A Dama Solitária escrita por Alice Zahyr


Capítulo 2
Capítulo 2 - Você costuma brilhar assim?


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar, kkk ~
Beijos meus lindos!!!
Alice



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Depois que Angelo se teletransportou, ele e Gabriela caíram num lugar escuro e sombrio. Era uma rua, ela presumiu, mas também não havia céu no lugar. As árvores cinzas cercavam a rua, que se afunilava num horizonte ao fim no qual ela pôde enxergar um castelo se erguer do chão circundado por muros gigantes.

O ar daquele lugar era terrível, seco e denso. A escuridão parecia reinar sobre a rua, e nenhum barulho era audível para os dois. Gabriela olhava aquilo apreensiva, porque de repente ela caíra numa poça de água e então descobrira que havia caído numa versão cruelmente real dos filmes de Tim Burton.

– O que estamos fazendo...

– Cuidado! - Angelo gritou e a empurrou para o lado. Repentinamente uma flecha cortou o ar na direção de Gabriela, que foi salva sendo empurrada. Ela quase foi atingida, mas a flecha atingiu uma árvore. - Você está bem? - ele perguntou, olhando para ela com uma preocupação visível no olhar. Ela assentiu, sem reação.

– É, - ela disse - quem quer que more aqui sabe dar boas vindas.

Angelo riu do que ela disse.

– Você é sempre sarcástica assim?

– Ah, na verdade é uma das minhas características mais marcantes de adolescente esquisita. - Gabriela respondeu dando de ombros. - Então, vamos ficar parados aqui levando flechas de um ser invisível?

– Não, eu só... Estava checando se você estava bem. - Angelo disse, retomando a expressão séria de antes. Ele lhe ofereceu a mão novamente, mas Gabriela não deu.

– Olha, desculpa. Você me salvou já três vezes, e eu agradeço, mas a verdade é que não posso ficar aqui. Quer dizer... Eu tenho que voltar pra casa, pra minha família, é Natal...

– Pensei que não gostasse de ficar com eles. - Angelo comentou.

– Tá, não é meu passatempo preferido, mas eu preciso voltar, Angelo. - Gabriela falou, triste e preocupada ao mesmo tempo.

– Ha-ha, - Angelo deu um breve riso entre um suspiro - acha mesmo que se houvesse como voltar eu já não teria voltado? Gabriela, estamos presos aqui. Não sei se para sempre, mas uma vez que caímos não há como simplesmente sair. - ele disse, parecendo triste repentinamente.

– Quer dizer que... Espere. - ela falou, repassando tudo. - Então você também caiu... ? Você era como eu. - ela disse, afirmando para si mesma. - Mas... Você brilha, sabe? Seus olhos brilham, você consegue curar só de tocar e também se transporta no tempo.

No momento em que ela comentou sobre os olhos, os olhos de Angelo começaram a transparecer do dourado para o azul, até que ficaram totalmente azuis. Então ele loiro, tinha olhos azuis e na verdade era como ela.

– Meu Deus. Há quanto tempo você caiu? - ela perguntou, começando a pensar numa hipótese que fazia seu coração bater a mil.

– Eu não sei, - ele respondeu parecendo tímido na possibilidade dela pensar que ele era velho - aparentemente, o tempo não passa aqui.

Gabriela olhou para cima (não havia céu, então...) e passou a mão na testa, aparentemente frustrada e perdida. Angelo percebeu e se adiantou:

– Mas olha, não estamos completamente fadados á isso. Parece que existe um jeito de sair daqui. É como se estivéssemos presos dentro de uma dimensão que foi criada por uma maldição, se conseguirmos destruir essa maldição, seja lá o que isso signifique, conseguiremos abrir um portal e... - ele fez um gesto com a mão - cair fora dessa espécie de submundo.

Gabriela ouviu cada palavra esperançosamente, colocando toda a sua fé no que aquele garoto de olhos dourados e azuis dizia. E seja lá o que isso seja, um jogo na vida real ou uma alucinação de adolescente, ela estaria disposta a quebrar a tal maldição.

– O que eu tenho que fazer? - ela perguntou determinada. Ele lhe ofereceu a mão, o que ela estranhou já que poderia andar muito bem sozinha, mas assim que cedeu, percebeu para quê. Eles começaram a correr normalmente, mas logo a velocidade de seus pés aumentaram vorazmente. Rapidamente os dois pararam em frente á um lugar, o lugar que Gabriela vira no fim do horizonte daquela rua.

Um castelo gigante de pedras medievais se erguia do chão, e havia muros ao redor, assim como o extenso gramado que o circundava. Só havia alguns problemas: o gramado era cinza, e não tinha portas.

– Vamos entrar nisso? - ela perguntou, sarcástica. - Ah, claro, deixa que eu abro a porta.

– É, você é sempre sarcástica. - Angelo disse, sorrindo.

Gabriela olhou para a grama que era cinza e se agachou para tocá-la, um ato do qual ela logo se arrependeu.

– Droga! - Gabriela xingou, tirando a mão da grama. A dor foi se espalhando pelo braço, e de repente sua pele começara a descolar. Ela arregalou os olhos e começou a gritar, enlouquecida de dor.

Angelo segurou seu braço sem hesitar, e rapidamente sua pele começou a curar. Depois que a dor passara e seu braço voltou ao normal, Angelo suspirou e passou a mão nos cabelos.

– A grama é ácida. - ele disse. - Assim como tudo ao redor. Não toca em mais nada.– Angelo pediu, respirando com dificuldade.

– Hum... Valeu pela observação, - ela falou - e obrigada. De novo.

– Então essa é a quarta vez. - ele observou, divertido. - Você me deve muito.

– Então que tal você me tirar desse lugar antes que eu descubra que o chão é na verdade uma coisa que engole as pessoas?

Angelo assentiu, se divertindo com o sarcasmo dela, e tocou no chão. Sua mão, porém, não foi atingida pelo ácido, mas pelo contrário: pedras luminosas começaram a formar um caminho até o castelo, e uma porta se formou na parede de pedras. As pedras pareciam feitas de luz, assim como ele próprio, mas que poderiam se desmanchar com o toque.

– Não vem? - ele a chamou, e em seguida começou a andar por sobre as pedras. Gabriela o seguiu, e logo os dois chegaram à porta e subiram as enormes escadas que davam num pavilhão de pedras enorme, mas vazio.

– O que estamos fazendo... aqui? - Ela perguntou, mas Angelo pareceu responder chamando a outras pessoas.

– Estamos aqui, apareçam. - ele pediu.

Ela observou tudo com atenção, e quando começou a pensar que Angelo era tão maluco quanto seus avós, cinco pessoas apareçam. Essas pessoas estavam vestidas de armaduras douradas, mas não tão douradas quanto a capa de Angelo e seus olhos - sua aura parecia ser feita de luz. Eram três mulheres e um homem, belos como se tivessem saído de um filme. Seus olhos eram verdes claríssimos, e eles sorriram ao ver Angelo. Quando Gabriela pensou que o espetáculo acabara, porém, três pessoas transluziram vagamente no pavilhão e então tomaram formas.

Uma mulher e dois homens. A mulher estava na frente, e os homens atrás dela. Ela vestia um vestido branco que ia até os pés, e tinha uma capa que, assim como a de Angelo, iluminava o local. Sua capa era completamente branca, assim como seus olhos, tão brilhantes que era quase impossível de sustentar-lhe um olhar. Seus cabelos eram loiros, e na verdade ela se assemelhava incrivelmente á Angelo. Os dois homens atrás tinham cabelos e olhos castanhos. Ao olhar para um deles, Gabriela sentiu uma sensação diferente, uma espécie de calor, aconchego, era como se ele lhe transmitissem paz.

– Angelo, obrigada por trazê-la em segurança até aqui. Sei que não foi uma tarefa fácil. - a mulher falou, satisfeita.

Angelo abaixou a cabeça em reverência.

– Quanto á você, sei que tem muitas perguntas. Deixarei que Serena cuide disso. - ela apontou para uma das mulheres que estava atrás dela, a que fazia parte dos quatro. Serena sorriu e fez o mesmo gesto de Angelo. - Mas primeiro, devo lhe dar as boas vindas. - Gabriela sorriu, e quando ia dizer "obrigada", a mulher levantou as mãos e na mesma hora o pavilhão foi tomado por outro cenário: uma festa. Várias pessoas vestidas com armaduras transitavam no salão sem parecer perceber a presença deles ali, e havia uma enorme mesa farta de alimentos.

"Opa, comida. E eu conheço." Gabriela pensou com sarcasmo. Angelo olhou para ela e segurou um riso, como se tivesse lido seus pensamentos.

– Como...? - ela perguntou para a mulher.

– Sei o quanto esse lugar parece sombrio e horrível, mas existe uma parte boa em ter poderes especiais. - a mulher piscou. - A propósito, sou Diana. - e de repente, ela sumiu junto com os outros dois homens, restando apenas os quatro.

– Ela sempre some assim? - Gabriela perguntou.

– É. - Angelo respondeu sorrindo. - Se não se importa, eu acho que vou comer. - ele falou, e sumiu de vista.

– Legal. - Gabriela falou. - Todo mundo sabe sumir, menos eu.

– Não é verdade, você logo vai ter esses privilégios. - uma garota se aproximou de Gabriela e disse casualmente.

– Ah, você quer dizer poderes?

– Poderes, privilégios, capacidade de brilhar... Tudo isso vem no pacote. - era Serena. Ela sorriu e se apresentou. - Sou Serena, e acostume-se, o sarcasmo é uma das minhas características de adolescente esquisita.

Gabriela olhou para Serena curiosa, analisando se deveria ou não dar uma chance á garota, e m seguida estendeu a mão e disse:

– Então acho que vamos nos dar bem.


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Notas finais do capítulo

HEY! Por favor gente, comentem, nada pior que leitores fantasmas, sério :(
Oq estão achando????? :3