Dear Moments escrita por Brioche


Capítulo 3
O amanhã será melhor


Notas iniciais do capítulo

Aloha! Aloha! Como estão nesta tarde de natal?
Muitos presentes? Haha'
Aqui estou eu com mais um capítulo pra vocês!
Boa leitura!



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Allyson e Nathan nunca foram exemplos de amizade, pelo menos não daquele modelo afetivo. Sustentam uma relação um tanto que conturbada, por um motivo que nem mesmo Allyson sabia explicar. As provocações sempre partiram do outro lado. Sentia-se sempre na obrigação de rebater, assim o ódio cresceu.

Conversar com o garoto nunca foi um costume. Se dependesse da mesma, passaria reto. Todavia as coisas não são fáceis quando o garoto mais insuportável da face desse universo é o melhor amigo do seu irmão e quase um irmão para a sua melhor amiga. A questão é que não fazia ideia de como agir depois do episódio da briga. Afinal, pelo que entendera, ele havia a defendido, algo assim.

– Vamos, Ally?

Seu irmão apareceu descendo as escadas, tirando-lhe de seus devaneios. A distração estampada no rosto da irmã era evidente, porém resolveu deixar quieto. Se ela quisesse falar, iria.

***

Distraía-se apoiado em sua Hayabusa, no meio do estacionamento, observando os alunos chegando. Hora ou outra, cheerleaders lhe cumprimentavam ou simplesmente lhe davam um abraço, alegando saudades.

– Nate? – Juliana chamou, assustando-o de início.

– Juh? O que faz aqui há essa hora?

– Eu é que te pergunto! Nathan Cooper chegando mais cedo na escola? – riu – Que milagre é esse? Caiu da cama? – debochou.

– Que engraçadinha! – abraçou-a de lado – Esse milagre se chama: diretora Dawson.

– O que você fez?

– Por que sempre acham que eu fiz alguma coisa? – dissimulou.

– Nathan Cooper!

– Quebrei a cara do Larkson. – sorria vitorioso.

– Não diga isso como se fosse a melhor coisa do mundo! – repreendeu-o.

– Qual é Juh! Depois do que ele fez com a sua amiguinha, esperava que você fosse a primeira a me dar um “Parabéns“!.

– Pois saiba que não me orgulho disso! Não se resolve as coisas com violência, Nate! Nem o Lou e nem você deviam ficar se metendo nos assuntos da Ally. Ela sabe o que faz.

No exato momento, o porsche preto tão conhecido estacionou na vaga ao lado.

– Falando no diabo...

– Comporte-se!

– Só se ela merecer. – sorriu cínico.

Fitaram os irmãos Brooks descendo do carro. Juliana mal conseguia controlar o fluxo de baba que estava prestes a cair. Sempre tão arrumado, os cabelos bem penteados e propositalmente bagunçados, e principalmente o sorriso de derrubar qualquer uma.

Já aos olhos de Nathan, o foco era outro. Allyson, ou melhor, as pernas de Allyson. Seu olhar foi subindo. Coxas trabalhadas, barriga lisinha e seios médios escondidos por baixo dos panos. Cabelos presos em um rabo baixo e lateral com uma fita vermelha, combinando com o uniforme vermelho e branco das líderes, destacando os traços únicos. Não era a mais bonita de Righway, contudo era dona de uma beleza exótica, chamando atenção de muitos por aí. Chegara à conclusão de que o que ela tinha de irritante, tinha de gostosa.

– Juh... Nate... – cumprimentou Louis, com um breve aceno.

– Louis. – Cooper acenou com a mesma emoção.

– Bom dia, Lou... Ally!

– Dia, Juh da minha vida! – ignorou o garoto a sua frente.

– Bom dia pra você também, raio de sol.

– Bom dia, insuportável. Satisfeito? – revirou os olhos.

– Não comecem!

– ‘Tô com o Lou, vocês são muito chatos.

– Ao que damos o ar de sua graça, Cooper? – Allyson mudou de assunto – A tendência é de você aparecer apenas na segunda aula, felizmente.

– Nada que seja da sua conta, amorzinho. Anda reparando muito em mim, sente a minha falta nas primeiras aulas? – sorriu maroto, com um brilho estranho no olhar.

– Demais! – ironizou Allyson – Nem sei como vivo sem você, querido! Não ver a sua beleza me faz pensar em suicídio! – dramatizou, fuzilando-o com os orbes.

– Vamos entrando? – Juliana interrompeu, quebrando o contato visual. Obtendo uma resposta positiva de todos.

Louis e Nathan andavam logo à frente, conversando a respeito de algo inaudível aos ouvidos das garotas.

– Qual é a do Cooper? – perguntou baixinho, para que o mesmo não escutasse.

– Diretora Dawson.

– Ah... O que foi dessa vez? – olhou-o suspeito.

– Dan.

Seu estômago embrulhou. Sabia exatamente o que havia acontecido. Olho-o perifericamente. Como podia estar tão tranquilo depois dessa? Ficar aí, agindo como se nada tivesse acontecido... Sorrindo feito um bobalhão? Repreendeu-se logo em seguida. O que podia se esperar de um bobalhão? Resolveu não pensar muito em nisso, afinal o problema era dele.

– Vocês tem aula do que agora? – Nathan perguntou, fazendo todos pararem bruscamente no meio do corredor.

– Francês.

– Geografia.

– Química.

– Eu também tenho geografia.

– Coitada da Juh! –lamentou Allyson.

– Ally! – a outra garota reprendeu.

– Não liga pra ela, Juh! São ciúmes. – sorria galanteador para a Brooks.

– Só nos seus sonhos, Cooper. Au revoir, bonitos! – deu as costas indo para a sala.

– Até a aula de economia! – berrou, atraindo os olhares alheios – Tenha uma boa aula, raio de sol!

Allyson nem se deu ao trabalho de virar. Uma nova discussão se iniciaria se a mesma resolvesse rebater e isso era tudo que Nathan queria. Ergueu o dedo do meio, obtendo uma gargalhada estrondosa dele. Um sorriso discreto surgiu em seus lábios. Um sorriso que os outros três jamais poderiam ver, já que estava de costas. Nathan... Sempre tão pateta.

***

Batidas na porta interromperam a mulher de continuar com os relatórios.

– Entre! – disse com a sua habitual rigidez.

– Posso entrar?

– É “com licença” e não “posso entrar”, senhor Cooper.

– Perdão. – pediu, adentrando a sala grande e espaçosa – Ontem a senhora pediu...

– Eu sei senhor Cooper. Recordo-me perfeitamente. – cortou-o. Vaca, pensou.

– Então, qual vai ser o meu castigo?

– Ficará depois da aula, limpando os laboratórios de biologia.

Nathan bufou pesadamente. A Dawson ajeitou os óculos e o fitou inexpressiva.

– Talvez isso te faça repensar duas vezes na próxima vez em que cogitar a hipótese de agir com violência dentro da minha escola. Tenha uma boa tarde.

O garoto a encarou bravo, com uma resposta mal educada na ponta da língua para soltar, quando a razão lhe tomou. Andou de má vontade até a porta e a bateu com força, gerando indignação da mulher que permaneceu lá dentro.

O primeiro período se passou, felizmente para uns, e sem importância para outros. Allyson tendo que aturar uma menina esquisita (quieta) como dupla em francês. Louis mais preocupado em não ser pego dormindo pelo professor de química e Nathan atrapalhando o desempenho e a atenção de Juliana com os mapas e as coordenadas.

Allyson e Nathan partiriam para a aula de economia doméstica, enquanto Louis e Juliana teriam aula de informática.

– Temos que conversar amor.

Daniel apareceu do seu lado de repente, causando um breve susto.

Logo a expressão de pavor cedeu à fria. Não pode deixar de reparar no nariz coberto por gases.

– Primeiro: não temos nada o que conversar e segundo: não venha com essa de “amor”, porque acabou, Dan!

– Escuta, Ally... – segurou seu braço, impedindo-a de continuar o trajeto.

Ela tirou o braço com força. Novamente uma mistura de sentimentos surgiu de uma maneira devastadora. Medo, raiva, ódio, vergonha e entre tantos outros que mal conseguia distinguir. Permitiu apenas que a raiva transparecesse, a muito custo. Bastou esse contato mínimo para um muxoxo de indignação entre os estudantes se iniciar. Quem pensavam que Ally era? Não seria idiota em oferecer uma segunda oportunidade.

– Me deixa Dan! Por que não aproveita e vai procurar a Olsen? – um nó na garganta a impediu de continuar.

O Larkson permaneceu imóvel por instantes. Allyson continuaria a cuspir palavras de veneno ao seu ex-namorado, mas a instabilidade em que suas emoções se encontravam era perigosa. Não podia chorar. Isso seria demonstrar fraqueza... E demonstrar fraqueza, era perder a batalha.

Aproveitou a situação do garoto para sair em disparada. Desviava com habilidade pelo fluxo de pessoas. Olhava para trás de segundo a segundo, certificando-se de que não estava sendo seguida. Vez ou outra acabava esbarrando em alguém, pedia desculpas e saía antes que pudesse ser insultada.

– Out! – gemeu com mais um baque – Desculpa. – pediu distraída, olhando para trás.

– Brooks! – Nathan estava surpreso – Não sabia que pedia desculpas... Não pra mim. – riu sozinho com a piada interna.

– Não ‘tô com cabeça pra você agora, Nate.

Allyson invadiu a sala como um furacão, sem dar nenhuma chance ao garoto para contestar o uso do apelido, sentando-se na primeira bancada que viu. Nathan chegou à conclusão de que algo estava errado. Entrou logo depois dela, colocando-se ao lado dela. Ally olhava para um ponto fixo, seguiu a linha e parou no quadro vazio.

– Sabe, não tem nada escrito ali. – debruçou-se na bancada.

– Eu... Eu preciso de M&M’s!

– Hã? – não compreendeu a fala sem nexo – Mas o que chocolate tem haver com o quadro?

– É isso! Eu preciso de M&M’s! – correu, sumindo da visão dele.

– Volta aqui sua maluca! – foi ignorado – Merda! – socou a mesa de mármore.

Bagunçou seus cabelos em um ato nervoso e logo os arrumou, alisando-os freneticamente. Será que estava enlouquecendo? Pois nada desse curto diálogo fez sentido. Suas poucas conversas com a garota não faziam sentido, na realidade. Concluiu que nada que partisse dela faria muito sentido, pelo menos para si.

Há dois andares acima, Juliana gritava apavorada, tentando se soltar de todas as maneiras do “Cavalo-Louis”, este corria como nunca, rindo a toa.

– Para Lou! – berrava desesperada.

Com uma das mãos, procurava se agarrar a qualquer pedaço da jaqueta varsity, com a outra batia inutilmente nas costas largas do rapaz. O medo da Flint só tornava a experiência ainda mais divertida ao Brooks.

– Louis! – choramingou – Devíamos estar na aula da Constance...

– Relaxa, Juh! Eu sei o que estou fazendo!

Juliana julgou a convicção em sua voz incerta... Como se ele estivesse tentando convencer a si mesmo de que tudo estava no controle.

– Cahan. – alguém surgiu atrás deles.

Louis engoliu seco e foi se virando devagar, com Juliana ainda em suas costas.

– Di-diretora Dawson! – forçou um sorriso, soltando Juliana com cuidado.

– Vocês não deviam estar em aula agora, senhores?

– Estávamos indo para lá agora mesmo. – a Flint mentiu, sem graça.

– E vocês julgam engraçado perturbar a aula de todos os professores desse corredor?

– Não foi nossa intenção, Dawson! – Louis a abraçou de lado, tendo em resposta uma cara de descontentamento da mulher.

– Tenho certeza que não. – deu um passo para o lado, quebrando o contato – Estão esperando o que para ir para suas devidas salas? Na próxima, vocês vão estar muito encrencados!

Ambos desataram em correr para a direção oposta. Quando julgaram estar em uma distância suficiente para estar fora do radar da mulher, pararam para respirar fundo.

– Isso tudo... – ofegava – É culpa sua! – socou-o com raiva.

– Calma! – riu, pois o golpe não havia sido mais que uma cócega para o seu braço – Anda, vamos para a aula, pequena. – pôs suas mãos na cintura dela.

Juliana gelou. Vibrou em silêncio. Fogos de artifícios estouravam em seu interior. O toque ingênuo de Louis havia provocado mil sensações involuntárias no corpo da garota. Suas pernas ficaram bambas, os joelhos ameaçaram a fraquejar e o coração disparou pelo contato e proximidade dos dois. Mordeu os lábios, tentando conter um sorriso, todavia, fora uma tentativa falha. Sorriu radiante, de uma maneira desconhecida até agora.

Louis percebeu a mudança de expressão da amiga. Um sorriso genuíno, único e lindo. Viu-a sorrir e sorriu também, sem perceber. Aos poucos, as bochechas da garota adquiriram uma coloração avermelhada, por um motivo desconhecido. Achara uma graça. Com certeza ficava melhor assim e combinava mais com o tipo de pessoa que Juliana era. Nunca a viu sorrir assim, desde o incidente com a mãe. Por um momento, sentiu vontade de abraçar e agarrar a Flint, e nunca mais soltar. De proteger a menina e nunca mais permitir que algum motivo apagasse esse sorriso.

Estranhou por pensar assim. Pelo sentimento protetor que aflorou e se espalhou. Afinal, a Juh era... Era... Como se fosse uma irmã. Mesmo sem uma definição mais justa e próxima do que Juliana significava para si, procurou não pensar muito e ir mais a fundo. Definitivamente não era a melhor pessoa para descrever suas emoções.

***

Com a jaqueta do time vestida. Enfiou de maneira desajeitada, o saco de confeitos coloridos em seu bolso e apressou-se a andar torcendo para que a senhora Stuth se atrasasse como em todas as outras vezes, apesar da pobre velhinha não demonstrar muito perigo. De longe, viu algumas pessoas fazendo na porta.

– A professora está atrasada! – pigarreou sozinha.

Aproveitou e jogou mais uma mão de confeitos na boca. Quando atravessou a porta, tudo ao seu redor congelou. No lugar que ocupava antes estava Nathan, e logo na frente Daniel. A conversa não parecia ser boa pela expressão do primeiro. Chegou de sorrateira, mas nenhum deles reparou em sua presença pelo fato de estar sendo tapada pelas costas largas de seu ex.

– Fica longe do que é meu Cooper! Dá próxima vez, não vai haver aviso! – a ameaça foi a única coisa que escutou, antes do garoto ir para o fundo da sala, furioso.

– Pode vir... –Nathan revirou os olhos debochado – Brooks! – exclamou surpreso assim que a viu.

– Do que o Dan estava falando, Cooper?

– Não faço ideia. – deu os ombros.

– Fala Cooper! – exigiu séria.

Seu subconsciente ansiava por uma resposta, porém quando o garoto estava prestes a abrir a boca, a Sra. Stuth surgiu.

– Todos sentados, queridos!

***

– O treino foi um saco! – Allyson resmungava – Vilma estava um pé no saco comigo... Só comigo. Por que isso, Juh?

– É impressão sua, amor! – Juh tentava a reconfortar, mesmo não estando nas melhores condições, sua mente estava longe.

– Você reclama demais! Não duraria um dia no time de futebol. – constatou Nathan, certo, ao mesmo tempo em que focava em chutar uma latinha amassada de Pepsi.

– Como se fosse muito difícil ou divertido um bando de marmanjos correndo atrás de uma bola. – Ally provocou.

– Opa! Assim você nos ofende, maninha! – indagou Louis.

– Como se fizesse muito sentido ficar pulando de um lado para o outro, com pompons coloridos nas mãos! – rebateu, ignorando o amigo.

Allyson parou em frente ao Cooper. Com o rosto vermelho de raiva, apontou o indicador no rosto do sujeito.

– Escuta aqui, seu depravado... – respirou fundo – Só ficamos aí pulando feito umas doentes para sustentar esse esporte sem noção de vocês! Ainda estou falando, Cooper! – disse rígida assim que percebeu que o garoto contestaria – Vocês não seriam nada sem esses pares de perna e esses peitos aqui! – indicou – Vocês não teriam torcidas e muito menos um público para assistir... Sem contar que não jogariam! – riu sem humor – Afinal, quem é que poderia jogar sem alguém para assistir? Exato!

– Cala a boca, petulante! – esbravejou Nathan.

– Nate...

– Ally...

Juliana e Louis tentaram amenizar o clima. Entreolharam-se por um momento. Já sabiam que o que viria a seguir seria pesado.

– Eu sou Allyson Brooks, lidero as cheerleaders e sou colaboradora do clube de teatro. – fez uma voz afetada – Me pago de puritana, porém sou da pior espécie.

– Me chamo Nathan Cooper, sou atacante do time de futebol de Righway. Me pago de badboy, não tenho nada pra fazer e com certeza não serei ninguém na vida! – olhou-o com os olhos pegando fogo.

Os outros dois que se mantinham calados diante ao show em frente ao carro estavam assustados. Ally e Nate estavam ficando fora de controle, ambos ansiando por guerra, com desejo de sangue no olhar. O problema é que em guerra, alguém geralmente sai ferido. Quais são as apostas?

– Você se acha né, raio de sol? Julga muito, mas você não tem muito mais que eu. Tudo que conseguiu hoje foi por esse uniforme de vagabunda que usa! – cuspiu de ódio – Mas nem isso foi o suficiente não é? Tanto que Larkson foi à procura de outr...

Antes que concluísse, a mão da Brooks já havia acertado em cheio o seu rosto. Essa encontrava firme e forte, contudo, aos prantos.

Sentia nojo e um profundo ódio do garoto à frente. As palavras duras atingiram-lhe em cheio e machucaram mais do que deveria, ou pelo menos, mais do que imaginava que machucariam. Nunca imaginou que era desse modo que Nathan lhe enxergava. Precisava rebater a altura, com o dedo na ferida. Afinal, não fora isso que ele havia feito?

Louis não estava contente com o que o amigo dissera em relação à irmã, mas não sentia ainda que essa era a hora de interferir. Juliana estava com os olhos marejados. As palavras do seu quase-irmão também lhe afetaram.

– Posso ser essa vadia chifruda que você descreveu... Pelo menos tenho um pai. – sorriu insana.

O estopim. Bastou isso para o garoto perder o controle e sair de si. Partiu para cima de Allyson com fúria, prendendo-a pelos braços violentamente.

– Retira o que disse! – berrava fora de si, balançando a garota.

O tom foi suficiente para atrair as pessoas de passagem e curiosos de plantão para assistir.

– Me solta! – gritava em desespero.

– Retira!

Antes que mais algo acontecesse, Louis entrou em cena e os separou.

– Chega por hoje! – disse sério entre os dois – E vocês... Circulando!

– Eu te odeio! – Allyson falou em um tom que fosse o suficiente para o garoto escutar.

– Saiba que eu também te odeio! – retribuiu as amargas palavras.

Era como se uma facada tivesse atingido ambos. Ofensas pesadas, proferidas por impulso e cabeça quente. Sabiam que era coisa do momento, mas em suas cabeças, todas as falas ditas aparentavam ser tão... Verdadeiramente intencionais.

– Chega vocês dois! – foi a vez do mais velho explodir – Olhem como deixaram a Juh! – apontou para a Flint assustada, em meio às lágrimas.

– Não fui eu que disse que ela se vestia como uma vadia! – Allyson concluiu rancorosa.

Foi a última coisa que disse antes de sair andando, sem nenhuma explicação.

– Aonde pensa que vai? – escutou seu irmão gritar.

Preferiu não responder. Nem ela mesma sabia onde estava indo.

– Juh, me perdoa! – Nathan pedia totalmente arrependido – Eu não queria dizer isso...

– Me deixa, Nate... – enxugava as lágrimas com as costas das mãos, desajeitada.

– Mas...

– Só... Me deixa! – respirou e saiu, trilhando o mesmo caminho feito por Allyson há pouco.

– Mas você não ia comigo, Juh? – Louis perguntou preocupado.

– Eu me viro!

Restando apenas os dois. Ambos não sabiam o que dizer. Qualquer palavra errada poderia ser a causadora de uma nova briga.

– Até mais cara, depois a gente conversa. – Louis foi o primeiro a se pronunciar.

– Até.

Fizeram um breve toque de mãos e cada um seguiu para o seu canto. Louis para sua casa, rezando para que sua irmã estivesse ali e Nathan voltando para a escola, detenção.

***

Sentia-se sozinha pela primeira vez. Como se não houvesse com quem contar. Adoraria desabafar, mas Juliana não estava presente, muito menos disponível. Uma coisa pequena como uma discussão para ver de quem o ego era maior que terminou em “tragédia”. Desnecessário.

Ajoelhou-se no chão, em frente à cama. Ergueu de leve uma das pontas do colchão, encontrando o tão desejado diário. Era como se voltasse a ser criança, anotando tudo o que aconteceu do seu dia, pelo menos o relevante. O cansaço lhe venceu em meio às confissões e caiu no sono sem ao menos perceber.

O amanhã será melhor.


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Notas finais do capítulo

Bah, as configurações do site não batem com as do Word, então refiz tudo, se algo foi engolido, perdoem-me.
Até a próxima!



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