Pôr-do-Sol escrita por Caah Chan


Capítulo 1
Pôr-do-sol eterno - Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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A noite banhada de sangue. A noite banhada de dor. A tristeza e a agonia. O horror da morte em suas mãos. O sangue de seu amado em suas mãos. E no rosto dele um sorriso singelo e doce. Um amor. A dor. O sofrimento. A razão de voltar a viver foi por causa de aquele pôr-do-sol. Um sorriso que nunca morre.

A noite escura esconde o mal. O mal esconde a dor. A dor esconde a tristeza. Se você não sofre, você não chora, não está triste. Se você não morre é porque alguém te protege. Mas o mal machuca. Algumas vezes não fisicamente, mas emocionalmente.

Eu sei... Tudo pode acontecer.

Guardei o beijo que você me deu.

Vou pedir aos céus. Você aqui comigo.

Vou jogar no mar. Flores pra te encontrar.

O casal saia de uma lanchonete, abraçados. Ele era tudo para ela. Ela era tudo para ele. O amor de ambos era algo lindo. Sorrisos soltos. Risadas engraçadas. Abraços amigos. Beijos confidentes. Desejos e alegrias. A dor não existia ali, não mais. Isso até aquele momento.

E quando eu estiver triste. Simplesmente me abrace.

E quando eu estiver louco. Subitamente se afaste.

E quando estiver bobo. Sutilmente disfarce.

Mas quando eu estiver morto. Suplico que não me mate não.

Dentro de ti. Dentro de ti.

Um som estridente. Um corpo no chão. Lágrimas azuis. Lágrimas de dor e medo. Coração comprimido de agonia. Tristeza a flor da pele e sangue nas mãos. O sangue dele. Ela chora. Ele sorri. Algo até meio que irônico, mas era verdade. Ele sorria. Dizia que tudo ficaria bem. Mas dela apenas lágrimas saiam. A mão do amado apertando a própria. O sorriso doce nos seus lábios. Um último “eu te amo”.

Olhos fechados. Pra te encontrar.

Não estou ao seu lado. Mas posso sonhar.

Aonde quer que eu vá. Levo você no olhar.

Aonde quer que eu vá. Aonde quer que eu vá.

O pôr-do-sol. Laranja como sua cor preferida. Aquele que sempre sorria. Cujo sorriso era maior que o próprio sol e irradiava mais quente que a própria vela. Cujo abraço era acolhedor. Protetor. Que transparência um aconchego a cada beijo. Que murmurara palavras belas quando estávamos a sós. Mas tudo ficara para trás. Eu o perdi para sempre. Ele se fora da minha vida e ela tornara-se patética novamente.

O vento frio tocava-me a face enquanto de longe eu observava uma grande lápide. O cheiro podre de cadáveres. A solidão a cada lufada de ar. A depressão a cada estrela que nascia no céu. A lua com toda sua forma grandiosa transparência no céu escuro. Solitária assim como estava meu coração naquele momento. Sem a presença do sol a quem tanto amava.

Não sei bem certo. Se é só ilusão.

Se é você já perto. Ou se é intuição.

Aonde quer que eu vá. Levo você no olhar.

Aonde quer que eu vá. Aonde quer que eu vá.

Palavras. Datas. Carinhos. Abraços. Juras eternas para tempos onde a eternidade nada é. Ódio. Sofrimento. Tristezas. Amarguras. E uma dor que jamais passa. Aquela dor que só passava com ele ao meu lado. Aquela tristeza que eu só sentia longe dele retorna. Aquela vida triste e sem cor. Cinzenta, assim como meus olhos.

Lágrimas azuis. Como seus olhos escorriam dos meus. Tristeza, dor, sofrimento. Aquela alegria fora passageira, mas fora real. O amor fora real. Os momentos compartilhados foram reais. E aquele túmulo com uma lápide de mármore negro também era real. Assim como o frio que invadia meu coração.

“Eu nunca vou deixar você. Nem mesmo se eu morrer”.

“Essa é a primeira vez que eu amo verdadeiramente alguém”.

“Fico feliz que esteja compartilhando isso com você”.

“Eu te amo”.

Frases doces. Palavras doces. Sentimentos doces. Lembranças doces. O amor que era doce. O amor que compartilhamos. O sentimento que compartilhamos de verdade pela primeira vez com outra pessoa. Ele nunca me deixaria, mas ele não estava aqui, estava? Ele não estava ao meu lado, me abraçando, me acalmando, dizendo que tudo ficaria bem. Ele não estava.

E a dor apenas aumentava. Eu estava sozinha. Aquela rosa vermelha. Vermelha como o seu sangue. Vermelha como o seu sangue em minhas mãos. O sorriso doce em seu rosto no último momento. Sua última frase dirigida a mim.

“Não chore. Ficará tudo bem. Eu te amo”.

“Não esqueça que eu sempre estarei com você”.

“Mesmo que não seja fisicamente”.

“Eu estarei em seu coração”.

Então por que doía tanto? Por que a dor não ia embora? Por que eu sentia como se meu coração fosse quebrar em mil pedaços naquele instante? Por que doía tanto? Lágrimas azuis. Sorrisos laranja. Espirros rosa. Cores e mais cores existiam e eu apenas sentia o preto da dor.

Você me deixou, mas não sozinha. Agora eu entendo. Cinco anos depois eu entendo. Esse pequeno, Naruto. Esse garoto de cabelos loiros como o sol, olhos prateados como a lua. Sorriso branco como a neve. Ele é nosso fruto. O fruto do sol e da lua. Aquele pôr-do-sol onde nos encontramos sempre. Onde misturamos nossas cores. E Naruto você estava certo. Você não me deixou sozinha. Você não me abandonou. Você me deu o melhor presente que já poderia ter me dado. Sinto sua falta, mas não tanto quanto antes. Porque agora eu te tenho, mesmo que só um pedacinho no nosso filho.

“- Quando tivermos um filho ele será o pôr-do-sol”.

“- Por quê?”.

“- Porque ele será a mistura de nós dois. A mistura do dia e da noite”.

Obrigada Naruto. Obrigada por me dar esse presente. Obrigada por fazer de minha vida a melhor de todas. Obrigada por me amar e por deixar-me te amar também. Obrigada por ter aparecido na minha vida, mesmo que tivesse sido por pouco tempo, porque eu te amei e disso nasceu o nosso pôr-do-sol, e dele eu tirei a coragem para continuar. Dele eu tirei meu alivio. Meu sossego e pude enfim dizer o que eu nunca tinha dito a nenhum outro alguém, somente a você. “Eu te amo”.


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Notas finais do capítulo

Comentem ok?
Sei que não teve hentai, como é de costume, mas venho passando por momentos difíceis e não tive imaginação pra fazer com hentai dessa vez.

Dêem ideias para o próximo. Prometo tentar fazer o mais rápido que der. Kissus



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