His Girl Monday escrita por LuRocks
Notas iniciais do capítulo
Estou sem computador - Sim, a fonte queimou, coisa trágica.
Fiquei só com a máquina do escritório, portanto, por motivos óbvios estou escrevendo pouco esses dias. Mas para não deixar um tempão sem atualizações, terminei esse capítulo nos intervalos do trabalho - pode isso Arnaldo?
Espero que gostem.
Jane e Lisbon continuavam sentados do outro lado da rua, observando a adolescente que acabava de sair. Ela se aproximou da carrocinha, mas não parecia interessada em comprar um lanche. Olhava frequentemente para os lados, demonstrando estar procurando algo ou alguém.
– Nossa Deixa – Falou Jane.
Atravessaram com naturalidade e se apresentaram para a garota. A recepção foi tranquila, especialmente porque foi Jane quem introduziu o assunto. A jovem, que dizia se chamar Ellie, parecia encantada com o seu charme e muito disposta em responder qualquer pergunta que ele fizesse.
– Então você tem dezesseis anos? – Jane perguntou.
– Dezessete. Quase dezoito, na verdade. – A menina corrigiu, dando ênfase à maioridade.
– Então Ellie – Lisbon começou, mesmo percebendo a pouca empolgação da garota em lhe dar atenção – Reconhece essa garota da foto?
– É Kate.
– De onde vocês se conhecem?
– Trabalhamos juntas no Marc’s.
– O pai de Kate não mencionou nenhum emprego. – Disse Lisbon.
– Mas é claro – A garota torceu o nariz em indiferença – Ele está sempre bêbado. É um fracassado!
Lisbon chegou a se incomodar com a maneira que a garota se referia ao Sr. Parker. Era inevitável não relacionar este caso a experiências dolorosas do passado. Por um momento, amaldiçoou Jane e sua ideia estúpida de colocá-la no caso.
– Sabe como Kate se sentia a respeito do pai? – Perguntou Lisbon.
– Eu não sei. Ela nunca me falou sobre isso.
– Meh! Está mentindo – Acusou Jane, arrancando um olhar surpreso da adolescente.
– Por que mentiria? – Ellie perguntou levemente exaltada.
– Por que sabe que Kate sumiu, mas acha que ela estava fugindo do pai abusivo. Está protegendo sua amiga. – Ele provocou – Foi exatamente por isso que veio na carrocinha de cachorro quente. Pensou que ela te enviou a mensagem, não é mesmo?
A garota apenas passou a mão no bolso que estava o celular, confirmando as suspeitas de Jane.
–Você quem enviou? – Perguntou confusa e o loiro apenas sorriu pretensiosamente.
– Escute Ellie – Lisbon começou suavemente – Temos razões para acreditar que Kate possa estar em perigo. Precisamos que você nos diga tudo que sabe a respeito, a começar do por que acredita na sua fuga.
– Bem... – A garota agora assumia uma postura séria – Conheci Kate no trabalho e logo nos tornamos amigas. Ela era muito fechada, não costumava falar dessas coisas. Um dia fomos beber escondidas atrás da loja do Marc, e Kate acabou me contando a respeito dos problemas que tinha em casa. Eu fiquei com pena, mas não disse nada. Achei que pioraria a situação, ela parecia se sentir impotente, sabe?
Lisbon sabia como ninguém o que era se sentir daquela maneira, mas apenas acenou para que a adolescente continuasse.
– Então lembro que estávamos um pouco altas, e ela me falou que às vezes, tinha vontade de deixar tudo pra trás.
– Mas todo mundo em uma situação de pressão fala esse tipo de coisa. – Argumentou Lisbon.
– Eu sei, mas não era só isso que me chamava à atenção. O pai dela não sabia do trabalho, e Kate deixou escapar que não havia gastado nenhum centavo do dinheiro que recebeu no Marc’s. Nem mesmo a gorjeta.
– Bem, isso é estranho. – Disse Lisbon, enquanto Jane não esboçava nenhuma reação. – Sabe se Kate tinha algum desafeto?
– Talvez um cara no nosso trabalho – Ellie buscou na memória – Uma vez nós o flagramos nos espiando nos vestiários... Kate discutiu com ele, estava furiosa.
– Vocês o denunciaram?
– Não podíamos... Era o filho do dono. Marc Albert Jr.
– Acha que ele poderia ferir Kate?
– Não sei, mas era obcecado por ela. – Concluiu a garota – Bem, eu preciso voltar... Tenho aula de literatura agora no último horário.
– Por falar em literatura – Chamou Jane, retirando o livro de poesias do bolso do paletó – Reconhece essa caligrafia?
Ellie acenou em negativo. Jane agradeceu a ajuda, arrancando um sorriso tímido da adolescente. A garota concordou entrar em contato caso se lembrasse de mais alguma coisa que pudesse auxiliar na investigação.
– O que acha? Vamos atrás desse Marc? –Perguntou Lisbon, enquanto observava a garota entrar no prédio da escola.
– Acho que seria prudente, mas eu não posso, tenho que resolver algumas coisas. – Disse Jane, fazendo Lisbon arquear as sobrancelhas de curiosidade – Veja o que Grace conseguiu na diretoria, e a leve com você. – Ele completou, exercendo sua autoridade.
– Como quiser... Chefe. – Lisbon sorriu.
– Sarcasmo é a arma dos infelizes. – Retrucou Jane.
–Infeliz? Não poderia ser diferente. – Ela sorriu em provocação – Estou casada com você. –Completou, saindo vitoriosa.
Jane apenas balançou a cabeça negativamente e tocou para o escritório de Cho. No meio do caminho, pensava a respeito da conversa que tivera com Lisbon, e concluiu que talvez fosse a hora de se abrir um pouco com ela. Não precisaria entrar em detalhes, mas havia algumas coisas pendentes que, cedo ou tarde, ela deveria saber.
– Não há nada de mal nisso – ele pensou – Lisbon é confiável e além do mais, se vamos passar tanto tempo juntos, uma pequena aproximação é inevitável. – Argumentou em voz alta, como se quisesse convencer a si mesmo de alguma coisa.
O prédio comercial onde Cho possuía seu escritório estava próximo, o que obrigava Jane a adiar essa discussão com seu próprio subconsciente, para depois.
Desceu do carro e seguiu para o elevador, apertou o botão correspondente ao andar e se surpreendeu ao encontrar o amigo asiático aflito, de pé em frente à porta de seu próprio escritório.
– Finalmente. – Disse Cho com a inexpressividade habitual.
– Não poderia me esperar na sua sala?
– Eu disse que era urgente.
– Faço ideia. – Jane zombou, mas Cho ignorou, abrindo a porta para que ele pudesse entrar em seguida.
– Serei breve.
– Você sempre é.
– Não me interrompa. – Falou o asiático, que se sentava atrás da mesa de reunião.
Jane se desculpou e acenou para que ele prosseguisse.
– Tenho contatos na imigração. Um amigo me ligou disse que colocaram um agente atrás de você.
– Você já havia dito isso por telefone. – Respondeu o loiro com desdém.
– Não Jane, você não está me entendendo. Quando digo “atrás de você”, quero dizer literalmente. Tem um agente da imigração te seguindo.
– Está falando sério? – Ele perguntou, recebendo como resposta a face inexpressiva de Cho. – Mas eu só estou casado há trinta horas! – Argumentou em indignação.
– Fizeram uma denúncia.
– Barlow, óbvio.
– Te falei para não se meter com ele.
– Mas por um lado isso é bom, significa que estou no caminho certo.
– Pode até ser, mas agora seu casamento com Lisbon precisa ser mais... convincente.
– Convincente o quanto? – Jane perguntou, temendo a resposta que viria a seguir.
– Poderia começar levando ela para morar contigo. – Bingo!
– Isso não vai ser possível... Eu dei minha palavra a ela. – Ele argumentou, arrancando um sorriso sarcástico de Cho.
– Não vale muita coisa.
– É bem verdade. – Concordou – Mas eu não posso fazer isso.
– Por que não.
– Lisbon vai me matar!
– Está com medo de uma mulher de um metro e meio?
– Você já viu ela atirando?
– Não interessa.
– Deve haver outro jeito.
– Fica a seu critério. Já dei o meu recado. – Concluiu o asiático.
Jane agradeceu o amigo e se levantou, seguindo em direção à porta de saída. Lisbon estava, muito provavelmente, se dirigindo ao Marc’s para interrogar os funcionários. Ele resolveu encontrá-la no estabelecimento e tocou o carro em sua direção. O caminho até a lanchonete era razoável, mas definitivamente, não tão longo quanto Jane desejava que fosse.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Pronto, taí. Não deixem de postar o que acharam do capítulo, porfa.
Até a próxima - sem data definida, mas não tão distante... Prometo.
;)