Stolen Heart escrita por Fernando Kibumie


Capítulo 3
Secrets


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANO NOVO POVO LINDOOOOO! E de presente, um capitulo novinho em folha :3 Espero que gostem. Se quiserem, quando aparecer o [Music On] ouçam essa musica (Sakura Card Captors Clow Theme) coloquem assim no Youtube e é o primeiro video :3

Boa leitura, obrigado.



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Ainda estava deitado na cama de Fuyuki em sua casa, pensando no que poderia fazer agora, depois de perder meu irmão. Já se passaram dois dias desde o ocorrido e ainda não sei como continuar daqui para frente. A razão que eu tinha para viver era meu irmão. Ele podia ser mais forte, mais rápido, mais várias outras coisas, mas ele era tão ingênuo, precisava de mim para tudo e, agora, eu infelizmente não preciso fazer mais nada disso.

Eu estava sem fome, mas Fuyuki insistia em me fazer comer. Agora, porquê ele fazia aquilo, eu não sabia. Eu nunca tive alguém assim, preocupado comigo a toda hora. Eu sei que não era do mesmo jeito, mas sabia que ele podia sentir, pelo menos um pouco, do que eu sentia.

Um buraco no meu coração havia se formado na hora em que ele havia partido.

Senti uma pontada.

[Music On]

... – Regnavit descenderunt – quando falei a segunda parte, algo começou a se formar em minhas mãos e, sentia que alguma coisa palpitava em meu coração, como se algo estivesse sendo retirado dele.

Aquilo... Havia mesmo sido retirado alguma coisa de dentro de mim.

... um cajado se formou em minhas mãos, e então o choquei contra o chão.

Um cajado... Poderia ser?

... Umas ondas de luz saíram da ponta do cajado que tocava a grama verde do chão, expulsando o demônio do lugar.

O cajado...

... Soltei o cajado no chão e corri para meu irmão...

O CAJADO!

Levantei correndo da cama e sai porta a fora da casa de Fuyuki. Corri para a vasta floresta, que era ilumida apenas por alguns feixes de luz. Corri até o lugar onde lutei contra o assassino de meu irmão, mas o cajado não estava lá. E foi só agora, ali naquele momento que havia percebido, não estava fraco apenas pelo fato de ter perdido minha razão de viver, mas sim também porque a minha nova fonte de vida, não estava ali presente, perto de mim.

Meus joelhos foram de encontro ao chão, e me lembrei das palavras de Fuyuki:

...– Bom, quando se usa pela primeira vez a magia, a magia olha seu coração, transformando seu sentimento mais precioso em um tipo de artefato conjurador... ao mesmo que, sendo quebrado, você perde o dom da vida, ou seja, você morre.

Eu começava a sentir um arrepio. Começava a sentir medo, medo de que a qualquer momento podia estar morto. Mas, por outro lado, estava pensando que a qualquer hora, poderia me encontrar com Riki. E um grito de uma voz conhecida me tirou de meus pensamentos.

– Kyoichi, você está bem? – Fuyuki agora com a mão em meu ombro, se ajoelhara atrás de mim com uma expressão confusa em sua face.

– O meu cajado... – sussurrei, achando que só eu havia escutado.

– O que que tem seu cajado?

– E-ele sumiu. – fechei os olhos.

– Mas, como? Não estava com você?

– Não, eu o deixei cair a dois dias aqui nesse mesmo lugar, mas não está mais aqui.

– E agora?

– E agora? É que a qualquer momento eu posso cair morto aqui!

– Calma, a gente vai achar seu cajado!

– Como? Com magia? Como posso usar essa droga se nem sei onde minha fonte da mesma está?

– Não se preocupe, vamos dar um jeito!

– Não vamos nada!

Me soltei dos braços de Fuyuki e comecei a correr para longe do mesmo. Apenas o escutei gritando meu nome, e parecia que estava correndo atrás de mim. Agora grossas lágrimas já escorriam sobre meu rosto, mas não me preocupava em enxugá-las, estava com a intenção de não sentir mais nada. Queria me matar já que iria morrer mesmo.

Continuei correndo e escorreguei na grama, sem ver que à frente havia um penhasco. Seria minha libertação, eu iria conseguir o que queria.

Quando finalmente meu corpo começara à desaparecer no horizonte do lugar, uma mão me segurou num forte aperto.

– Fuyuki... me solte. – pedi calmamente.

– Nunca o deixarei morrer. Não já basta Riki ter morrido? Agora você quer ir também? – e parecia que as lágrimas engrossaram mais.

– Para que continuarei aqui? Parece que meu irmão levou uma parte de mim com ele, uma parte que dividíamos. A alma compartilhada de irmãos gêmeos.

– Eu já ouvi esta história, de que irmão gêmeos compartilham a mesma alma. Mas acho que Riki ficaria feliz em ver você feliz, não morrendo! Então pare, por favor. –percebi que minha mão estava suada e meus dedos começavam a escorregar da mão de Fuyuki – Eu não vou te deixar cair! NÃO VOU!

E, finalmente, caí. Finalmente não sentiria mais nada... nem dor, nem tristeza... nem saudade.

Quando estava próximo de me encontrar com a morte, de me encontrar com o chão, senti pontadas nas costas, que começaram a doer cada vez mais. Meus braços e pernas se curvaram para trás e alguma coisa começou a se aflorar de mim. Os ossos saíram e, das minhas costas, cresceu uma nova estrutura fina, rígida e cheia de seguimentos. O sangue que jorrava logo se transformou em brancas plumas em volta de cada novo osso. A dor foi insuportável, mas quando me dei conta, minhas asas se abriram e me fazendo parar no ar.

Não havia entendido nada, e foi então que...

...– Bom, como eu disse, aquilo era o preço que se paga por usar magia... Se você a usa para fazer o bem, você pode se transformar em um animal completo e majestoso nas horas de aperto...

Então é nisso que me transformei? Sou meio pássaro meio homem? Então não sou tão bom quanto eu pensava? Eu... eu sou mau? Porque a transformação pela metade é algo que só os que usam para causar o mal têm. Eu-eu, não sei o que fazer.

Voei até o chão e sentei no mesmo. Colocando o rosto entre as mãos, comecei a chorar novamente. As asas agora se fecharam e voltaram ao meu corpo e, não muito longe, avistei Fuyuki correndo em minha direção.

– KYOICHI, VOCÊ ESTÁ BEM? – gritava enquanto corria – Como você? Essas asas... Você...

– Eu sou um meio animal Fuyuki! Eu sou do mal! Sou um MONSTRO! – não conseguia parar de chorar.

Ele levantou minha cabeça e me fez olhar para ele.

– Escuta, eu não ligo se você é do mal ou não! Vem comigo.

O mesmo tentou me levantar mas não conseguia ficar em pé, então me colocou em suas costas e me carregou até um vilarejo que não estava muito longe dali.

Não demorou muito e já estávamos em frente a uma casa, que estava bem acabada por sinal.

– Com licença, senhora, será que vo... – Fuyuki não pôde terminar de falar, pois a senhora fechou a janela e a cortina – Mal educada. – sussurrou Fuyuki, me fazendo dar um sorriso triste.

– Com licen... – novamente fecharam a porta em nossa cara – O que está havendo com o povo desse vilarejo?

– Ei, psiu... – que? Quem? – É, você. – Fuyuki olhou para trás e viu um senhor atrás de uma das casas – Vamos entrem, rápido!

Fuyuki adentrou a casa simples e me colocou no sofá.

– Obrigado. Porque todos daqui são tão mal educados? – perguntou Fuyuki.

– Porque eles estão assustados!

– Por quê?

– Na casa, no final da estrada de terra, tem gente morrendo lá.

– Como assim? Desculpe me intrometer.

– Há um mês, um jovem entrou na casa e não foi mais visto durante o dia. Ao cair da noite, pessoas juram que puderam ouvi-lo gritar. Depois seu pai foi procurar pelo filho na casa, mas também não voltou, e novamente foram ouvidos seus gritos. Agora, em todo cair da noite, pode-se ouvir pessoas gritando dentro da casa.

– E quem pode estar fazendo isso?

– Não sabemos pois a casa é abandonada! Por isso temos medo, podemos ser os próximos a morrer.

Fuyuki pediu água ao senhor e me deu. Quando finalmente consegui me levantar, Fuyuki agradeceu e saimos da casa.

– Tomem cuidado, está escurecendo. – o senhor entrou em sua casa e pude ouvir a tranca batendo.

Andamos até a frente da casa, mas nada acontecia.

– Não há nada de mais nesta casa. Acho que alguém está inventando histórias de terror. Vamos Kyoichi, vou te levar pra casa.

Viramos para o lado oposto da casa e começamos a andar, mas uma voz atormentou meus ouvidos. Ela dizia “Me salve”, e quando virei para a casa novamente, a mesma sensação de quando algo tinha sido retirado de meu coração me invadui novamente.

– Fuyuki espera! – sussurrei alto.

O mesmo se virou para mim e perguntou:

– O que houve? Porque falou tão baixo?

– Eu... eu acho que meu cajado está lá dentro.

– O quê? Como assim?

– Eu acho... não, tenho certeza! Meu cajado está lá dentro!

Fui andando devagar até a porta da casa que realmente parecia assombrada.

– Kyoichi, o que está fazendo? Não pode entrar na casa dos outros assim! – sussurrou Fuyuki.

Nem dei atenção a ele e abri a porta. Estava tudo escuro lá, e podia jurar que a sensação estava ficando um pouco mais forte. Sim, ele está aqui!

Continuei andando pelo lugar, agora com Fuyuki me seguindo. A cada porta que passava podia sentir a presença do meu cajado mais fortemente, e uma outra presença que não sabia o que era. Entramos em um quarto onde havia manchas de sangue. O cheiro de carniça estava insuportável, havia dois corpos no fundo do quarto, os dois esquartejados, sem cabeça.

– Devem ser o pai e filho que o senhor falou.

– Agora acha que tem alguma coisa de estranho aqui? – perguntei a Fuyuki.

– Sim, e algo muito ruim está acontecendo! – Fuyuki pegou dois cartuchos do bolso, colocando-os um em cada arma – Vamos pegar seu cajado e sair logo daqui!

Quando saímos do quarto, uma risada baixa e perversa nos atingiu.

– Fuyuki, ouviu isso?

O riso ficava cada vez mais alto, e quando chegou bem próximo de onde estávamos, ele parou.

– Kyoichi, tome cuida... – alguma coisa havia atingido seu rosto.

– Fuyuki você está bem?

O riso voltou, e com ele uma mulher de cabelos longos, com um sobretudo preto, encapuzada, parecia que flutuar, pois seus pés não tocavam o chão.

– O que fazem aqui? Este lugar é proibido! – falou uma voz rouca – SAIAM DAQUI!

A mulher começou a nos atacar, então comecei a correr. Fuyuki tentava atirar na mulher, mas ela era rápida e se desviava dos tiros dele. Continuamos correndo e descemos uma escada que levava ao porão da casa.

– NÃO! SAIAM DAÍ, JÁ!

No meio do porão, havia um pedestal de pedra com um livro aberto ao meio e velas derretidas em volta. No fundo, estava lá, meu cajado, jogado ao chão.

– Então foi você! – quando fui pegar o cajado estiquei a mão e ele veio até mim, antes mesmo de eu chegar perto dele.

A bruxa parou no pé da escada.

– O quê? Você é o dono desse cajado? – pude sentir uma ponta de medo.

– Sim. Por que o roubou?

– Eu não o roubei, o achei! Estava no chão da floresta, e vi seus poderes incríveis contidos nele, então o peguei para mim.

– Por quê? – andei devagar até o livro.

– Porque sim, oras. – quando fui tocar no livro, ela me atirou alguma coisa que me jogou no chão.

– Não toque nesse livro! – e veio para cima de mim.

– Acho que esta varinha te pertence, não é? – a bruxa parou, e com os olhos arregalados, se virou para Fuyuki.

– E-ei garoto, solte isto! Não se pode brincar com estas coisas.

– Ah não? E com vidas inocentes, pode?

– Você está falando daqueles dois? Ah, foi uma delícia matá-los, seus gritos em meus ouvidos, seu sangue jorrando em minha face, suas cabeças estão ali, olha. – e apontou para uma mesa que apareceu no nada – Sempre quando dá meia-noite, as duas cabeças abrem os olhos e gritam, gritam e gritam. Você não sabe como isso é revigorante. Acho que fiquei uns dez anos mais jovem com o sangue deles que jorrou em meu rosto. Fazia tanto tempo que não matava ninguém...

– Há quanto tempo está aqui? – pergutnou Fuyuki.

– Não sei, há alguns anos, acho.

– Quantos anos?

– Acho que muito tempo para aqueles merdas me pedirem para tomar conta dessa merda de livro! – a mesma se jogou no chão com as mãos na cabeça.

– Como assim?

– Sabe, uns dez mil anos atrás, aqui nesta casa, aconteceu uma chacina, a culpa foi minha, porque queriam o segredo contido neste livro. Todos que morreram dentro desta casa tinham o coração podre! Eu não sou tão má, sabe? – o rosto dela ficou com uma feição triste – eu só protejo aquele livro para que não caia em mãos erradas! Todo ano algum idiota vem aqui querendo saber por onde começar a busca, mas eu tenho que matá-lo pois seu coração não é bom. Então vou na casa dessa pessoa e uso um feitiço de esquecimento em suas famílias, para que não venham atrás dele.

– Saber por onde começar a busca de quê? – pergutou Fuyuki.

– A busca pelas pedras! – os olhos de Fuyuki se arregalaram – É isso mesmo! E é por isso que não posso deixar que o peguem! – a mulher foi para cima de Fuyuki, que jogou a varinha dela para mim.

– Deixe-o em paz ou eu quebro isso! – não adiantou, ela me jogou no chão.

– Nã-não pode ser! – a bruxa apontava para as minhas costas com os olhos arregalados – Não, isso não está acontecendo!

Peguei sua varinha novamente e posicionei para quebrar.

– O que não pode ser? – agora com a bruxa no chão, perguntei.

– O garoto com asas de anjo...

– O quê?

– Há muito tempo, vi o garoto com asas de anjo vindo me matar. Então chegou minha hora!

– Do que você está falando?

– VOCÊ GAROTO! É O GAROTO DA PROFECIA. E veio me matar. – ela se ajoelhou e abriu os braços – Ande, me mate e pegue logo o livro. Saia daqui, coisas começarão a ir atrás de você no momento em que pegar o livro! RÁPIDO! Essas coisas já sabem que você existe, tem que sair logo daqui. E garoto, cuidado com as minhas irmãs! Elas não são como eu, são assassinas perversas, e quando você me matar, elas virão atrás de você!

– Eu não posso te matar.

– É o único jeito de pegar o livro! – gritou.

– Me desculpe... – e ao mesmo tempo que quebrei sua varinha o brilho da vida em seus olhos sumiu, mas ainda pronunciou algo.

– Salve este mundo do mal que o atormenta... – e finalmente caiu.

– Vamos, Kyoichi. – peguei o livro e saí dali.

Chegamos à casa de Fuyuki e, então, fomos ver o que se escondia naquelas páginas. Lemos todo o livro e...

– Quê? – o espanto em nossas vozes era imenso.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem, tenham um ano novo muito bom e cheio de paz e coraçõezinhos cintilantes na sua vida de hip mermão /taparey. Espero que tenham gostado, e, leitores fantasmas que eu sei que estão ai, por favor favoritem a fic e comentem, acho que não é pedir de mais. Obrigado de novo e tenham um ÓTIMO 2014



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