O Alvorecer das Chamas escrita por Matheus Cavallini Amaral


Capítulo 1
Capítulo 1 - Sopros de fogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem pessoal, primeiro de vários capítulos.
Obrigado



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/453731/chapter/1

O vento soprava calmamente sobre a floresta, o silêncio pairava sobre as árvores, porém algo inquietante estava no ar, como a calmaria antes de uma terrível tempestade. Os animais estavam inquietos, diferentemente dos homens e mulheres em uma vila nos arredores da floresta, estes por sua vez estavam quietos, e então chegou, o ar se tornou fogo, o silêncio se transformou em gritos e rugidos, e então um estalo foi ouvido ao longe, e centenas de flechas cortavam o céu, mais rugidos foram ouvidos, no entanto, a dor se instaurara neles.

Ao lado da floresta existia uma planície, calma e verde, ela se estendia até onde os olhos podiam ver, agora um corpo de aço e madeira tomara seu lugar, um exército, milhares de homens, com suas catapultas e balistas, cada um trajando consigo, um arco, uma espada, um escudo e uma lança, os elmos eram todos iguais, simples meio elmos, trajavam cota de malha sob uma placa peitoral de aço, o escudo era um simples broquel, na direção de suas flechas vinte dragões das mais variadas cores eram vistos, dragões púrpura, dragões de diversos tons de verde e vermelho, voando em direção ao poderoso exército. O verdadeiro terror estava nas sombras dos dragões milhares de criaturas os acompanhavam, chamavam-se Drikons, eram humanoides com escamas das cores dos dragões que serviam, tinham garras no tamanho de adagas de caça, e dentes gigantes, seus olhos eram completamente dourados, sua visão era limitada, mas sua ferocidade amedrontava muitos homens e criaturas maiores, eles lutavam até a morte e demoravam para morrer.

Os dragões cuspiam fogo em aviso aos homens, em resposta as balistas eram disparadas, um dragão mais lento, foi atingido pelas balistas e caiu ferido no chão, o restante avançava como se nem tivessem percebido o que havia ocorrido, os Drikons avançavam em mesma velocidade.

Os exércitos se aproximavam, então os homens formaram dezenas de linhas e pararam, as duas primeiras linhas usavam lanças e estavam com os escudos a postos em formação de falange, as quatro linhas seguintes seguravam a espada curta, o restante estava com os arcos prontos para uma saraivada.

–Atirem! - Urrou uma voz, então milhares de flechas voaram sobre a planície, muitos Drikons pereceram, mas a marcha não mostrava sinais de que iria parar.- Atirem novamente! - a voz era de um homem na primeira fileira, sua armadura era negra, em suas costas trazia uma espada longa, o punho da espada era dourado com entalhes no formato cabeças de dragões, seu escudo era uma versão um pouco maior de um broquel, nele a imagem de um homem matando um dragão era nítida. Quando ele falou, outra nuvem de flechas cobriu os Drikons, novamente a marcha deles apenas continuou.

O choque entre os exércitos era uma visão incrível, os Drikons ferozes batiam contra as lanças dos homens, estas se partiam e então o seu dono sacava a espada, o cavaleiro negro, pouco antes de choque dos exércitos arremessou sua lança, matando um deles, e sacou sua espada, a primeira investida era sempre a mais mortal, dezenas de homens jaziam imóveis no chão e um número semelhante de Drikons também.

A luta agora era ombro a ombro, os arqueiros sacaram suas espadas e seguiram em frente, a vanguarda Drikon se misturava na terceira e quarta fileira, o caos se apoderou do campo de batalha, gritos e rugidos eram ouvidos de todas as direções. Um soldado com uma estocada matou um Drikon, em seguida outro o atacou pelas costas e arrancou um de seus braços.

–Vamos homens, avancem! - gritava o cavaleiro.

O cavaleiro lutava como um demônio, com sua enorme espada matou o Drikon que estava na sua frente, outro logo tomou seu lugar, o homem rolou para o lado desviando das garras da criatura, atingindo-a com uma estocada logo em seguida, porém mais e mais criaturas surgiam, de longe os estalos das balistas podiam ser ouvidos, dezenas de flechas voavam em direção aos dragões, estes como sempre apenas assistiam o jogo que os humanos chamavam de guerra, eles agora atentos apenas desviavam ou cuspiam fogo nas flechas que os acertavam inofensivas.

A batalha continuou por horas, milhares de homens e Drikons morriam, vários corriam em busca de segurança nas balistas, outros com invejada coragem ou tolice avançavam em direção ao mar de Drikons, destes muitos morriam muito rápido, mas a coragem e sacrifício destes homens era necessária, para manter os homens confiantes em uma vitória, e assim perdurou, homens eram rasgados ao meio pelas temíveis garras das criaturas, outros perdiam braços e pernas e eram mortos logo em seguida, outros mais sortudos, ficavam feridos e rastejavam de volta as linhas dos homens, os Drikons apenas avançavam, incansáveis rugindo e gritando insultos em seu antigo idioma.

Os homens antes estagnados em suas posições avançaram, uma surpresa para os Drikons, e então como um corpo, todos os homens moviam-se para frente, depois de horas de luta interminável, os homens avançavam, os homens das últimas fileiras agora sacavam suas lanças e as atiravam, muitos Drikons caíam perante as lanças, e então um berrante soou, e da margem da floresta atravessando a campina uma força de cavalaria avançava contra o flanco esquerdo do exército Drikon, os cavaleiros trajando armadura semelhante a dos homens em campo, avançavam, eram apenas setecentos homens a cavalo, no entanto um tremor subiu na força de ataque Drikon, os homens começaram a aperta-los com o avanço, os Drikons perdiam campo aos poucos, e a batalha estava sendo vencida, no horizonte, mais um dragão havia morrido, uma flecha de balista o atingiu na boca e outra em seus olhos, suas escamas carmesim brilhavam com a luz do sol.

Os Drikons agora avançavam em um último ataque beirando o desespero, suas garras cortavam os homens com facilidade, muitos pulavam nos homens e os mordiam, um último ataque feroz, e então a cavalaria chegou no flanco dos Drikons, atropelando e cortando o exército inimigo no meio, e então o urro triunfal dos homens, a batalha estava ganha, cerca de uma hora depois os Drikons foram completamente subjugados, os dragões voaram para longe, de volta ao seu reino.

O cavaleiro negro vendo os homens urrando de felicidade pela vitória, gritou para que se calassem e então disse:

–Que estes dragões se lembrem deste dia, o dia em que nós simples humanos os vencemos, o dia em que nos tornamos livres, que os dragões temam o rufar de nossos tambores, o som do nosso berrante... - ele ergueu a espada ensanguentada - Que eles temam o nosso poder

Todos os berrantes do exército começaram a soar, como o respirar de uma enorme criatura, e então urros de concordância vieram dos homens.

A primeira vitória humana, o início definitivo da guerra contra os dragões.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Alvorecer das Chamas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.