Hawk Eye escrita por Little Mitch
Sammy's PoV
Depois de tudo o que tinha acontecido na noite anterior, eu não tinha conseguido dormir direito. Eu tive pesadelos estranhos sobre como o Black tirava Spectro de mim e o transformava numa fantasma. Então coisas estranhas começavam a acontecer comigo, como mutações bizarras. A melhor parte era o final, na qual eu definhava até a morte. Muito animador.
Obviamente, eu acordei completamente transtornada. Como de costume, Spectro estava de pé me encarando com aqueles grandes olhos azuis.
– Foi apenas um pesadelo. - ele disse balançando a cabeça, como se quisesse que eu afastasse as memórias da cabeça.
Concordei mentalmente enquanto me levantava em direção ao banheiro. Fiz minha higiene matinal, troquei de roupa e ajeitei o cabelo. Assim que saí, comecei a arrumar minhas coisas. Ficar com ali poderia proporcionar perigo para os outros. A menos de uma semana eu os havia atraído para uma armadilha. Eles podiam ser a Gangue Shane, mas era a mim (e a Spectro) que o Black queria.
Mal comecei a reunir meus poucos pertences quando ouço batidas na porta.
– Entra. - gritei.
Eli entrou no quarto. Como sempre, usava o uniforme branco e preto com detalhes em laranja e levava Burpy em seu ombro.
– Bom dia. - ele disse simplesmente.
– Bom dia. - respondi sendo o menos fria que consegui - O que o traz aqui?
– É que... Tem visita para você lá embaixo.
– Ah. Claro. Se já terminou, pode sair.
Eli deu de ombros e saiu sem discutir. Spectro me encarava incrédulo.
– Não ouviu o que ele disse? - perguntou -Você tem visita.
– Aham. - me virei para ele - E daí?
– E daí que quem viria visitar você? Você não fala com um amigo humano a quatro anos!
Droga. Eu nem tinha notado isso. Como eu teria uma visita?
– Armadilha? - perguntei e Spectro concordou.
Peguei meu lançador e pus um rammstone no tubo de lançamento. Saí do quarto escorada na parede, fazendo o mínimo de barulho possível. Mas ver ele sentado calmo no sofá não era o que eu esperava.
Pronto ficava tentando mostrar suas "habilidades lendárias" de toperoid, Kord falava sem parar e Trixie gravava cada momento com sua câmera. Eli era o único que parecia normal com a presença de Andrew Hawk.
– Ah! - meu pai se levantou e abriu os braços como se quisesse um abraço - Vejo que os boatos são verdadeiros! Minha menininha está com a Gangue Shane.
– O que você quer aqui? - perguntei fria e sem abaixar o lançador.
– Ora, Sammy, isso não é jeito de tratar seu velho. - meu pai fez sinais de negação.
– NÃO ME CHAME DE SAMMY, SEU BABACA FALSO!
– Mas que modos são esses? - ele me perguntou irritado - Onde está seu respeito?
– Não tenho nenhum respeito por você, papai.
A essa hora todos pararam o que estavam fazendo e ficaram nos observando. Era uma cena muito estranha aos olhos dos outros.
Eli's Pov
A briga estava começando a ficar feia. Sammy continuava com o lançador apontado para a cabeça do pai, enquanto este estava começando a ficar nervoso.
– "Não tenho nenhum respeito por você" - Andrew Hawk imitou a filha - O que eu fiz para você, minha filha?
– TUDO! - ela gritou disparando um rammstone contra o próprio pai, que saltou para o lado no último segundo - VAI FICAR NA DEFENSIVA? VAI DEFENDER SUA REPUTAÇÃO DE BOM LANÇADOR? ONDE ESTÃO SUAS LESMAS?
– Não quero briga. - ele disse levantando as mãos em sinal de rendição - Não trouxe nenhum tipo de arma.
– Ah, mas é claro que você não trouxe lesmas - Sammy foi sarcástica - Quer saber o que você fez para mim? Você me traiu quando negociou com ele. Eu sei de TUDO!
Andrew ficou pálido na mesma hora. Kord pareceu ser o primeiro a entender o recado e segurou discretamente o lançador. Trixie logo em seguida largou a câmera e recuou um passo. E foi a vez da minha ficha cair.
– Você trabalha para o Black. - pensei alto.
– Bom, - Andrew sorriu - então não há motivos para me esconder.
Antes que qualquer um pudesse fazer qualquer coisa, ele disparou uma X-Mitter para o ar e desativou nossos lançadores. Então a porta e as janelas foram quebradas, dando aos capangas do Black uma chance de invadir nossa base.
Sammy's PoV
Depois que os outros deduziram o óbvio, os caras do Black atacaram. Com nossos lançadores desativados, não havia como nos defendermos de forma eficiente. Eu e Eli viramos o sofá, transformando-o numa barricada improvisada.
– Seu pai trabalha com o Black?! - ele exclamou surpreso - Por que não falou nada?
– Segredos de família. - dei de ombros - Sem nossos lançadores, eles vão me capturar facilmente.
– Precisamos de um plano. - ele disse me puxando para a cozinha na hora em que o sofá foi consumido pelas chamas de pyringo.
– Eu sei... - olhei Spectro. Era a hora - Eli, eles querem a mim, não a vocês.
– Não está pensando em se entregar, não é? Sua lesma...
– ... vai estar segura com vocês. - eu disse passando Spectro para ele - Posso fugir facilmente se estiver sem Spectro. Eles praticamente vão me libertar. Confie em mim.
Demorou um tempo até que Eli concordasse com a minha ideia maluca. Ele debateu, rebateu e acabou aceitando no final.
– Spectro, - chamei minha lesma - qualquer coisa, posso me comunicar com você. Mantenha contato que eu te mando as coordenadas.
– Sim, senhora. - ele respondeu tristemente.
Dito isso, saí de meu esconderijo e me deixei ser atingida por uma arachnet fantasma. Para que nenhum deles suspeitasse, gritei e me debati enquanto fui carregada contra minha vontade para a mansão Black, mantendo assim Spectro em segurança.
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