Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 143
Capítulo 142


Notas iniciais do capítulo

O QUE FOI ESSE PICO DE LEITURAS NO DOMINGO, BRASIL?
Tomei foi um susto! Mais de 160 leitores num dia só pra uma história que tava parada há tanto tempo O.O

ALIÁS, AMEI

E como vou ficar sem computador esses dias, já venho trazer o presentíneo antecipado de vocês: COMBO DE CAPÍTULOS!
Quero pico de leituras de novo hahaha

ENJOY!



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— Tem certeza?

Murilo questiona, antes de destravar as portas. Estamos na avenida, na porta da faculdade. Apesar de cedo, pegamos um pouco de trânsito e isso me fez sentir presa com muitos pensamentos. Sufocada. Não aguentaria mais um quilômetro assim, mesmo que isso significasse ficar em classe, não em casa.

Driblo um pouco o assunto, porque não quero que o Murilo se preocupe demais. Já atrapalhei o bastante seu trabalho e vida.

— Eu já matei muita aula, não posso me dar mais esse luxo sem reprovar. Estou bem. Vou ficar bem.

Murilo, claro, fica atento e duvidoso de me dar espaço, porém, me dá uma chance. Até faz uma piadinha, mas eu totalmente fora do clima, só aceito seu pedido.

— Ok. Mas sem cervejas, né?

— Sem cervejas, Murilo.

Mas de fato, não iria me enveredar mais por esses lados. Já não sentia necessidade de anestesiar culpas ou traições. Primeiro porque elas voltariam comigo ao chegar em casa e segundo que eu não suportaria aquele enjoo. Também não iria me utilizar da amizade de Sávio para isso.

Penso em utilizar para outra coisa quando encontro com ele logo na rampa de entrada, que buscava minha carteirinha de estudante para entrar na instituição. No caso, a reserva, porque não sei onde foi parar a outra. Só sei que Sávio é o único em um raio de léguas que poderia entender minha situação e me dar algum suporte mais direcionado e num espaço neutro. Bem, tem Djane, mas eu não queria atrapalhar o trabalho dela.

Apesar de ter parecido que fiquei uma eternidade no carro, ou naquela casa, quando saí, o céu ainda estava se roseando pelo pôr-do-sol e ainda estava no processo de escurecer. Daria chance de fazer um lanche mais reforçado. E de ir na secretaria resolver meu problema com a carteirinha.

Assim que Sávio me vê, parece que entende. Entende que preciso de um abraço. De fato, ele me abraça e ali respiro por uns minutos.

— Como foi?

— Consegui falar o que tinha pra falar.

Sávio não sabe os pormenores, só o que consegui vomitar no outro dia que demos uma volta de carro. Mas sabe que é algo ruim. Não sei se em algum momento vou conseguir falar algo mais sobre isso.

— E ele?

— Disse que fazia sentido. O que isso quer dizer, não sei.

Ele se desvencilha de mim e me lança a mesma pergunta de Murilo.

— Acha que está em condições de assistir aula?

— Acho que tô em condições só o suficiente pra não reprovar.

Digo com falsa graça e escapulo para as catracas. Sávio me repreende, me chamando pelo nome.

— Lena.

Tento disfarçar mais uma vez.

— Só é difícil ser uma boa pessoa e estudar ao mesmo tempo. Parece que o univers...

— Não, Lena, é que...

Então ele acena para o pátio e eu vejo o que ele tentava me alertar. Gui estava sentado numa das mesas com alguns de nossos colegas. Ele não me vê; já Flávia, estava estática, a meio caminho das mesas, saindo com uma bandeja da lanchonete. Acho que eles não queriam mais matar aula também.

— Eu não tenho porque recuar, Sávio. Eu não fiz nada de errado.

Tinha que repetir isso o quanto pudesse para concluir o processo de aceitação.

Não sentia fome propriamente, mas eu me conheço o suficiente pra saber que em tempos estressantes eu preciso me alimentar com reforço. Isso era também meu modo de não recorrer mais uma vez às bebidas.

Na verdade, era meu modo de me respeitar, não importando quem fez o quê.

Mas Sávio me toca no braço como que me guiando para fora dali.

— Você não tinha que ir na secretaria? Vamos lá primeiro.

Me volto para o pátio novamente, onde Flávia tinha se mexido e ido para a mesa, mas já não olhava para nós – eu – chegando, apenas o Gui virado para trás, para onde estávamos na entrada, só que sem sustentar o olhar direto na gente.

Penso melhor e me parece que é mais sensato alguma distância. Não sei como poderia me comportar estando tão perto. Poderia falar coisas que não posso expressar. Poderia estragar disfarces que não posso evidenciar. Poderia me exaltar para além da conta depois de tanto esforço nos últimos dias para a cabeça eu colocar no lugar. Não, eles não merecem.

Eles não me merecem.

— É, vamos lá na secretaria primeiro. Até porque, se for mais tarde, não vou conseguir atendimento.

E mais tarde poderíamos comer em paz.

 

~;~

 

No intervalo das aulas, deito-me um pouco na carteira, na sala de aula vazia. Ao meu lado, Sávio ainda anotava algo que estava na lousa. Algo que ajudaria no artigo que ele iria escrever por nós dois. Em outro momento, estaria me desculpando por sobrecarregá-lo. Agora só sei agradecer – parece-me que não sai outra palavra de minha boca se não agradecimentos às pessoas certas. Seu apoio estava sendo essencial.

— E eu te procurando o prédio todo, bonita!

Levanto a cabeça ao ouvir Bruno quebrando a quietude da classe.

— Como assim o Gui e a Flá voltam e você está aqui? Bora bora, que eu tenho uma surpresa pra galera. E das boas, garanto!

Só suspiro por não ter como explicar tudo por um olhar. E por tampouco não ter como explicar nada porque Bruno não estava por dentro dos últimos acontecimentos. Na verdade, por nenhum dos fatos atenuantes. Não gosto de mentir, porém, estou aqui tendo que burlar a verdade para proteger pessoas e a operação. Seguiria eu com o acordo que fiz a Max. Estava minimamente segura com meus pensamentos.

— Hoje não tô muito legal, Bru. Acho que é alguma gripe da temporada.

— Mas... É a Flávia e o Gui. De volta. Temos que comemorar!

Meu amigo levanta os braços e tudo, com um tamanho sorriso ao rosto e nada disso, dessa sua animação, me pega. Só me faz querer ficar longe.

— Desculpa, cara. Eu realmente não tô no clima. Tô com uma dor de cabeça que não saberia dizer muita coisa. Já disse pro Sávio não ficar perto pra não pegar de mim, mas ele não me ouve.

Sávio só me dá um meio sorriso por eu o colocar na berlinda. Ele termina de anotar as coisas e fecha seu caderno. Bruno, por outro lado, não compreende. E não posso culpá-lo por isso. Se fosse na semana passada, antes de eu descobrir o que fizeram, eu também estaria exultante. Agora... Só me sobram cansaços.

— Mas... Você não precisa fazer nada, só sentar e sorrir.

— Sério, Bru. Sorrir me dói o rosto.

Aperto e massageio um ponto da minha testa, fechando os olhos, para dar a entender que eu estava mais para lá do que cá com os sintomas gripais. Nem precisava ser tão atriz assim, pois sentia certa dor de cabeça de verdade. Exaustão de tudo.

Bruno se aproxima e mesmo comigo mexendo a cabeça para tomar distância, ele me toca a testa para avaliar.

— Não parece quente. Sério mesmo que não consegue descer?

— Se descer, não vou conseguir subir. E tenho que pegar presença nos horários finais.

Lastimoso por eu detonar sua alegria, ele estala a língua nos dentes.

— Poxa. Você nem acreditaria na minha ideia.

Ver seus ombros baixos me afeta um pouquinho. Como queria poder abarcá-lo nessa situação toda. Mas estar ignorante disso tudo é uma grande benção também.

— Posso não descer, mas estou te ouvindo.

— Ah, aí não vai ter graça. Teria que ser com todo mundo junto.

Eu só deito a cabeça de novo sobre meus braços, na carteira. Bruno olha de mim pro Sávio, do Sávio pra mim e decide falar.

— Tá, foi inspirado em você, então vou contar. É só que já é fim de ano e eu pensei em fazermos um amigo oculto. Um amigo da onça, na verdade.

Isso me chama atenção um pouquinho a ponto de abrir um meio sorriso.

— Você me fez jurar nunca te chamar pra um.

— Mas nenhum problema em eu te chamar.

— O que te fez mudar de ideia?

— Nossa amizade, ué. E, tá, porque sinto falta de estarmos todos juntos sem alguma desgraça envolvida.

Touché.

Isso me faz levantar um pouco a cabeça e realmente considerar a proposta. Porque era isso que eu também queria – menos tragédias desgraceiras na minha vida. Seria o universo me dando uma lufada de ar? Um fôlego?

Percebo que alguém para à porta da classe e depois sai. Não deu para olhar muito bem, mas tive a impressão de ser a Daniela. Bruno não tem o ímpeto de se virar para onde minha atenção se voltou, só tenta mais uma vez me encaixar na brincadeira.

— Então... Posso colocar teu nome? Quer dizer, os nomes de vocês.

Ao passo que assinto em concordância, Sávio também só acena aceitando.

— E pra quando seria?

— Para o último dia de aula.

— E o sorteio?

— Essa semana ainda.

Vejo novamente um vulto passando na porta e não sei se algum deles percebe. Bruno diz algo a Sávio que não ouço, só vejo depois ele se despedindo para seguir com seu plano. É aí que percebo, ou melhor, lembro quem poderia estar na brincadeira. Mas de todas as pessoas, cairia nas minhas mãos o nome de um daqueles dois? Espero que o universo não conceda. Ele sabe que nem tenho usado mais as meias da Flá. É sinal o bastante para que continua nos deixando longe.

E sim, era a Daniela. Ela entra com cautela logo após o Bruno sair. Diferentemente dele, ela parece desconfortável. Não sei se é por isso que o Sávio anuncia que vai ao banheiro. Por um momento meus neurônios tinham se esquecido que eles ainda não se davam um com o outro.

Daniela senta numa das carteiras ao meu lado e fica quieta de um jeito que não é o dela. Parece receosa de algo. Sem muito filtro, pergunto:

— Você ainda se incomoda muito com ele?

Esperava uma resposta debochada clássica dela, algo como “você não?”, mas para falar a verdade, ela não tem sido assim faz um tempinho. Tanto é que o que responde parece não ter a ver com o desconforto que trazia no momento.

— Não sei. Mas o outro lá me incomoda.

— O outro lá? O Bruno?

— Não, o... Não importa. Eu... err... Eu vim saber do vídeo!

— Que víd...? Meu Deus, o vídeo!

Levo uma mão ao rosto por lembrar tardiamente. Isso quebra o clima estranho e faz com que Daniela melhore sua expressão com um sorriso e uma tombada de seu ombro no meu.

— Por isso tava estranhando você não dizer nada.

— Nossa, desculpa, eu esqueci completamente. Fiquei um pouco off no fim de semana. Eu vi a mensagem, mas... enfim. Tá na página como vídeo público ou como vídeo privado?

Me inclino pra pegar o celular na bolsa, aos meus pés.

— Naquela hora que enviei, tava como privado, mas acho que o CK já colocou como público.

Então capaz de o Silveira já ter visto. Capaz de o Vini já ter visto também. Ontem ele apareceu lá em casa no meio da tarde e eu permiti que o Murilo contasse a história toda. Só não contei eu mesma porque não havia forças em mim para reviver tudo de novo e já que teria que falar para Max.

Como meu mano, Vini quis ficar comigo me apoiando, me distraindo para recarregar as baterias. Mas isso envolvia remexer na história de novo e me vi obrigada a me distanciar. Fora que eu ainda não reagia às coisas direito, às vezes nem a ele direito. Nisso, acabei me fechando tanto que me distanciei de tudo mesmo, de todas as coisas ao meu redor. Mas, como uma vez disse o Eric, sempre tem coisas acontecendo. E são a essas coisas boas que devo me apegar.

Vejo que Dani também está mexendo no celular para procurar o vídeo.

— Você chegou a enviar pro Vini?

— Dessa vez não, achei que você ia. Ele também não falou nada?

— Só o vi ontem, bem rápido.

Ela abre a página da banda e coloca o vídeo pra carregar, mas o sinal não parece muito bom. De qualquer forma, Dani se mostra mais empolgada e mais por outra coisa:

— Tá, e a grande história por trás, eu vou saber? Porque tô curiosíssima!

Eu, por outro lado, tô meio paranoica. Porque por um segundo entendi que falava da grande história do final de semana. Quase me engasgo pra falar.

— H-história? Que história?

— Ora, a da música. Pra você pedir uma daquelas, e uma tão específica assim, é porque deve ter uma boa história por trás!

Quase desfaleço de alívio na cadeira. E pensar na história me traz certo quentinho ao coração, algo que não me imaginaria sentir nessa altura do campeonato. É curioso que quando alguém me traz lembranças boas assim, como foi com o lançamento de vovó e eu mostrando as coisas pro Murilo, eu respondo melhor.

— É, existe algo.

Deixo no ar, com graça. Daniela demonstra suas expectativas com um olhar firme de curiosidade master, o rosto sustentado pelos cotovelos na sua carteira.

— Que é...?

— Você lembra que a Djane não é bem a mãe do Vini, né?

— Lembro sim.

— O Vini tem descoberto algumas coisas da outra mãe dele. Coisas como sobre o que fazia e o que gostava. E ela gostava muito dessa música. O tio Filipe também. Ele fica todo arrepiado quando ouve.

Quando ouve você cantar, eu queria dizer, mas ainda não é a hora. Enquanto isso, fico só risonha por chamar o Filipe de tio Filipe. Há um ano atrás, o chamava assim só pra provocar. Agora o termo ganhou um novo bom tom, resgatado pela minha amiga.

Sim, amiga. Já posso falar de Daniela assim, acho.

— Então já pode enviar pro tio Filipe!

— Com certeza enviarei! Ele fica todo deslumbrado ao te ouvir cantar. E ouvir uma dessas músicas das antigas, da época dele, mexe bastante.

Dani se volta um pouco para si, de repente quieta. Não de um jeito ruim, só acho que surpresa. Até deixa seu aparelho celular de lado um pouquinho.

— Essa coisa toda de impactar na vida de alguém... Fico apenas “nossa, é sério isso”?. Sei lá. Desacreditada. Me deixa feliz e boba ao mesmo tempo.

Eu queria muito dizer: E VOCÊ NEM FAZ IDEIA. Mas o que digo é:

— Você tem algo especial aí para tocar nas emoções das pessoas, isso é fato.

Dani sorri, mas de repente parece que não é lá um bom sorriso.

— Acho que ainda não sei bem como reagir a isso. Investir é uma boa opção, claro, e isso me anima demais, porque é uma coisa que AMO fazer, e me faz sentir completa, com as coisas se encaixando... Mas ao mesmo tempo é uma coisa que me dá um super medo, sabe? Porque não vai ser mais uma brincadeira.

— É, uma carreira é bem diferente de uma brincadeira. Exige algumas responsabilidades. Mas se te faz tão bem, por que não tentar?

— É que não entendo muito bem desse mercado. Ou como posso administrar as coisas, se devo apostar ainda nos covers, se devo expandir pra algo mais autoral... são tantas opções.

Dani se deixa cair no encosto da carteira, pensativa. A gente já tinha tido algumas conversas a respeito de um trabalho artístico, porém, nada sobre ela seguir uma carreira de fato e com músicas próprias.

— Isso quer dizer que você está compondo?

— Não necessariamente. Às vezes o CK faz uns exercícios criativos comigo e... sei lá, tem umas coisas legais, alguns improvisos que ficam muito bons. Mas são só isso, acho, improvisos.

— Acho que é como você diz.

— Exercícios?

— Não, sobre brincar e experimentar. Acho que não é o momento de pensar no grande mercado da música ou como se inserir nele. Pelo menos não ainda. Você ainda tá se encontrando. E você começou tudo isso brincando e experimentando e indo além, no seu tempo. 

— Foi mesmo. Comecei no busão e agora tô no palco.

— Exato. E como você se sente quando está lá?

— No ônibus ou no palco?

Ela ri e me leva junto.

— A pergunta foi sobre o palco, mas acho que agora também quero saber sobre o ônibus.

— Acho que me sinto eu. Me sinto livre. No lugar onde deveria estar.

— E não é esse o melhor guia das coisas?

— É, eu acho. Mas seguir carreira nisso é bem desafiador. Meus pais batem muito na tecla da faculdade. Que tenho que terminar a faculdade e vou, claro. Que posso experimentar e tudo mais. Mas fica por isso mesmo, como se fosse só um hobby. Nesse meio tempo, fico sem saber muito o que fazer, no que apostar.

— Como não ficar confusa quando se trata do nosso futuro, né?

— Exatamente! E apesar de ter avançado bastante nas cantorias e apresentações, esses últimos meses não foram dos melhores pra qualquer decisão. 

— E aquele seu tio, o que diz?

— Que é pra eu continuar. E que tenho que lembrar porque comecei a cantar. O que me faz querer cantar, na verdade. Mas por agora ele teve que voltar pra cidadezinha dele, então fico só eu e eu pensando sobre isso no momento. Ou evitando pensar sobre isso.

Ela ri um riso nervoso, que acompanho, porque tá uma coisa confusa pra geral.

— E não é também como desse muito pra investir por agora, né. Afinal, estamos aí em fim de período, estresse infernal de trabalhos... Tem sido só um escape de fim de semana mesmo. Volta e meia que caio nesses pensamentos – fim de ano, planos de vida, qual música quero me desafiar. E tô me alongando, né, porque a história aqui não é minha.

— Nah, gosto de ouvir você falar sobre essas coisas. Acredite ou não, estou precisando ouvir outras histórias que não as que vivo. Também não ando bem da cabeça. Alguém, afinal, tá bem da cabeça nesse fim de ano?

Ela ri mais relaxada.

— Murilo até tem me dito algumas coisas também... Sobre eu cantar. Peguei ele ouvindo Complicated hoje.

— Ah, minha sala inteira tá ouvindo Avril Lavigne há dias. A preferida do Yuri ainda é Sk8ter Boi. Ele se fez até de magoado porque eu falei no nome do Vini naquela hora, como dedicatória. Ah! E o CK ontem perguntou de ti de novo. Porque foi muito bom mesmo ter cantado com a gente. Diz ele que já sabe uma música pra a gente ensaiar.

— Qual?

— Ele só fala se você aparecer lá.

Dani diz com gosto e eu respondo na mesma vibe.

— Foi muito bom ter cantado com vocês. Foi bom extravasar um pouco. Mas por agora, realmente, tá meio dose.

— É, a parte chata da coisa. Tô me prometendo de terminar logo os trabalhos, pra me livrar mesmo. Meu tio-avô diz que volta no fim de ano e aí quero preparar umas coisinhas pra ele também. Fazer uma apresentação.

— Se eu tiver por aqui, já guarda meu lugar. Ao que tudo indica, passo o Natal com meus pais e o ano novo com a família do Vini. É mais ou menos o que temos por agora.

E, como o Murilo me disse, é meu foco para atravessar esses dias difíceis.

— Pode deixar! Seria muito bom também pra apresent...

Ouvimos umas vozes pelo corredor e logo desponta na porta o Gui acompanhado de alguns alunos, dentre eles o Bruno e o Pompeu, que estavam dando suporte a ele. Ao que parecia, Aguinaldo andava com certa dificuldade. A Flávia vinha logo atrás.

Gui agradece aos meninos e diz que dali é com ele mesmo, mas a Flávia termina o ajudando a chegar à carteira, que é um pouco depois da minha. Fico um pouco impaciente com o retorno deles e pelo intervalo estar acabando porque significa que é hora de voltar à realidade.

— É m-melhor eu ir.

Já Dani, ela se levanta com pressa e, noto, um pouco desorientada. Enquanto alguns alunos vão entrando para a próxima aula, e logo depois o professor Paulo, vejo uma troca estranha de olhares dela com o Bruno. Depois, é ele quem me olha diferente, de um jeito que não sei decifrar. Ele sai depois que a Daniela passa por ele.

E então uma coisa me bate. Por que Dani veio me procurar aqui em classe se, como ele disse, era o dia da volta do Aguinaldo e da Flávia? Por que ela também não estava lá? E por que ela não me questionou por também não estar lá? Será que o Bruno disse algo?

Toco novamente o pingente ao pescoço, querendo me distanciar de tudo mais uma vez, desejando terminar logo a aula, logo este dia.


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Notas finais do capítulo

VAI TER AMIGO DA ONÇA SIM!
Com centenas de dúvidas também hohoho



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