- Je-Jellal… Eu, eu te amo. – Erza sentiu seu as maçãs de seu rosto esquentarem. – Vo-você poderia sa-sair com AHHHHH ISSO É IMPOSSIVEL LUCY! EU JAMAIS VOU CONSEGUIR FAZER ISSO!

- Pare com isso Erza! Não seja boba, isso não vai ser impossível, eu tenho certeza que você vai conseguir! – Lucy disse pegando na mão de sua amiga. – Você estava indo bem, só precisa ficar mais calma!

Lucy estava realmente surpresa com isso, sabia que Erza podia ser feminina quando quisesse, mas não imaginava que ela viria correndo direto para si para pedir conselhos amorosos. Conseguira resolver-se com Natsu há pouco tempo, e Erza disse que ela era a sua última esperança e que devia lhe ajudar. Assustada aceitou prontamente ajudar à amiga, mas estava sendo mais difícil do que imaginava.

Erza sabia o quê queria, sabia como deveria fazer, mas quando começava a falar simplesmente não conseguia se expressar, não conseguia sequer dizer para a foto com a qual estava treinando minutos antes. Quando estava na presença do outro saia de si, sentia sua personalidade mudar, sentia-se extremamente tímida, era como se perdesse parte de sua personalidade forte e decidida. Ah... O amor, como ele é difícil,

- Eu tenho medo que ele me recuse, Lucy... Eu acho que não saberia como agir com ele depois, não sei o que faria... Eu eu... – A Ruiva falava receosa.

- Erza... Essa não é você. A Erza que eu conheço e forte e decida! Eu tenho certeza que você pode fazer isso. Eu sei que você pode estar com medo e incerta, mas acredite em si mesma, você é linda, isso vai dar certo! Se não der você pode fazer ele sair com você a força e fazer ele te... – Lucy se acuou quando viu o olhar assustador da ruiva sobre si. – Brincadeira, brincadeira, a hahahaha. Então como eu dizia, se não der certo, você tem a nós seus amigos, a gente sempre vai apoiar você! Então vá e faça isso. Você tem que fazer não é mesmo? Você não tem muito tempo, você mesma disse isso.

- Mas e se eu não for boa o bastante para ele? E se ele gostar de outra pessoa? – A mais alta dizia descontrolada e com medo.

- Vem comigo. – A loira pegou no braço da ruiva e a arrastou até o quarto. – Se olhe no espelho. Está vendo? Você é linda! Ele seria muito idiota se recusasse você, ele nunca poderia encontrar alguém melhor. Você tem que ao menos tentar, você não tem nada a perder, tem?!

“Eu nunca imaginei que veria uma Erza assim toda insegura, com medo de tudo! O amor é realmente fascinante, ele pode fazer uma rocha virar uma rosa.” Lucy pensou, quando viu a amiga aceitar o que ela disse balançando a cabeça.

- Certo! Agora vamos começar como... Em um sei lá. Primeiro temos que fazer vocês dois se encontrarem, tem alguma ideia? Nem tente dizer que você pode sequestrá-lo e faze-lo te ouvir!

- Lucy... – A ruiva sussurrou.

- Brincadeira, brincadeira. Então que tal uma carta?! Você escreve uma carta anônima dizendo que quer encontra-lo... Hm... Vejamos. Naquela praça perto da escola! Bem enfrente a fonte, que tal?

- É... Pode ser. Mas a praça não vai estar cheia? Não quero que muitas pessoas estejam perto...

- Relaxa! Eu vou cuidar disso, vai estar bem vazia ok?! – Lucy disse confiante. Sabia que poderia contar com Natsu pra resolver esse problema. – Agora vamos, escreva uma carta.

Erza sentou-se na escrivaninha de seu quarto e começou a escrever, escreveu várias vezes, mas toda hora algo a incomodava e então amassava o papel e o jogava no lixo, sem deixar Lucy ver o que havia escrito. Quando se cansou decidiu que deveria ser rápida ao dizer o que queria e dizer para ele realmente ir.

- Aqui... – Ela falou orgulhosa de si.

ENCONTRE-ME PRAÇA ENFRENTE A ESCOLA, ENFRENTE A FONTE AS 17H. É PARA IR, VOCÊ TEM QUE ESTAR LÁ, TÁ ENTENDENDO? É BOM ESTAR LÁ, QUANDO EU CHEGAR! ENFRENTE A FONTE, NÃO SE ESQUEÇA!

Quando Lucy acabou de ler a carta, ela ficou girando os olhos para todos os lados e olhando de canto e ficou tentando segurar o riso, mas não conseguiu e começou a gargalhar.

- HEI! O que foi? Por que está rindo? – Erza perguntou indignada, sua carta sem duvidas estava perfeita!

- Erza... Você está sendo muito curta e grossa... Até parece que está o chamando para um tipo de desafio ou algo assim, parece que você quer espancar ele e não confessar seu amor. Isso é tão engraçado! Eu vou te ajudar, vamos lá. Pegue seu melhor papel que a Lucy-sama vai ajudar você a escrever algo lindo e decente!

Erza se apressou e pegou um papel rosado com figura alguns bolos desenhados nos cantos e bordas. Lucy sorriu ao ver aquilo, lembrou-se que a amiga era viciada em doces ainda mais em bolos. Balançou a cabeça para ajeitar seus pensamentos e começou:

- Vamos lá, escreva assim. “Jellal-san, eu realmente queria lhe encontrar na praça da escola, enfrente a fonte, é importante então, por favor, esteja lá! Por favor, esteja lá às 17h. Com amor...”

Quando Lucy começou a ler a carta riu por ver que a amiga não terminou como ela disse, terminou no esteja lá, Erza era realmente tímida quando se tratava dessas coisas. Bom o que se esperar, Erza também era uma garota, ela com certeza devia ter momentos assim, ela só devia saber esconder muito bem esse tipo de coisa. A Loira sorriu pensando que a amiga realmente devia confiar nela para conseguir contar esse tipo de coisa para ela.

- Certo, agora está ótima! Deixe o resto comigo. Só se prepare para amanhã. Lembre-se seja calma, e apenas diga o que sente, deixe as palavras fluírem do fundo do seu coração, escute seu coração! Ele é a coisa mais importante em um momento como esse.

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Quando Jellal foi pegar seus livros na escola pela manhã, notou um envelope diferente e cheiroso em seu armário, era um perfume adocicado, sem duvidas era de uma garota, quando o pegou e leu ficou corado, pensou em milhões de possibilidades de quem poderia ser, não conseguiu se concentrar nas aulas, ficou pensando sobre a carta o tempo todo. Realmente não fazia ideia de quem seria, pois se soubesse já falaria com a garota agora, não queria deixa-la criar mais expectativas.

Jellal pensava que estava fadado a ficar sozinho, que ninguém merecia alguém ruim como ele, para si ele era alguém que não merecia amar e ter o amor retribuído, não deveria sequer ser amado... Alguém como ele não era digno disso. Por que as pessoas não poderiam entender isso? Quantas garotas havia recusado desde que voltara para a cidade? Sequer se lembrava disso.

Para si ele precisava apenas cumprir alguns poucos objetivos na vida para compensar os erros que cometera e então partir para o destino inevitável, a morte.

As aulas já haviam acabado e o rapaz de cabelos azuis não sabia se deveria ir para a praça... Ficou pensando por um bom tempo enquanto caminhava, mas só se deu conta que havia chego ao local marcado quando sentiu alguém tocar seu ombro e chamar seu nome.

- E-Erza? – Falou surpreso sentindo o sangue subir para suas bochechas e ficando ali parado. – O quê faz aqui? - Perguntou virando-se de frente para a ruiva, sentia seu coração pulsar cada vez mais forte, era como se ele quisesse sair de seu peito, só mais um pouco e ele pularia em direção à Erza.

- Sabe. Desde que éramos crianças eu sempre te admirei e gostei muito de você. Você sempre foi tão incrível, tão decidido, conseguia ser amigo de todos, todos gostavam de você. Eu ainda gosto... Mas sabe, sempre gostei um pouco mais que os outros. – Erza deixava as palavras escorrerem de seus lábios enquanto mantinha os olhos fechados, havia decidido que assim teria um pouco mais de coragem para falar com ele, e a cada palavra dita sentia seu coração dar um salto de felicidade, sentia-o esquentar. – Eu... – Suspirou quando percebeu que a voz estava lhe falhando. – Eu te amo, eu sempre te amei! – Falou alto e em bom tom, para que todos os quatro ventos pudessem ouvi-la.

Jellal sentiu-se corar abruptamente a cada palavra que ouvia dos lábios rosados da ruiva, seu coração agora pulsava em um ritmo totalmente insano, um ritmo que ele achou que jamais fosse possível existir. As maçãs de seu rosto estavam completamente vermelhas, o quê o deixava ainda mais lindo, pois o tom vermelho de suas bochechas contrastava com a brancura de sua pele e o azul de seu cabelo. Era uma visão magnifica, segundo Scarllet no momento se ele tivesse assas iria parecer um anjo.

Erza não conseguiu se controlar ao ver o seu amado daquela forma e pulou em seu pescoço dando-lhe um abraço apertado. Jelllal na surpresa de ser abraçado por Erza arregalou os olhos e sentiu seu coração acelerar ainda mais, sentiu seu rosto ainda mais quente, sentiu uma carga elétrica passando por todo seu corpo, sentiu-se arrepiado e por impulso retribuiu o abraço e por fim deu um beijo na testa de Erza.

- Eu também, Erza, eu sempre... - As palavras escaparam da boca de Jellal antes mesmo que ele notasse que as disse, quando percebeu isso segurou Erza pelos ombros e a empurrou pra longe dele.

Erza encarou Jellal confusa quando o sentiu pegar com firmeza em seus ombros, e os olhos dele que lacrimejavam a deixava ainda mais confusa. Ele a amava não era isso que ele ia dizer? Sem duvidas era, mas porque ele a afastara dele? Por que estava chorando?

- De... – Jellal começou a falar com a voz tremula, fechou os olhos esperando um pouco mais, sentindo uma última lágrima escorrer por seu rosto, inspirou profundamente e soltou o ar de vagar. Abriu os olhos e deu um dos seus melhores sorrisos. – Desculpa, Erza, esqueça o que eu disse... Nós não podemos ficar juntos, realmente me desculpe.

Jellal deu outro sorriso e mais lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, achava que estava preparado para isso, achou que conseguiria, achou que não doeria tanto, pensou que era mais forte... Na verdade tinha que ser forte, manter-se-ia forte. Faria como havia decido, não há porquê para desistir disso.

Quando o rapaz começou a distanciar de si, a ruiva correu e segurou o outro pelo pulso, não queria que ele a deixasse assim, ele disse que também a amava não disse? Não conseguia entender o porquê de não poderem ficar juntos... Devia haver um bom motivo para isso e ela queria, sem dúvidas, saber o motivo, para, talvez, ficar mais fácil dela aceitar isso...

- Espere... – Scarllet disse insegura ainda segurando o pulso dele. – Por quê? Apenas me diga o motivo? Por que não podemos ficar juntos? Você também me ama, não é? Você iria dizer que me ama não é? Então por quê? - Deixou as palavras saírem, e se surpreendeu quando percebeu que elas saíram com mais segurança do que imaginava, pensou que não seria capaz de dizer dessa forma, ainda mais porque sentia algumas lágrimas escorrer em seu rosto.

O garoto virou-se surpreso pra ela, sabia que Erza era forte e corajosa, mas não imaginou que ela seria capaz de perguntar para ele diretamente assim, pensou que ninguém jamais lhe perguntaria o motivo da recusa. Bem... Ele nunca havia dito o que ele havia antes... Não sabia o que responder a ela... Apenas sentia que devia ser sincero, dizer-lhe a verdade, sabia que nada a não ser a verdade a satisfaria.

- Eu... Eu simplesmente não mereço seu amor... –Respondeu com um sorriso um tanto triste. – Eu não mereço o amor de ninguém, sequer mereço essa vida que tenho... Sou covarde demais para acabar com isso tudo, tenho que fazer algo para me redimir pelo que eu fiz, você sabe o quê...

- Idiota... Idiota... – Erza disse com lágrimas brotando em seus olhos. – Sabe... – Erza o olhou nos olhos. – O amor não é algo que se mereça, é algo que acontece, e aquilo foi há muito tempo, não se importe com isso, todo mundo está bem não é verdade? Porque ficar obcecado com algo que não importa mais, você tem que parar de pensar no passado. Você tem que pensar no agora... Nos seus amigos, nas possibilidades do seu futuro. Você precisa se relacionar mais com as pessoas, achar mais amigos. – Erza o abraçou. – Nada é mais importante que os amigos... Sabe? Eu só estou aqui e sou capaz de te falar isso porque uma amiga me ajudou... Agora me de um motivo plausível para nós não podermos ficar juntos? Eu não vou aceitar um “eu não mereço” como resposta. Eu decido se você merece ou não meu amor, seu idiota. Eu te amo Jellal Fernandes.

Fernandes sentia cada palavra da ruiva penetrar sua alma, sabia que ela estava falando isso do coração, sabia que ela não podia estar mentindo, sentia-se feliz quando ela dizia para ele esquecer aquilo, mas ele realmente seria permitido a esquecer daquilo? Ela achava que não. Não conseguia se perdoar... Mas o sentimento que se espalhava por seu corpo, vindo direto de seu coração... Isso só se tornou mais forte quando viu os olhos brilhantes e esperançosos da sua amada... Tinha que ser rápido, dizer um não e sair correndo dali, senão fraquejaria...

- Erza... Desculpe... Eu, nós realmente não... – Jellal foi impedido de falar o que queria pois a ruiva selara seus lábios... Ela o estava beijando e esse era a melhor sensação do mundo, ele não conseguiu se controlar a continuou o beijo... Um beijo doce e tocante, cada movimento fazia sua alma encher-se de felicidade, sentia seu coração aquecer-se ainda mais e mais... Achava que tudo isso era impossível, mas as sensações sempre conseguiam intensificar-se ainda mais.

Quando o ar se fez necessário e eles separaram seus lábios. E Erza sem sequer dar tempo de respirar falou:

- Se dê uma chance, vamos tentar. Vamos ser felizes, você merece. – Sorriu e deu um abraço bem forte no homem a sua frente. – Não. Não fale que não merece, você merece sim! – Ela disse firme colocando o dedo indicador sobre o lábio dele quando ele foi responder algo que ela sabia que ele ia falar.

Jellal ainda queria dizer não, mas seu coração, seu infamo desejo mais fundo não o deixaria fazer isso consigo e com ela... Mandou sua mente para o inferno, juntamente cm esses pensamentos infelizes... Por que não tentar? Talvez fosse hora de parar de se culpar por essas coisas, não esqueceria jamais o que fez... Mas ele também merecia ser feliz, não é mesmo? Suspirou e disse.

- Tá bom... Eu desisto... Você venceu. Podemos ficar juntos... Mas falta uma coisa. – Disse fazendo mistério.

- O quê falta? Pode ficar ainda melhor? – Erza disse abraçando-o de novo. Se pudesse ficaria o resto do dia, da vida, ou para sempre abraçada a ele, sentindo o calor do corpo dele no seu, sentindo seu perfume e vendo seu sorriso.

- Erza Scarllet, eu te amo... Quer... hm... Sair? Não, sair não. Quer namorar comigo? – Ele disse cm um largo sorriso.

- É claro que sim, você nem precisava perguntar isso. – Ela respondeu convicta.