His Girl Monday escrita por LuRocks
Notas iniciais do capítulo
Falei que atualizava até o final de semana - Há!
Ficou grande esse capítulo, mas tem muito diálogo então acho que não vai cansar.
Boa leitura. :)
Entraram no bar e sentaram-se em uma mesa para quatro pessoas próxima à janela. Van Pelt e Rigsby se juntaram a eles logo em seguida, trazendo informações acerca do caso.
Wayne olhava fixamente para a sua chefe sentada ao lado de Jane, que apoiava seu braço esquerdo sobre o ombro da morena.
– O que foi, Wayne? – Lisbon não se conteve e perguntou.
– Uhn, nada. – Rigsby respondeu timidamente.
– Você está encarando. – Van Pelt alertou.
– Desculpe, bem... É que só acho estranho a chefe e Jane... Assim, juntos. – Ele respondeu acanhado – Sabe, ela não costumava sair muito. – completou.
– Tô chocada que o que chama a sua atenção é eu estar acompanhada. – Disse Lisbon.
– Não! Não é isso... – Ele corou – Não foi bem o que quis dizer.
– Não se preocupe, Wayne. Eu entendi. É realmente estranho, se for considerar nosso comportamento hostil no trabalho – Jane tentou consertar.
– Pois eu não acho esquisito não. – Interrompeu Van Pelt – Dizem que o ódio e o amor andam juntos. – Ela provoca.
– Ódio não vira amor. – Lisbon responde debochada. – Isso é bobagem inventada pelo cinema.
– Não me leve a mal, chefe. Mas já vi pessoas que não se entendiam, se apaixonarem. Não é tão incomum. – Grace argumenta.
– Na realidade não é só incomum, como quase impossível. – Lisbon revira os olhos, cética, e continua – Quando temos esse tipo de situação, ou existe amor, ou existe o ódio. No máximo são camuflados com mentiras sociais.
– Interessante ponto de vista – Interrompe Jane – Só uma coisa me intriga nessa história: Sua mentira, no caso... Seria quando diz que me odeia, ou quando finge que me ama?
– Que tipo de pergunta é essa? – Disse Lisbon indignada, após se engasgar com o que estava tomando.
– Você está corando – Rigsby observou.
– Está mesmo. – Concordou Van Pelt.
– E então... - Lisbon fez uma pausa dramática - o que vocês descobriram com os funcionários? – Perguntou, mudando o assunto abruptamente, fazendo Jane sorrir.
– Bem, falamos com o Marc Jr. Ele negou ter qualquer envolvimento com o desaparecimento da garota. Disse, inclusive, que ela se demitiu alguns dias antes de sumir. – Falou Grace.
– Interessante... – Jane ponderou – Ela alegou um motivo?
– Pessoal. Marc falou que ela estava tendo alguns problemas com o namorado. Ele até tentou se dar bem quando descobriu, mas acabou levando um fora.
– Engraçado... Ellie não mencionou nenhum namorado. Marc pode estar mentindo. Que tipo de problemas? Ele comentou? – Perguntou Lisbon.
– Não. – Respondeu Van Pelt.
– Posso dar minha opinião? – Perguntou Rigsby, recebendo um aceno para que continuasse. – Bem... Talvez Ellie não tenha falado nada, porque não sabia do namoro. Penso que Katie poderia estar escondendo e Marc conseguiu perceber porque estava apaixonado por ela. – Rigsby olhou para baixo, e em seguida desviou o olhar para Van Pelt e continuou. – Sabe, quando estamos apaixonados, costumamos prestar atenção em quem a gente gosta. Às vezes acontece da outra pessoa não estar interessada, mas não faz mal. A gente tenta estar com a pessoa de outras formas, seja prestando atenção num corte de cabelo, fazendo um favor ou observando o seu comportamento. Marc sabia quando Kate estava feliz, quando havia discutido com pai, ou quando algo estava errado. É por isso que ele também sabia do namorado, e é exatamente por isso que ele não está envolvido no desaparecimento. Ela a amava. – O segurança concluiu, com um pequeno suspiro.
Por um instante o silêncio tomou conta da mesa, Van Pelt olhava para Rigsby como se tudo aquilo que ele acabara de dizer, tivesse sido direcionado a ela. E sentiu-se envergonhada, pois, de certa forma era verdade, e Grace sabia disso o tempo todo. Por outro lado, ficou feliz em ouvir aquela pequena confissão vinda do segurança. Ele a olhava de uma maneira tão doce enquanto falava a respeito do amor covarde de Mark, que fez seu coração esquentar. E então, Grace desejou poder abraçá-lo e dizer que ele não precisava a observar de longe, que ele poderia chamá-la para sair, porque ela diria sim... Van Pelt pôde perceber que estava realmente apaixonada por Wayne Rigsby, mas não fazia ideia de como lidar com aquele sentimento recém-descoberto.
– Boa teoria Rigsby – Jane elogiou, cortando o silêncio constrangedor.
– Então Kate tinha um namorado. – Van pelt completou, desviando o olhar de Rigsby pela primeira vez.
– Faz sentido... – Concordou Lisbon – A amiga dela confirmou que viu Marc as observando. A princípio achei que fosse de forma desrespeitosa, mas não. Ele gostava de Kate. Parabéns Wayne.
– Obrigado. – O segurança agradeceu timidamente. Tomando mais um gole de sua cerveja.
E todos concordaram, mas logo mudaram de assunto e começaram a conversar sobre coisas triviais. Pediram mais cerveja e se divertiram com as histórias de Jane e, quando se deram conta, já passava das onze. Marcus Pike deixara o balcão a um bom tempo, mas isso não fazia com que Jane se afastasse de Lisbon, ou vice e versa. Era por volta de meia noite e já estavam todos levemente embriagados, quando Van Pelt resolveu ir para a casa. Tinha que levantar cedo para investigarem a respeito do namorado de Kate Parker. Ela chamou Lisbon e Rigsby, pois ambos estavam de carona com a ruiva, mas Jane se ofereceu para levar Lisbon em casa. Grace sorriu maliciosa e piscou para Jane, chamando Rigsby para ir embora com ela. O segurança seguiu rapidamente para a porta do bar, sem esconder sua felicidade.
– Não pense que eu não estou vendo você fazer isso. – Disse Lisbon.
– O quê? – Jane perguntou, fingindo surpresa – Não seja desmancha prazeres, Lisbon. É só um empurrãozinho. – ele sorriu.
– Sei...
– Bem, vamos embora? – Disse Jane, pegando o casaco de Lisbon encostado na cadeira do bar.
Lisbon se levantou, vestiu seu casaco e seguiu para o carro de Jane, que estava estacionado na esquina do bar.
– Sabe, você não deveria incentivar esse tipo de coisa. – Ela disse.
– Por que não?
– Se por acaso der algo errado, pode complicar o nosso trabalho. – Repreendeu Lisbon, entrando no carro.
– Você leva as coisas a sério demais – Foi a resposta - e, além disso, eu precisava que Van Pelt e Rigsby voltassem juntos, porque tenho que conversar algo particular com você.
Então Lisbon levantou a sobrancelha com um ar de surpresa e curiosidade. Jane percebeu que isso poderia não ter soado exatamente como ele desejou, e por isso emendou em seguida:
– Bem, Cho veio me alertar sobre o agente esta tarde. A princípio achei que poderia ser exagero da parte dele, mas quando vi Marcus no balcão, tive certeza de que ele falava a verdade.
– Certo... – Lisbon acenou para que ele continuasse.
– Acontece que agora a fiscalização vai ser mais severa. Não temos como fingir que estamos casados se você continuar morando em seu apartamento.
– Tá me dizendo que eu vou precisar morar com você? – Lisbon perguntou, já exaltada.
– Exatamente. - Ele confirmou, já temeroso a respeito da sua reação.
– Mas não mesmo! Tínhamos um trato. Você me deu a sua palavra. - Disse Lisbon de forma explosiva.
– Eu sei. Me desculpe, ok? – Jane tentou justificar – Eu não iria lhe propor esse tipo de coisa se houvesse outra solução.
– Não importa! Foi uma das condições para eu aceitar o casamento, você não pode descumprir isso. – Ela concluiu indignada.
– Você está sendo infantil. – Ele a repreendeu – É por uma razão maior. Além do mais, só quero que você more na mesma casa que eu. Não é como se eu estivesse te pedindo para dormir comigo. Como é possível que isso possa te aborrecer tanto assim?
– Sim, aborrece. Eu preciso de espaço, Jane. Espaço!
– Mas meu Deus, a casa é enorme! De quanto espaço mais você precisa?
– Do suficiente para não precisar ficar esbarrando com você pelos corredores.
– Certo... Você está querendo dizer que minha companhia é tão ruim assim?
– Jane, isso é golpe baixo.
– Não, não é. Acho engraçado o tanto que eu te irrito. Quer saber, deixa isso pra lá. Vou arrumar outra maneira. – ele completou, aparentemente aborrecido.
– Sério?
– Sério... você não vai sair do seu apartamento.
– Não vou? – Insistiu, desconfiada.
– Não, não vai. Você não precisa sair de lá. Lá é a sua casa, o seu lar. Lá é onde você se esconde quando o mundo parece meio louco. Louco como se tudo perdesse sua forma, como essas gotas que escorrem pelo para-brisa, como num sonho. – Jane começou a falar de forma suave e concentrada. Era um ritmo reconfortante e as pálpebras de Lisbon começaram a pesar – Isso, um sonho, você pode fechar os seus olhos para ver, não precisa sair de casa, só precisa fechar os olhos...
E ela conseguia ouvir a voz de Jane ao fundo, como um sussurrado, até que desapareceu completamente e Lisbon adormeceu no banco do carona. Jane, por sua vez, soltou um suspiro aliviado. Em seguida ele dirigiu até a sua casa e a retirou cuidadosamente do carro. Ao entrar pelo hall principal, carregando Lisbon no colo, se encontrou com Dora, sua governanta.
– Dora, prepare o quarto de hóspedes, por favor. – Ele pediu.
– Pobre moça... Bebeu demais?
– Não. Só está dormindo.
– Ela parece desmaiada pra mim. – A governanta insistiu.
Jane olhou Dora com reprovação e colocou Lisbon no sofá da sala.
– Mas ela passa bem? – Dora perguntou curiosamente – Você nunca trás mulheres aqui, deve ter acontecido algo grave.
– Aconteceu. Algo gravíssimo...
– Não seria melhor chamar um médico?
Jane esfregou os olhos e serviu um copo de uísque para, logo em seguida, se sentar na poltrona lateral. Ficou calado por um instante, apenas observando a cena com atenção.
– Não é caso médico... O problema é muito maior – Ele suspirou - Essa moça, Dora, é minha nova esposa.
– Como assim seu “Janes”? – perguntou a governanta, assustada.
– É uma história longa... Mas o ponto é que ela não queria vir aqui pra casa, então acabei hipnotizando a pobre coitada.
– Ave Maria mãe de Jesus! O senhor enlouqueceu é?
– Eu não sabia o que fazer... Foi uma medida desesperada.
– Mas e agora? Que cê vai fazer quando essa moça acordar? Ela vai querer ir embora... Vai amarrar a pobrezinha no pé da cadeira é?
– Não faço a menor ideia. – E então se atirou no encosto da poltrona, como se a reposta para o problema pudesse ser lida no teto da sala.
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Pronto. Como prometido. Agora deixa um review ae, porfa. ;)