His Girl Monday escrita por LuRocks


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Estou sem computador - Sim, a fonte queimou, coisa trágica.
Fiquei só com a máquina do escritório, portanto, por motivos óbvios estou escrevendo pouco esses dias. Mas para não deixar um tempão sem atualizações, terminei esse capítulo nos intervalos do trabalho - pode isso Arnaldo?

Espero que gostem.



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Jane e Lisbon continuavam sentados do outro lado da rua, observando a adolescente que acabava de sair. Ela se aproximou da carrocinha, mas não parecia interessada em comprar um lanche. Olhava frequentemente para os lados, demonstrando estar procurando algo ou alguém.

– Nossa Deixa – Falou Jane.

Atravessaram com naturalidade e se apresentaram para a garota. A recepção foi tranquila, especialmente porque foi Jane quem introduziu o assunto. A jovem, que dizia se chamar Ellie, parecia encantada com o seu charme e muito disposta em responder qualquer pergunta que ele fizesse.

– Então você tem dezesseis anos? – Jane perguntou.

– Dezessete. Quase dezoito, na verdade. – A menina corrigiu, dando ênfase à maioridade.

– Então Ellie – Lisbon começou, mesmo percebendo a pouca empolgação da garota em lhe dar atenção – Reconhece essa garota da foto?

– É Kate.

– De onde vocês se conhecem?

– Trabalhamos juntas no Marc’s.

– O pai de Kate não mencionou nenhum emprego. – Disse Lisbon.

– Mas é claro – A garota torceu o nariz em indiferença – Ele está sempre bêbado. É um fracassado!

Lisbon chegou a se incomodar com a maneira que a garota se referia ao Sr. Parker. Era inevitável não relacionar este caso a experiências dolorosas do passado. Por um momento, amaldiçoou Jane e sua ideia estúpida de colocá-la no caso.

– Sabe como Kate se sentia a respeito do pai? – Perguntou Lisbon.

– Eu não sei. Ela nunca me falou sobre isso.

– Meh! Está mentindo – Acusou Jane, arrancando um olhar surpreso da adolescente.

– Por que mentiria? – Ellie perguntou levemente exaltada.

– Por que sabe que Kate sumiu, mas acha que ela estava fugindo do pai abusivo. Está protegendo sua amiga. – Ele provocou – Foi exatamente por isso que veio na carrocinha de cachorro quente. Pensou que ela te enviou a mensagem, não é mesmo?

A garota apenas passou a mão no bolso que estava o celular, confirmando as suspeitas de Jane.

–Você quem enviou? – Perguntou confusa e o loiro apenas sorriu pretensiosamente.

– Escute Ellie – Lisbon começou suavemente – Temos razões para acreditar que Kate possa estar em perigo. Precisamos que você nos diga tudo que sabe a respeito, a começar do por que acredita na sua fuga.

– Bem... – A garota agora assumia uma postura séria – Conheci Kate no trabalho e logo nos tornamos amigas. Ela era muito fechada, não costumava falar dessas coisas. Um dia fomos beber escondidas atrás da loja do Marc, e Kate acabou me contando a respeito dos problemas que tinha em casa. Eu fiquei com pena, mas não disse nada. Achei que pioraria a situação, ela parecia se sentir impotente, sabe?

Lisbon sabia como ninguém o que era se sentir daquela maneira, mas apenas acenou para que a adolescente continuasse.

– Então lembro que estávamos um pouco altas, e ela me falou que às vezes, tinha vontade de deixar tudo pra trás.

– Mas todo mundo em uma situação de pressão fala esse tipo de coisa. – Argumentou Lisbon.

– Eu sei, mas não era só isso que me chamava à atenção. O pai dela não sabia do trabalho, e Kate deixou escapar que não havia gastado nenhum centavo do dinheiro que recebeu no Marc’s. Nem mesmo a gorjeta.

– Bem, isso é estranho. – Disse Lisbon, enquanto Jane não esboçava nenhuma reação. – Sabe se Kate tinha algum desafeto?

– Talvez um cara no nosso trabalho – Ellie buscou na memória – Uma vez nós o flagramos nos espiando nos vestiários... Kate discutiu com ele, estava furiosa.

– Vocês o denunciaram?

– Não podíamos... Era o filho do dono. Marc Albert Jr.

– Acha que ele poderia ferir Kate?

– Não sei, mas era obcecado por ela. – Concluiu a garota – Bem, eu preciso voltar... Tenho aula de literatura agora no último horário.

– Por falar em literatura – Chamou Jane, retirando o livro de poesias do bolso do paletó – Reconhece essa caligrafia?

Ellie acenou em negativo. Jane agradeceu a ajuda, arrancando um sorriso tímido da adolescente. A garota concordou entrar em contato caso se lembrasse de mais alguma coisa que pudesse auxiliar na investigação.

– O que acha? Vamos atrás desse Marc? –Perguntou Lisbon, enquanto observava a garota entrar no prédio da escola.

– Acho que seria prudente, mas eu não posso, tenho que resolver algumas coisas. – Disse Jane, fazendo Lisbon arquear as sobrancelhas de curiosidade – Veja o que Grace conseguiu na diretoria, e a leve com você. – Ele completou, exercendo sua autoridade.

– Como quiser... Chefe. – Lisbon sorriu.

– Sarcasmo é a arma dos infelizes. – Retrucou Jane.

–Infeliz? Não poderia ser diferente. – Ela sorriu em provocação – Estou casada com você. –Completou, saindo vitoriosa.

Jane apenas balançou a cabeça negativamente e tocou para o escritório de Cho. No meio do caminho, pensava a respeito da conversa que tivera com Lisbon, e concluiu que talvez fosse a hora de se abrir um pouco com ela. Não precisaria entrar em detalhes, mas havia algumas coisas pendentes que, cedo ou tarde, ela deveria saber.

– Não há nada de mal nisso – ele pensou – Lisbon é confiável e além do mais, se vamos passar tanto tempo juntos, uma pequena aproximação é inevitável. – Argumentou em voz alta, como se quisesse convencer a si mesmo de alguma coisa.

O prédio comercial onde Cho possuía seu escritório estava próximo, o que obrigava Jane a adiar essa discussão com seu próprio subconsciente, para depois.

Desceu do carro e seguiu para o elevador, apertou o botão correspondente ao andar e se surpreendeu ao encontrar o amigo asiático aflito, de pé em frente à porta de seu próprio escritório.

– Finalmente. – Disse Cho com a inexpressividade habitual.

– Não poderia me esperar na sua sala?

– Eu disse que era urgente.

– Faço ideia. – Jane zombou, mas Cho ignorou, abrindo a porta para que ele pudesse entrar em seguida.

– Serei breve.

– Você sempre é.

– Não me interrompa. – Falou o asiático, que se sentava atrás da mesa de reunião.

Jane se desculpou e acenou para que ele prosseguisse.

– Tenho contatos na imigração. Um amigo me ligou disse que colocaram um agente atrás de você.

– Você já havia dito isso por telefone. – Respondeu o loiro com desdém.

– Não Jane, você não está me entendendo. Quando digo “atrás de você”, quero dizer literalmente. Tem um agente da imigração te seguindo.

– Está falando sério? – Ele perguntou, recebendo como resposta a face inexpressiva de Cho. – Mas eu só estou casado há trinta horas! – Argumentou em indignação.

– Fizeram uma denúncia.

– Barlow, óbvio.

– Te falei para não se meter com ele.

– Mas por um lado isso é bom, significa que estou no caminho certo.

– Pode até ser, mas agora seu casamento com Lisbon precisa ser mais... convincente.

– Convincente o quanto? – Jane perguntou, temendo a resposta que viria a seguir.

– Poderia começar levando ela para morar contigo. – Bingo!

– Isso não vai ser possível... Eu dei minha palavra a ela. – Ele argumentou, arrancando um sorriso sarcástico de Cho.

– Não vale muita coisa.

– É bem verdade. – Concordou – Mas eu não posso fazer isso.

– Por que não.

– Lisbon vai me matar!

– Está com medo de uma mulher de um metro e meio?

– Você já viu ela atirando?

– Não interessa.

– Deve haver outro jeito.

– Fica a seu critério. Já dei o meu recado. – Concluiu o asiático.

Jane agradeceu o amigo e se levantou, seguindo em direção à porta de saída. Lisbon estava, muito provavelmente, se dirigindo ao Marc’s para interrogar os funcionários. Ele resolveu encontrá-la no estabelecimento e tocou o carro em sua direção. O caminho até a lanchonete era razoável, mas definitivamente, não tão longo quanto Jane desejava que fosse.


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Notas finais do capítulo

Pronto, taí. Não deixem de postar o que acharam do capítulo, porfa.
Até a próxima - sem data definida, mas não tão distante... Prometo.
;)



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