O Príncipe e a Rebelde escrita por Ami


Capítulo 5
Esse Lençol nas Tuas Costas


Notas iniciais do capítulo

Amoresss, muito obrigada pelos reviews, mil perdões pela demora, às vezes a fonte seca. Ouvi em algum lugar que a criatividade vem, mas precisa te encontrar trabalhando e sei que preciso aplicar isso às minhas fanfics! Muitíssimo obrigada pelo carinho, fico feliz que tenham gostado ao ponto de pedirem mais! Obrigada obrigada e obrigada pelo carinho e pela esperança eterna de mais um capítulo!



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Eu me senti estranhamente usado e passado para trás. Mas por quê? Porque Tauriel teve seu lugar ao sol beijando aquele salva-vidas galinha de quinta categoria... Paspalho, medíocre e asqueroso. Senti uma vontade estúpida de torcer o pescoço dele. Não sei por que, começou a crescer um sentimento ruim dentro de mim.

Esperei Tauriel. Cacei-a o dia todo no colégio, eu iria lhe falar a verdade. Eu iria dizê-la que não acreditasse naquele beijinho pífio, pois era aproveitador, presunçoso. Não apareceu na aula e nem eu. Ela não estava na piscina, na cantina, nos armários. Onde estava?

No campo de oliveiras com Fingon? Como assim, meu Deus? Comiam amoras, own que lindo! Quanta porcaria. Eu estava cada vez mais instigado a acabar com aquele romancezinho fingido.

Tentei chegar mais perto para tentar ouvir.

Tauriel sorria. Nunca vi essa garota sorrindo um dia sequer. Ela estava toda envergonhadinha, vermelhinha, falando bostinhas.

Então me aprocheguei e ouvi o que ele falava. Nooooooossa, gente, sem noção. O rei do 71.

“Seus olhos são lindos, sempre admirei seus cabelos, seu jeito de ser. Eu gosto de amoras, mas só das mais azedas”. Azedas... azedas tipo ela. Tauriel idiota. Se dizia tão inteligente... Não consegue nem perceber quando um fanfarrão a engana. Charlatão... Passando a mão no rosto dela, naqueles cabelos tão sedosos.

Por que ela nunca me olhou daquele jeito?

Chacoalhei a cabeça para os neurônios voltarem ao lugar devido.

– Pensei que você gostasse do Las.

Acho que estavam falando de mim. Aquela pergunta me deixou intrigado.

– Por que achou isso? - ela também ficou.

– Porque vocês vivem brigando e incomodando Thranduil. Acho que em qualquer lugar onde há um grande ódio pode haver um grande amor escondido.

– Pffffff... que besteira. Nunca senti nada por ele. É um almofadinha, um playboyzinho juvenil criado a leite com pêra. Ninguém gosta dele.

Vadia! Vagabunda! Nossa, como eu queria contar a verdade só para acabar com a alegria dela! Como eu queria torcer aquele pescocinho fino até ela morrer engasgada com essas palavras horríveis! Que pessoa horrível ela pensa que eu sou?

– Você obviamente não gosta dele, então. Mas quem sabe ele goste de você? Eu tenho quase certeza, pois faz uma meia-hora que ele está nos espiando!

Eu surtei ao ouvir isso e Tauriel mais ainda. Como assim ele tinha olho na nuca?

– Legolas, saia daí antes que eu te mate! - ela falou olhando em volta, sem saber onde eu estava.

Apareci como quem não quer nada, orgulhoso e acima do bem e do mal.

– O que foi? Não se pode mais explorar as florestas da escola?

– Justamente aqui?

– Não interessa. Você não é dona da escola!

– Las – Fingon falou pela primeira vez - Se tem algo a dizer a essa moça, fale logo.

– Eu não tenho absolutamente nada a dizer - garanti, cruzando meus braços.

– Tem certeza?

– Sim – finalizei, irredutível.

– Legolas, vá embora! Pare de destruir a minha vida! - ela sinalizou Fingon com os olhos, como a maior conquista de sua vida.

– Eu, destruindo a sua vida? Esse rapaz, caso você não saiba, já tem namorada! Diga a ela, Fingon. Vamos, diga!

Toco y me voy.

Deixei Tauriel com uma expressão apavorada olhando para Fingon e ele, pela primeira vez, ansioso por voltar ao tempo e meter uma flecha na minha boca.





Tauriel





– Fingon, isso é verdade? - a luminescência abandonou o sorriso dele. Seu rosto tão corado parecia agora pálido.

– Tauriel, eu... eu ia lhe dizer em algum momento.

– Então é verdade! - Senti meu peito rasgando - Era... Era tudo mentira – cobri meu rosto com as mãos.

– Tauriel, deixe eu explicar!

– Não! - retrocedi alguns passos – Você é só mais outro playboyzinho tentando destruir a vida de uma órfã.

– Não, Tauriel! Eu gosto de você! Gosto de verdade!

– Não, você é só mais um bonitão da escola em busca de uma boca a mais para dizer que beijou!

As lágrimas escorriam pelo meu rosto como fluxos de água.

– Não! Eu não sou assim como você pensa! Como todos pensam! Ariel é minha namorada oficialmente, mas ela está em viagem por Lothlórien. Eu nunca tive coragem de mandar uma carta, já fazem dois anos! Poxa vida, acha que não tenho o direito de me apaixonar de novo?!

– Você devia ter me contado! Isto é, caso seja verdade!

– Eu realmente gosto de você – ele tentou segurar em meus braços, não deixei – Você é tão simpática, tão cheia de atitude... Tão diferente dessas donzelas em perigo!

– E ainda assim você não conseguiu ser honesto – metralhei-o com minha cara lavada de choro.

– Desculpa. Eu queria te conhecer primeiro...

– Você me beijou...

– Você beijou o Las esses dias. E foi seu primeiro beijo!

– Era mentira! Era tudo mentira e eu te falei!

– Eu sei e por isso estamos escondidos. Mas por favor, tente me entender!

– Vou tentar – falei, me afastando e indo embora – Mas não hoje.

Cheguei no meu quarto e morri no travesseiro.

“Odeio a minha vida!”, “Sou um lixo!”, “Nunca vou ser feliz!” foram os tipos de abobrinha que fiz Marya ouvir antes de querer se jogar pela janela torcendo para cair de olho num prego.

Eu fui usada, trocada, enganada. Até que eu não tinha mais vontade de sair pela porta do quarto, embora nem tivesse ainda passado a vergonha de me exibir com ele em público.

A porta tocou.

– Vá embora! - gritei logo.

– Tauriel... - era Legolas – Tauriel, deixe-me falar com você.

– Vá embora! Aproveite e morra! Você é a última pessoa que quero ver!

– Você deveria me agradecer por ter falado a verdade! E fui o único que me prontifiquei a fazê-lo. Facilitaria se vocês não estivessem se escondendo!

Então fiz o impensável. Abri a porta para ele.




Legolas





Ela abriu a porta. Não sei por que e tinha certeza de que ela não abriria. Eu duvidei até mesmo que eu conseguiria bater àquela porta. Mas eu a ouvi chorar e, de certo modo o meu coração chorou junto um pouco. Porque ela era teimosa, idiota, turrona. Mas nunca a vi chorar, aquela não era ela.

Tauriel me abraçou. Escondeu seu rosto no meu peito e eu fiquei mais perdido ainda. Acho que minha pulsação acelerou.

– Estou passando mal – falei, levantando a cabeça e sentando na cama dela, segurei a cabeça.

– O que houve? - ela ficou imediatamente preocupada.

– Traz sal, rápido – tentei me recuperar moralmente.

Imediatamente, Tauriel me trouxe um sachezinho de sal do bandejão e despejei embaixo da língua, esperando tudo normalizar.

– Que papelão – ela lamentou.

Fingi que não ouvi. Ela era tão bonita, mesmo com os olhos inchados de chorar.

– Bem – acalmei-me e ela puxou uma cadeira para sentar de frente para mim. Apoiou seus braços no encosto para as costas e ficou me olhando com aqueles olhos verdes tão brilhantes - Eu sei que devia ter falado antes de você se envolver demais... Devia ter avisado. Mas eu pedi a ele que falasse. Eu o obriguei a dizer, mas parece que não era algo que ele achou que você deveria saber.

– Onde eu errei? - ela perguntou, com os olhos marejados.

– Não errou – meu coração aprendeu a falar naquele momento – Não há nada de errado em querer ser feliz... Em querer ser amado, Tauriel. Mas ele é a pessoa menos indicada.

– Se não ele, quem?

Respirei fundo.

– Alguém que te ame também. Que te cuide e seja sincero com você.

– Isso é difícil, Las. Acho que não nasci para o amor.

Fiquei sem palavras. Fiquei reflexivo. Tinha algumas coisas que eu queria dizer, mas não disse porque não tinha refletido o suficiente a respeito.

Quando entrei no meu quarto, pensei sobre Tauriel. Pensei sobre mim. Acho que eu não tinha direito de aconselhá-la, eu também não tinha sorte no amor. Se é que eu conhecia o amor.

O que é amor?





Tauriel




A conversa com Legolas não adiantou muito. Fiquei remoendo aquilo o dia todo e na manhã seguinte, não consegui me levantar. Estava triste, estava depressiva. Sentia-me fraca. Depressão em elfos era extremamente contra-indicado. Depressão nos leva à morte facilmente. Tristeza é uma palavra muito forte para um elfo. Eu estava em meados do caminho para a tristeza. Senti-me mal. Meu coração jovem não havia desenvolvido um escudo ainda.

Eu andei a esmo durante o período de aulas. Tomei o sol da manhã envolvida no meu manto, no alojamento. O nosso módulo não era tão habitado assim, não havia problema. Então vi uma sombra sobre mim e, de repente, alguém pulou na minha frente. Dei um grito.

– Tauriel, sou eu – Fingon apareceu. Lindo, tão lindo que não sei como ele desperdiçou dois minutos da vida dele comigo.

– O que você quer? - tentei fingir que não era comigo.

– Tauriel, eu escrevi uma carta para ela. Eu escrevi terminando tudo. Eu quero tocar minha vida para frente agora e eu decidi que você é a pessoa que quero ao meu lado nesse momento – ele me mostrou o papel, com sua assinatura – Eu quero que você envie. Quero que veja que eu fiz isso, para mostrar como é sério o que estou dizendo.

– Oh meu Deus – cobri minha boca – Não acredito!

Meus olhos encheram de lágrimas. Ele me abraçou, me jogou para o alto. Aquele momento foi tão feliz! Foi tão alegre! E eu finalmente senti que o amor valia à pena!





Legolas





Mais um dia que Tauriel faltava a aula de Gastronomia. Ela ia pegar prova final em todas as matérias, com certeza.

Quando chamaram o nome dela na chamada, tentei gritar um “presente com voz fina”, mas saiu algo tão trevoso que não tive coragem de repetir quando a professora repetiu o nome dela, incerta do que ouviu.

Voltei ao alojamento, no módulo de Tauriel, precisava saber o que estava acontecendo. Ela estava tão mal ontem, tão triste e diferente da Tauriel grosseira que estou acostumado... Estava delicada, abraçável. Uma Tauriel com sentimentos...

Uma Tauriel vadia!

Ela estava abraçando Fingon de novo! Estava se enrabichando com ele, andando de mãos dadas no jardim! Com lençol do alojamento nas costas!

Eu quis gritar com ela, dar uma flechada naquela carinha do Fingon. Não, mais do que isso, eu queria bater na minha cara.

Queria bater na minha cara porque eu finalmente percebi que tudo o que eu sentia nada mais era que ciúmes.

Eu gostava dela...







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Notas finais do capítulo

Amores, esse capítulo foi inteiramente para vocês que gostaram e pediram por mais!
Um grande beijo, amo vcs



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