Eu observei os caras que iam ao bar apenas para ver Kennedy. Eles apareciam todo verão, achando que tinham alguma chance com a minha irmã, e deixavam muito dinheiro. Muito para a gente, eles deveriam limpar a bunda com aquilo.

Kennedy se aproximou de nós no balcão, com uma bandeja. Ela ria e rebolava ao mesmo tempo.

–Faz uma rodada de Whisky. Eles são tão patéticos.

Eu ri e Reeve balançou a cabeça com um sorriso entregando as bebidas para Kennedy. Sim, ou meus pais eram muito criativos ou estavam fumando quando batizaram os filhos. Eu particularmente acredito mais na marijuana. Fala sério, Reeve, Kennedy e Dallas? Eu nem sei o que Reeve quer dizer e Kennedy é um ex-presidente e Dallas é uma cidade.

–O que diabos Ashley Rennie está fazendo no NT?

Dei de ombros para Reeve, a vida dela não me interessava. Desde que gastasse alguma coisa e desse dinheiro para nós não importava. A verdade é que pessoas como Ashley Rennie não frequentavam o Night Troopers. Os caras doidos pela Kennedy eram exceções. As garotas no estilo dela nem chegavam perto de algo que fosse de outro nível. Minha irmã se aproximou bufando.

–Eu não vou atender elas nem que me obriguem. E vocês não vão me obrigar.

Reeve olhou para mim levantando uma sobrancelha, revirei os olhos e me desencostei do balcão. Ashley Rennie e as duas amiguinhas conversavam histericamente.

–Vocês vão querer alguma coisa?

–Eu não sei. O atendente gostoso está no cardápio?

Kat Levesque era uma biscate. Mas ela era uma biscate legal ás vezes. Eu até ri um pouco da pergunta dela.

–Infelizmente, não. O atendente gostoso não está no cardápio.

–O barman tá?

–Não, Kat, nem eu nem Reeve estamos no cardápio.

–Que pena.

Olhei para Ashley Rennie pela primeira vez. Ela estava com roupas diferentes, um suéter passava suas mãos, que estavam na frente de sua boca tentando esconder um sorriso. Involuntariamente sorri também, ela estava adorável.

–Eu acho que não te conheço, primeiro verão aqui?

Certo, ela não era mais tão adorável assim.

–Ash, é o Dallas. – Kat estava falando baixo e com os olhos arregalados, eu disse que ela era legal. – Ele é filho do dono, irmão da Kennedy Desai.

–Ah, é claro. Eu... – Ela abaixou a cabeça e mordeu o lábio inferior, parecendo envergonhada – Eu sinto muito.

Dei de ombros e perguntei o que elas iriam querer. Quando eu voltei pro balcão, Reeve e Kennedy estavam lá, e minha irmã parecia estar ao ponto de matar alguém.

–Eles são idiotas. Dallas... – Kenny fez cara de coitadinha, como se alguém acreditasse nela – Bate neles pra mim? Por favorzinho.

–Eu não vou bater neles por você. Mas de qualquer jeito, o que eles fizeram?

–Um deles passou a mão na bunda dela, mas em minha opinião eles já estão mais do que bêbados. Pode ir se você quiser Dallas, a gente se vira.

–Até que enfim, beijo pra quem fica.

Enfiei meu gorro na cabeça e sorri pegando meu celular da idade da pedra pra responder Fletcher que havia me mandado uma mensagem há quase três horas atrás. Ele deveria estar puto.

–Hm, Dallas.

Olhei para trás, dando de cara com Ashley Rennie olhando para o chão.

–Eu só queria pedir desculpas, sabe, por causa daquilo lá dentro.

–Sem problemas.

–É só que eu pensei que você poderia ter ficado chateado ou alguma coisa assim.

Eu ri. Não, não da cara dela, mas sim de ela achar que eu poderia ficar incomodado por ela não saber quem eu era.

–Não fiquei chateado não, senhorita Rennie. – Vi o carro de Fletcher parando na rua – eu tenho que ir. Foi bom conversar com você. Até algum dia.

Quando eu olhei para ela, Ashley estava de novo daquele jeito adorável. E então eu ri. Só ri.