Player escrita por AustinandAlly


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, demorei mesmo e a culpa é da falta de inspiração e pelo fato da historia ser muito pouco comentada, recomendada e tudo o mais. Pelo número de leitores que a fic tem era pra ter muito mais gente mandando comentários e tal.. eu gosto de conversar com vocês. Qualquer escritor precisa de incentivos, mas isso cabe aos leitores então se eles não cooperam o escritor não consegue cooperar também. Não sei quando o próximo vai sair, então depende de vocês. É isso, queria agradecer as pouquíssimas pessoas que me procuraram até para saber se eu estava viva, por vocês estou continuando essa historia. Um beijao.



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Austin

Mais uma vez eu estava aqui, sentado, olhando o tempo passar... sentindo ela escorrer pelos meus dedos, ela... eu a amava tanto, eu a amo. Suspirei pesadamente enquanto olhava o céu, a noite estava fria e eu imaginava que se eu decidisse leva-la comigo eu poderia ter seu corpo junto ao meu mais uma vez. Olhei meu celular, nenhuma mensagem... nada. Ela saiu do restaurante aquele dia e nunca me procurou, já havia se passado 1 semana, eu viajaria depois de amanhã.

O sr. Lester estava agindo normal durante meu período de estágio, eu acreditava que Ally não deve ter comunicado nosso afastamento, então procurei não menciona-lo também. Ela era tão boa, preferiu não dizer nada para que seu pai não se sentisse desconfortável com a situação. Por que não poderíamos ter nos conhecido de outra forma? Sem todo esse passado horroroso.. sem tudo isso, só nós dois.

As palavras de Lester ao telefone com sabe-se lá quem ainda rodava minha cabeça.. “Já te disse... já disse que esse namorado da minha filha me lembra demais ela, são os mesmos olhos. Eu as vezes acho que ele poderia ser...” O que significava tudo isso? Eram tantos mistérios, meu pai... continuava sendo um velho inútil que não revelava nada, eu agora podia ver o quanto ele era manipulador. Não que eu não suspeitasse que o Sr. Moon fosse diferente, o jeito como ele sempre tratou as pessoas me inspirava pena, ele não parece ter conhecido o amor.. talvez ele tivesse muita raiva, até porque estava claro que minha mãe havia tido um caso com Lester. Talvez essa fosse a chave para todos os problemas, será que meu pai tinha alguma parcela de culpa nessa historia?

Fechei meus olhos tentando diminuir o caos que se formava em minha cabeça, meu peito doía com a falta de Ally.. com os últimos acontecimentos, e se meu pai fizesse alguma coisa caso não fossemos até a Austrália? Talvez eu devesse leva-la.. um sorriso escapou de meus lábios.

– Você não consegue viver sem ela, seu idiota. Egoísta – murmurei para mim mesmo, bati com a mão na cabeça.

Eu poderia protegê-la se estivesse comigo, não poderia? Ficaria tudo bem, eu só precisava tê-la comigo. Levantei já tendo um plano traçado, peguei minha jaqueta, as chaves e tudo de que precisava.

...

Ally

– Diga que não quero atende-lo. – disse calmamente para um dos empregados da casa Como ele poderia ousar vir aqui depois de todo esse tempo sem se quer me procurar? Imbecil.

– Mas senhorita, seu pai... ele me autorizou a entrada do jovem rapaz. Ele esta na sala, disse que só sai quando você falar com ele. – bufei irritada, claro, meu pai ainda não sabia que havíamos terminado. Me levantei de minha cama irritada, meu coração acelerava.

– Tudo bem, irei descer. – resmunguei. Escovei meu cabelo pacientemente, olhei meu rosto no espelho e inspirei forte.

– Você consegue, não vai chorar. – repeti como um mantra, baixinho somente para meu coração.

Desci as escadas lentamente, meus dedos tremulavam pelo corrimão. Eu queria vê-lo? Claro que queria, uma semana se parecia com a eternidade. Suspirei quando vi seus cabelos revoltos tão brancos, do mais lindo loiro. Ele estava com as mãos dentro dos bolsos de sua jaqueta e olhava um porta-retrato com uma foto minha na estante.

Parei de frente para as costas dele, ainda não tinha coragem de dizer uma palavra, e quando ele olhasse em meus olhos? Meu mundo cairia, o que ele queria comigo? Terminar de me matar? Já não bastavam todas as noites que chorei a fio? E então ele se virou, tremi.

– Mais linda ainda quando em meu alcance. – sussurrou, suas palavras me aqueceram.

– O que quer? – pedi baixo.

– Não fale assim, não faz assim. – me disse enquanto se aproximava aos poucos de mim. Estávamos sozinhos na enorme sala de estar. Papai tratava de negócios em seu escritório.

– Já perguntei, o que quer? – disse novamente enquanto me virava e começava a vagar lentamente pela sala a fim de não encarar seus orbes.

– Ally, chega. – vociferou não tão alto enquanto agarrava-me pelo braço, nossos olhares se chocando, ele me virou de frente, seu calor tão próximo.. eu estava entrando em combustão.

– Já está mais do que claro que não podemos continuar com esse jogo, está nos matando. Esta me matando.. eu não sei viver sem você. – sua voz tinha tanta intensidade, tanta verdade. Eu o abracei com força, ah como senti sua falta, falta dos seus braços ao meu redor. Ele inspirou meu cheiro e eu sorri.

– Você não me deixa ficar próxima, você me repele. – disse ainda abraçada a seu corpo, ele ficou calado por um instante como se pensasse.

– Quero que vá comigo. – falou de repente, me soltei dele, mas continuei perto. Nos olhamos.

– O que disse? – falei sem entender sua atitude.

– Você sabe, quero que viaje comigo. Quero você, quero te ter perto, quero seus beijos, seus abraços, sua presença, seu jeito, seus sorrisos, seu corpo, você por inteiro. Te quero, fique comigo. – sussurrou enquanto dava um pequeno passo em minha direção, nossos narizes colados, seus olhos procuravam os meus, seus lábios entreabertos. Meu coração perdeu uma batida.

– Diga que sim, diga que me ama. Seja minha, por favor. – sussurrou mais uma vez antes de me beijar, seus lábios quentes tocaram os meus com tanto desejo, paixão, amor... me senti derreter, mas seus braços fortes me seguraram, eu deixei que me beijasse e senti cada parte do meu corpo acender.

Me afastei aos poucos, ele entendeu que eu queria falar algo, ele enfim teria sua resposta e ela não poderia ser diferente.

– Sabe o que sinto, sabe que sim.... que te amo, mas você precisa provar que vai mudar. Austin, eu não quero viver uma mentira ao seu lado, viver com alguém que não conheço, não posso levar essa vida. – disse e ele me observava com atenção.

– Eu sei disso, estou tentando te dar tudo que precisa, acredite. Quero que vá comigo, quero que apenas vá. – eu assenti.

– Tudo bem, eu achei que nunca faria nada.. que partiria sem ao menos conversarmos. – disse e seus olhos estavam magoados.

– Eu te amo, que parte não entendeu? Se soubesse o quanto tudo está errado.. o quanto... meu deus. – ele suspirou enquanto amassava seus lindos cabelos loiros.

– Me conte Aus, o que está errado? Se abra comigo. Posso te ajudar. – tentei, enquanto segurava seu rosto com minhas mãos.

– Você é demais para mim, não te mereço. Você não merece nada do que sou... e ainda assim banco o egoísta o suficiente para te procurar. – ele repetiu, senti sua dor com tais palavras. O que ele estava querendo dizer? Claro que poderíamos dar um jeito.

– Não diga isso, podemos resolver! Você vai se abrir com o tempo. Estamos juntos agora, certo? – ele sorriu fraco e eu o beijei castamente.

–Acho que preciso arrumar minhas malas e falar com meu ai, e então estaremos prontos para ir. – sorri e então seu sorriso me pareceu mais fraco, mas não me importei, pois eu iria ajuda-lo com o que quer fosse que ele estava escondendo.. eu iria faze-lo se libertar e tudo ficaria bem.

...

Austin

Já estava tudo acertado, havia enfim criado coragem para ligar para meu pai e avisar que iriamos, ele me pareceu mais do que feliz com a notícia. O rumo que as coisas estavam tomando me assustava.. Ally e meu pai próximos? No mesmo ambiente? Não! Ficaríamos num hotel.. eu não conseguia confiar nele, seus planos agora se mostravam distorcidos em minha mente, pois minha mãe amava Lester Dawson! Amava. Havia algo tão errado nisso tudo, mas como desvendar tantas mentiras? Eu só rezava para que Ally não desconfiasse da suposta doença de meu pai, já havíamos conversado sobre isso.. ele iria fingir certo estado de saúde para que tudo ficasse bem. A viagem não era tão longa assim, estávamos aterrissando.

– Não quero incomodar Aus, sabe.. pode ficar com seu pai na sua casa. Eu fico num hotel, vocês precisam de um momento juntos. – ela sorriu para mim, eu sorri de volta. Tão linda.

– Não meu amor, ficarei com você no hotel. – afirmei enquanto pegávamos nossas bagagens na esteira e seguíamos para a saída do aeroporto, e foi ai que algo preocupante me ocorreu.

– Sr. Moon? – o reconheci como Silas, um tipo de capanga de meu pai. Sorri frio para ele, ele pareceu não tirar os olhos de Ally, apertei mais meu abraço em sua cintura.

– Seu pai pediu para que os pegasse aqui. – ele continuou olhando diretamente para mim dessa vez.

– Diga que agradeço, mas não ficaremos na casa dele. – disse sem muita simpatia, Ally permanecia calada.

– Ele não vai aceitar isso Senhor, peço que me acompanhem. – falou e sem permissão começou a catar as malas que estavam no chão. Eu segurei seu braço, o olhei com cara de poucos amigos.

–Pare com isso Austin! Será um prazer senhor, iremos sim. Não faria essa desfeita com o pai do Austin. – Silas assentiu sorridente e enfim levou as malas, Ally parou na minha frente.

– Pelo amor de deus! O que deu em você? O que seu pai vai pensar? Que se relaciona com uma mal educada que não sabe aceitar uma gentileza se quer. – disse com suas mãos na cintura, se ela soubesse que esse era o menor dos problemas... Mas mantive minha postura, não poderia dar bandeira agora.

– Desculpe amor. Tudo bem, vamos. – peguei sua mão e caminhamos em direção ao carro de Silas.

...

Eu não estava gostando da forma como Silas olhava vez ou outra pelo retrovisor as pernas de Ally descobertas pelo vestido não tão curto. Isso estava me enervando, mas me controlava para não voar em cima dele e nos matarmos.

– O que houve? Está tão tenso, seu pai esta bem Aus? – sussurrou em meu ouvido. Olhei para ela.

– Não meu amor. Esta tudo bem, só faz muito tempo que não vejo meu pai. – respondi o mais calmamente possível.

–Te entendo amor, mas ele esta bem.. você vai ver. Estou aqui e não vou te deixar, vamos cuidar de tudo juntos. – ela disse protetora, tão linda. Achando que meu pai tinha uma doença horrível, enquanto eu a enganava.

– Bom, chegamos. – disse quando enfim avistei a enorme casa de meu pai, o jardim exuberante e um senhor na porta.

– Bom, acho que ele resolveu dar as boas vindas da melhor forma possível. – murmurei enquanto observava o senhor na porta, numa cadeira de rodas. Claro, nada como um bom drama para meu pai. Cadeira de rodas... sei.

– Seu pai é tão jovem. – Ally disse parecendo feliz por enfim estar dentro da minha bolha, minha merda de bolha.

Descemos do carro, enlacei sua cintura enquanto Silas cuidava das malas e meu pai nos olhava atenciosamente de sua cadeira.

– Esqueceu de me dizer que ela era tão linda Austin. – disse tentando ser simpático, eu bufei irritado.

– Obrigada senhor Moon, você é muito jovem! Parece tão cheio de vida, é muito bom estar aqui. – Ally disse tão receptiva, tão enganada.. ó meu deus.

– Não vai dar um abraço no seu velho? – meu pai abriu seus braços e eu tive de abraça-lo, mas aquilo era o pior dos teatros, abraçar-me? Quando que ele fazia isso?

– Acho bom que tenha feito tudo de acordo com o que mandei. Gostou da cadeira de rodas? Achei que ficou perfeito. – sussurrou em meu ouvido, tão debochado. Como eu não percebia a cobra que ele era? Agora eu via claramente.

...

–Bom, iremos para nosso quarto. – eu disse quando terminamos de almoçar. Que cena ridícula, eu, meu pai e Ally na mesa como se fosse normal.

– Nosso? Meu filho, sabe que sou da velha guarda. – meu pai deu um sorrisinho. Eu me segurei para não estapeá-lo, ele nunca se importava quando eu trazia inúmeras garotas para cá, por que agora era importante?

– Claro, entendo Sr. Moon. Não se preocupe, ficarei muito bem em um quarto sozinha. – Ally mais uma vez pareceu bem com todo aquele teatro. Nunca que ela ficaria longe de mim, não nesse covil.

– Chega pai, acho que já sabe que isso não importa. Não seria a primeira vez. – resmunguei.

– Austin! – Ally me olhou reprovadora, como se eu estivesse cometendo um crime por afirmar que já havíamos dormido juntos outras vezes.

– Está tudo bem, faço questão senhor. É sua casa, faremos como quiser. – revirei meus olhos ao ouvir Ally dizer isso.

– Que moça mais educada, vejo que meu filho teve sorte em te encontrar. – ele sorriu e eu me controlei para não acabar de uma vez com toda a cena ridícula na minha frente.

Ally

Austin estava agindo tão diferente, o que ele tinha? Tão grosseiro e ofensivo com relação ao pobre Senhor Moon, ele me parecia tão bondoso e elegante, mesmo naquela terrível cadeira de rodas. De qualquer forma tudo ficaria bem, eu tentaria ajuda-los, eu poderia fazer isso pelo meu Austin, claro que poderia. Sorri olhando meu vestido laranja, eu estava bonita para o jantar que seria servido em poucos minutos.

Austin e eu estávamos separados desde que cada um subiu para seus quartos, eu não entendia por que ele fez aquela cena toda na frente de seu pai, quase me matou de vergonha. Teria de conversar com ele depois sobre isso. De repente a porta bateu e eu imaginei ser Austin, olhei meu rosto mais uma vez no espelho decidindo que eu estava linda.

– Oi. – disse ao abrir a porta.

– Como vai senhorita? – Silas disse cortes. Me senti estranha, o que ele fazia em meu quarto?

– Muito bem instalada, onde esta Austin? – perguntei, ele iria avançar para dentro do quarto. Estava começando a sentir medo, mas então outra voz soou.

– Ally? Venha, vamos descer. – enfim era ele, meu suspiro de alivio foi audível. Silas caminhou para fora e disse que o jantar estava na mesa.

–Nem a pau vou deixa-la dormir aqui sozinha. – Austin estava raivoso e segurava minha mão com certa força.

– Aus, calma. Seu pai não contrataria ninguém de má índole para ficar nesta casa, Silas me assustou um pouco, mas posso trancar o quarto. – sorri tentando melhorar a situação.

– Você não entende. Irei vir... você querendo ou não. – respondeu rude. Preferi não falar mais nada, conversaríamos sobre isso depois.

Tudo estava indo bem durante o jantar, pois ele estava regado a ótimas conversas, sobre a infância de Austin e todas as suas travessuras. Vez ou outra meu loiro parecia esboçar um leve sorriso, mas outras vezes estava tão frio como uma pedra. Ele tentava disfarçar, mas eu conseguia ver que tinha algo errado, na verdade, ultimamente eu sempre via algo errado em Austin... suas expressões.. suas palavras, as coisas que vez ou outra dizia era cercado de mistério.

– Bom acho que vou me retirar, se me dão licença. Este pobre velho esta cansado. – O senhor Moon alertou enquanto alguns funcionários tiravam a mesa.

– Não se preocupe conosco, descanse bem senhor. – disse gentil enquanto ele me mandava um sorriso aveludado em agradecimento pelas minhas palavras.

– Austin, queira me acompanhar até meu quarto. – ele disse mais uma vez, o loiro me olhou e eu apenas assenti avisando que estava tudo bem.

– Vou para meu quarto então, boa noite. – disse enquanto me levantava. Subi silenciosamente a procura de meu quarto e quando entrei passei a chave. Senti certo medo de Silas tornar a bater em minha porta. Não, ele não faria isso. O senhor Moon certamente tinha bons empregados, eu poderia dormir tranquila.

Austin

Estávamos em uma sala no andar de baixo, não era seu escritório, pois este ficava em cima e uma cadeira de rodas certamente traria problemas. Nós havíamos ido até lá em silêncio, sem se quer uma única palavra.

– Pode soltar o jogo agora.. por que não levanta dai? – disse sem paciência.

– Você segure suas palavras quando estiver falando comigo! – ele gritou realmente levantando.

– Ela poderia ver tudo isso aqui, sabia? Iria ver o quanto você é uma farsa. – disse mais uma vez com um pequeno sorriso de lado.

– E dai? Você não gostaria que isso acontecesse, arruinaria seus planos. – tentei mostrar indiferença enquanto ele colocava um pouco de uísque em um copo.

– Você não sabe o que está falando Austin... meu caro rapaz... acho que está na hora de mostrarmos as cartas não é? Acha que não sei o quanto está envolvido com essa moça? O quanto você mesmo colocou todos os meus planos no lixo? Acha que não coloquei pessoas capacitadas para medir cada passo seu? Eu sei de tudo, sei que esta apaixonado por ela, que traiu nosso plano, minha confiança. Você não é mais um aliado. – ele disse tão friamente que um arrepio subiu por minha espinha, o que eu diria? Ele riu alto, logo despois sorveu toda a bebida em seu copo.

– Sabia que ficaria com essa cara de imbecil pra cima de mim. Deve estar se perguntando o por que de eu querer que vocês dois viessem para cá, o por que de todo o teatro.. a resposta é que eu refiz meus planos. Você terá de me obedecer, por bem ou por mal.. até por que Silas sabe ser bem competente quando quer.. – ele sorriu maliciosamente para mim, senti o sangue subir por minha face, minhas mãos suando frio diante da ameaça aberta.

– Você não seria capaz! Por que fazer isso? O que tem contra Lester Dwason deve ser resolvido com ele, fazer qualquer coisa com Ally não é o mesmo. Por que fazer mal a quem não tem nada a ver com a história? Você agora vai ser um criminoso? Eu não vou permitir que a envolva nisso, já deixei chegar longe demais quando a trouxe aqui. Vou até seu quarto agora, se esse Silas encostar um dedo nela eu mesmo o mato. – disse com muita raiva, uma raiva poderosa que não cabia em mim. Comecei a me levantar, eu iria leva-la embora daqui e seria agora.

– Olha só quem é o criminoso agora.. você não mataria nem uma mosca seu moleque! – ele vociferou enquanto eu tentava alcançar a maçaneta da porta, precisava ir atrás dela e mantê-la segura.

– Você não ainda não aprendeu isso comigo, eu sim sei o que é matar alguém. – suas palavras me pararam, o que ele disse? Eu... o que? Me virei para encara-lo, lá estava um pequeno sorriso monstruoso.

– O que você fez ? – disse ainda incrédulo. Seus olhos me observavam tão calculista enquanto seu sorriso debochado me irritava.

– Você é tão burro.. tão metido a bonzinho. Um coitado! Você aprendeu isso tudo com ele! Com ele! – começou a gritar desconcertado pela pequena sala onde estávamos, meus olhos o seguiam agitados.

– De quem está falando? – perguntei firme, ele me olhou sério dessa vez.

– Ah.... você não sabe? Como é burro! Acha que está aqui por que? Acha que foi criado comigo por que? Tudo foi para derrota-lo aos poucos, minha vingança já havia começado desde o segundo em que matei Mimi. Se ela não fosse minha...não seria de ninguém, muito menos de Lester Dawson.. aquele imprestável, desgraçado! – gritou tão alto, começou a quebrar as coisas ao seu redor. Andei para trás aturdido me chocando com a parede.

Matei Mimi, matei Mimi, matei Mimi, matei Mimi, matei Mimi Matei Mimi, matei Mimi, matei Mimi, matei Mimi, matei Mimi Matei Mimi, matei Mimi, matei Mimi, matei ... matei... matei

Essas palavras começavam a ecoar em minha mente, tudo girava e rodava e... filho da puta! Avancei sobre ele, puxando e socando-o o queixo enquanto o mesmo ria de mim, ria! Ele estava enlouquecendo, isso não podia ser normal, mas eu também não estava normal.. o sangue fervia em minhas veias, eu estava descontrolado também, e não pararia de espanca-lo se não fossem suas próximas palavras.

– Isso, me mate! Vai mostrar que mesmo não sendo meu filho conseguiu aprender alguma coisa boa comigo. No fim das contas você é mais meu do que dele. – disse enquanto meu punho acertava uma ultima vez seu rosto, meus braços o largaram no chão. Minhas pernas começaram a tremer, me afastei. Um momento de silêncio que pareceu eterno se estendeu sob nós, seu rosto ensanguentado me encarava ainda sorrindo.

– Seu psicopata! Você é um fodido de um psicopata. – gritei tão alto, tão alto que a dor rasgava meu peito. Meu deus, o que eu vivi todo esse tempo? Se eu achava que Ally estava arruinada... eu estava mil vezes pior. Minha vida era uma merda e se resumia a isso.

– Você e ele são iguaizinhos, acha que senti orgulho de mantê-lo sob meu teto todos esses anos? Eu sempre te odiei, moleque repugnante. – disse chegando cada vez mais perto, olhou em meus olhos e cuspiu na minha cara sua saliva e os resquícios de sangue que saiam de sua boca ferida.

– Eu sou filho de Lester, não é? – perguntei tendo certeza da minha pergunta, ele continuava me encarando.

– Eu queria criar você para um dia acabar com a raça daquele miserável maldito! Imagine que banquete farto.. um filho contra seu próprio pai. Mimi era uma tola, me abandonou! Para ficar com aquele desgraçado do Lester, ela engravidou.. e então eu quis leva-la comigo. Ela não poderia me trair assim, não poderia ter uma família que não fosse comigo! Um filho dele!!! – gritou em minha cara, as lágrimas já desciam pelo meu rosto. Lágrimas de ódio.

– Eu ia matar você, ela só poderia ser minha.. não queria você para atrapalhar! Eu a sequestrei, esperei o momento oportuno, mas não consegui. Ela não aguentou.. ela faleceu em meus braços, a gravidez era de risco e então no meio da viagem ela entrou em trabalho de parto e você nasceu e eu não pude evitar. Me olhou com esses seus olhos asquerosos e então eu decidi que seria esse o propósito da minha vida, você iria fazer tudo por mim.. seria a vingança perfeita. Fugi com você para cá, para um lugar onde Lester Dawson nunca nos achasse, para que ele acreditasse que sua mulher foi vitima de um crime e que seu filho havia sido roubado por qualquer um.

– Você é um maluco, um psicopata! Eu vou colocar você atrás das grades.. isso nunca vai acontecer! Nunca conseguirá fazer mal a Ally.. nem ao Lester. Isso acaba aqui, chega. Não sabe o que esta falando. O que achou? Que você venceria? Você não passa de um louco. – vociferei, estava tão descontrolado com a enxurrada de coisas ditas por ele, eu era então filho de Lester? Eu pensei esse tempo todo em fazer mal a meu próprio pai? Enquanto vivia sob o teto do assassino da minha mãe.. não! ele não sairia dessa. Estava muito enganado, eu não faria nada que me pedisse. Soquei a porta com força, lascando um pouco da madeira já gasta. Lembrei-me rapidamente da conversa de Lester com algum amigo no telefone, essa conversa pairava em minha mente “Já te disse... já disse que esse namorado da minha filha me lembra demais ela, são os mesmos olhos. Eu as vezes acho que ele poderia ser...” Poderia ser... meu filho. Era isso.

– Você é o único que pensa assim Austin. Eu sei que faria qualquer coisa por Ally, o jogo mudou, mas eu sei jogar assim também. Você pode não ser meu aliado, mas fará tudo que eu quiser. E se não fizer pode ter certeza que Silas cuidará direitinho da pobre garota. – ele disse rindo, seu melhor sorriso.

– Agora vá, quero que finja que está tudo nos conformes. Nossa querida Ally não pode suspeitar de nada, amanhã iremos arquitetar todo o plano, você irá me levar até Lester, e então eu irei mata-lo, mas não se preocupe comigo... não irei preso, você irá. Levará toda a culpa! E Depois levarei Ally comigo, será minha. – disse, mas suas palavras não faziam sentido. Nada tinha sentido, ele estava louco.. delirando. Ele era um psicopata, será que ninguém nessa casa sabia disso? O que estava acontecendo?

– Está louco, eu irei embora daqui! Você não terá Ally nunca! Seu velho maldito, desgraçado! Você vai apodrecer atrás das grades. – gritei enquanto empurrava suas bebidas caras da estante, derrubando todas no chão. O vidro quebrando gelado contra o chão frio.

– Se não fizer o que estou mandando agora.. Silas vai entrar no quarto dela, usar aquele corpinho maravilhoso e depois eu entrego ela de volta pra você, o que acha disso? – me disse, mas dessa vez ele tinha um brilho perverso em seu olhar. Ele não estava brincando, estávamos numa armadilha. Era tudo culpa minha, se eu não tivesse trazido Ally até aqui, meu deus. Passei violentamente minhas mãos em meu rosto, o olhei mais uma vez. Eu só poderia tentar adiar ao máximo isso tudo, iria dar um jeito.. pensar em algo antes que ele colocasse o plano dele em prática.

– Se encostar um dedo nela, juro que mato todos vocês. E não vou me importar de ir para a cadeia por isso, pois valerá muito a pena. – disse antes de sair e bater a porta com força. Precisava me recompor, precisava pensar no que fazer.. não poderia seguir suas ordens, não poderia nunca fazer mal a Lester.. a Ally, a ninguém.

O Moon não venceria mais essa, não mesmo. Precisava montar uma estratégia, eu estava sozinho.. é claro que todos aqui nessa casa eram comprados por meu pai..pai? não, nunca! por aquele monstro miserável! Não acredito que o chamei de pai tantas vezes, meu deus. Andei calmamente até meu quarto e me tranquei, iria mandar um SMS para Ally, levantaria muitas suspeitas ir até o quarto dela agora, pois era obvio que alguém estava vigiando. Eu deveria contar a verdade agora? Talvez ficasse mais fácil para fugirmos, mas e se ela não reagisse bem? Claro que não reagiria, meu deus... o que eu faria?


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do capitulo. Ignorem os erros ortográficos, obrigada a todos aqueles que respeitam minha historia! vocês são os melhores.