Meu nome é Ishida Uryü, sou alto, tenho cabelos negro azulados, olhos azuis escuros, uso óculos e estudo na escola de Karakura onde curso o terceiro ano do ensino médio. Eu moro apenas com meu pai, pois minha mãe faleceu logo depois o meu nascimento. Já faz cinco anos que eu recebi um pedido de um homem, que estava morrendo...

~ Flashback ON ~

Era uma noite escura, iluminada apenas pelos postes de luz das ruas, não podia dizer que era uma noite bonita, era uma noite um tanto sombria, e que fazia com que as pessoas quisessem voltar para casa o mais rápido possível, principalmente um menino de doze anos voltando sozinho para casa.

Eu sempre voltava para casa a pé, aquela época eu fazia curso de costura, e ele ia até tarde, mas eu estava com um mau pressentimento. Quando estava à cinco quadras de chegar na minha casa eu presenciei um acidente de carro, eu não pude impedir, era apenas um garoto, além de tudo ter se passado lentamente na minha cabeça. Um homem atravessava a rua no mesmo momento que um caminhão desgovernado destruía tudo em seu caminho.

Na minha condição tudo que pude fazer, foi correr até o homem que tinha sido atirado longe com o impacto do caminhão. Ele devia ter pelo menos vinte e cinco anos e cabelos castanhos, ele cuspia sangue, as costelas deviam ter perfurado o pulmão, eu estava desesperado, olhei em volta, gritando, em busca de ajuda, e por algum motivo ninguém apareceu, comecei a chorar.

_G-garoto... - escutei uma voz e olhei para o homem deitado no asfalto. - Q-qual o s-eu nome?

_Uryü, Ishida Uryü. - disse em meio as lágrimas.

_U-uryü, posso te pedir um favor? - apenas assenti, estava aterrorizado. - Cuide e proteja a minha irmã, por favor – tossiu mais sangue. - Ela tem cabelos laranjas, é doce e simpática, não tem como... - cuspiu de novo. - … c-confundi-lá.

Eu assenti, não consegui falar mais nada, apenas corri até a clinica ou hospital mais próximo, e chamei o primeiro que apareceu na porta, infelizmente quando chegamos lá o homem já estava morto, depois identificaram ele, pelos documentos, como Inoue Sora, o homem que tinha ido me ajudar, disse para eu ir para casa, mas me disse que poderia me limpar no banheiro da clínica, foi quando percebi que estava sujo de sangue.

Fiz o que ele disse, mas quando eu estava saindo da clinica, escutei um choro de menina e avistei uma garota de cabelos laranjas, aos prantos, não fui acudi-la, não sabia o que fazer, além disso já passava das onze da noite, então voltei para casa.

~Flashback OFF ~

Me arrependo até hoje de não tê-la ajudado, fui egoísta, mas um ano depois, eu a encontrei novamente estava estudando na mesma escola que eu, sendo assim sempre a protegi de longe, não era muito comunicativo. Com o passar do tempo ambos fomos crescendo, eu fiz alguns amigos apesar de não admiti-lo, Kurosaki Ichigo era um deles, foi por causa dele que me aproximei dela, Inoue Orihime é o nome da garota.

Nós fomos nos aproximando, e bem, eu acabei me apaixonando por ela, eu admito, não tenho essa mania infantil de mentir para si mesmo, mas mesmo assim, ainda não deixei de ser tímido o suficiente para contar a ela, até porque ela é apaixonada pelo Kurosaki. Por um tempo odiei-o por isso, mas como foi graças a ele que me aproximei dela acho que não tenho do que reclamar.

Eu conviveria normalmente com isso, se não fosse o fato de Ichigo ser apaixonado por outra garota e assim machucar a menina que eu jurei proteger e cuidar. Quanto a proteção física dela digamos que ela tem uma amiga suficientemente forte para isso. Ultimamente acho que não tenho mais conseguido esconder meus sentimentos por ela, pois algumas pessoas já vieram falar comigo sobre isso.

Hoje quando acordei recebi uma mensagem no celular, era da Chizuru, ela ia fazer a festa de aniversário dela e estava convidando todos da nossa sala, a festa iria der as dezenove horas. Como não tinha nada para fazer resolvi ir, meia hora depois Orihime me ligou, e eu atendi.

_Alô? - perguntei.

_Ishida-kun? - escutei a voz dela no celular. - Eu estou ligando para saber se você vai na festa da Chizuru-chan...

_Acho que sim Inoue-san, porque?

_Ah, é porque eu estou ligando para ver quem vai...

_Entendo, então até lá Inoue-san.

_Até Ishida-kun...

Depois fui fazer o que tinha que fazer naquele dia. Voltei para casa faltavam trinta minutos para as sete horas da noite, portanto fui me arrumar para a festa. Estava frio, então quando terminei, estava usando uma blusa preta de mangas, uma calça da mesma cor, e um sobretudo beje. Sai de casa faltando cinco minutos para começar a tal festa, mas não me preocupei, afinal festas não tem hora certa para chegar.

Quando avistei a casa da garota, vi algumas pessoas estacionando carros e outras descendo deles, vi o Kurosaki chegar acompanhado da Kuchiki, me aproximei lentamente da casa. Mesmo andando devagar acabei alcançando os dois.

_Yo Ishida. - disse Ichigo.

_Yo. -respondi.

A morena do lado dele acenou sorrindo, devolvi o aceno. Nós três avistamos Orihime de longe, ela usava um um sobretudo marrom por cima de um vestido vermelho escuro, sapatilhas da cor do vestido e um cachecol cor-de-rosa no pescoço, estava linda. Como sempre fiquei um pouco paralisado, a beleza dela é realmente impressionante. Ela se aproximou sorridente acompanhada de Arisawa.

_Yoo Kurosaki-kun, Kuchiki-san, Ishida-kun! - disse ela.

_Yo Inoue-san. - respondi

_Yo Inoue – disseram Ichigo e Rukia ao mesmo tempo.

_Yo geral. - disse Tatsuki, e todos apenas assentiram de volta para poupar a saliva.

Inoue anunciou que Sado não viria pois tinha tido problemas, além de não gostar muito de festas, portanto nós entramos. A casa era maior do que parecia, a sala era enorme além de terem afastado os móveis para dar espaço a uma espécie de pista de dança, o som estava ligado no máximo numa música do Aqua Timez, eu nem sabia se essa era uma música adequada a uma festa, mas era bem conhecida portanto ignorei o fato. Tinha uma mesa repleta de comidas, doces e bebidas, e a casa estava lotada de gente.

_É parece que a festa está boa! - disse Tatsuki.

_Eu saio surda daqui hoje... - reclamou Rukia. - Mas tudo bem...

Sendo assim, Orihime arrastou Arisawa para a pista de dança, contra a vontade, e o Kurosaki e a Kuchiki sumiram, eu resolvi sentar e como sempre observá-la de longe.

Fiquei ali por mais ou menos uma hora e meia, então a Arisawa e a a Inoue vieram sentar comigo, elas chegaram rindo, e Tatsuki disse que iria pegar algo para elas beberem. Um tempo depois Orihime levantou, sem dizer nada, eu estranhei, quando ela saiu correndo, olhei para trás procurando algo que a tivesse assustado, e então eu vi... o Ichigo e a Rukia se beijando, é claro que era por isso que ela tinha saído correndo. Levantei e fui atrás dela, eu jurei protegê-la de todas as formas, eu deixei de cumprir essa promessa por vergonha, eu fui egoísta a minha vida inteira e não protegi ela sentimentalmente, já tinha passado da hora de começar a fazer isso.

Segui-a até fora da casa, ela corria muito rápido quando estava a pelo menos trinta passos dela, a vi no meio da rua, correndo, e um carro, não! De novo não! Não com ela! Novamente tudo se passou lentamente na minha mente, mas eu já não era um menino, corri em sua direção, não podia deixar aquilo acontecer novamente, não podia deixar aquilo acontecer com ela, nem que tivesse que morrer por isso.

Quando estava a três passos dela, a empurrei o mais forte que consegui, eu sabia que não iria conseguir sair da frente do carro a tempo, mas eu tinha conseguido salvá-la, e isso já bastava, sorri lentamente, a vi cair na rua, e levantar a cabeça para me olhar, vi lágrimas aparecerem em seus olhos, e depois, tudo escurecer, nada mais importava, eu cumpri minha promessa.

Abri meus olhos devagar, estava tudo embaçado, eu morri? Não sei... Afinal onde estou? Ouvi algumas vozes, e vi imagens borradas de corpos perto de mim.

_Ele está acordando! - escutei uma voz conhecida.

_I-shida-kun... - era ela. Inoue estava bem, isso é ótimo mas isso quer dizer que... eu também estou vivo.

Tentei falar mas tudo que saiu foi um som bem baixo, depois de alguns minutos consegui abrir completamente os olhos, eu vi quem estava em volta... era o Kurosaki, a Kuchiki, o Sado e a Inoue. Algum tempo depois consegui me sentar e percebi que tinha um sério ferimento no estomago, quando perguntei o que aconteceu, Orihime me abraçou e agradeceu, e então eu me lembrei.

Ichigo e os outros disseram que só estavam me esperando acordar, já faziam duas semanas que eu estava daquele jeito. Depois de empurrar e salvar Orihime, eu fui atropelado, mas Orihime chamou rapidamente uma ambulância, então eu consegui sobreviver. Rukia chamou a atenção de Ichigo discretamente e levou ele e o Sado para fora do quarto, deixando a mim e a Inoue sozinhos.

_Obrigada Ishida-kun... mas... porque fez isso? P-porque arriscou sua vida para me salvar? – os olhos dela voltaram a se encher de lágrimas.

Eu tinha dois motivos para ter feito aquilo, porque eu a amava e por causa da promessa, do jeito que ela estava eu não queria contar que era por causa de uma promessa que fiz ao seu falecido irmão, pelo menos não naquele momento.

_Isso... é porque... - suspirei. - Orihime – chamei-a pela primeira vez pelo primeiro nome. - Eu... amo você. - baixei a cabeça, ela não corresponderia.

_Uryü. – ouvi-a me chamar pelo primeiro nome. - E-eu... e-eu também gosto m-muito de v-você.

Levantei a cabeça e olhei-a nos olhos, esperando um olhar de misericórdia ou mentira, mas não o olhar dela transbordava felicidade, tranquilidade, nervosismo e sinceridade, ela estava corada. Era verdade... ela realmente gosta de mim, deixei de lado todas as dúvidas, e segurei na mão dela, ela corou ainda mais.

Quando ela aproximou seu rosto do meu, senti o sangue subir a minha face, mas fechei meus olhos e fiz o mesmo que ela. Quando senti os lábios dela nos meus, rapidamente trouxe-a para mais perto, eu estar sentado na cama impediu uma aproximação total, mas mesmo assim pedi passagem com a língua e ela deu. Só descolamos nossos lábios quando nos faltou o oxigênio, coloquei minha mão em seu rosto ainda corado, observei cada parte de seu rosto, e parei nos olhos, aqueles lindos olhos acinzentados, uma cor que poderia demonstrar sempre tristeza e melancolia, na maioria das vezes demonstrava alegria, e agora o olhar dela demonstrava um sentimento que eu nunca tinha visto.

_N-ós... - ela gaguejou um pouco para falar, mordeu seu lábio e continuou. - Nós estamos namorando?

_Só se você aceitar... - disse e beijei sua testa, ela sorriu e beijou meu rosto.

_Então acho que estamos namorando... - disse sorrindo.

Depois desse dia em diante eu nunca mais deixei de cumprir minha promessa.