Capitulo 15 Os Segredos do Antigo Clã

_Mandou chamar mestre? O homem estava de costas para o recém chegado. O lugar em que estavam era uma espécie de sala muito escura iluminada somente por uma abertura como uma janela onde o homem estava olhando, via-se somente sua silhueta e nada mais.

_Mande Fuyuki e Asaye para a folha. O homem em frente a janela respondeu. Seu servo que ainda estava de joelhos em uma forma de respeito não se moveu, somente levantou uma sobrancelha em curiosidade, ato que não passou despercebido pelo seu mestre. Quero uma boa recepção para a nossa hime só isso. O cervo assentiu.

_Devem capitulá-la? Perguntou após se levantar.

_Se conseguirem. Sem perder tempo o segundo homem saiu da sala deixando de novo o primeiro a só encarando o escuro céu iluminado somente pelo brilho do sol no reflexo da lua e as estrelas, ele fechou os olhos sentindo a leve brisa tocar seu rosto junto a algumas pétalas de cerejeira. Logo, minha hime estará aqui e as épocas douradas dos Haruno vão voltar... Ele murmurou para si mesmo enquanto algumas pétalas dançavam na circunferência da sua mão direita. E os primeiros esmagados serão os malditos ninjas de Konoha que nos deixaram de lado. Sua expressão passou de serena para dura e séria e as pétalas foram esmagadas em seu punho fechado.

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_Tsunade shinshou? Sakura colocou a cabeça pela brecha da porta, Tsunade fez sinal para que ela entrasse e assim a kunoichi o fez sem delongas. Era noite e a sala da Hokage tinha suas luzes acesas e mesmo assim a luz que vinha da lua parecia mais forte iluminando o ambiente de uma maneira suave e bela. Tsunade largou alguns papeis de missões que estava olhando e apoiou os cotovelos na mesa juntando as mãos em frente ao rosto enquanto a Haruno se aproximava séria. Mandou me chamar?

A loira assentiu séria. Eu descobri o problema da Rine. A expressão de Sakura mudou completamente, antes a kunoichi estava cautelosa e até receosa pelas palavras da Hokage, mas agora que o assunto já fora dito os ombros de Sakura ficavam altos e tensos ela mordeu levemente o lábio inferior e se aproximou mais da mesa de Tsunade.

_E qual é? O que eu faço pra acordá-la? O desespero na voz de Sakura mostrava o quão obvio a rosada já estava desesperada com a situação.

_Você devia saber. Tsunade murmurou recebendo um olhar confuso em troca. Eu analisei antigos jutsus registrados do seu clã, dentre todos, um me chamou a atenção. Tsunade fez uma pausa fazendo Sakura querer gritar para que ela dissesse logo. Mori no Hana. Reconhece? Sakura assentiu.

_É um jutsu ranking S, o Haruno cria numa área enorme, uma densa floresta, com flores venenosas gigantes, que são controladas pelo Haruno, e que podem envenenar qualquer um que estiver lá. O veneno faz o adversário desmaiar após dois turnos. Mas isso não tem haver com a Rine, ela não desmaiou, sei como o jutsu funciona. Tsunade assentiu já esperando pela resposta de Sakura.

_Sakura, seu clã já foi um dos maiores e mais poderosos clãs do pais do fogo, seus jutsus e habilidades de segunda alma fizeram do clã Haruno um clã realmente muito poderoso, algumas décadas atrás no auge do poder do clã Ichiro era o líder, um homem bom e pacifico e queria que os Haruno fossem a chave para manter a paz no mundo, mas já o seu irmão mais novo Kotaro descordava de Ichiro, ele queria que os Haruno tomassem o poder da folha e se tornassem os novos comandantes. Sakura ouvia as palavras da sua mestra com total atenção, Rine contara historias do seu clã que seus pais jamais lhe contaram mas talvez disso Rine não tivesse conhecimento, ou simplesmente não tivesse achado algo interessante a se contar, Sakura não sabia, só prestava atenção. Kotaro tentou um golpe de estado contra o irmão e o clã dos Haruno se dividiu. Ele foi derrotado e Ichiro foi obrigado a expulsar o irmão e seus aliados, desde então o grande clã os Haruno começou a murchar já que Kotaro fazia uma grande moral para todo o clã.

Não. Rine nunca contara essa história. Sakura se lembrava dela ter comentado algo sobre os antigos lideres da vila, dentre eles Ichiro, a kunoichi se lembrava de Rine comentar que ele foi o maior Haruno de todos com um tom de respeito e também falar algo sobre um irmão mas a ruiva nunca se aprofundou nessa história com Sakura, talvez não achasse algo importante mesmo.

Para Sakura ainda parecia algo sem muita relevância no momento, mas ela sabia que se Tsunade estava contando aquilo era por que algo muito mais fundo tinha haver com o sono da sua irmã, algo mais misterioso no seu próprio clã. O engraçado era que para a kunoichi antigamente, os Haruno era só mais um clã dentre mil, sem nada demais, e a pouco ela estava cada vez mais interessada pelas suas raízes, talvez os Haruno fosse um clã tão ou mais misterioso do que qualquer outro de Konoha.

_O fato é que segundo dizem Kotaro nunca desistiu do seu plano e que ele alcançou a imortalidade jurando destruir a vila que ele julga inferior aos Harunos. Tsunade disse.

_Quanto patriotismo. Kaito chamou a atenção de todos ao entrar na sala. A conversa da Hokage com sua discípula estava tão séria que ambas concentradas nas palavras nem perceberam a presença do moreno que nem se deu ao trabalho de bater na porta. Assim que Kaito (escondido) ouviu o nome de Rine se deu ao direito de saber também.

_Kaito o que você... Sakura tentou falar mas foi interrompida pelo mesmo.

_É sobre a Rine e eu quero ajudar seja no que for, e não importa o que você fale eu vou ficar aqui. As palavras serviam tanto para Sakura quanto para a própria Hokage, Tsunade olhou para Sakura e a kunoichi somente se postou ao lado do moreno como numa confirmação de que ele podia fazer parte da conversa.

Então, a Hokage continuou. As poucas informações secretas que existem sobre ele é que ele lutava usando a segunda alma, com o Reiatsu, ele tinha uma especialidade no jutsu Mori no Hana e o aperfeiçoou para um efeito longo. Sakura ergueu uma sobrancelha. Ou seja, o chakra da vitima é drenado por meio de correntes disfarçadas, ela desmaia e fica sujeita a um sono que é como presa em um jutsu. Tsunade finalizou.

A sala da Hokage ficou em silêncio por alguns instantes, Sakura já tinha entendido tudo e racionava uma maneira de entender uma solução, mesmo sabendo qual era o problema a solução parecia ainda mais longe e confusa agora, já Kaito não entendia absolutamente nada, somente que Rine estava presa em um tipo de jutsu criado por um homem "imortal" até que a kunoichi das madeixas rosa o quebrou.

_Kotaro ainda esta vivo e foi ele quem mandou aquele ninja como uma armadilha pra minha irmã, então se eu achá-lo e matá-lo Rine acorda, é isso? Tsunade assentiu sentindo uma pontada de orgulho da pupila.

_Por que não disse isso de uma vez? Kaito encarou Tsunade recebendo um olhar meio fuzilante da mesma por ter acabado com seu drama momentâneo, mas agora melhor do que tudo Sakura tinha uma resposta.

A kunoichi não dava a mínima para os motivos de Kotaro e muito menos para o que o levara a procurar e fazer isso com a sua irmã, só sabia que não importava aonde eles estivesse desse mundo, ela iria achá-lo e sem delonga nenhuma ou patriotismo algum o mataria.

Se havia algo valioso que Sakura adquiria com o tempo, era o valor da sua família, e isso incluía todas as pessoas que ela amava, incluindo seu time, seus amigos, sua vila e sua irmã portanto, qualquer pessoa que pensasse que poderia interferir nesse meio ela o mataria.

Desde sua "morte" a Haruno jurara não deixar mais ninguém que amasse ir embora, ela não deixaria a irmã naquele estado de forma alguma.

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_ Vocês partem amanhã de manhã. O mesmo homem que falara com o da janela dava ordens a dois ninjas a sua frente.

O primeiro era alto e magricelo, vinte anos no máximo, a pele era clara com olhos verdes e cabelos ruivos, o rosto fino em uma expressão relaxada com os braços jogados ao lado do corpo com um grande machado pendurado nas costas. As roupas eram camufladas em estilo ninja e ambos usavam uma capa rubra com um símbolo redondo em branco na frente. Ao seu lado estava uma mulher, de aproximadamente dezenove com a pele clara, os olhos vermelhos e os cabelos róseos na altura dos ombros com um pano preto amarado na cabeça como uma bandana, os braços cruzados abaixo dos fartos seios e as roupas no mesmo estilo que o homem com a capa, pelas mangas dobradas se era possível ver tatuagens de flores de cerejeira por toda a extensão de seus braços, ela tinha uma expressão debochada e séria.

_Então ela tem que ser traga viva né? O homem perguntou enquanto o maior assentia, ainda oculto pelas sombras do canto da sala.

_Não sei pra que tanto lenga lenga por causa dessa Haruno, ela nem sabe quem é, como se fossemos ter problemas para capitulá-la, deve ser mimada e fraca. A mulher disse virando o rosto com um leve tom de irritação na voz.

_Você tem é inveja dela Asaye! O homem gritou com um sorriso no rosto. Sei que você queria ser a hime! Asaye encarou o homem de uma forma extremamente ameaçadora, seus olhos vermelhos agora pareciam mais vivos do que nunca.

_ Fuyuki, repita isso mais uma vez e decepo sua cabeça em um segundo. O tom de Asaye era tão frio e gélido que poderia ser até palpável por perfurar seu coração se ela tivesse lhe dignado o olhar, Fuyuki baixou os olhos com medo do tom de voz da mulher e se calou, sabia o quanto ela era poderosa e que poderia sim cumprir o que dissera com toda a facilidade do mundo.

O homem oculto pelas sombras soltou uma pequena risada. Controlem-se, por que não guardam toda essa energia para capturar a hime? E ao contrario do que pensa Asaye ela aparenta ser muito forte sim, sozinha derrotou Hitara. Asaye riu em deboche e olhou para o homem com os olhos mais que fixos nos dele.

_Hitara era um fracote, a prova é que foi muito fácil manipulá-lo, mas eu não sou como aquele estúpido. Ela entonou uma voz perigosamente séria. Ao contrário dele, se eu tiver a chance mato ela em um segundo e ela nem vai notar que morreu. Fuyuki riu.

_Não podemos matá-la, quem sabe fica pra próxima hein? Ele bateu os ombros no de Asaye fracamente e saiu da sala deixando-a a sós com o homem oculto.

_Asaye, controle-se. Tenho certeza que quando for para ela ser morta o mestre deixara por sua conta. Asaye riu gélida.

_Ele não mataria sua preciosa princesa, não guando aquela inútil é chave de tudo que ele quer. Ela deixou o lugar sem delongas. O sorriso no seu rosto não demonstrava só frieza e deboche mas para alguém que soubesse lê-lo veria ali muito rancor e inveja guardados.

Asaye só podia esperar pela chance de se encontrar com Sakura Haruno, e só ai descobrir do que ela era capaz.

Continua...