Maybe escrita por Lírio


Capítulo 1
"Oi, posso me sentar aqui?"


Notas iniciais do capítulo

Oieee!
Eu já havia postado essa história, mas devido a alguns fatos tive que excluir minha antiga conta. Então estou postando novamente.
Espero que gostem e boa leitura.



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Reyna sentou-se em um dos bancos de uma das belas praças de Nova York. Com a chegada do outono as folhas das árvores já começavam a cair, colorindo o chão com seus belos tons avermelhado. Crianças corriam de um lado para o outro com seus cachorros e casais apaixonados passeavam de mãos dadas por ali. Seria uma bela paisagem se Reyna ao menos tivesse parado para aprecia-la, porém a mulher de longos cabelos escuros estava ocupada demais pensando em como a vida era injusta.

Reyna nunca fora o tipo de garota que acreditara em príncipes de cavalos brancos ou em contos de fadas, mas tudo mudou quando ela encontrara o seu príncipe – pelo menos ela achava isso até agora a pouco. Jason Grace era o seu nome, ele não só parecia um príncipe fisicamente, mas também por suas atitudes sempre nobres. Era tudo o que uma mulher poderia querer: Bonito, gentil, romântico, doce e muitas mais outras qualidades que se Reyna fosse contar nos dedos iria precisar usar os dos pés.

Jason era o seu príncipe e Reyna havia entregado o seu coração a ele, mas ainda havia um pequeno problema: O coração de Jason não pertencia a Reyna.

Foram semanas de muita paixão e declarações de amor, até que tudo foi esfriando e seu castelo começou a ruir. Desculpas de que estava cansado demais para sair, em seus beijos não havia mais o mesmo gosto, evitando-a como se não quisesse dizer algo. Até hoje, quando ele resolvera dizer o verdadeiro motivo para seu estranho comportamento: Estava apaixonado por outra – uma garota da sua turma de cálculo avançado.

Reyna sentiu-se um tanto idiota por não ter percebido antes, mas agora tudo fazia sentido.

Agora ali estava ela, sentada em um banco de praça pensando em como o amor dói e prometendo que nunca mais iria se apaixonar. Provavelmente ela iria descumprir essa promessa, mas quem é que nunca se prometeu algo assim? Ainda mais depois de uma desilusão amorosa.

Estava tão distraída que nem ao menos notara a chagada do garoto de olhos escuros e sorriso sapeca.

— Oi – ele disse e Reyna piscou algumas vezes saindo de seus devaneios.

— Oi – respondeu de modo automático, não que quisesse iniciar um diálogo. Na verdade ela não estava com vontade de falar com ninguém, por isto fora até ali.

— Posso me sentar aqui? – O desconhecido apontou para o lugar vago ao lado de Reyna.

— A praça não é minha e a vida é sua – Reyna respondeu, logo percebendo que havia soado rude, mas não importou-se em desculpar-se. Ela havia acabado de ter seu coração feito de tapete e não estava com a menor disposição para fingir falsos sorrisos para estranhos.

O garoto ignorou sua grosseria e sentou-se a seu lado.

— Dia difícil? – Perguntou e Reyna girou os olhos. Será que ele não havia notado que ela não estava para conversas?

A garota pensou que não deveria dizer nada, talvez ele fosse embora, mas como sempre a educação que recebera falara mais alto.

— Talvez – foi curta e grossa.

— Como?

— Talvez – repetiu sem encara-lo.

— Não. Digo, como assim talvez? – O garoto a encarou com o cenho franzido.

Reyna suspirou.

— Gosto dessa palavra, uso quando não quero responder ao que perguntaram – explicou.

— Ah – exclamou o menino um tanto sem graça.

Reyna deixou um resquício de sorriso transparecer em sua face.

— Aposto que se eu fosse ele, sorriria para mim – disse subitamente fazendo com que Reyna o encarasse.

Ele não era feio, mas também não era um príncipe. Tinha olhos escuros, magro, pele morena, covinhas nas bochechas e cabelos enrolados, como de anjos. Essa comparação era um tanto irônica, pensou Reyna, já que o sorriso sapeca que moldava seus lábios não condizia em nada com sorrisos de anjos.

— Ele quem? – Reyna perguntou franzindo a testa.

— O cara que você ama – o estranho deu de ombros.

— Eu não amo um cara. – Negou olhando para frente, mas não pode deixar de pensar em Jason. Afinal, ela realmente o amava? Ou apenas estava encantada com seu jeito doce? Essa era uma pergunta que ela não poderia responder. Não agora.

— Eu sei que ama e te entendo – ele insistiu, olhando para frente também.

Reyna não disse nada e ponderou a situação. Ela estava sentada em uma praça, com o coração partido e conversando com um desconhecido sobre amor. Era sério?

— Hm. Sofre também? – Reyna perguntou subitamente. Talvez conversar fosse uma boa, principalmente com um estranho (ela nem ao menos sabia seu nome). Provavelmente eles nunca mais se veriam ele a esqueceria.

— O quê? – Ele a encarou.

— Sofre por amor também? – Reyna explicou.

— Não... Por amor não. – Ele disse virando-se para frente. – Por falta dele, talvez. – Deu de ombros.

— Talvez? – Reyna ergueu a sobrancelha.

— É, gosto dessa palavra. Uso quando não quero aceitar os fatos. Aprendi com uma menina há uns minutos atrás. – Ele explicou e Reyna conteve um sorriso. – Ela tem um lindo sorriso – acrescentou.

Reyna o encarou novamente.

— Como sabe do sorriso dela? – Indagou. – Ela nem sorriu.

O menino a encarou com um sorriso convencido.

— Ela ainda vai sorrir para mim, aposto nisso.

— Duvido muito – Reyna disse desviando seus olhos dos dele. – Ela está tendo um dia difícil.

— Pois eu não acho difícil – ele disse a encarando.

Reyna o olhou. Ela nunca havia ido com cara de alguém tão rapidamente como fora com a desse garoto de sorriso sapeca.

— Ah, então ela te desafia – ela disse olhando-o nos olhos novamente.

— E eu a desafio a começar tudo de novo. – Replicou o garoto.

Reyna olhou para os próprios pés. Será que algum dia ela conseguiria começar tudo de novo? Entregar-se novamente a esse sentimento tão bonito chamado amor? Provável, mas Jason a teria marcado para sempre.

— Oi, posso me sentar aqui? – o menino disse e Reyna ergueu o olhar. Ele havia levantado-se e apontava para o lugar vago ao lado da garota.

Reyna não conseguiu conter o sorriso. Ele estava começando de novo e talvez ela pudesse começar também, nem que fosse aos poucos como, por exemplo, recomeçar esse dia.

— Viu? Eu disse! – O garoto exclamou sentando-se ao lado dela.

Reyna franziu a testa.

— O quê?

— Que você tinha um sorriso lindo – falou e Reyna sentiu as bochechas corarem. Tentou conter o sorriso que insistia em abrir-se em seus lábios, mas não obteve sucesso.

Talvez se Reyna não tivesse terminado com Jason, nunca teria ido até aquela praça e conhecido Leo Valdez (Ela descobriu o nome dele), e provavelmente não teriam trocado telefones e começado a sair. Talvez não tivessem se tornado amigos e talvez não tivessem começado a namorar. Talvez Leo não a tivesse pedido em casamento enquanto faziam uma viagem à Porto Rico, e talvez agora não tivessem completando um ano de casados e esperando seu primeiro filho.

E pensar que Reyna prometera nunca mais se apaixonar, mas ela já deveria saber que quebraria essa promessa porque promessas feitas de coração partido não tem validade e absolutamente nada acontece por acaso. Leo Valdez não foi algo do acaso e agora Reyna finalmente aprendera que ninguém cruza nosso caminho por acaso e nós não entramos na vida de alguém sem nenhuma razão.


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Notas finais do capítulo

Leyna é vida ♥
Mas e então? Gostaram? Odiaram? Comentem!
Beijos, Lírio ♥
Ah, Feliz Natal!



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