Anteriormente...
Os dois trocavam olhares profundos, os olhos azuis dele penetravam os dela como se visse sua alma.
– Agora eu preciso ir. – ela acariciava os cabelos dele.
– Não posso entrar?
Ela riu.
– Castle, amanhã temos que acordar cedo.
– Juro que não tento nada.
– E que graça tem nisso?
Desta vez, foi ele quem riu da resposta assanhada da detetive.
– Outro dia, outro dia te convido pra entrar, pra tomar alguma coisa... pra fazer alguma coisa... – ela mordeu os lábios e sorriu, já parecia bem melhor.
– Eu vou cobrar! E eu também vou dormir, amanhã vamos precisar estar preparados, pra atuar e para encarar a Lanie.
Os dois riram, se beijaram mais uma vez, Castle seguiu seu caminho para casa e ela foi logo tratar de descanar.

O despertador tocou às 6:45 da manhã, Beckett insistiu em ficar na cama mais um pouco e o desligou sem nem se preocupar em coloca-lo para despertar minutos mais tarde. Grande erro.

Desta vez o seu telefone tocava insistentemente, ela ainda estava sonolenta a procura de seu celular que se perdeu em meio as cobertas e travesseiros.
– B-Beckett! – ela permanecia com os olhos fechados e as palavras saíam embaralhadas.
– kate, onde você está? Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – Esposito fazia uma pergunta atrás da outra, parecia bem preocupado.
– Por que tantas perguntas e por que eu não estaria bem?
– Se está tudo bem, onde você está? Não vem trabalhar hoje?
– Espo, estou em casa e ainda não está na h... Oh, meu Deus! – Beckett deu um pulo da cama e verificou o relógio: 10:24 da manhã. – Como eu pude me atrasar dessa forma! Espo, está tudo calmo por aí? – ela já se livrava das roupas e ia em direção ao banheiro.
– Sim, está. Mas a Capitã já perguntou por você.
–Por Deus, chego em vinte minutos.
Então ela desligou e se arrumou o mais rápido que pode, fez o mesmo de sempre, colocou o relógio, o cordão, pegou seu distintivo e arma. Saiu.

As portas do elevador se abriu às 11:20, ela estava ofegante e os cabelos que antes estavam arrumados, agora, estavam parecendo que ela nem penteou. Ela saiu do elevador como um furacão, não sabia o que falaria para a Capitã, não poderia simplesmente chegar e dizer que perdeu a hora, que dormiu demais. Beckett não tira férias à muito tempo, era compreensível que ela estivesse cansada, que precisasse descansar.

Ao entrar, Ryan é o primeiro que a vê . Ele vai em direção à sua mesa e a cumprimenta.
– Beckett, está tudo bem?
– Oh, sim, está. – ela deu sorriso, estava tentando organizar as coisas encima da mesa.
– E...
– Dormi demais, mas ninguém precisa saber. – ela falou baixo em forma de confidência.
– Kate! – Dessa vez Espo estava querendo saber o motivo do atraso.
– Ei, Espo. Obrigada por me ligar, acho que se não fosse por você, estaria até agora na cama.
– Você precisa de férias.
– Tem toda razão, há quantos anos não saio de férias? Nossa, preciso resolver isso.
– Detetive?! Na minha sala... – Gates a chamava da porta e a bateu logo em seguida.
– Ih! – Ryan olhou para Espo balançando a cabeça em forma de negação.

Beckett respirou fundo e foi até a sala da Capitã. Ela estranhou, não tinha visto Castle ainda e isso a incomodou. Checou o telefone antes de entrar na sala e não tinha nenhuma mensagem nem ligação.

– Sim, senhora, queria falar comigo?
– Eu a chamei aqui, então... – Gates estava visivelmente irritada.
– Senhora, me desculpe, é... meu atraso, não vai acontecer de novo, eu prometo.
– Eu espero que sim Detetive, sabe que deve cumprir devidamente os horários da delegacia.
– Sim, senhora. – Beckett desviou o olhar.
– Não sei qual foi o motivo de seu atraso, mas tenho certeza de que não vai acontecer de novo. Precisamos cortar verbas e espero que não seja o seu salário. Comportamentos como esse não serão tolerados mais uma vez, entendido?
Beckett silenciou e afirmou que sim.
– Detetive, você é brilhante, não deixe alguns fatores ou pessoas atrapalharem isso, o seu trabalho incrível.
– Do que exatamente a senhora está falando? – Beckett estava confusa com toda essa conversa.
– O meu recado está dado, a senhora já pode ir.
– Ok, e mais uma vez, desculpe, não vai se repetir.
Gates afirmou que sim e Kate saiu da sala dela.

– Como foi? – Ryan estava curioso.
– Ela me colocou na parede, só faltou dizer com todas as letras “se atrasa de novo e eu te demito.”
Esposito e Ryan riram do jeito que Beckett falou, mas ela logo se desligou dos dois que estavam do seu lado, ela estava preocupada em quem estava a sua volta, ou melhor, quem não estava.
– Ele veio, mas saiu.
– O que? – Kate voltou a olhar para Esposito.
– Castle, ele veio aqui mais cedo, mas disse que precisa sair, mas que logo voltaria.
Beckett sentiu suas bochechas queimarem, estava tão na cara que ela procurava por ele?
– Mas eu não falei absolutamente nada! - E ela tentou se defender.
– Mas pensou, estava procurando por ele, não precisa disfarçar.
– Ah, por favor, você dois. – ela apontou para Ryan e Esposito. – Sei o que estão tentando fazer. – ela serrou os olhos e foi em direção ao laboratório.

– Atrapalho? – ela falou da porta, percebeu que Lanie estudava alguma coisa.
– Girl, claro que não, entre! – Lanie tirou as luvas e se concentrou na amiga.
– Bom dia. – Beckett esboçou o maior sorriso do mundo, o sorriso a entregou.

– Nossa, o que aconteceu?
– Como assim?
– Você está muito bem!
– Jura? Achei até que estou com um pouco de olheiras...
– Sabe que não é disso que estou falando.
– Então, é o que?
– Todo esse sorriso, essa animação e principalmente esse brilho no olhar. – Lanie já desconfiava.
– Ué, só acordei de bem com a vida. – ela se sentou em uma cadeira que havia ao lado da porta.
– Kate, você acha mesmo que vai me enganar? Me conte o que aconteceu.
– Atrapalho? – Ele fizera a mesma pergunta que Beckett.
Kate ouviu a voz dele e seus olhos brilharam mais ainda, ela ficou um pouco tensa com a presença dele, os dois trocaram olhares, foi uma troca de olhares bem íntima, o que causou certa tensão ao perceberem o clima que tinha se formado. Tensão essa que não passou despercebida por Lanie.
– Na verdade sim, mas, entre. – Lanie olhou para Kate, ela não dizia uma única palavra, apenas sorria.
– Bom dia pra você também Lanie, ele entrou.
– Ei, Castle. – ela estava corada e não conseguiu disfarçar, Lanie apenas observava os dois.
– Ei, detetive. – ele falou com um certo carinho, não se importou muito em mudar o tom de voz.
Ela sorria para ele, estava radiante e parecia ainda mais feliz depois de sua chegada.
– Mas em... – Lanie tossiu, chamou atenção dos dois.
Eles voltaram a fita-la.
– O que está acontecendo com você vocês? Castle está com a mesma cara de bobo... OH, MEU DEUS!
– O que foi Lanie? – Kate se assustou com o grito da amiga.
– VOCÊS DOIS, SEUS PERVERTIDOS!
Beckett e Castle se entreolharam, seguraram o riso.
– O que você está falando? – Castle fez de bobo.
– QUANDO IRIAM ME CONTAR? OU MELHOR, IRIAM ME CONTAR? – Lanie estava bem alterada.
– Te contar o que, mulher? – Castle estava a provocando.
– Que vocês dois foram pra cama! – ela se levantou de onde estava.
Os dois arregalaram os olhos e não conseguiram mais seguram o riso.
– Parem de rir, não tem nada engraçado, Kate, você não iria me contar? Sua melhor amiga! – Lanie fazia drama e Beckett revirou os olhos, levantou-se e foi para o lado de Castle, os dois ficavam lindos assim, como um casal, parceiros, um do lado do outro, sempre.
– Lanie, por favor. – Kate estava completamente envergonhada, suas bochechas estavam muito vermelhas e ela pode sentir seu rosto inteiro queimar, era notável que Castle também estava um pouco envergonhado.
– Não adianta ficar vermelha, Kate!
– Lanie, por favor, podemos falar sobre isso depois?
– DEPOIS? – ela voltou a aumentar o tom de voz.
– Lanie, daqui a pouco a delegacia inteira vai saber que eu dormir com ele! – Ela repreendeu a amiga e apontou para Castle , que estava meio perdido entre as duas.
– Vocês podem parar, por favor?! – Agora era Castle quem estava com as bochechas rosadas.
– Ok, ok! – Lanie respirou fundo e se rendeu. – Não falamos mais sobre isso... AQUI!
– Passa na minha casa mais tarde. – Kate sugeriu a amiga.
– Mas, e o escritor aí? – ela apontou para Castle.
– Estão agindo como se eu não estivesse aqui. – ele se pronunciou. – Eu vou viajar cedo amanhã, a minha casa é mais perto do aeroporto, então, Kate vai ficar sozinha. – Beckett fez uma carinha triste e deu a mão para Castle, foi algo automático.
– É, Lanie, por que não dorme lá? Uma festinha do pijama para lembrar os tempos de escola. – Ela piscou para Lanie.
– Oh, girl! Ótimo, chego às 22:00hr.
– Ótimo! – Castle e Beckett já iam saindo quando ela se lembrou
– Ah, Lanie, por favor... Não conte nada a ninguém.
– Preferimos manter tudo em segredo por enquanto... – Castle completou.
– Mas é claro e – Ela foi abraçar a amiga. – Estou muito feliz por você, por vocês. – Castle sorriu
– Obrigada! – Kate agradeceu
Castle e Beckett saíram, perceberam que estava de mãos dadas e logo se afastaram um pouco.
– Vamos pegar um café, acho que não tem ninguém lá. – Ela não entendeu porque era importante não ter ninguém lá.
Castle não estava com uma cara muito boa, entram na sala.
– O que houve, Castle? – ela se sentou em uma cadeira e colocou um dos cotovelos na mesa.
Ele fechou a porta.
– Não sei se me sinto a vontade sabendo que enquanto eu estarei dormindo, vocês estarão falando sobre meu desempenho sexual.
Beckett não se segurou e riu, levantou da cadeira e se aproximou um pouco dele.
– Espo com certeza também estará na roda, não se preocupe. – ela o provocou e ele a olhou sério.
– Sério, Castle? – ela riu e se aproximou da orelha dele. – Eu só tenho coisas boas a dizer. – ela mordeu o lóbulo da orelha dele. – Claro que tem coisas que não vou dizer, também não quero causar inveja, por exemplo, aquela parte em que você... – ela sussurrou no ouvido dele e ele arrepiou. – Lanie ficaria louca se soubesse. – ela mordeu o lábio inferior e se afastou um pouco dele. Ela sorriu e viu causou com o escritor.
– Castle, está tudo bem, ela é minha melhor amiga, só vou dizer o quanto foi mágico, só. Bom, é o que as amigas fazem e eu preciso desabafar com alguém. – os olhos dela brilharam e ele sorriu.
– Kate, deixando as brincadeiras de lado, eu te chamei aqui pra te dar uma coisa. – ele colocou a mão no bolso do casaco e ela observava curiosa.
– Eu cheguei cedo, você não estava, então, eu resolvi sair e comprar isso pra você.

Ele entregou uma caixinha, ela abriu lentamente e viu que era um anel, Castle pode ver as lágrimas nos olhos dela quando ela abriu e encontrou aquele objeto delicado, com um pequeno brilhante encima. O sorriso era o mais radiante possível.
– Castle... – ela tinha dificuldade em dizer – É lindo. – ela secou uma lágrima que insistiu em cair.
– É delicado, mas acho que combina com você. – ele tirou o anel da caixa e pois no dedo dela. – Isso é pra oficializar nosso relacionamento, é pra você saber que é real, de verdade. E quando eu estiver longe, você vai olhar esse anel e vai se lembrar de mim, vai se lembrar do quanto eu te amo e o quanto você é especial. E eu queria poder te beijar agora. – ele passou o polegar sobre os lábios dela.
Beckett não pensou muito, encostou seus lábios nos dele por alguns segundos, mas se afastaram rapidamente.
– Juro que quando você voltar, eu vou te recompensar.
– Não vou esquecer disso.
– Vou fazer o que você quiser. – ela ajeitou a gola dele
– Já estou ansioso pra minha volta.
Eles riram.
– Castle, obrigada, é o presente mais lindo que já recebi. – ela olhou para o anel em sua mão.
– Não me agradeça, você merece muito mais.
Ela sorriu, não só com os lábios, mas também com os olhos.
– Eu te amo! – ela sussurrou.
– Eu também te amo. – ele fitou os lábios dela.
– Castle, é melhor sairmos antes que resolvemos nos despedir aqui mesmo. – ela mordeu o lábio inferior.
– Já imaginei isso algumas vezes...
– Castle! – ela deu um leve tapa no ombro dele. – Vamos.

Então os dois saíram e foram para mesa dela.
– Ah, Ryan, por favor, o numero de Jenny.
– Pra que?
– Assunto de mulher, me passe logo.
Ryan ficou um pouco desconfortável, mas resolveu passar o número da esposa para a detetive.

to be continued...