Facção. Dos. Perdedores escrita por jonny gat


Capítulo 46
A grande explicação.




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É certo que as grandes cidades sempre têm grandes noites. Por mais que os trabalhadores ralem e se acabem no dia na pedreiragem ou comandando tudo de seus escritórios com ar-condicionado, sempre há aquela galerinha que gosta de ficar acordada a noite pra sair com seu carrão mostrando pro seu mundo que tem sim status. A maior parte dessa garotada são os filhos desses trabalhadores, principalmente dos empresários por arrecadarem mais dinheiro que os pedreiros em qualquer época do ano.

O perfil básico dos baladeiros é alguma roupa na moda, uma calça coladinha e óculos gigantesco e escuro. Quem sabe alguns piercings na boca ou no nariz. No caso das jovens, geralmente usavam algum vestido muito curto pra mostrar a academia que frequentavam diurnamente.

E essa era basicamente a vida daquelas pessoas. Uma academia, ou algum estudo bem básico só pra dizer pro papai que estava estudando, e então saiam pra noite pra se divertirem. Bebiam alguma coisa, se divertiam nas melhores boates, conseguiam algum sexo e acordavam atrasados no dia seguinte pros seus compromissos. Era um ciclo bem simples que não gerava problemas pra ninguém. Só que a pessoa, a primeira que será citada nesse capítulo, não estava muito acostumada com esse tipo de balada. Na verdade não estava acostumado com todo esse clima da noite, estava mais acostumado com a imensidão e vazio do espaço sideral.

Se por sua vez Mario era um viajante no tempo e no espaço, esse rapaz era um viajante no espaço, mas também havia viajado pelos universos. Teve uma experiência tão traumática quanto às viagens espaçotemporais de Mario, entretanto o jovem em questão só havia feito esse tipo de transição uma vez na sua vida. Pelo menos essa versão do rapaz.

É. Todos os seres humanos e todas as pedras e todos os patos têm a sua outra versão em outros mundos. Já fora comentado de antemão isso e também como o pensamento de cada um deles se cruzam, e esse rapaz não estava no seu universo natal. Estava invadindo um universo em que o seu outro eu também estava presente, porém a uma grande distância dele. Robin B, como podemos chamá-lo, porque é o segundo Robin que o senhor conhece e não é muito interessante chamá-lo também de Robin porque assim algumas pessoas pouco inteligentes podem ficar bastante confusas pelo decorrer da história.

Robin B também já foi apresentado. Alguns capítulos atrás. Dois se não me engano. E ele foi apresentado como um homem com uma grande fissura pela limpeza, que gostava de beber cachaça em um bar sujo no meio do nada na entrecosta da Via Láctea com a Nebulosa de Andrômeda. Lembrado? Se ainda não, é possível também lembrar-se de que Robin B não é nada mais do que um mercenário que tinha uma missão que, após executada – o que já havia acontecido -, poderia mudar o fluxo do destino de nossos queridos personagens. E sim, sinceramente mudou.

Duas semanas antes de fazer essa viagem para outro universo o pobre homem aceitou uma proposta de um famoso magnata do seu universo. A proposta lhe daria direito a vários privilégios e uma quantia pouco considerável em dinheiro humano, dólares para ser mais exato, entretanto os privilégios eram enormes. Havia uma colônia humana na lua de Saturno, Titã, onde apenas os mais ricos podiam viver. Era um lugar calmo e pacífico, sem criaturas quadrúpedes loucas para matar seres humanos ou alienígenas arrogantes com complexo de superioridade doidos para devorar e extinguir a raça humana. Também ganharia um emprego simples como professor de História para crianças de 5 a 8 anos.

Isso era tudo que Robin B poderia querer. Uma vida nova, recomeçar. Não que odiasse sua vida de mercenário, mas às vezes pensava: Será que fui feito para isso? Claro que não, pensava e concluía que de qualquer forma, fazendo o correto ou não, era muito pequeno para que isso influenciasse no mundo. Sua vida era como uma pequena poeira em uma grande praia no Norte de Marte. Não era ele que moveria os outros grãos, era o vento, a maré e até mesmo os insetos – como as formigas. Enxergava-se menor do que os próprios insetos, assim como enxergava qualquer outra vida.

No momento estava “comemorando” o sucesso de sua missão. Comemorando consigo mesmo, foi o único maluco que a aceitou e até que achou fácil. Esse universo está muito longe do seu, tecnologicamente falando. Usou seus equipamentos vagabundos para mergulhar no ar e se infiltrar na fortaleza inimiga, derrotando o único inimigo que era suposto derrotar. Não pretendia fazer muito barulho, mas não esperava que as paredes do local fossem feitas de vidro. Tipo... Vidro? Que diabos de civilização Neandertal usa vidro? E pelo que lhe fora informado sobre a missão o alvo era como o mais economicamente poderoso em quase todo aquele universo. Por que alguém tão poderoso viveria em torno de vidros? Se quisesse apreciar a paisagem, poderia viver em torno de painéis de plasmas. Não entendeu direto e não era de seu dever entender, por isso bebeu um gole.

Estava a embriagar-se no pequeno bar da boate. Não imaginava que a bebida de lá fosse pior do que aquela que costumava consumir no bar espacial de seu amigo alienígena com olhos afixados ao corpo. Mas se adaptou e decidiu apenas levar o sabor. Não gostava daquilo que chamavam de Whisky e Vodka, pediu que o barman enchesse mais o seu copo com um líquido vermelho chamado vinho. Era um vinho bastante antigo, o barman disse que tinha mais de 100 anos e tinha gosto de chulé de criança depois de brincar na rua sem seu chinelo. Para não ter que sentir o gosto ruim mais uma vez bebeu todo o líquido de uma vez. O barman perguntou se Robin queria mais um copo de vinho, Robin B queria mandar o homem se foder. Mas decidiu dizer educadamente que por enquanto estava bem, não precisava de mais nada.

Robin virou-se para ver a bagunça na balada e as mulheres seminuas dançando. Olhou para as luzes que pintavam as paredes do local e percebeu que era tudo questão de holofotes. Deu uma leve risada. Percebeu o quão primitiva aquele universo era. Isso é bom, pensou Robin. Era um homem primitivo também, não gostava dos protocolos que a tecnologia e a modernidade trás de carona. Pensou em um momento se ali era algum lugar para recomeçar, mas a verdade era que sabia que não era. Não conseguiria morar em um lugar onde as ruas eram tão sujas, as pessoas eram tão falsas e a sociedade tão primitiva.

E também não conseguiria se acostumar com as roupas. Estava comum a utilizar coletes de platinum e jaquetas de couro aldebaranio, não conseguiria viver vestindo essa coisa de... de... Terno. Simplesmente odiou isso. Ganhou isso como equipamento enviado de seu contratante. Odiou a peça, mas tinha que utilizá-la. Ninguém iria deixar um homem com um colete especial entrar numa boate, por isso que o contratante deu-lhe esse terno. Era a melhor forma de se camuflar na paisagem. O terno era moda, ninguém veria problema em um homem vestido de terno. Não foi apenas o terno o seu presente, mas também algumas cápsulas de analgésicos para aumentar a absorção de oxigênio em seus pulmões. Foi-lhe informado que o ar desse universo era impuro. Os remédios em cápsula tinham um gosto muito ruim, por Robin B ele mesmo usaria um elmo conectado a uma bomba de oxigênio, mas também lhe foi informado que isso chamaria muita atenção.

Então lá estava ele, simplesmente camuflando-se no paraíso. Bebendo algumas cervejas e vendo mulheres seminuas movimentarem-se aleatoriamente no palco. Pensou primeiramente que talvez houvesse alguma dinâmica entre elas, mas percebeu que tudo era muito desorganizado. Não que tivesse ficado excitado – preferiu a loira -, mas não via ordem em nenhuma coisa naquele mundo. Era simplesmente horrível para uma pessoa que tanto amava a limpeza e a ordem. Não moraria ali nem fudendo, pensou.

E eis o momento que você leitor pensa: Mas que vagabundo esse Robin B, eu prefiro o Robin original porque ele não fica bebendo cachaça por aí comprometendo a missão. Por que esse tarado não foi embora ainda?

E a resposta é porque a fenda não estava aberta. Sim, é necessário uma fenda de transição entre universos, conhecida como FSU, para que seja possível ir de um lado para o outro, tal como Ramon também precisou gerar uma com a força de vinte e poucas mentes brilhantes para que guiassem o seu caminho até o outro universo. Mas o ponto agora não é Ramon, o ponto é que esse portal só pode ser criado tecnologicamente a partir de uma máquina tão potente que mesmo no universo tão moderno em que Robin B nasceu ela só pode funcionar efetivamente após um ciclo de setenta e duas horas. Isso lhe foi informado também, e não estava preocupado com isso.

Já haviam passado 50 horas desde que o botão da máquina foi apertado e Robin surgiu em um universo totalmente diferente, que ele não conhecia. De início sentiu-se perdido mas com o passar do tempo percebeu que era uma sociedade muito mais simples do que a sua. E olha que o mercenário não era nenhum gênio. Foi questão de minutos para perceber o sistema no olhar triste dos pobres que engatinhavam na rua em busca das migalhas que tinham caído da mão dos ricos. Era uma cena que era praxe ver em seu universo, mas nesse mundo tudo era muito mais brutal. Se havia alguma constituição naquela sociedade, Robin não a notou. Se existia democracia, não existia para aqueles que dormiam nos bueiros em uma caixa de papelão e se a democracia não é de todos, não é democracia.

Sabia exatamente onde que o portal surgiria. Sairia pela mesma porta que tinha vindo, no meio de uma favela. Não tinha preconceito com favelas, mas essa seria a última visão que teria desse mundo. E com certeza era a visão que queria deixar marcado. Porque aquilo que era a realidade.


Bem, houve uma parte da pergunta em que apenas poderá ser correspondida agora. Porque no exato momento em que o nosso segundo colega conhecido como Robin se levantou e decidiu enfim sair daquele lugar para dormir depois de pagar a conta, ele simplesmente entregou a missão. Não naquele momento, na verdade a missão não foi entregue nem por Robin nem por nenhuma outra pessoa. Mas houve uma grande mente por trás da descoberta que foi esse tal de Robin que matou Mormada Sparrow.

Na verdade essa grande mente não sabia quem foi que matou Mormada Sparrow. Só descobriu uma trilha de energia plasmática, o que foi surpreendente, e seguiu essa trilha. Essa mesma pessoa estava a frente do mercenário nesse mesmo momento. Seus olhos farejadores perceberam que era ali mesmo que a trilha terminava.

Robin parou. O homem simplesmente permaneceu em sua frente com os braços em suas costas como um fiscal que observava os alunos fazerem as provas. Mas aquilo não era nenhum tipo de teste, era pra valer. Percebeu isso. Lembrou as palavras do seu contratante “Não entre em confusão durante essas 72 horas”. Tinha que fugir seja lá quem fosse aquele homem, estava nos olhos dele que ele queria decepar Robin.

Mas tiremos o foco da mente brilhante para o seu dedo indicador e aquele dedo feio do meio da sua mão esquerda. Isso foi o suficiente para nocautear o assassino e acabar de vez com o propósito de Robin B de passar despercebido pelas autoridades.

Bem, claro que a ABC Works não deve ser posta mais no nível de uma autoridade uma vez que foi cancelada pelo governo e todos os seus arquivos e registros foram queimados. Mas Dom Picone e Celsio estavam nessa, dois agentes da então findada agência de segurança.

O que seria por fim a ABC Works? Apenas mais uma agência de segurança? Para que mais uma? Há tantas... Não, era mais que isso. Não era uma agência que trabalhava apenas para um país, trabalhava para uma força maior. Não havia, é claro, um homem que tinha todo o planeta Terra desse universo em suas mãos. Só que caso existisse esse homem provavelmente seria Mormada Sparrow. Não apenas um banqueiro, mas suas escolhas tinham grandes influência em toda a sociedade. Mas esse não é o ponto.

Como Mormada lucrava tanto? Obvio, ele era um banqueiro. Mas como Mormada continuava e continuava tendo seu lucro a cada dia maior? Era porque o seu negócio era de outro mundo. Literalmente.

Mormada Sparrow investia em universitários de física de faculdades públicas revoltados com o aumento das passagens e sempre procurava estar atrás de suas descobertas. Mas não era simplesmente porque Mormada era legal ou porque gostava de investir naquilo que ninguém investia. Era exatamente o contrário. Mas o banqueiro tinha algumas coisas a cobrar com alguns clientes de outro mundo.

Ainda jovem, antes mesmo do primeiro computador sem teclado ter sido criado, Mormada costumava almoçar depois de trabalhar na firma em que era como um subalterno qualquer. Não gostava da comida que era servida na firma, portanto ele caminhava por duas quadras para almoçar sozinho para chegar num restaurante não muito chique, mas que poderia colocar o suficiente no prato sem ter que pagar muito. E Mormada sempre foi gordo, na verdade odiava qualquer tipo de carne gordurenta, apenas comia frango, peixe e alguns vegetais e legumes. Era o seu cardápio, mas eram porções colossais. Era como se houvesse uma muralha entre o homem e o resto do mundo quando formava o seu prato. Costumava sentar-se sozinho numa mesa solitária com apenas uma cadeira. E assim o fez no dia em questão.

Era um restaurante pouco conhecido, até porque as pessoas da região preferiam as coisas mais chiques e a maioria dali mal conhecia o estabelecimento que estava logo acima de uma padaria. Era meio que uma associação entre dois irmãos. Um tinha uma padaria em que as pessoas iam tomar seu café da manhã e mais tarde voltariam para o almoço. Só que o que não foi pensado por eles é que as pessoas preferem almoçar no próprio emprego, diferentemente de Mormada. Eram sempre poucos os que faziam a refeição ao meio dia lá, diferentemente da padaria que era um grande sucesso. Nesse dia em que a história está sendo relatada havia mais alguns dois homens e uma mulher muito bonita que Mormada vestindo-se muito bem. Talvez se levantasse para se sentar junto a ela, mas foi interrompido antes mesmo de pensar nisso.


Um homem loiro chegou até a mesa com um prato vazio. Tinha um porte normal, provavelmente um pouco de banha por trás daquela camiseta social, mas nada mais nem nada menos do que Mormada. Seus olhos eram lindos, mas isso não era algo que o rapaz pensaria ou diria ao homem que estava preparando-se para começar o banquete. Foi então que Mormada percebeu que isso era realmente estranho.

O homem começou o seu almoço e então prosseguiu Mormada. O primeiro comia seu almoço bem vagarosamente, colocando a comida na boca e apreciando a cada segundo os ingredientes variados que compunham seu pequeno prato. Já o Sparrow continuava comendo apressado como sempre. Tinha hora para chegar ao seu trabalho e o pressupôs que seu colega de refeição tinha toda a paciência do mundo e poderia ficar ali para sempre. Enquanto garfavam seus pratos, algumas vezes cruzavam os olhos e não tentavam disfarçar, ficavam se encarando e vendo que isso não os levaria a lugar algum Mormada voltava a comer e assim fazia o outro rapaz. Estranho, não é? Um homem que você nunca viu na vida decidiu sentar-se logo junto a você quando há tantas outras cadeiras no restaurante. Talvez isso seja irônico, ou o homem tinha algo a tratar com o jovem trabalhador futuro milionário. Por enquanto apenas comiam.

Quando acabaram, o que foi quase simultaneamente, o rapaz loiro olhou para Mormada seriamente, esse que apenas continuou o seu dia e limpou-se com o guardanapo. Quando deu indicio de que Mormada ia levantar da cadeira o homem fez questão de mostrar a palma da mão, como que pedindo para que parasse de se levantar e simplesmente continuasse com ele.

– Ainda temos assuntos a tratar, não temos Sparrow? – disse o loiro.

Mormada parou o movimento e voltou para o assento. Encarou o homem com olhar confuso e fez um sorriso sarcástico no rosto. – O que quer dizer com isso?

– Quero dizer que não gosto de conversar enquanto almoço. É um costume que nós temos de onde eu vim. Falar de boca cheia é falta de educação – respondeu.

– Hm. E o quer tratar comigo? Nem nos conhecemos – concluiu Sparrow.

– Eu não acho assim. Afinal acabamos de almoçar juntos.

– “Juntos”. Você devia colocar aspas ao redor dessa palavra, não é? Apenas nos encaramos e comemos nossos pratos, sem mais nem menos. Eu não sei seu nome, e você aparentemente sabe meu sobrenome. Sabe-se lá mais o que sabe.

– Fique calmo. Eu não vim aqui para investigar as ilegalidades da firma em que você é apenas um funcionário qualquer. Eu vim aqui para melhorar a sua vida.

– Em troca de?

O homem riu.

– Você é bem esperto por aqui, também – e enxugou os olhos como se estivesse para chorar tanto de rir. – Essa é sempre a reação que você me dá.

– Eu acho que você não está esclarecendo as coisas. Parece-me que só está falando um bando de bobagem.

– Não. Eu estou falando sério, já falei com você em pelo menos 40 universos diferentes e é sempre quase a mesma conversa. Só que essa não vai ser, é claro, até porque eu nunca tinha revelado pra nenhum de você que é a mesma conversa de sempre, é claro. Mas eu acho que mesmo que o caminho da conversa seja diferente, nós chegaremos ao mesmo final das outras conversas que já tivemos.

– Como assim? Nem te conheço.

– É, você pode me chamar de Shepard, eu acho.

– Eu não preciso me apresentar já que você diz que me conhece em não sei mais quantos universos. Eu não vou perguntar sobre isso porque eu já percebi que você é maluco e eu só quero saber o que é que você falando comigo em todos esses universos.

– Eu quero fazer de todos vocês homens ricos.

– Pois é. Em troca de que?

– Bem, voltamos ao rumo normal da conversa. Vou dizer a verdade para você, com os outros Mormada eu simplesmente disse que meu nome é Shepard, que na verdade nem meu nome verdadeiro é, e eu disse que gosto de apoiar pequenos investidores. Já que eu já revelei muita coisa pra você, acho que vou dizer também que eu quero fazer todos vocês ricos porque alguém pediu isso para mim.

– Quem?

– A pessoa para quem eu estou olhando. – Para ser mais claro ainda Shepard certificou-se de apontar o dedo indicador para Mormada.

– Eu não lembro isso.

– Ah, não foi você exatamente. Foi outro você. Ele mora em um mundo muito mais bonito e muito menos pobre. É um tipo de universo perfeito em que a raça humana consegue fazer tudo perfeitamente sem nenhum problema, as pessoas não morrem por violência e elas também não mentem. O lado bom é que nós conseguimos evoluir muito mais assim do que vocês conseguem nesses seus outros universinhos de merda. O lado ruim é que nós só podemos evoluir. Chega uma hora que nossa evolução chega ao máximo, porque é o máximo que o ser humano consegue.

– Ok, e por que eu que vivo num universo lindo ordenei que você para fazer os outros eu rico nos seus universinhos de merda? – indagou Mormada.

– Porque você tem um grande ego e porque quer que seja rico de qualquer maneira. É brincadeira – riu, Mormada não achou tanta graça porque tudo que ouvia parecia ser uma grande mentira. – Fala sério, ainda não acredita em mim? Acha que eu inventei essa história só para sacanear a sua cara?

– Olha eu só tenho mais 15 minutos de almoço e eu não quero desperdiçar com alguma conversa de merda que nem essa.

– Relaxa... Eu vou te fazer rico, isso é que interessa.

– Mas você vai querer algo de mim?

– Vou, quero que você abra um pequeno banco e ligue para esses contatos – passou três cartões para Mormada. – Eles já estão esperando a sua ligação, já sabem exatamente o que fazer. Então... Quem sabe depois nos veremos.

– É isso? Assim eu fico rico?

– Calma. Eu não disse que seria rápido ou fácil. Vai ser difícil para essas pessoas, mas é só você ter muita paciência que o dinheiro vai simplesmente brotar. É assim que funciona.

– E quem são essas pessoas?

– Outros subalternos do meu chefe. E a partir de agora subalternos de você mesmo.

– E o que elas estão fazendo nesse universo? Ou melhor... Como você está aqui? Como você já visitou outros 40 universos? Isso não faz sentido.

– Claro que não faz sentido. Eu não vim para cá. Não sou maluco de sair do meu belo universo para vir para esse pedaço de merda, nem se me pagassem um milhão de reais.

Antes que Mormada perguntasse como que Shepard estava falando diretamente com ele naquele momento, o próprio Shepard respondeu de antemão. – Apenas minha mente está aqui. Não precisa perguntar mais, vou te dar uma explicação bem simples. Eu estou no meu mundo real usando um dispositivo que tira a minha mente do meu corpo e simplesmente faz com que ela atravesse dimensões para que chegue ao meu outro eu. Assim como há outros Mormadas Sparrows, há outro Shepards. E eu escolhi vir exatamente para esse Shepard porque eu tinha que falar com você, um dos Mormada Sparrow. Eu faço isso sempre. Estou nessa missão há quase quatro meses sem abrir os olhos do corpo do meu eu. É complicado explicar isso, mas é isso.

– Estou entendendo.

– Eu sei que está. Até um babuíno entenderia. Mas é uma coisa muito complexa, não é só isso. Eu só te dei um resumo básico porque meu tempo está acabando, assim como o seu. Você tem que voltar pro seu trabalho e pedir para falar com seu chefe, então vai se demitir. Depois vai ligar pra esse Claudio Abrams e ele vai te ajudar com o resto, depois lique para Tamires e por último para o Tom. É só isso. Toda informação que precisa está nesses cartões que eu trouxe para você. E se você quer perguntar se os outros deles também trabalham pro mesmo homem que eu, sim, nós trabalhamos para “você”. Agora pode saindo, já acabamos e não quero perder meu tempo.

– Você disse que seu tempo também está acabando.

– Sim, eu tenho que falar com o máximo de Mormadas possíveis até meu corpo completar um ano deitado na máquina de transição mental. Atualmente faltam 8 meses e quanto mais de vocês eu conseguir contatar, mais meu patrão irá me recompensar. E melhor nosso plano sairá de acordo.

– Ah, tem um plano então. Ok, tudo bem. Eu já esperava por isso e sei que terei que esperar pra descobrir que plano é isso.

– Assim como os outros, seria sacanagem eu dizer-te o plano. Já estou dizendo mais do que eu deveria dizer, muito mais. E você nunca vai descobrir o plano, nunca. Mesmo. Então, adeus.

E então Mormada fez exatamente o que lhe fora ordenado. Ficaria rico, e foi exatamente o que aconteceu milagrosamente após algumas ligações. Conseguiu um prédio no centro de Economist sem ter que usar nenhum de seus dinheiros. E depois de ligar para Tom, estava chovendo dinheiro em seu banco. Todo mundo estava colocando dinheiro ali, e melhor para Mormada do que para qualquer um.

Algumas vezes Mormada recebia a ligação de alguém desconhecido que dava as coordenadas para continuar o plano, o que fazer, e então voltou a ver Shepard 10 anos depois. O banqueiro não era mais o mesmo que Shepard vira anos atrás, estava barbudo e com um olhar muito mais maturo. Shepard parecia o mesmo, a não ser por extremas olheiras, e disse que precisaria uma coisa do banqueiro para que prosseguisse o plano. Era uma quantia muito grande em dinheiro, mas Shepard prometeu que isso não afetaria seu financeiro uma vez que o investimento em seu banco não terminaria.

Como velhos amigos, Mormada perguntou se Shepard havia conseguido contatar o máximo de Mormadas possíveis. E Shepard disse:

– 987 Mormadas.

– Nossa, tem tanto Mormada assim pelos universos?

– VOCÊ NÃO TEM IDEIA.
Teve mais uma vez em que ele e Shepard se encontraram novamente, ainda nesse mesmo universo. Dez anos atrás Mormada estava morrendo de tanto dinheiro que tinha e então decidiu ter um filho. Queria deixar sua herança para a humanidade. E assim foi. Seu nome era Dominif Quenium. Mas... Eu pensava que ele só tivesse o presidente e Heringe de filhos, não é? Perguntou o leitor. Então o narrador sabiamente respondeu com seus lábios sensuais de sempre que não. Mormada, pelo menos esse, teve exatamente três filhos.

O que aconteceu com o primeiro? Tem tudo a ver com o encontro de nosso Mormada com o querido Shepard. O que tem a ver? Como? Shepard roubou o filho de Mormada? Inicialmente não.

Dez anos depois que o banqueiro vira o seu companheiro das antigas com grandes olheiras Mormada como já escrito anteriormente já estava com dinheiro pra caralho e fez um filhinho com uma gostosa qualquer que não abortou porque o nosso querido papai decidiu pagá-la para que prosseguisse com o embrião na barriga. Então do embrião formou-se um bebê que nasceu com 5kg e tinha a cara do papai. Meu deus! Ele é a minha cara! Disse sorrindo na sala de parto, junto com sua mãe que apenas vinha naquele menino uma pensão que o papai disse que lhe pagaria até que o bebê pudesse viver sozinho com ele. Enquanto isso Mormada, Quenium e a vadia viveram como uma falsa família que todos sorriam. Mormada sorria porque adorou ter filhos. A mulher gostava do dinheiro e a criança chorava, logo não sorria. E chorava muito. Mas não havia dor de cabeça, as únicas coisas que a mulher sentia no seu ouvido era o barulho do dinheiro de Mormada entrando na sua conta.

A criança viveu feliz por 3 anos. Já andava bem e conseguia falar decentemente. Meu deus, que filho esperto! Como sempre o papai bobão mimava o filho. Mas um dia Shepard chegou.

Mormada estava mexendo no Orkut e jogando Tetris no seu notebook enquanto deixava algumas páginas do Excel aberta para fingir que estava trabalhando de verdade caso alguém aparecesse no local. Mas não, não havia mais ninguém. Só Mormada e a criancinha brincando com um caminhão que custou os olhos do papai – mas o papai tinha dinheiro para comprar mais 10000000000 olhos, não houve prejuízo, é claro – até quando Shepard entrou no lugar. Estava fumando um cigarro e, após avistar a criança sorriu. Por que sorriu? Porque sim e isso pode ser explicado mais tarde, não tem porque correr na história. Sorriu e talvez como sinal de respeito a presença de uma criança, jogou o cigarro na lixeira depois de uma tragada interessante.

Nem mais se lembrava da quantidade colossal de dinheiro que havia entregue ao viajante mente-espacial, dinheiro não faltava na sua vida. Foi então que tiveram uma conversa como velhos amigos, ou melhor, era o que o papai pensava.

– Não sabia que você fumava – alegou o bilionário.

– Não sabia que você tinha um filho – mentiu, é claro que sabia. Era tudo parte do plano. – É, na verdade eu não fumo, é o meu eu desse universo que é viciado nessa porcaria. Você sabe né, por mais que eu consiga controlar a mente desse vagabundo por quanto tempo eu quiser ainda há um resquício de quem ele é na subconsciência desse cérebro. Enfim, não espero que você entenda. Se você entender, não faz diferença.

– É melhor avisá-lo para parar de fumar. Isso faz muito mal. – Mormada fumava muito antigamente. Mas depois que decidiu ser papai sua vida se resumiu ao seu tesourinho, nada mais era de importância ao homem do que o seu filho.

– É, mas esse daqui já foi diagnosticado com câncer de pulmão. Ele deve ter uns 12 meses de vida. Mas quando ele morrer basta eu trazer outro, ou quem sabe na próxima vez eu mesmo em pessoa ao vivo às cores e online venha aqui lhe fazer uma visita.

– Pensei que você não gostasse desse universo.

– É claro que não, mas se esse carinha aqui morrer eu tenho que dar um jeito de te encontrar de novo.

– Então haverá mesmo uma segunda vez? Dirá para mim agora o plano?

– Não, não nesse universo. Você nunca ouviu o ditado de que os hidrogênios tem ouvidos?

– Não.

– Hm.

– Enfim, eu não quero falar aqui porque não tem necessidade. Posso falar com você lá.

– Sim, entendo. Espera, eu terei a honra de ir para lá?

– Exatamente, mas não agora – disse, enquanto olhava para a criança.

– Então para que veio? Pedir dinheiro novamente?

– Não, dinheiro não é problema. Foi apenas um teste para saber se realmente estava a fim de cooperar com o plano.

– Veja no que vocês me transformaram, acha que eu não seria fiel ao Mormada-chefe depois de eu ter me tornado um dos homens mais ricos desse universo?

– Você é esperto, Mormada. Isso é bom.

O banqueiro sentiu-se elogiado. – Muito obrigado – disse humildemente.

– Espero que seja esperto agora também. No que vou te contar.

– Vai me contar o plano?

– Eu acabei de dizer que não posso contar aqui. Só lá. E você não está indo para lá hoje. Vai ter que esperar. Vim para te avisar que esse mundo está tendendo ao caos.

– Ué, mas sempre tendeu ao caos – disse Mormada como um homem conformado rico que vivia em um mundo de merda e não ligava se era um mundo de merda ou um mundo lindo feito de pele de panda.

Shepard calmamente disse:

– As pessoas se voltarão contra você. Contra sua família. Contra seu filho. Contra muitas coisas. Esse mundo está prestes a entrar numa guerra que irá destruir todo o seu império e matará os seus filhos caso não os proteja.

– Eu tenho dinheiro suficiente para proteger um país inteiro.

– Não, nada pode proteger o que está por vir.

– O que está dizendo? Seremos dizimados? Como uma bomba atômica?

– Não é bem assim que funciona, Mormada. Não é só a sua família que será visada. A família de todos desse planeta e de todos os homens, a vida desse planeta será visada. Esse planeta se tornará poeira cósmica.

– E não temos tecnologia para nos protegermos?

– Não, será como uma agulha entrando na pele. Você vai piscar e quando abrir os olhos a agulha já estará dentro de sua veia. Não vai doer, vai ser como uma piscada de um mosquito, assim como uma vacina. Mas nunca mais nada nesse planeta poderá simplesmente abrir os olhos. Não haverão olhos. Não haverá um rosto. Não haverá uma pessoa. Não haverá um grupo de pessoas. Não haverá um lugar para essas pessoas. Não haverá completamente nada. Como eu disse: você, todos, será poeira cósmica.

– E vocês, a raça humana com a tecnologia mais avançada de todas as outras raças humanas, não podem nos ajudar?

Shepard pensou em dizer “Por que ajudaríamos seres tão inferiores a nós?”, mas disse:

– Trazer nossa tecnologia para cá leva tempo, custa dinheiro. Há como fazer isso. Mas a viagem espacial é uma coisa muito arriscada. Algumas leis físicas do nosso planeta não funcionam aqui, e vice-versa. Já pensamos em todas as possibilidades possíveis para que possamos ajudar vocês contando com as leis Neandertais desse universo. E não, não tem como. Isso custaria demais. Não temos tempo para isso.

– E quanto tempo falta para isso acontecer?

– 20 anos Mormada. Mas você não se tornará poeira cósmica.

– Por quê?

– Porque eu te levarei para o nosso universo antes. Você é uma peça chave para o nosso plano.

– Entendi.
– Antes da destruição completa desse planeta. Na realidade daqui a exatamente 5 anos ocorrerá uma guerra que quase findará com a vida nesse planeta. Mas não findará porque já tomamos providencias para isso. Dessa guerra você poderá se proteger, mas não prezo apenas por você, mas também por sua família.

– Muito obrigado, Shepard. Eu agradeço.

– Por isso após discutirmos sobre isso com nosso chefe, chegamos a conclusão de que seu filho deverá vir conosco para que se proteja.

Mormada olhou seriamente para os olhos de Shepard. Pensou cinco vezes antes de abrir a boca e quando abriu simplesmente deu um grande sopro para sinalizar que não tinha muito que dizer. Olhou para o seu Orkut e depois olhou para o seu filho. Se realmente acontecesse essa guerra, o homem estava certo. Tinha que prezar para o seu filho, e mesmo que Mormada conseguisse se proteger isso não era garantia que seu filho também sairia ileso daqui. As pessoas fazem brutalidades atualmente, pensava, mesmo que estivesse distante de uma bomba atômica que explodisse, de alguma forma a desgraça da radioatividade chegaria até lá. Já ouviu boatos de pessoas que ficaram com câncer por causa de mercúrio porque comeram peixe que estava próximo a despejos de mercúrio! Meu deus, e eles só comeram peixe! Vai que seu filho decidia comer um peixe depois que a guerra acabasse e a paz reinasse, e então simplesmente plaf! Câncer de estomago! Ainda mais as crianças que são muito mais sensíveis do que os adultos. Prezava sim pela vida de seu filho, e Shepard estava com razão.

– Eu não queria ceder essa época em que a interação pai e filho é ainda mais intensa, entre os 3 e os 8 anos. Mas eu prefiro-o vivo em outro universo a que morto. Então, acho que você pode levá-lo. Foi só para isso que veio? – A realidade era triste, pensou Mormada. Foi uma decisão difícil. Seu filho era sua vida.

– Tudo bem, você pode ficar mais uns dois dias com ele. Não tenho pressa. Mas sabe que a guerra que está por vir será rapadura. Eu sugiro que daqui a 4 anos você simplesmente feche esse banco e vá se isolar, sei lá, em alguma plataforma foda indestrutível que você começou a construir esse ano. Não sei, apenas estou dando opções. Você também pode se esconder no subsolo, é uma coisa bem primitiva. A cara desse universo. – Então caiu na risada.

– Eu entendo, mas não precisava se preocupar comigo. Eu não morrerei, sou um homem esperto afinal, não sou? Foi você mesmo que disse, e também minha mãe.

– Quando a guerra terminar, e você saberá quando terminar sem que ninguém precise avisar, faça as mesmas ligações de antes. Entende?

– Sim.

– Então, aproveite os próximos dias com seu filho.

Enquanto os adultos tratavam de assuntos tão sérios, Quenium estava brincando de caminhão e não estava nem um pouco aí para o que aquele adulto chato estava falando. Claro que era um adulto chato, ele chegou ali fumando. Só adultos chatos fumam, papai que disse.

– Papai, o que ele aquele bebezão chato queria aqui? Ele ficou falando coisas chatas na sua cabeça?

Mormada quase caiu em prantos. Estava pressionando os lábios fortemente para que não caísse na tentação de que fosse levado por suas emoções. Sua criança. Tão inocente... E poderia nunca mais vê-lo... A vida se tornaria tão deprimente. Não teria mais pelo que viver. Mas isso tudo era para o bem de seu filhinho, do seu tesouro, pensou. E como o amava... Seus últimos dias com a criança foram resumidos com casquinhas de sorvetes e brincadeiras no parquinho. Papai ganhou do tesouro algumas vezes na gangorra, papai era muito bom nisso.

Depois do dia fatídico que entregou a criança que andava de mãos dadas para as mãos de Shepard, teve uma grande vontade de chorar. Mas, antes disso teve uma dúvida muito interessante. Shepard percebeu o olhar de dúvida no pai e perguntou-lhe: O que te intriga?

Mormada esfregou os olhos e então disse: Ele vai ir sozinho para o outro mundo?

– Não. Muito bem reparado. Você é mesmo esperto. Eu não irei até porque eu já estou lá, apenas o aparelho que utilizam para que eu conecte minha mente a esse pedaço de merda com câncer viciado em crack que será desligado.

– Então quem irá com ele?

– Meu chefe – sorriu o profeta. – Ele veio aqui para essa missão, para comprovar para você a preocupação do nosso esquema com a vida de você e da sua família. Você ainda tem coisas a fazer, você mesmo descobrirá.

– Eu... Posso vê-lo?

– Não, qualquer tipo de interação molecular de fotopartículas que vocês tenham vai causar uma grande merda que você não vai querer descobrir. A não ser que você não queria nunca mais ver seu filho. Porque se você olhar para o seu eu de outro universo, não necessariamente de outro universo, tem alguns que você pode até conversar, apertar as mãos, mas meu chefe não. Isso vai dar uma grande merda.


– Você pode dizer para ele para cuidar bem do meu filho? – perguntou, preocupado.

– Não, e segurou a mão da criança que estava assustada com a situação. Mas o que está acontecendo??? Vou ter que ir com esse adulto chato??? Pensava, mas aprendeu com o pai que enquanto um burro fala o outro abaixa a orelha.

– Tem alguma coisa a dizer para o seu filho? – perguntou educadamente Shepard.

– Não, porque daqui a 10 anos pelo menos estarei lá com ele.

– Pode acreditar.

Shepard pensou em dizer, mas só pensou, até porque isso acabaria com a missão e com toda a confiança entre ele e Mormada em relação ao plano. Pensou em dizer:

“É melhor você dizer sim seu desgraçado, porque você caiu certinho no nosso plano. Você é muito idiota, até minha bola esquerda é mais esperta que você. Sim, ocorrerá uma guerra daqui a 5 anos e sim, alguns anos depois do fim da guerra uma grande catástrofe acontecerá que destruirá esse planeta, mas você não vai sobreviver a guerra. Se sobreviver, saiba que você caiu direitinho na pegadinha. Eu nunca precisei de você ou de seu dinheiro, eu só queria ganhar a sua confiança e quando pedi aqueles trilhões eu só queria testá-la, você não entende? Não é você, você agora não é nada para o plano. Eu não te mato aqui porque você ainda tem coisa para fazer, e bem...” Então fumaria um cigarro para fazer um efeito bem legal. “Só preciso mesmo é do seu filho. Que você não faz ideia de quem realmente é”.

Quando Shepard entrou com Quenium, o garoto que agora estava realmente muito desesperado para largar a mão de Shepard e ir ao seu pai, na aeronave Mormada sentiu como se aquela seria a última vez que veria a razão de sua vez. Mas é claro que não, babaca. É claro que não. Mesmo se meu amigo Shepard não vier para me buscar, eu construirei uma máquina tempo-espacial, sei lá, algo assim com o meu dinheiro.

10 anos depois, Mormada ouviu um barulho. Um único barulho. Estava em uma base subterrânea no deserto entre Economist e Fantasy, no país de Fuord. Durante a guerra o homem ouvia vários barulhos. Mas dessa vez foi um barulho estrondoso, não era uma bomba atômica. Era uma coisa muito mais poderosa. Esperou dois dias, mais cinco para completar uma semana e para que tivesse a certeza de que aquela explosão teria acabado com a guerra. E havia.

Krom Hellrock havia se “sacrificado em prol do fim” daquela guerra que na pequena cabeça do “Imperador Solar”, do “pequeno garoto” que usava os poderes da energia amarela, era uma guerra “sem sentido”. Mormada só descobriu tudo o que havia acontecido depois que saiu do esconderijo. Esconderijo que deu infraestrutura e tecnologia para que fosse criado mais tarde o projeto dos hitmans estimulado pelos militares de alto escalão do governo.

Mormada esperou que Shepard viesse. Primeiramente procurou se informar sobre todos os detalhes da guerra, e deu um ufa por saber que seu molequinho de 13 anos não estava lá para ouvir sobre tudo o que aconteceu. Sabia que ele estava feliz, e vivo, no universo “perfeito”. Depois fez as ligações, voltou a ser o homem mais rico e seus empréstimos estimularam a economia. Descobriu que a tecnologia havia de alguma forma se desenvolvido incrivelmente durante a guerra. É incrível, quando as pessoas tem uma bomba caindo em suas casas elas conseguem até mesmo transformar frangotes em super soldados.

Shepard não veio, mesmo 3 anos após da conclusão da Guerra do Fim do Mundo. E então Mormada percebeu que o homem não iria buscá-lo, ninguém aparecia para buscá-lo. Mormada que teria que ir até seu filho.

Mormada começou a investir loucamente em jovens acadêmicos de Nova Espada que tinham um trabalho fantástico que visava confirmar a teoria dos universos paralelos sem tranversais alternadas com duplas formando um 2,3 – metil benzil de magnésio criada por Sockhom durante a Guerra. Investiu muito, mas tanto que recebeu um prêmio Nobel de estímulo ao ensino. Investiu muito, mas tanto que realmente seu dinheiro construiu uma máquina pandimensional. Não contou para ninguém, a mídia não sabia. Apenas os 10 jovens acadêmicos que estavam se matando de equações e teorias novas para conseguir entender melhor como funcionava esse sistema. 7 anos depois da guerra, faltando exatamente 3 anos para que o planeta fosse dizimado Sparrow deu um passo para dentro de uma outra dimensão. Sim, ele quis ser a cobaia. A cobaia, que terminou em um grande erro e uma grande figura politicoeconomica desaparecendo. Mas ele reapareceu, não ele, mas um outro Mormada.

Nada poderia fugir da normalidade para que o plano de Shepard e companhia acontecesse perfeitamente. Para isso Mormada foi clonado a partir do gene de seu filho e então tudo voltou ao normal. Quando esse clone chegou, tinha dois filhos chamados Heringe e um outro chamado Jack Sparrow, futuro presidente de Fantasy. Filhos que Mormada simplesmente fez no caminho da vida desde quando começou a fazer as ligações até quando foi-se inventada por fim a maquina pandimensional.

Espera... Então Sparrow era jovem ainda. E também Heringe. Então como que com no máximo de 7 anos o jovem Jack tornou-se presidente e ainda foi “assassinado cruelmente” por Xupa Cabrinha. Até porque, faltavam apenas 3 anos para que o planeta fosse destruído.

Houve um fator que atrasou todo o processo que levaria ao extermínio do planeta Terra do universo em questão, do primeiro planeta Terra que o leitor foi apresentado. Alguns chamam de fator M, fator X, fator T, Fator W, Fator A. Mas o narrador tem um nome especial para isso.

Fator Mario.


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