A raiva de Bella, finalmente, supe­rou a humilhação. Foi para cima de Jacob e teria lhe dado um tapa na cara se Edward não a tivesse impedido a tempo. E mesmo segurando o braço de Bella, provocou o moreno. — Você é uma cobra, um mentiroso. Não o abando­nei. Você me deixou, lembra? Disse que conseguiria o di­vórcio no México. E, então, me escreveu um mês depois, dizendo que tinha feito e que estava livre de mim. Não fique de pé aí e...

— Chérie — Jacob falou como se estivesse se di­vertindo tremendamente. — Claramente, está extenuada.

— Extenuada? — Ela puxou seu braço direito para trás e Edward teve que segurar os dois braços da mulher a fim de afastá-la do homem.

— Você pediu uma cópia do contrato de divórcio? — Edward sussurrou no ouvido de Bella.

Bella balançou a cabeça, irritada consigo mesma, assim como com Jacob. Tinha sido uma completa idiota. Não apenas por se casar com um verme, mas, também, por confiar que fosse encerrar o casamento. A única desculpa que tinha, era que havia ficado tão magoada a ponto de não conseguir pensar.

— Não. Ele me disse que faria uma cópia, mas nunca fez. — Bella atirou com os olhos no homem ali de pé, zombando dela.

— E você confiou nele.

— Sim, droga!

Edward soltou o braço de Bella e ela viu os olhos dele se in­cendiar, fazendo um enorme esforço para manter o controle.

— Falamos disso mais tarde — ele disse e, então, se diri­giu para o outro homem. — Quanto?

— Isto é muito grosseiro.

— É prático — Edward argumentou. — Quero escutar. Quanto quer para ficar quieto?

— Bem, seja como quiser. Eu creio... — disse calmamen­te. — Cem mil dólares vai me convencer a não procurar a imprensa.

— Cem... — Bella ficou boquiaberta, então, olhou para Edward. — Você não está pensando em pagar a ele, não é? Não pode, Edward. É chantagem.

— É melhor pensar que está pagando por privacidade — Jacob afirmou.

— Fique fora disso. — Bella apontou o dedo na cara do moreno.

— Bella — Edward disse. — Deixa que eu lido com isso.

— Não, você não pode. — Ela segurou o braço dele e sentiu os músculos protuberantes embaixo de sua mão. — Edward, ele não vai parar. Isto será apenas o começo.

Edward tirou a mão de Bella de seu braço, então, ela o ob­servou andar até sua mesa, abrir a gaveta e pegar um talão de cheques e olhar para o outro homem.

— Cem mil. E se mesmo assim for para imprensa, eu en­terro você.

Jacob abriu um sorriso brilhante.

— Qual razão eu teria para matar a galinha dos ovos de ouro, mon ami? Não, nosso segredo vai ficar guardado co­migo. Eu asseguro.

Sem olhar, Edward pegou a caneta, fez o cheque e arrancou a folha. Atravessou a sala, dobrou o cheque e colocou no bolso do homem. Jacob colocou a mão no bolso para garantir que o cheque estava ali.

— Não cometa erros, Pierre — Edward disse esticando o rosto contra jacob até que o outro homem recuasse, finalmente, demonstrando preocupação. — Abra a boca e irá se arrepender.

— Claro — o outro homem disse e inclinou-se, em reve­rência. Então abriu a porta, parou e olhou para Bella. — Eu tinha esquecido, você sabe.

— Esquecido o quê?

— De como fica linda de noiva.

— Saia — ela disse lutando na escuridão que crescia den­tro dela como um vazamento tóxico. — E não volte mais.

Sorriu novamente, então saiu em silêncio, fechando a por­ta. Passaram-se segundos até que Bella se forçou a olhar para edward. Conhecia o marido a vida toda e, no entanto, não tinha idéia do que veria no rosto dele. Quando, finalmente, o encarou, viu que estava inexpressivo. Suas feições familia­res, não eram nada além do que uma máscara, escondendo o que quer que seja que sentisse por ela.

E com frieza disse:

— Vamos voltar para a recepção.

— Está falando sério?

— Droga! Claro que estou. — Edward atravessou a sala e parou em frente a ela. — E você vai sorrir e dançar como se nada estivesse acontecido, entendeu?

— Não acho que possa. Estou tão furiosa...

— Está furiosa? — Ele riu, mas não havia humor em seu rosto, nem um brilho de diversão em seus olhos ou na linha de sua boca. — Acabei de descobrir que minha esposa já tem um marido. Nada mais do que um chantagista. E você está furiosa? Confie em mim quando digo que eu tenho que vencer.

Ao observá-lo, bella viu a raiva que exibia e entendeu como deveria estar se sentindo. Droga, mas Jacob mentiu para ela, também!

— Eu não sabia sobre nada disso.

— Disse que vamos falar disso depois. — Ele segurou o braço da mulher e a conduziu até a porta. — Agora, vamos voltar para a festa, sorrir para os fotógrafos, vamos dançar, comer o bolo de casamento e não deixar que ninguém des­confie de que existe algo de errado. Entendeu?

— Sim — falou e se forçou a concordar com ele. Não pre­cisava de mais nenhum drama por hoje. — Mais um pouco de atuação.

— Exatamente.

— Certo. — Não seria fácil, mas com a dose certa de vi­nho tudo era possível. — Mas e depois? — Ela perguntou olhando para os olhos escuros de Edward que demonstrava frieza, vazio e abandono.

— Quando a festa terminar vamos para o México. Para conseguir a droga do seu divórcio a fim de que possamos nos casar novamente.