Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 66
Capítulo 65


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Hoje tem colinho de sogra... e colinho de nora. Essas duas adoram deixar os homens de suas vidas malucos!

Enjoy!

P.S.: vejo vocês nas notas finais o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/453816/chapter/66

– Arranquei um sorriso seu, já ganhei meu dia.

Reviro os olhos para Djane, que fez dancinha da vitória ao compreender o funcionamento do jogo de cartas. Sim, minha sogrinha comprou Uno e eu a orientava melhor sobre como jogar e armar estratégias – ela queria pegar o Murilo de surpresa e ganhar daquela criatura esperta. A professora já jogou outras vezes (por influência nossa, claro), só que nem sempre tinha noção do que fazia ou como funcionava o sistema da jogada. Ela usava esse artifício, no entanto, para jogar minha chateação pra escanteio, custasse o que custasse. Até deu com a almafada na minha face dada hora!

Claro que revidei, oras. Ninguém me dá uma almofadada e sai andando depois. Ok, a Flávia já saiu. Mas Djane não precisava saber, então devolvi a almofadada. Foi engraçado porque ela tava suja de chocolate na bochecha e passou para o pano na fronha. Ainda assim, eu não ri muito... Realmente, andava desanimada até pra essas coisas.

– Capaz de ser o único.

Deito novamente no sofá e Djane se junta a mim, de modo que eu descansasse a cabeça em suas pernas, embora tempos atrás ela tivesse determinado que não me daria colo porque eu não precisava de colo. Eu não devia estar chateada desse jeito, dizia-me ela. Queria me fazer forte e me distrair apenas. Só que tinha hora que batia aquela coisa e eu não tinha mais interesse em nada. Nem em comer chocolate. Nem em ver a nova novela. Pra falar a verdade, acho que nem senti o frango do empadão da dona Ana. Nunca que vou confessar isso, claro. Sobre o frango, digo.

– Ô minha linda, não fica assim não. Olha, Fabiano ainda tá fulo comigo e se não bastasse, Renato foi lá cutucar onça com vara curta. Agora tá um fulo com o outro.

– É só a senhora dizer que a culpa é do professor Bart e pronto, vocês serão felizes para todo o sempre.

Sim, era culpa do professor Bart. Por incrível que pareça, dele sobrara aquela voz irritantemente irritante e que ficou buzinando nos ouvidos da professora, que passou a exigir de si para provar que podia assumir o cargo. Era esse o seu motivo de tanto trabalho exaustivo, era ela tentando mostrar que poderia ser mais. Um pouco vergonhoso, eu sei, porém, quem manda em coração mexido, né?

Professor Bartolomeu decerto mexeu conosco e nossos psicológicos. A diferença é que Djane que se deixou abater mais e a longo prazo. Cada vez que achava que não daria conta, ela se forçava a ir em frente, como se aquela coisa estivesse a vigiando e apontando que não conseguiria ou que não fosse merecedora.

Djane jura nunca mais tê-lo visto, no entanto, a presença dos comentários maldosos dele permanecia. Fabiano na verdade descobriu bem bem bem bem bem antes, e eles tiveram uma briga feia sobre isso. Ele, aliás, havia a ameaçado de forçar um afastamento, pois aquilo não era saudável. Nisso, a coisa ficou dando tanto na cara que Renato percebeu. Aí quando ela ficou doente, tudo veio à tona. O diretor se aproveitou de meu plano e permitiu a saída dela, assim como sua licença. Ele estava se preparando para assumir as responsabilidades se preciso, porém Renato já tinha uma pessoa em mente para indicar e isso foi como um golpe de sorte.

Esse foi o complô que ela mencionou na noite que passou no hospital, em que nós conversamos brevemente. A única coisa que a professora pediu desde então foi discrição sobre os motivos que desencadearam tudo aquilo. Seus motivos no fim das contas se tratavam de insegurança e orgulho, e tão logo a fraqueza e desgaste corporal que resultaram no seu adoecimento.

Também ficou claro para o professor Renato que havia algo debaixo desses panos e que Djane e Fabiano andavam estranhos. Isso ele até comentou com Vinícius. Prometeu a si mesmo que iria fuçar o quanto pudesse, jogar verdes e etcetera, etcetera. Só não podia contar que eu era a informante, que, para assegurar o segredo de Djane, estava repassando essas infos para os dois. Se Djane não estava pronta para falar abertamente sobre aquilo, que Renato não insistisse. Mas como dizer para que parasse?

Ele não sossegou até colocar Fabiano na parede. Só demorou mesmo porque estivera ocupado. Essa semana ele foi atrás e os dois amigos discutiram. Fabiano não arreda o pé por Djane e Renato não arreda o pé também por ela, escarafunchando o que puder. Que me perdoasse por meu feitio também, mas entre Djane e ele, inevitavelmente eu a escolheria. Por isso mesmo eu não me metia, senão para ser pombo-correio.

Nem o ultimato do diretor fazia Djane repensar o caso. Para ele ou a professora fica só com o cargo do departamento e outros afazeres mais ou ela só assume a docência e suas turmas normais, porque os dois não daria mais, o que era tudo que Djane menos queria, pois, para si, era a prova de que estava sendo fraca. Isso, para Fabiano, já não tava valendo mais.

– Eu sei o que ele vai falar.

– O mesmo que todo mundo?

Todo mundo sendo eu e Fabiano.

Porque, sim, eu também não concordava com aquilo.

Djane faz um carinho na minha cabeça, menos agitada.

– Ele não vai compreender, Milena.

– Se a senhora não der uma chance a ele, Renato vai ficar aí sem entender mesmo. Ele tem tão pouco com o que trabalhar para ter uma ideia sobre o assunto.

– Tenho certeza de que ele vai me achar uma boba.

– Tenho certeza de que ele vai é ouvi-la. E se não ouvir... bom, ao menos perdido na história ele não mais estará. Mas quem sou eu para conselhos desse tipo, né?

Djane fica um tempinho calada, só mexendo em meus cabelos. Era bom, e ruim... pois nessas horas me batia saudades de minha mãe e de minha avó e estavam tão longe que eu ficava na dúvida sobre pelo quê ficar tristinha.

– Orgulho pode ser uma merda na vida, não é?

– Nem me diga...

– Fiz você sorrir de novo.

Um sorriso que não devia contar muita coisa, isso sim.

– Não ache muito, viu.

– Tem certeza que não quer me contar sobre a discussão?

Inspiro, abraçando-me mais a almofada que Djane tinha ao colo e pegando outro para acomodar comigo. Fazia dias que tinha brigado com Gui, era sexta-feira já. Nem sobre o sumiço de Iara comentei com a sogrinha, senão teria que explicar tanta coisa e não teria como. O melhor que podia fazer mesmo era ficar na minha, não havia o que fazer.

– Melhor não, envolve mais gente do que eu poderia revelar. E são segredos de outros e muitos rolos mais.

– Por um instante cogitei até que o Aguinaldo teria lhe deixado aqui na porta de casa. Quem foi mesmo?

– Meu chefe, Thiago. Ele viu que eu tava me esgueirando para a entrada da empresa pra ir pra parada de ônibus, aí ofereceu carona. Se tivesse aula, eu provavelmente teria pegado carona com o Gui, mas como hoje meu destino era outro, não teria por que. Além do mais, assim foi bom para não nos forçar a ficar numa situação chata. Como se já não tivesse ruim o bastante, né.

Como uma vez prometido, Gui não me deixa pegar ônibus, não importa a raiva que tenha. Já hoje o esquema foi outro, eu agradecia por não ter tido aula. Isso não quer dizer me alegrava pela morte do fundador de nossa instituição, que por luto, decretou um dia sem aula. O ensaio que escrevi para uma disciplina de hoje ficaria para entregar depois, pois, com essa de aula cancelada, ao menos significava mais tempo para revisar meu tema. Isso eu cogitava para o fim de semana, porque só tava pensando no empadão e nas gelatinas que me esperavam.

Minto. Hoje no estágio eu só esperava pelo colo e mimo da sogra tão logo saísse do trabalho, já que esta me intimou a aparecer em sua casa. Espero também ver o Vini, que teve que se ausentar a semana toda, suas aulas começaram já no nível hard e ele também estava cheio de trabalhos. Ainda nem pude conversar direito com ele, que só sabe os pedaços da minha história com Gui.

– Acho tão bonitinho a amizade de vocês. Se eu não soubesse, diria que são irmãos.

E no sentimos irmãos. Acho. E agora mais que nunca Gui tem murilado e Murilo quem tem aguinado. É tão estranho. Mais que isso, temo perder algo com meu melhor amigo por ele estar se comportando dessa maneira, já que não se trata de uma situação que eu possa melhorar, ou me esforçar para fazer funcionar. Eu não tô errada, Murilo mesmo me disse. Quer dizer, em relação àquela discussão de segunda-feira. O justo era ter pensado em Iara.

Desde aquela vez que Aguinaldo me deserdou por eu tê-lo magoado tanto sobre as coisas que eu escondia, venho percebendo que ele vem tentando me proteger excessivamente. Sei que ele não quer que a história se repita, mas também ficar esse maluco... Eu não aceito isso. Tampouco sei o que posso fazer para que ele retome os trilhos de novo. No outro dia, após aquela monitoria, nós conversamos e Gui mesmo se ajeitou. Agora piorou de novo. Mais que uma mera preocupação, isso me angustiava seriamente. Talvez tivesse de dar um belo chega pra lá nele para ver se acorda.

Digo, como vou confiar que ele não vai surtar de novo? Que ele não tente uma loucura? Que ele não fique com raiva de mim? Que não se comporte como meu guarda mais uma vez?

Era muito, muito difícil não me fazer essas perguntas.

Também era difícil resistir de não detonar todas as gelatinas da mesa e não deixar uma sequer para o namorado que, com certeza, iria reclamar seus direitos de mimos. Com Djane me fazendo cafuné então, já posso vê-lo protestando carinho.

Ele anda muito com o Murilo para pegar até as manias da peste pelo jeito.

– Isso é outro sorriso, Milena?

Meu pequeno esboço de sorriso se alarga apenas um pouquinho mais pelo flagra.

– Possivelmente.

– Isso também é um suspiro, Milena? Um bom suspiro, claro.

Pensar no seu filho me causa esse efeito. Mas digo isso? Nãaaaao. Levanto-me do colo de minha sogra, inspiro e dou um refresh nesse lenga-lenga que não tá me levando a nada senão tristeza, coisa que não quero mais me prestar. Nem por isso devemos entrar nesse tópico sobre Vinícius. Às vezes a estima de Djane por meu relacionamento com seu filho pode ser “encabuladora”. Me pergunto se as tais ligações de minha mãe para o Vini já haviam chegado nesse nível. Quem sabe não?

Ele diz que adorava os papos com mamãe, que vão fazer enorme falta pelas manhãs agora que mudou de turno no trabalho. Vamos ter que esperar pelos próximos capítulos do serviço dele para ver o que mamãe vai reinventar sobre isso.

– Não faz pergunta difícil, Djane.

– Ah, já vi tudo mesmo.

Djane dá de ombros, muito tranquila e certa do que imagina. Meneio a cabeça e deixo que ela me leve ao menos para esses lados mais descontraídos. Sei o que ela fazia e agradecia pelo gesto. Implicar era uma arte e era uma que agora Djane começava mesmo a adotar. Influência minha? Dizem que sim.

– Viu nada.

– Vocês que acham, sabe? Mas transparecem que é uma beleza.

– Djane!

– Tô mentindo?

Só faço um bico e um bico jeitoso pra não ter de responder. Nisso, sou salva pelo gongo, pois a campainha toca. Num primeiro momento Djane estranha e depois parece ter uma ideia sobre quem seja. Ela pega as vasilhas da mesa e antes de ir à cozinha, me pede para ir atender:

– Deve ser a Wanessa. Esses dias que Fabiano me deixou de castigo eu passei lá na casa dela, acho que veio atrás de uma tigela que ficou comigo. Vou pegar e você abre a porta, querida?

– Tudo bem.

Não nego que levanto um pouco a contragosto, não estava bem no clima para cumprimentar ou fazer sala para visitas, mas o jeito era ser educada e ir até a porta receber a Wanessa. Acho que nem se seu irmão, Wellington, estivesse lá plantado com farda e tudo meu espírito dava uma levantada... Se bem que, olha, uma visão daquelas seria bem-vinda agora, penso enquanto caminho até à porta, mesmo que o Vinícius ficasse de...

Dois brutamontes bem vestidos e com caras nada boas me encaram assim que a porta é aberta. Surpresa, fico sem palavras, olhando de um para o outro e tentando entender a situação. Minha vontade mesmo é de dar um toque em Djane para guardar a tal tigela, pra não correr risco de espatifá-la no chão, pois o clima e o humor daqueles dois de braços cruzados e firmes ao peito estão suspeitosamente suspeitos de não serem os melhores.

– Cavalheiros... Boa noite.

Pelo jeito, Renato e Fabiano estavam competindo por quem tinha mais sangue nos olhos. O professor tinha um porte de farto daquilo, que nem dirigia o olhar duro para o outro, o diretor, que era mais um que tinha todo um peso de uma raiva.

Será que tinha cookies na despensa? Será que dava tempo de pegar?

Pela voz categórica de meu diretor, quer dizer, de Fabiano, não:

– Pode nos deixar entrar, Milena? Precisamos ter uma conversinha com Djane.

– Errrr... Ok, eu acho. Posso ficar na varanda se for necessário.

– Boa ideia, faça isso. Agora nos deixe passar.

Será que sobrariam pedaços de Djane pra depois brigar comigo por permitir a entrada não anunciada deles?

Eu já roía uma unha.

~;~

Juro que não tô tentando me ater à discussão na sala.

Até duas horas atrás eu resmungava que tinha esquecido minha bolsa na varanda e cá estou agradecida por tê-la deixado para trás quando entrei na casa de Djane, já que estava um pouco pesada e eu fui me desmantelando de minhas coisas até chegar ao seu sofá quando cheguei. Folgada eu? Imagina.

Quando ouvi a voz fula de Fabiano bradando sua entrada à sala da professora, a primeira coisa que fiz foi pegar o fone da bolsa e plugar no celular, que havia ficado (ainda bem!) no meu bolso da calça, pois dali dava pra ouvir alto e claro a conversa e eu preferia dar privacidade a eles.

– Fabiano? Renato? O que vocês estão fazendo aqui?

– Quero que tire esse seu namoradinho de meu pé antes que eu dê um tiro nele.

– Eu só quero respostas e vocês estão escondendo alguma coisa!

– E pra isso você precisava estragar o jantar de todo mundo?

Coincidência a função aleatória do mp3 do meu celular tocar “Secrets” do One Republic? Passei logo e eu tava encarando qualquer coisa, sem mesmo prestar atenção. Nem mesmo cogitei a ligação de Fabiano com Renato nesse tal jantar, o que eu sabia, que Djane havia comentado, era que o professor foi para uma comemoração de um sobrinho que passou num concurso e ela só não o acompanhou porque tava um climão entre eles depois de ele ter pressionado o diretor. Então ainda bem que ela não foi mesmo, pois aí sim teria sido desastroso esse jantar.

Em nome dessa privacidade que nem adentrei mais a sala, fiquei pela varanda e, de fones em ambos ouvidos, vagava aleatoriamente pela internet. Estava desconfortável, pensei em ir pra casa, mas conhecia aqueles ali bem demais para saber que ninguém ia me deixar arredar o pé dali, como se eu já não tivesse pegado milhões de transportes coletivos nas piores horas da noite.

Mesmo com todos os cuidados de Murilo em cima de mim, esse era um dos poucos momentos de “liberdade” que ele me cedia. O engarrafamento e aquele trânsito de Deus nos acuda era um preço alto a se pagar e eu pagava em nome de me sair da proteção de meu irmão. Era o jeito. Sempre foi o jeito. Triste, mas verdade. E agora cá estou (mal) acostumada a pegar carona. Tenho enfim que acatar e esperar a melhor hora para que me concedam uma.

Fuço uma rede social para me distrair de meus pensamentos e logo uma notificação surge mostrando que alguém chamava minha atenção no chat privado. Era a Flávia.

Flá

Hey, Mi, vc usou o autor George D. Almeida no seu ensaio? Tô adicionando umas coisas no meu e tem uma citação de uma citação dele que vi num artigo de internet, mas o arquivo tá sem referências e eu não sei a edição e tbm não quero chutar. Professor Sanches é capaz de tirar meu couro por isso. Ele é mto fresco, cara!

MLins

Não, acabei não usando, foi o Acácio que optou pela metodologia desse cara. Não tô em casa e tbm não lembro de cabeça essa referência. Sorry.

Flá

Ah, blz. Acho que o Acácio tá online, vou checar com ele.

Flá

Já que vc tá on, te digo logo: o Sávio apareceu lá na empresa e adivinha quem tá todo emburrado por isso?

MLins

Uma hora ele vai ter que falar cmg.

Flá

Quem? G ou S?

MLins

Os dois. Mas me referia ao Gui msm. E papo sério.

Flá

Então conversem logo. Vcs brigados são insuportáveis. E sério então, pior.

MLins

Obrigada pela parte que me toca.

Flá

Sempre!

MLins

Acredita que hoje até meu chefe meu pediu pra a gente se acertar? Olha o nível!

Eu não acreditei até acontecer.

– E já fez aquela relação de prospecção sobre os novos clientes?

Meu chefe me lançou logo que arrumei a última papelada para arquivar na sua sala. Não minto, a semana toda eu estava fazendo meu trabalho um pouco sem gosto, e disfarçava o que podia essa falta de ânimo. Tanta coisa na cabeça dava nisso.

– Falta só colher os dados do último relatório do departamento de comunicação.

– Ah, tudo bem, sem pressa.

Fechei o armário de arquivos e me aprumei para poder sair da sala de Thiago.

– Mais alguma coisa, senhor?

– Sim, por favor.

Me virei para pegar meu bloco de notas e antes que eu pegasse a caneta para anotar o que quer que fosse, meu chefe me olhou além de sua mesa e parou de digitar algo na sua máquina. Não tive mais problemas com o ar-condicionado dele.

– Faça as pazes com seu amigo. Logo.

E eu pensando que era algo sério... Ri sem muita vontade por sua gentileza. Minha briga com Gui ficou clara pra todo mundo em todo canto. Capaz até de já debaterem o motivo lá na faculdade, todo dia uma novela pra acompanhar. Recolhi os materiais que levaria pra minha mesa e desconversei.

– Quem dera fosse simples assim.

Thiago voltou-se para sua máquina e retomou a digitação, muito seguro de si e do que me pedia, embora não soubesse metade da metade da metade da metade da metade... da história.

– Minha irmã me atirou colheres quando fui lá me resolver com ela, lembra?

– Lembro. Mas isso... não é nada como... Eu não sei nem como explicar.

Chateada, descansei os ombros e tombei na cadeira de visita.

– Foi uma merda tão grande assim? Sinto falta do ar cúmplice de vocês pelos corredores.

Acredite, eu sentia uma falta enorme daquela criatura me perturbando as ideias. Esse silêncio dele tava me matando. Ambos estávamos sendo teimosos. Eu não o procurava, nem Gui a mim e ficava esse buraco entre nós.

– A gente... só não compartilha das mesmas ideias. Ele esperou de mim e eu esperei dele. Quando vamos para a faculdade, ele liga o som o mais alto possível para não nos falarmos. Ele não quer conversar comigo.

Flá

Tanto acredito quanto estou quase para amarrar vocês em duas cadeiras e abandoná-los até conversarem E se acertarem.

MLins

Era capaz de eu passar fome de tanto esperar que ele conversasse comigo

Flá

Mas teria que te ouvir.

MLins

A contragosto. Não daria certo. Mas deixemos isso, uma hora eu sei que a gente ainda vai sentar e pronto. Até lá, vou pensar é no seminário da professora Amália, isso sim. Ô mulher pra me dar assunto ruim!

Flá

Não acho que ela já tenha delegado um assunto bom. Não, pera, no período passado ela operou esse milagre!

Eu já ia dizer pra professora Amália ser milagreira de novo quando outra pessoa me chama a atenção e meu celular notifica o contato. Pela imagem de uma sombra de um homem que não gostava de se revelar, já sabia quem era, só não o que queria.

Sávio

Milena, será que poderíamos nos encontrar para conversar?

Fico encarando a mensagem por uns segundos e até paro mexer a cabeça pelo ritmo do Finger Eleven que meu fone executava aos meus ouvidos. O pior é que o aplicativo totalmente me entregava que eu havia visualizado o recado.

Sávio

É importante. Trata-se da Iara. É por ela.

Sávio

Ela não tá legal esses dias e tudo aconteceu tão repentinamente. Estou um pouco preocupado. Tem TANTO que eu quero te explicar e agora parece tão complicado. Só não quero que a Iara seja pega numa confusão por falta minha. Pior, que sofra mais. Nada é culpa dela.

Não dava pra ficar “calada” depois dessa.

MLins

Não acho que seja culpa de alguém, Sávio. Mas vc tem razão, Iara foi pega na minha discussão com Gui. Ela tá mal assim? Não a vi direito essa semana.

Sávio

Sabe com ela pode ser, tá se fazendo de forte. E se sentindo terrivelmente culpada com isso. Não consigo assistir sem fazer nada. Por favor, podemos nos encontrar?

“Sabe com ela pode ser, tá se fazendo de forte”? Saber como Iara é, eu sei, mas a questão que me pega verdadeiramente é como ELE sabe? Como começou tudo isso? Quando? Como eles ficaram... tão próximos? E por que esconderam? Iara mesmo me disse que sabia do rolo todo. Me fatigava tantas perguntas e tão poucas respostas, uma sensação de falta enorme e as mãos atadas de fazer algo que prestasse – que era basicamente tudo que eu sentia quando Sávio estava envolvido, era inevitável pelo jeito. E não bastando isso, ele se mostra esse preocupado. Preocupado não, agoniado. Não consigo assistir sem fazer nada. Ela significava tanto assim para ele mesmo?

Sávio

Posso esclarecer tudo, Milena. Você sabe que sim.

Sávio

Fui paciente esse tempo todo e acho que ambos já vimos que não dá pra continuar desse jeito. Pode marcar em qualquer lugar. Só... converse comigo, ok? Me dê essa chance. É só o que peço.

Tive que pensar rápido nessa, as considerações se debatendo e encontrando numa solução mais viável ao momento. Era tentador demais isso que ele me propôs, além de que significava estar pela Iara, que merecia alguma atitude minha.

Então... é isso.

MLins

Tudo bem, eu te encontro. Na sua casa, amanhã de tarde, pode ser?

Sávio

Tem certeza?

MLins

Absoluta. Após o almoço, estarei lá.

Sávio

Ok, te esperarei.

Uma outra notificação do celular já me apontava quem seria essa pessoa que iria me cobrir nessa... missão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, que lindo, passamos de mil visualizações só na Finale! E de dois mil em MoE!
Fiquei caída quando vi o relatório de visualizações diárias, galera tá devorando essa fic!!! E aos poucos chegam mais leitores!
Muito obrigada, pessoal, de verdade! (tô danada nas exclamações hoje, hein)
Até dei uma sondada nas redes sociais e grupos de fanfic pra ver se tinha algum auê por lá, não sei, de repente... Tem tido tantos leitores haha A propósito, descobri que tem um casal artista aí de shipper Murilo e Milena -whaaaaaaat?- Murilo Rosa e Milena Toscano. Galera pira neles pelo jeito rs

Sabe, eu quase não divulguei essa história, nem quando ela se iniciou num blog (nem adianta procurar, ele já fechou). Sou tímida pra essas coisas (MUUUITO) e sendo esse xodózinho que levo no coração, provavelmente a divulgação minha continuará escassa hahaha (mas nunca se sabe, né?). Pra quem viu no FB (meu quase não usado FB, btw), vc foi um sortudo, pq só aqui sou a Alexis (ok, tive uma conta fake no twitter sob o nome de Alexis Klets, mas está em desuso, pq foi só uma brincadeira a la The-Sims-rede-social) e aqui no Nyah que me permiti compartilhar o que antes eu escrevia apenas para mim. Nem que fosse uma história enooooorme e ok, longfics dificilmente são acompanhadas.
Por isso mesmo me impressiona como ultimamente tem tido novos leitores (olá, pessoal, sejam todos bem-vindos, qnd vc ler esse recado, já vai ser veterano na história, bjos). Embora não tenha muitos comentários, já fico feliz que tem tanta gente acompanhando. Quem quiser deixar um recado, também pode usar o privado.
Espero que continuem acompanhando, e se apertar meu tempo de vir passar aqui, tem uns bons capítulos aí para revisitarem, viu. É bom que aí vocês relembram fatos e detalhes lá de trás... que podem vir a tona de novo muahaha
Alguns novos já estão em revisão e a demora é pra fazer valer a pena toda espera.
E vai valer!

Bjs


Bônus: vi essa imagem esses dias e SIM ou COM CERTEZA vou repassar para a Milena? http://fb.me/6nwNUbnfh XD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mantendo O Equilíbrio - Finale" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.