His Girl Monday escrita por LuRocks


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Que zica hein? Ia postar o capítulo assim que cheguei da academia, mas o site ficou off um tempão. Entretanto, como sou um zumbi insone, estou aqui postando a fic na madrugada de sexta.

Eu iria dividir esse capítulo em duas partes, tava achando muito comprido. Por fim, acabei concluindo que seria muita encheção de linguiça, daí dei uma compactada e postei assim mesmo.

É isso aí, boa leitura!



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Lisbon juntava suas coisas com um pouco de pesar nos ombros. O que faria a partir desse momento? Tinha dedicado tanto tempo e esforço de sua vida com a agência e agora deveria ir embora, sem sequer se despedir adequadamente.

Era frustrante, mas não se tratava apenas de estar desempregada. Aquele lugar era o contato mais “familiar” que ela desfrutara em décadas. Do porteiro à mulher da limpeza, passando pelo mal humorado e pouco presente Virgil Minelli, Grace e Wayne. Era neles em quem ela pensava enquanto estava só. Poderia se sentir aborrecida e isolada quando estava em casa nas noites tediosas de domingo, mas sabia que ao amanhecer da segunda, encontraria com todos na agência e seu dia faria mais sentido. Agora aquilo simplesmente não a pertencia mais.

Perdida nesses pensamentos juntava suas coisas, até que ele, o odioso Patrick Jane, a despertou de seus devaneios:

– Lisbon, na minha sala, por favor. – Ordenou.

A última pessoa com quem ela desejava falar neste momento era Jane, mas não poderia negar o chamado. Precisavam acertar os trâmites de sua demissão. – Ok – Ela se veste com sua carapaça de coragem, a fim de esconder a tristeza pelo momento, e se dirige a sala do ex-chefe.

– Estou aqui, do que se trata.

– Irei direto ao assunto, Cho – Ele acenava para o amigo na sala – Poderia nos deixar a sós um segundo?

O asiático acena com a cabeça e se dirige para fora da sala. Lisbon não gostou nada da situação. Algo nela achava tudo àquilo muito estranho, mas se sentou em frente à mesa de Jane, aguardando o que ele tinha a dizer.

– Agente Lisbon, lhe chamei a minha sala porque preciso te fazer uma proposta.

– Olha Jane, me desculpe, mas pra mim já não dá mais. Não consigo concordar com a maneira que você lida com as investigações, isso não vai dar certo.

– Não estou falando sobre a agência. – Ele a interrompe, a deixando confusa – Vou lhe propor em casamento. – Concluiu, com uma serenidade que chegava a assustar.

– O que você disse? – Ela se levanta de supetão, encosta a porta direcionando seu olhar confuso para Jane.

– Estou te pedindo para casar comigo.

– Eu escutei.

– Então porque perguntou?

– Foi uma pergunta retórica! – Disse enfática – Você não pode estar falando sério.

– Ué, por que não? Você precisa que eu me ajoelhe para que pareça sério?

– POR QUE NÃO? POR QUE NÃO? – Era apenas o que ela repetia, como se não conseguisse enumerar as tantas razões óbvias, para não terem sequer aquela conversa.

– Calma mulher, sente-se – Apontou para a cadeira, fazendo com que ela se sentasse a sua frente – Não é exatamente um casamento. Vou lhe explicar melhor.

Jane contou sobre o visto negado e que precisava se casar com uma americana. Explicou também que o casamento forjado deveria ser perfeito e convincente, caso contrário eles poderiam acabar na prisão. Por fim, disse-lhe que acabou por escolhê-la como sua “futura esposa”, por possuírem uma idade próxima e terem se conhecido no ambiente de trabalho – Todos fatores que davam veracidade ao casamento fictício.

– Certo, então se não nos casarmos, você será deportado...

– Isso.

– E se casarmos, eu posso acabar presa.

– Exatamente.

– Há! Au revoir. – Lisbon sorriu de maneira sádica – Essa é sua maneira de tentar me convencer a te ajudar? Não é muito persuasivo.

– Você obviamente terá uma compensação financeira.

– Entenda uma coisa Jane – Ela se apoiou na mesa, aproximando desafiadoramente – Nenhum dinheiro no mundo pagaria minha felicidade de te ver do outro lado do planeta. – Completou, sorrindo triunfante.

– Você parece irredutível, mas sei que vai ceder por duas razões. Primeira: Não é verdade, você não quer me ver do outro lado do mundo. – Ele disse sorrindo e por um momento, pensou tê-la visto corar – Segunda, mas não menos importante: onde seus amigos trabalhariam se por acaso, a agência fechasse?

– Mas você não precisaria fechar a agência por causa disso. Minelli sequer mora em Sacramento e a administrava.

– E a julgar pelo caixa, isso funcionava muito bem – Disse o loiro com sarcasmo – Mas ainda que desse certo, não tenho interesse em mantê-la se eu não puder trabalhar aqui. Entenda Lisbon, sou uma pessoa entediada, preciso de ocupação. Conheço pessoas que colecionam relíquias de celebridades, algumas praticam esportes, eu gosto de investigar. Esta é a única razão de ter comprado essa agência, e seria o único motivo para mantê-la.

– Isto é algum tipo de chantagem? – Pergunta exaltada.

– Não. Estou sendo honesto contigo. Preciso me casar para ficar no país, você precisa que eu fique para manter o emprego de seus amigos. Não é pessoal, são apenas negócios. A conta é simples, e no fim, você ainda levará uma quantia razoável em dinheiro.

– Eu não tenho preço.

– Não é disso que se trata. Não estou interessado em adquirir “você”, quero apenas um contrato assinado e o Green Card no final do ano. Olha – Ele continuou – Sequer precisamos ser amigos.

Lisbon ponderou. Talvez ela devesse aceitar, afinal, era o trabalho de seus amigos que estava em jogo. Além do mais, agora que estava desempregada, uma compensação financeira viria a calhar. Calcada nisso, tomou sua decisão.

– Tudo bem, eu aceito... – Jane sorriu aliviado, porém incrédulo.

– Mas...?

– Tenho condições.

– Condições? Você irá receber por isso! – Ele retruca indignado.

– O senhor não está em posição de exigir nada – ela fez questão de lembrá-lo – Além do mais, são condições simples, nada financeiro. Prometo.

– Certo... – Ele concorda, ainda que a contragosto - E quais seriam?

– Primeiro: Você vai trocar aquele carro ridículo. Pelo amor, você tem o que? 17 anos? – Jane apenas consentiu, abalado demais para argumentar. - Segundo: Iremos morar em casas separadas e terceiro... – ela hesitou.

– Terceiro?

– Você não poderá sair com ninguém nesse período. – Completou, ainda que tímida.

– Hm... Ciumenta e possessiva. Já desconfiava. – Ele provoca.

– O que? Não tem nada disso! – Respondeu irritada, com as bochechas coradas - Só não quero aparecer nos tabloides como uma esposa burra, que é conivente às “escapadas” do marido. Você está comprando um Green Card, não a minha dignidade!

– Justo. – Ele respondeu sorrindo. – Então estamos acordados, Sra. Jane?
Abriu a porta para que ela passasse, e com este ato de cavalheirismo, se dirigiram ao cartório mais próximo para selar a união.

Ela já havia se imaginado casada, lógico. Mas definitivamente não eram naquelas condições. Estava se sentindo aborrecida e constrangida, mas não reclamava, afinal, tornar-se esposa de Patrick Jane era a única forma de salvar o emprego de seus amigos. Tentava se agarrar na possibilidade de um ano passar rápido, e por fim, alguém como ela, que esperava a tanto pela felicidade poderia aguardar um pouco mais.
Ela não gostava de Jane, não gostava da ideia de casar por dinheiro, não gostava de ser obrigada a fazê-lo. Eram muitas questões borbulhando, sabia que não conseguiria dormir, portanto foi buscar abrigo onde se sentia mais confortável.

– Você acaba de se casar e vêm para um stand de tiros? – Pergunta Jane sarcasticamente, enquanto ela aproveita para recarregar as balas.

Lisbon não fazia ideia de como ele a encontrou ali. Apenas tenta ignorá-lo, mas Jane continua:

– Sabe... Eu deveria me preocupar com isso? Você não atira mal. – Ele provoca.

– Escuta aqui Jane, eu estou vendo o que está tentando fazer, e te digo que não deveria. Lembre-se que não precisamos ser amigos, só temos que honrar um contrato. Não é disso que tudo se trata? Sempre um contrato?

– Desculpe, só pensei que talvez quisesse conversar.

– Não, eu não quero. Eu não gosto de você, e não estou exatamente orgulhosa com o que acabei de fazer.

Jane poderia dizer que ela não estava sendo 100% sincera naquela afirmação. Não que morresse de amores por ele, longe disso. Ele sabia que ela estava aborrecida, mas achava que toda aquela raiva era momentânea, e que em algum momento teria que passar.

– Olha... Sei que você ainda esta chateada com o que aconteceu na casa do Sr. Parker – Lisbon apenas revirou os olhos.

Ele caminhou até o lado dela, colocou as mãos em cima da arma, e a abaixou, forçando para que ela o olhasse.

– Assim está melhor, não me sentia confortável em ter esse tipo de conversa com uma mulher armada. – Ele sorriu, na intenção de quebrar o gelo, mas falhou miseravelmente – Lisbon... Somos pessoas diferentes, é verdade. Tudo que faço, é em busca de um fim. Às vezes, os meios não serão tão nobres quanto você espera, mas quando terminar, terá valido a pena. Eu prometo.
Quanto ao casamento... – Ele a olhava de maneira terna – Eu também não queria isso pra mim, mas entenda que foi a alternativa que me apareceu.

Ela parecia um pouco mais calma, então ele continuou – Acontece que agora está feito, e temos duas maneiras de encarar essa situação: Ou esquecemos o nosso começo ruim e tentamos nos dar bem; ou você atira em mim agora mesmo, fica viúva e rica, mas condenada por assassinato.

Lisbon parou um pouco, sorriu no canto da boca fazendo com que Jane se arrependesse amargamente de listar a segunda opção.

– Certo Jane, embora atirar em você tenha soado tentador, não pretendo gastar o resto de juventude que tenho, na cadeia.

– Muito sábia decisão. Por um instante imaginei que tivesse considerado a segunda alternativa.

Este comentário fez Lisbon sorrir e ele sorriu com ela. Não pôde deixar de notar, o quanto ela ficava bonita assim. Vasculhou sua mente, e percebeu que este fora o primeiro sorriso sincero que pode observar desde que se conheceram.

– Agora que você não me odeia tanto quanto a quinze minutos atrás, aceitaria sair comigo para, sei lá... Comer alguma coisa?

– Tá me convidando para um encontro? – Ela perguntou incrédula.

– Não. – Lisbon arqueou as sobrancelhas sem entender exatamente – Já estamos casados, um encontro agora não faria muito sentido. – Jane explicou sorrindo, mas ela não retribuiu o gesto – Ah Lisbon, vamos lá, estou me esforçando para me desculpar...

– Não sei não Jane...

– Ok, já que está irredutível, façamos um trato: Você me mostra como atirar, e se eu acertar no centro do alvo a frente, você aceita sair comigo.

Ela pensou que seria uma ótima maneira de despachá-lo, afinal, ninguém conseguiria acertar sequer perto do alvo sem prática, quanto mais ao centro.

–Tudo bem, desafio aceito. Chegue mais perto. – ela se postou atrás dele, tão próxima, que Jane podia sentir o cheiro de sua colônia. Pegou suas mãos e direcionou onde elas deveriam estar posicionadas enquanto atirava. Ele segurava a arma desengonçadamente, o que fez com que Lisbon se divertisse com a situação.

– Agora você vai apontar para onde vai atirar, mirar bem e puxar o gatilho – Dizia próxima ao ouvido do milionário, fazendo com que ele quase perdesse a concentração.

Ela se afastou para que Jane tivesse liberdade para executar o tiro, e ao fazê-lo, ele empunhou a arma como se já o fizera milhares de vezes, mirou ao alvo e acertou cinco tiros precisamente no centro, um atrás do outro.

– Primeiro lugar de caça em Auckland. Desculpe... Te pego as oito? - Perguntou com a arrogância habitual. Ela permanecia sem reação. -Vista algo sexy, por favor... A imprensa deve fotografar, e as garotas que eles estão habituados a me ver acompanhado, costumam fazê-lo.

– Sabe que eu ainda estou armada, certo? – Foi apenas o que ela conseguiu responder, mas ele não pareceu se importar, saindo do stand com aquele sorriso vitorioso.


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Notas finais do capítulo

Mas que isso Jane! Onde foi parar seu romantismo? Humpf.

É isso ai gente, por enquanto é só. Espero que tenham gostado!
Deixem seus reviews pra eu saber a opinião de vocês. ;)



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