Demônios escrita por moises


Capítulo 8
Tentação.


Notas iniciais do capítulo

Arco: 1998 - Mistérios.



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Após sair de casa, Daniel e William voltaram para a cidade.

O garoto se manteve sentado numa cadeira, concentrava-se nos seus pensamentos. Lembrou de tudo que passou desde que foi para aquele orfanato com Clara.

- ‘’Senti falta dela, não é?’’ – perguntou a entidade.

- ''Sim'' – Respondeu o outro em mente – Penso no que ela está fazendo agora.

- ‘’Se não voltou para o orfanato, deve estar te procurando’’.

O garoto encostou sua cabeça em uma de suas mãos, fechou os olhos e comentou.

- Espero que... Deus esteja a protegendo.

- ‘’Sei que está’’.

- Vamos nos mexer, não podemos ficar aqui parados, ainda temos coisas a fazer.

A criança, na verdade, andou sem rumo, sabia que Marina estaria por ali, mas não aonde.

Depois de passearem pelos locais da cidade, Daniel já estava quase desistindo, até que fitou uma menina um pouco maior que ele, cabelos curtos, até a orelha, de cor preta, estava vestida da mesma cor que o cabelo, e estava de costas entrando num prédio.

- Será que é? – Pensou o de olhos negros.

- ‘’Não saberemos se não irmos atrás dela’’ – Disse William.

Daniel observou a construção por fora. Era um local com várias janelas, uma ao lado da outra. O prédio parecia ser meio num ângulo de quarenta e cinco graus para frente em suas extremidades, e era todo iluminado.

Chegando perto da portaria. Estava escrito ‘hotel’ em japonês e em inglês.

- Um Hotel? –Indagou – O que ela estaria fazendo num hotel?

- ‘’Isso se for ela’’ – Complementou o outro.

- É – Colocou uma mão na cintura e virou a cabeça para um dos lados, olhou para cima.

- ‘’Se fosse ela, com quem ela estaria acompanhada?’’

Uma pausa foi feita antes de Daniel responder. William já sabia qual seria a resposta, mas preferiu ficar quieto.

- Amanda?

- ‘’Não creio que seja ela’’.

- Quer apostar? – Perguntou com um sorriso no rosto.

- ‘’Não, mas não tenho outra escolha. Aposto que ela está sozinha’’.

- Então. Aposto que a Amanda está lá dentro.

- ‘’Certo. Mas duvido’’.

Com as apostas feitas, Daniel entrou no hotel.

O lugar estava movimentado, os recepcionistas permaneciam ocupados atendendo a multidão, os carregadores também. Era perfeito, ninguém notara a presença do moleque.

Subiu as escadas e foi para o 1º andar. Tinha um corredor extenso com várias portas enfileiradas nas paredes. Por sorte, não tinha ninguém entrando ou saindo dos quartos ou algum funcionário local. Foi para o segundo andar, nesse caso havia uma porta aberta.

Um homem de camisa branca, correu gritando do quarto. Uma mão apareceu e o agarrou pela gola e o puxou de volta para o dormitório. A porta foi fechada e trancada.

O guri se aproximou da porta e escutou um dialogo.

- Mate-a, vamos – Uma voz bem grossa e maliciosa.

- Não – respondeu uma outra amedrontada.

- Vamos, não tenha medo. Você sabe que quer matá-la.

- Não! Não!

- Ela te traiu com outro, ela merece isso.

Um silêncio pairou no ar por uns instantes, e depois, houve um tiro.

- Muito bem, meu amigo – gargalhou a pessoa com a voz maliciosa – Agora, se mate.

O mesmo barulho de antes aconteceu, e depois, alguma coisa caiu.

A porta abriu forçadamente quase batendo na criança. Uma sombra voou para fora, diretamente para o terceiro andar.

- Eu conheço aquela sombra – Disse Daniel olhando seriamente para o lugar onde o vulto se direcionou e foi atrás dele.

Um carregador de malas subiu para andar onde aconteceu o assassinato, viu a porta da cena do crime aberta, curioso, foi para lá. Quando podia ver o que houve no local, urrou, uma mão gelada o pegou pelo pescoço e o puxou para dentro, a porta foi novamente fechada.

No 3º pavimento, havia um moço cm um sobretudo azul-escuro e uma  outra pessoa de mãos acima da cabeça. Estava sendo ameaçado de morte.

- ‘’Aquele vulto está bem atrás do cara da jaqueta’’ – Sussurrou a entidade para o garoto, em mente.

Um som como se fosse de um raio ecoou no local e o corpo do homem ameaçado caiu.

- Droga – resmungou Daniel da boca para fora.

O moço de, sobretudo ouviu o moleque e se virou para ele. O cara tinha cabelos pretos e uma bárbara grande e falava furiosamente.

- Você, garoto, venha aqui – apontou a arma para quem viu a cena.

Ele obedeceu, Estava suando, nervoso e com o coração batendo a mil.

- É o seguinte Garoto, você não viu nada, está certo?

A silhueta negra na qual a entidade e o garoto estavam perseguindo se posicionou atrás do homem e sussurrou no ouvido do mesmo.

- ‘’Troca de personalidade, Daniel’’ – Ordenou William – ‘’Isso é uma batalha espiritual’’.

Obedeceu sem mais nem menos, sabia do que aquilo se tratava, era assunto mais do que a própria vida.

Enquanto o vulto demoníaco falava para matar Daniel, William contra-atacou.

- Porque você não larga a arma e começa uma nova vida?

- O que? – Perguntou o barbudo, confuso.

- Largue a arma, não há necessidade de matar mais alguém sem motivos.

- Quem te disse que eu não tenho motivos, moleque? Eu tenho sim. Está tentando botar moral em mim?

- Não. Só estou pedindo que, mesmo que tenha motivos, são razões vazias e inúteis que não levam a nada a não ser a sua própria desgraça e da família dos outros.

- Cale a boca – Ameaçou de atirar, mas relutou, estava tremendo e com medo.

- Vamos, não há motivos para isso, não fiz nada contra ti, e aposto que aquele homem também não. Mesmo que seja por ciúmes, saiba que você mais acabou com tua vida do que com a da pessoa.

- E o que você sabe sobre mim? Como sabe que foi ciúmes? Você só é um fedelho.

- Eu não sei sobre tua vida, não te conheço, mas posso te ajudar a você ganhar uma nova vida com Deus, se parar de matar.

O vulto saiu um pouco de trás do homem mais retornou a murmurar no ouvido dele.

- Eu não acredito em Deus.

Sendo assim, William fechou os olhos.

- Você ainda tem chance de conseguir uma vida melhor, sem pecado, o seu vazio será cheio, basta acreditar no que eu falo. Vá para Jesus.

- Chega! – Gritou o homem, segurou firme a arma. Iria atirar.

Mas, algo o perfurou pelas costas, isso o fez soltar a arma e cair de joelhos. - ‘’Menos um’’ – Disse Daniel para William enquanto o corpo do assassino se deitou inerte no chão, revelando outra pessoa.

- ‘’Marina’’ – Gritou a entidade de Daniel.

A garota correu  em direção ao corpo da criança, o empurrou contra a parede e fugiu para o quarto andar, seguida da sombra do demônio atrás.

- Droga – murmurou.

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

N/A: tá, tentei fazer uma batalha espiritual (se for +/- isso).