Letterman escrita por Dandelion


Capítulo 17
Sequestro?


Notas iniciais do capítulo

Voltei mais rápido que um tiro de canhão o/ -Parei de fazer piadinhas '-' Não sou boa nisso '-'
Quero agradecer a Clark pela recomendação



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/453535/chapter/17

Caro chegou cedo do trabalho, o dia havia sido um perfeito tédio, não aconteceram crimes que precisassem de seus serviços, ela não soube de nenhum avanço no caso Letterman, e ela não falava com Armin desde a noite anterior. Talvez isso fosse uma coisa boa, deixar os ânimos se acalmarem, mas era estranho ficar sem conversar amigavelmente com ele. Talvez se ela estivesse com paciência falaria com ele, mas naquele momento ela queria apenas paz. Que era uma coisa que ela não tinha há muito tempo.

Deixando a bolsa no sofá, ela subiu as escadas da republica notando vagamente como a casa estava vazia e silenciosa. Num momento de humor sombrio ela pensou que se Letterman quisesse, aquele seria o momento perfeito para atacar ela. Mas talvez aquilo fosse muita falta de sorte. Se bem que sorte não era uma coisa que andava com ela ultimamente. Gostar de Armin não era exatamente um grande golpe de sorte.

Ela entrou no banheiro e encostou a porta. Abriu a torneira e lavou o rosto, e depois arrumou os cabelos. Tarefas mecânicas e simples que a confortaram e acalmaram o cérebro entediado. O beijo do dia anterior tinha a confundido. Não que ela não tivesse gostado, fora muito bom – por mais rápido que tenha sido – e Caro estava quase se acostumando aos beijos surpresas, e rápidos, de Armin, mas haviam muitas coisas em sua cabeça naquela hora. Abbe. Letterman. Morte iminente. Armin. Brigas com Armin. Alexy…

É isso, pensou ela, uma dose de Alexy vai me ajudar. Ela não via o amigo desde o dia anterior. Estava preocupada com a saúde mental do amigo, que não era o mesmo desde a morte de Will. Queria consolar ele e ao consolá-lo esquecer, ou pelo menos colocar num segundo plano, os próprios problemas.

Saindo do banheiro, ela caminhou até o quarto dele, notando mais uma vez o silêncio da casa. A porta estava fechada, mas não trancada, e como não obteve resposta ao bater nela, Caro resolveu entrar. O quarto estava escuro, ela tateou na parede em busca do interruptor, mas antes que tivesse a chance de acender a luz alguma coisa acertou a cabeça dela, escurecendo ainda mais o quarto.

–---X----

Pilhas de trabalho acumulados –vídeos, arquivos criptografados, gabinetes de CPU infectados por vírus idiotas-, junto com uma pessoa estressada, cansada, e frustrada. Essa era basicamente a situação de Armin antes de decidir encerrar o turno na DDE. Coisas eletrônicas eram sua paixão, mas quando as pessoas lhe davam coisas idiotas para resolver misturadas com coisas complexas e ainda o carregavam com uma confusão mental, não era nada agradável trabalhar naquilo.

Felizmente ele tinha essa liberdade, de encerrar o turno. Talvez estivesse tão cansado e estressado por ter trabalhado tanto. Armin passou aquele dia todo enfurnado em sua sala, parando poucas vezes para comer e usar o banheiro. E talvez ele estivesse tão frustrado porque certa garota não tinha ido procurá-lo nenhuma vez naquele dia. Não que ele tivesse tempo para conversar, ou que ele tivesse cogitado a hipótese de procurá-la, mas ela também deveria ter mostrado interesse por ele.

Talvez Armin devesse consertar as coisas com Caro, pedir desculpas pelo beijo – que foi muito rápido na opinião de Armin, não fosse Abbe com certeza eles teriam feito mais coisas do que apenas se beijar–, e pelo jeito que a tratou ou deixou de tratar. Mas aquele não seria o momento ideal para isso. Não quando tinha coisas mais importantes a ser feitas, coisas como: subir a level de seu jogo de RPG; instalar e testar alguns jogos demo que ele tinha recebido na semana anterior de algumas empresas que utilizavam de seus serviços como beta. Em suma, ele iria procrastinar até não poder mais.

Armin entrou na república, batendo levemente os dentes de frio, ao tirar o casaco ele notou que Caro já estava em casa, a bolsa em cima do sofá apenas confirmou o óbvio.Ele se sentou no sofá e encostou a cabeça na almofada, Armin imaginava o que ela estava fazendo no andar superior. Ele também se imaginava em uma daquelas cenas decisivas em GTA, em que CJ começava a negociar com um dos chefões da máfia chinesa antes de receber uma missão importante. Trocando tudo isso pela realidade. Ele suspirou audivelmente e decidiu tomar uma atitude. Desligando a televisão, ele se levantou e foi a passos decididos até o começo da escada.

Mas travou no meio do caminho, e se Caro não quisesse sua companhia? Não quisesse falar com ele?

Mordendo o canto da boca ele começou a andar de um lado para o outro, ouvindo vozes interiores se auto depreciando e inventando teorias mirabolantes, naquele momento ele entendia como DeadPool se sentia. Era um tanto confuso pensar com tantas vozes –coisas- na cabeça. Armin passou a mão pelos cabelos pretos e resolveu subir de vez. Bateria na porta de Caro e caso ela não atendesse, ele entenderia. Afinal ela não era obrigada a aceitá-lo.

Estranhamente o andar de cima estava muito mais frio que o térreo, Armin colocou as mãos no bolso da calça e continuou a andar até o quarto de Caro. A porta estava fechada e não havia luz passando por de baixo da porta. Ele ergueu a mão e bateu levemente na porta, não houve resposta. Talvez ela estivesse escutando música. Mais uma batida, sem resposta novamente.

Ele chamou por Caro enquanto batia na porta. Armin começava a ficar sem paciência, a conversa de que “ele entenderia, caso Caro não quisesse vê-lo” fora uma grande mentira, ele queria vê-la naquele momento. Finalmente ele tentou o trinco e, para sua felicidade, descobriu que a porta estava aberta.

–Caro por que raios você não... –começou ele assim que abriu a porta, mas sua voz morreu dentro da garganta quando viu o quarto vazio e ainda bagunçado da garota.

Franzindo as sobrancelhas Armin se voltou para o corredor, onde Caro poderia estar? As coisas dela estavam em casa, mas e ela? A mente do rapaz começou a pipocar com possibilidade, ele começava a se preocupar, mas ele lembrou-se de uma coisa, que o confortou e ao mesmo tempo o deixou cheio de ciúmes. Abbe. Caro só podia estar com ele, não que a ideia o agradasse, mas era a mais provável.

Colocando a mão no bolso Armin pegou seu celular, ligaria para Caro e perguntaria se tudo estava bem. Muito casualmente é claro, ela não lhe devia nenhum tipo de explicação. Ele discou rapidamente o número dela, enquanto esperava na linha ele ouviu o toque do telefone muito próximo, Armin andou um pouco pelo corredor e achou o telefone de Caro caído no chão.

–Bem conveniente. –ironizou ele. Ele desligou o próprio celular e se abaixou para pegar o celular da garota. O que o telefone dela estava fazendo ali?

Armin ficou instantaneamente preocupado, não era normal aquilo. Uma estranha ideia surgiu em sua cabeça, mordendo o lábio ele foi até seu quarto e ligou o notebook, sem ninguém saber ele tinha instalado câmeras de segurança por toda a casa, e esperava que as imagens mostrassem o que aconteceu e confirmassem (ou não) suas suspeitas.

As imagens da parte da manhã e da tarde não mostraram nada de interessante, mas as imagens a partir das seis horas da tarde foram mais reveladoras.Fazendo com que o estomago e coração de Armin despencassem. No vídeo um homem careca entrava na casa e ia diretamente para o quarto de Alexy, se demorava um pouco lá dentro e depois voltava para o corredor, estranhamente o homem não olhou nenhuma vez para as câmeras como se soubesse da existência delas e onde elas estavam.

A respiração de Armin se acelerou ao mesmo tempo que o homem parou no meio do corredor. Caro havia chegado. Armin a viu subir as escadas, ir até o banheiro, depois sair de lá sem consciência de que alguém a espreitava. O homem ficou parado próximo ao quarto de Caro, e só a atacou quando ela estava de costas para ele.

Por mais que tentasse, Armin não conseguia ver que objeto o homem usou para ferir Caro. Mas uma coisa ele tinha certeza, Caro corria perigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? o.o O que acharam? Quem é Letterman? Cadê a Caro?
Armin é muito perceptivo -n

Que mais.... Ah claro, tenho que avisar que fecho Letterman em mais dois ou três capítulos :'( Mas não se preocupem tenho novos projetos :3 E continuo com Forever



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Letterman" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.