Awkward escrita por Mellynnaa


Capítulo 7
Tratamento de choque


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeeee! Capítulo novinho. Conheçam a Anne, pessoal! Sei lá, acho que gostarão dela futuramente, e não, ela não é metidona como parece. Boa leitura ^^



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Eu estava boquiaberta, em choque. Não é possível que o mundo seja tão pequeno quanto parece. As vezes, não parece que existem sete bilhões de pessoas nele. Ficarei com problemas em breve.

A questão é que a pessoa que eu menos esperava ver no mundo todo está bem aqui, na sala de estar da casa do meu pai, me encarando como se ela tivesse uma visão de raio laser prestes a me perfurar. Seu nome é Anne Salvatore. Anne talvez seja legal, mas eu nunca fui legal com ela. Estudávamos no mesmo colégio interno que estudei há algumas semanas, e admito que eu nunca fui uma pessoa bacana com ela. Justin sempre fazia piadinhas a respeito dela, mas nunca fiz nada a respeito, e reconheço que sempre estive errada. E, obviamente, ela me odeia por isso.

– Ei, Anne! - Justin a abraçou - Como vai você? Estive com saudades.

– Oi, Will - ela sorriu - Talvez estive com saudades. Não é a mesma coisa conversar virtualmente com você. A saudade aumenta, sabe?

Meu pai caminhou com ela em minha direção, e pude sentir seu grande olhar de 'odeio você, hoje e sempre'. Anne não parecia ser uma das melhores pessoas da face da terra, principalmente na minha presença e na ausência dos pais dela. Talvez eu entendesse isso algum dia.

– Filha, essa é Anne Salvatore - meu pai sorriu - Talvez vocês já se conheçam. Anne estudava no mesmo colégio que você. Os pais dela são amigos próximos da família, então passam todo Natal conosco.

– Oi, Anne - tentei encontrar as palavras mais alegres para dizer isso - Não vejo você há semanas. Como está?

Anne sorriu, mas isso mudou assim que meu pai se retirou e nos deixou sozinhas. Eu realmente não queria isso. Não agora. Nem depois.

– Vamos fazer um combinado? Eu fico no meu canto, você fica no seu, e assim não acontecem conflitos. E fique sabendo que qualquer coisa que acontecer, a culpa será sua.

Anne não parecia mais aquela garota simples e inocente de algumas semanas. Ela estava usando maquiagem, e seus cabelos loiros agora estavam soltos. Eu nunca a vira usar salto alto, e me surpreendi. Ela ficava mais adulta assim.

Will não parava de sorrir. Na verdade, a família toda não parava de sorrir. Assim que Suzanne anunciou o jantar, todos se sentaram a mesa, com os olhos voltados para Anne. Ela parecia ser a atenção da família. Por um lado, isso era bom. Eu não queria ter que compartilhar sobre a minha vida com um bando de estranhos.

– Estou ansiosa para começar o último ano - Anne sorriu, olhando de relance para mim - Sinto vontade de começar a faculdade em breve. Ainda não decidi o que quero para a minha vida, mas sei que o que eu escolher será o certo - ela suspirou - E você, Georgia?

Levantei a cabeça, e encontrei diversos olhares vindos em minha direção. Não, por favor. Não, não, não.

– O quê? - respondi, tão baixo que quase não pude encontrar minha voz.

– Que expectativas você tem para o último ano? E que faculdade pretende fazer?

Anne esticou os dedos, apoiando a cabeça nas mãos.

– Bem, eu - certo, eu gaguejaria e no fim, ninguém entenderia nada mesmo, então... - Não decidi nada ainda. Nada de surpreendente irá acontecer no colegial, então não tenho muitas expectativas. E sobre a faculdade... Por que preciso decidir agora? Não tenho muito o que pensar sobre tudo agora.

– Mas não pretende fazer nada de especial no futuro? - um dos tios de Suzanne perguntou.

– Não sei. Desde que eu tenha um emprego e um teto para morar, estou legal - ri como se ninguém estivesse ali. Todos me olhavam com cara de poucos amigos. Que ótimo - Mas não, ainda não decidi nada, obrigada pela pergunta.

Anne falava muito. Ela havia contado sobre seus últimos anos, o que estava estudando agora e sobre a carta de admissão para as faculdades de Yale, Harvard e Oxford. Ela parecia ser uma pessoa brilhante, e todos ficavam surpresos com o que ela dizia. Era bom para ela ter a atenção das pessoas em pelo menos um lugar. Era bom para ela que essa atenção viesse de pessoas que gostassem dela. Decidi que não queria atrapalhar isso. Apenas me levantei, agradeci pela comida e comecei a caminhar até meu quarto, até ser interrompida por Suzanne.

– Aonde pensa que vai? - ela perguntou.

– Vou dormir - olhei para o relógio - Sim, são apenas nove da noite, mas vou dormir. Não tenho nada de melhor para fazer.

– Iremos tirar os nomes do amigo oculto, filha.

O amigo oculto. Eu iria mesmo participar? E por que motivos alguém sortearia o amigo oculto faltando apenas quatro dias para o Natal?

Os familiares de Suzanne conversaram mais um pouco sobre tudo. Perguntaram como andavam as vidas de Anne e Will, mas não se referiram a mim. Talvez papai tenha dito que assim seria melhor, pois eu estava passando por 'problemas' atualmente, e não era muito boa com palavras. Eu não era um livro aberto como ele. Éramos parecidos nesse aspecto.

Depois de lavar a louça, Suzanne passou por cada um, enquanto todos retiravam seus nomes do amigo oculto. Todos faziam aquela surpresa expressão sobre a pessoa que havia tirado. Eu sempre acertava quem meu pai havia tirado, devido a sua expressão. Quando eu tinha dez anos, ele tirou minha mãe, e sua expressão havia sido a das mais bonitas. A expressão de hoje parecia ser especial, e ele sorriu assim que leu o papel em suas mãos.

Minha vez finalmente chegou, e quando abri o papel, minha surpresa foi tanta que tive vontade de gritar. O mundo realmente era muito, muito pequeno. E minha certeza sobre isso foi maior ainda quando meu pai revelou que Anne dormiria em meu quarto, com Will e eu. Ele estava com uma expressão aliviada, talvez por não precisar mais sofrer ao ver a filha dormir no mesmo quarto que um garoto. Que ótimo. Que ótimo. Esse seria um longo Natal, afinal de contas.


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Notas finais do capítulo

Reviews? ;)



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