O Alvorecer das Chamas escrita por Matheus Cavallini Amaral


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Fardo Da Morte


Notas iniciais do capítulo

Bem.. vamos ver como que sai espero que gostem ^^
Obrigado desde ja



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O dia e a noite se confundiam no subterrâneo, o mundo era uma escuridão total, uma planície morta estendia-se adiante, uma terra marrom devastada, nela seres luminescentes caminhavam hesitantes, aos milhares prosseguiam sem destino, sua imagem tremeluzia, em um instante eram seres pálidos com seus olhos cinzentos vidrados, mostrando apenas vagamente sua forma passado, em outro instante pareciam quase vivos, exceto pelo sangue em suas roupas e sua pele acinzentada, alguns poucos murmuravam na língua dos homens ou então no antigo dialeto draconiano, mas suas frases eram indistintas, uma única palavra podia ser ouvida com clareza da boca dos mortos "Guerra". O ar no local era gélido, como se expulsasse qualquer sinal bem vindo de um calor aconchegante, ou de uma pequena luz que traria vida a mais simplória planta, o lugar expurgava tudo e todos, exceto os mortos e suas maldições.

Os homens e os dragões lutavam ferozmente, homens, mulheres e crianças pereciam, soldados de ambos os lados também, a morte levava todos, e a cada um que trazia consigo maior era seu poder, com a guerra o mundo dos mortos se tornava cada vez maior e mais poderoso, os mortos exalavam ódio, uma aura negra saía de grupos de fantasmas.

O número de vítimas apenas aumentava, até mesmo os poderosos magos humanos, os detentores da magia mais antiga, sucumbiram perante a força dos dragões, quando morriam, sua alma se tornava negra e um manto cobria-lhe o corpo, em histórias que transcendiam o próprio tempo era possível ouvir relatos de magos mortos, quando morriam seu poder se tornava muito maior, e podiam comandar os mortos para que fizessem as suas vontades. Os números não paravam de crescer, no mundo dos mortos Drikons e homens eram um ser igual, algo irônico e cômico, durante a vida lutavam incessantemente, então no fim todos iriam para o mesmo lugar, o mesmo destino.

Os magos voltavam a superfície, de algum modo, e levavam com eles grupos de fantasmas armados, e então algo estava errado, mortos caminhavam pela terra, fantasmas em suas armaduras, eliminavam tudo o que viam pela frente, cada morte era uma adição ao exército de mortos-vivos, os magos antes bons e justos, tornavam-se cruéis e assassinos quando morriam, o outro lado da magia era como diziam.

Um grupo de quarenta Drikons amarelados estavam acampando em uma clareira, o silêncio da noite escuro era perturbador, o vento deixara de soprar, os animais estavam escondidos, nem o leve farfalhar de folhas ou o canto de uma coruja podia ser ouvido, apenas o respirar das criaturas, e o respirar da floresta, como se algo a consumisse, do meio das árvores, fantasmas começaram a surgir, suas imagens no início eram desfocadas, em seguida tomavam forma física de quando morreram, suas peles eram cinzas e seus olhos eram brancos vidrados, somavam ao menos uma centena de mortos, entre Drikons e humanos, a frente da tropa um mago negro erguia os braços, sua capa era negra com desenhos em prata na forma de chamas, as ombreiras eram crânios quebrados, usava uma armadura negra com muitos riscos e amassados, um capuz cobria seu rosto, apenas os olhos, vermelhos como o sangue, podiam ser vistos da escuridão do capuz, carregava na sua mão direita um cajado negro de obsidiana, na ponta do cajado um diamante estava preso e brilhava incessantemente, na base do cajado uma caveira com olhos de safira olhava cegamente o chão.

O grupo caminhava pesarosamente, a forma corpórea para muitos fantasmas agora era estranha, então o grupo caminhava uniformemente em direção a clareira. Entre os fantasmas crianças caminhavam olhando em toda a volta, mulheres e soldados humanos, muitos Drikons e até mesmo animais mortos se juntavam ao grupo.

Quando se aproximaram do acampamento o mago ergueu os braços, o manto caiu até seus ombros, seus braços eram finos apenas pele e osso, marcados por cicatrizes e uma mancha negra nos pulsos.

– Que o banquete dos mortos se inicie" - e então apontou para os Drikons, agora acordados e se preparando para a batalha. Os mortos avançaram sobre os monstros, espadas negras surgiam nas suas mãos, e as garras dos Drikons mortos também ficavam negras, lâminas da morte, mais fortes que o mais puro aço dos homens e até era capaz de partir as mais duras escamas de dragão, a batalha foi rápida, em um único som abafado os Drikons se foram, o sangue tomou a clareira.

O mago começou a recitar uma canção silenciosa, ele estendeu as mãos em direção ao grupo de seres mortos, uam névoa negra saiu de seu manto e pairou sobre os recentes cadáveres, estes começaram a se re-erguer, as garras ficaram negras, suas escamas antes amarelas agora eram roxas , seus olhos eram dourados e vidrados.

Um som hesitante de respiração, como se algo estivesse prendendo a respiração, uma luz começou a emanar do rio e dela criaturas começaram a sair, eram humanoides, sua pela era verde e escamosa, os olhos eram completamente negros,sem pupila, vestiam armaduras de bronze e de algum metal desconhecido que brilhava oscilando entre tons de azul claro e escuro, em uma mão carregavam um chicote e na outra uma espada curta, a espada era dourada e brilhava levemente conforme a luz da lua batia em sua lâmina, nas costas carregavam um tridente negro. As criaturas somavam cento e cinquenta agora, na vanguarda uma mulher apareceu, sua forma tremeluzia como a de um fantasma, sua pele era azul, usava um vestido branco ornamentado com pérolas, os cabelos eram cachoeiras que caíam em seus ombros, ela carregava uma espada curta, o punho era dourado e nele foram cravadas vários rubis vermelhos, que brilhavam oscilantes, a lâmina brilhava com a luz do luar, os olhos da mulher eram negros como o das outras criaturas.

–Me chamo Sequana, sou a rainha dos Atars o povo das águas, quem ousa usar magia negra em meu leito? - sua voz era duplada, uma voz antiga e poderosa, o seu simples falar exalava magia.

O mago olhou para a rainha, seus olhos vermelhos ardiam, ele levantou seu cajado e o apontou em direção da rainha e seus soldados, cento e quarenta mortos avançaram contra os Atars.

–Sou Gwydion, o mais poderoso de todos os magos, lembre-se de mim "rainha", pois na morte servirá a mim.

Os Atars se preparavam para a luta, uma onda de mortos avançava rapidamente, agora um pouco acostumados com seus corpos. O estalo dos chicotes pode ser ouvido por toda a floresta, várias criaturas mortas caindo e virando fumaça quando sofriam o toque das espadas dos Atars, e então a batalha se iniciou. Os Atars agora se posicionavam para um ataque com as espadas.

–Ataquem! - Rugiu Sequana, e então cento e cinquenta espadas se levantaram e avançaram.


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Notas finais do capítulo

Fora da programação de um capítulo por semana, pois semana que vem acho que não vou entrar, por precaução resolvi ja postar esse espero que gostem...
Abraços e obrigado



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