Hero escrita por Hyori


Capítulo 12
Capítulo 12 — Sentimentos Mútuos.


Notas iniciais do capítulo

Yoo pessoal !

Falei que eu iria postar no domingo, mas eu não tive tempo de revisar meu texto, e como eu detesto fazer as coisas de qualquer jeito decidi postá-lo somente hoje, bonitinho e revisadinho, então sorry -_-

Vocês já viram alguém derreter o próprio teclado do netbook com o secador na temperatura máxima? Não? Então tá aí mais um motivo do atraso. Meu netbook não queria ligar (ficou dois dias sem acender uma luz sequer), e para "reativá-lo" decidi esquentá-lo no secador... Consegui ressuscitar a criatura, mas infelizmente derreti umas teclas dele com o sopro caliente do aparelho ~tsc
Quase chorei caso eu tivesse o perdido, tento tantas coisas guardadinhas no meu bebê que até comecei a salvar tudo na internet depois :v

Bem, chega de blá blá blá e vamos para o que interessa (já que a vida da autora não é legal para ninguém -qqq )! Aproveitem a leitura :*



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[Lysandre POV]



— Já te disse que eu não sei como fui acabar assim! – exclamou Castiel, enquanto eu perguntava qual foi o motivo dele ter se metido nessa última encrenca pela milésima vez enquanto o alimentava.

— O final de semana já passou e ainda assim você ao menos se esforça para se lembrar. – respondi enquanto ajeitava sua cabeça para que ele pudesse beber seu suco.

— Não é como se eu não quisesse, mas também não faz nenhuma diferença recordar nada agora... E você, não vai para a facul? Já está quase na hora.

— Ah, é mesmo... Você ainda tem fome?

— Não, eu estou satisfeito.

— Então eu já vou indo. – falei enquanto deixava a bandeja com seu café sobre uma mesa próxima a cama.

— Lysandre. – chamou-me.

— Hm?

— O que você tem? Você parece distante.

— É impressão sua. Faz três dias que você está aqui e parece que sua ressaca ainda não melhorou. Tome cuidado. – provoquei-o enquanto sorria.

— Não seja idiota, só falo o que vejo.

— Ok, ok... Estou indo. Não sei se voltarei aqui mais tarde, qualquer coisa é só ligar. – falei enquanto caminhava em direção à porta.

— Valeu. – retrucou em seco, enquanto eu dava de ombros e saia de seu quarto.

Eu sou, definitivamente, a pessoa mais egoísta que existe neste mundo.

Já faz três dias desde que eu revelei para Rosely uma história da qual certamente ela não ansiava conhecer. O final de semana passou, mas minha cabeça ainda está pesada após aquela conversa que tivemos no dia do incidente com Castiel, onde o resultado foi deixar nosso “relacionamento” ainda mais desconfortável que antes.

Por mais que eu tente encontrar uma razão para todas as minhas palavras ditas naquele dia, eu não consigo chegar a lugar algum que tenha uma justificativa clara, nem me arrependo por ter dito coisas tão egocêntricas. Talvez eu não deseje cometer o mesmo erro duas vezes, onde eu apenas assisto a pessoa que eu gosto ser levada por alguém próxima a mim bem diante dos meus olhos, tudo isso por não ter dito o que eu pensava de maneira objetiva. O fato é que desde o dia que fitei meus olhos nela, senti um desejo imenso de tocá-la, numa atração tão forte que sequer consigo descrever. Minha única certeza é que isto não é por luxúria, eu não a desejo somente pelo seu corpo. Vou prosseguir avançando, e lentamente tentarei conquistá-la por completo. Sim, é isto que eu farei.


[Rosely POV]


Segunda-feira. Hoje é segunda-feira. Há três dias Lysandre me fez um pedido paradoxo dizendo que me queria, e é claro que tudo isso para mim não passava de uma piada de mau gosto, um desejo totalmente insano. É impossível um cara que sequer te conhece dizer algo assim, a não ser que seu desejo seja apenas corporal. E o pior de tudo é que eu não sei o que fazer caso o encontre, temo em não encontrar palavras para respondê-lo e acabarmos ainda mais estranhos que agora.

Fui para a faculdade sem poder me encontrar com Nao ou Kim já que estava atrasada mais uma vez, e chegando ao meu destino final me deparo com Nathaniel na porta de nossa sala de braços cruzados, logo afrouxando um sorriso para mim.

— Bom dia Rosely. – disse Nathaniel.

— Bom dia. – forcei um sorriso cansado.

— Atrasada mais uma vez, hein?

— Ah é, pra você ver. – falei.

— Aconteceu alguma coisa, não é?

— Nada de especial. – respondi.

— Você me parece cansada.

— Impressão sua. – falei num tom monótono.

— Mesmo?

— Sim senhor – assenti com minha cabeça dando um sorriso amarelo.

— Hm... Ah, você tem alguma coisa prevista para fazer hoje à noite? – interrogou, me deixando curiosa sobre tal pergunta.

— Não, eu não tenho... Por quê?

— Ah, é que tem uma peça que eu gostaria de ir... Ganhei dois ingressos para hoje à noite, mas não consegui encontrar ninguém para me acompanhar. Seria um desperdício jogar o outro fora, é por isso que estou te chamando...

— Então eu sou sua última opção? – falei enquanto sorria.

— Ah, é que... Sim, é isso mesmo. Me desculpe. – falou enquanto tocava seus cabelos, desalinhando seus fios.

— Está tudo bem, eu irei com você. Não tenho nada para fazer mesmo, e as provas também já passaram. Acho que vai ser interessante, ainda não fui a muitos lugares culturais desde que me mudei. Mas...

— Mas? – interrogou preocupado.

— Eu tenho treino com o clube hoje, e ele sempre acaba um pouco tarde. Não vou poder ir para casa e me arrumar, então...

— Ah, isso não é nenhum problema. Eu espero você sair, assim poderemos ir juntos. Não se preocupe com sua aparência, isto é o de menos.

— Está bem então. – respondi.

— Venha, logo o professor estará aqui. – disse entrando para a sala.

— É mesmo. – assenti seguindo-o.

Não há nada melhor do que visitar lugares diferentes, mesmo que eu tenha sido convidada por alguém que eu não conheço tão bem como o Nathaniel. Esta é uma boa chance de conhecer um pouco mais desta linda cidade de luz, pois até o momento eu não pude ir a lugares como o Museu do Louvre ou as Catacumbas de Paris, nem o Jardim de Luxemburgo, nem a Catedral de Notre-Dame. Já estou ansiosa por esse passeio, será um bom entretenimento, além de ser uma brecha para preencher minha cabeça com outros pensamentos além de Lysandre. Eu irei aproveitar esse programa noturno com o loiro, isso mesmo, eu vou me divertir.


[...]


— Obrigada pelo treino de hoje! – diziam todas uníssonas assim que nossas atividades chegaram ao fim.

— Eu vou tomar um banho já que tenho um compromisso, então estou indo na frente. – alertei-as enquanto caminhava em direção ao vestiário.

— Tudo bem Rose! – exclamou uma das meninas do time.

Fui à frente preparando-me para meu passeio com Nathaniel, que irá me esperar na porta da faculdade assim que eu estiver pronta. Rapidamente tomei um banho quente, vesti as roupas que tinha no armário e me ajeitei com o pouco de maquiagem e perfume que havia guardado juntamente com os meus pertences, e após averiguar se tudo estava em seu devido lugar parti dali em passos rápidos.

Como um ritual que meu corpo sempre me impulsionava a cumprir, passei pelo corredor daquela voz intrigante que cantarolava solitariamente no final das salas inutilizadas, sempre ao cair da noite. Desejei ouvi-la novamente, e por alguns instantes aguardei de pé próxima à porta de onde a mesma me hipnotizava, esperançosa em apreciar no mínimo uma canção qualquer; no entanto, a única coisa que havia naquele lugar era o silêncio contínuo que parecia dominar todo o prédio em que estava, desanimando-me completamente.

Sem pensar duas vezes, virei meu corpo e segui silenciosamente ao encontro do loiro, mas minha cautela foi interrompida por um espirro meu provocado pela poeira que havia por todos os lados, e antes mesmo que eu pudesse fugir a porta que eu me encostara agora a pouco havia sido aberta, dando-me arrepios e me preocupando caso eu tenha sido descoberta. Em seguida escutei uma voz a me chamar, um tom rouco e familiar que imediatamente meu corpo reconhecera de quem era.

— Rosely? – perguntou Lysandre.

— Ah, sim. Sou eu. – respondi desajeitada enquanto me virava para trás.

— O que você está fazendo aqui? - interrogou

— Ah... Eu... Me perdi. – omiti, escondendo a verdadeira razão.

— Hum...

— E você? O que faz aqui sozinho tão tarde?

— Ah, eu... Bem, não quer entrar e ver? – propôs com o rosto envergonhado.

— Ah, é que...

— Venha. – disse puxando-me pelo braço.

Rapidamente Lysandre me colocou dentro daquela sala que eu tanto tinha curiosidade, e logo avistei várias folhas espalhadas pelo chão juntamente com um violão branco encostado numa cadeira cheia de livros. Quase não se enxergava o piso daquele lugar, pois o mesmo era coberto por papéis de várias cores, alguns próximos a blocos de notas e cadernos empilhados que também se situavam por todas as direções.

— Eu sou um estudante de agronomia, mas minha verdadeira paixão é a música. Eu sempre venho aqui para compor ou cantar uma canção qualquer, mas isso era um segredo já que somente o meu irmão tem conhecimento desse meu hobbie. – falou olhando para os cantos com as mãos nas costas.

— Ah, eu...

— Ele te contou sobre isso? Vocês estudam na mesma sala, talvez isso seja possível.

— De maneira alguma! Certa vez eu vim aqui por acidente, pois estava perdida enquanto procurava o clube de vôlei e acabei escutando uma voz cantarolar uma melodia, me deixando encantada com cada nota que ouvi naquele dia. Eu até tentei me aproximar para escutá-la melhor, mas logo Leigh apareceu e rapidamente me tirou daqui, dizendo para eu não voltar mais. Eu vim por teimosia, mesmo sabendo que talvez eu pudesse arranjar mais algum problema.

— Não é um problema, era só um segredo que eu o pedi para guardar.

— Mas ele nunca disse que era você, Leigh e eu sequer conversamos. Eu realmente não sabia que você era esta voz que... Bem... Que me deixava tão intrigada. Eu voltei outra vez para ouvi-la, e hoje foi a mesma coisa. Me desculpa por ter te causado esse transtorno.

— Está tudo bem, não se desculpe. Além do mais eu queria compartilhar isso com você, foi por isso eu deixei você entrar.

— Não precisava fazer esse tipo de coisa.

— É, talvez não precisasse mesmo. – disse com um sorriso amarelo.

— Eu preciso ir agora, tenho um compromisso. – disse arredando o pé.

— Fique só mais um pouco, me escute cantar pelo menos uma canção, já que você ousou se aproximar para isso mesmo. Assim você não fica mais “intrigada” em escutar aquela voz que tanto te perturba.

— É que eu estou com um pouco de pressa...

— Eu vou começar. – ignorou-me enquanto pegava seu violão e preparava-se para cantar. Logo ele começou a dedilhar as cordas do instrumento com suavidade, e num instante compreendi que canção era aquela, que não era nada mais, nada menos que “She”, de Charles Aznavour. Imediatamente caí no riso por ele ter escolhido uma canção tão antiga e pelicular, e mesmo se avermelhando pela vergonha iniciou a cantar as primeiras estrofes da canção.

“She may be the face I can't forget

A trace of pleasure or regret

May be my treasure or

The price I have to pay


She may be the song that summer sings

May be the chill that autumn brings

May be a hundred different things

Within the measure of a day”

Mesmo acanhado, Lysandre prosseguiu com a melodia sem desafinar, e destinada em ajudá-lo comecei a entrar no embalo do momento cantando juntamente com o platinado até o final, e após o último dedilhado o garoto simplesmente começou a gargalhar, e eu juntamente com ele por causa daquele clima tão estranho que foi estabelecido por uma simples canção.

— Isso foi hilário, não imaginei que você gostasse de coisas assim. – respondi enxugando algumas lágrimas de riso.

— Obrigada por me ajudar a cantar, mesmo sendo tão desafinada.

— Posso não ser uma grande cantora, mas é melhor do que escolher uma canção dessas assim, sem mais nem menos, com tantas outras para eleger.

— Não era para você rir, eu já falei que não é nem um pouco divertido. E essa foi a primeira música que passou pela minha cabeça, então...

— Isso foi divertido sim, faz tempo que eu não rio tanto assim por algo tão banal. - falei com um tom de voz abafado pelo entusiasmo.

— Banal hein... Mas, então posso dizer que isto não foi tempo perdido, certo? – perguntou levantando-se da cadeira que havia se sentado para tocar, logo massageando o rosto tentando relaxar os músculos faceais pelos risos contínuos que demos.

— Não, não foi. – respondi ainda hílare.

— Isso é bom. Ah, Rosely...

— O que foi? – interroguei.

— Aqui, está borrado aqui no seu olho... – disse se aproximando de mim, logo tocando meu rosto com seus dedos gelados tentando limpar o que estava sujo. Minha mente simplesmente ficou em branco ao senti-lo tatear minha pele, e instantaneamente tive meu riso contido por causa de sua aproximação. Lentamente olhei nos olhos dele, e os mesmos estavam cheios de gentileza perfeitamente sincronizados com uma expressão desleixada.

— Não precisa fazer isso, me diga onde está sujo que eu tento limpar. – respondi.

— Não temos espelho aqui, deixa que eu ajeito para você, e já estou acabando também.

— Esper- - murmurei.

— Está quase acabado... – respondeu enquanto segurava meu rosto com suas duas mãos. — Pronto, agora sim. – afastou-se assim que concluiu sua ação.

— Obrigada... – agradeci confusa.

— Bem, agora você pode ir. Você tem um compromisso, certo? Vai se atrasar se ficar aqui agradecendo.

— Ah, é mesmo... – disse me lembrando de Nathaniel. — Eu vou indo na frente. – disse enquanto voltada meu pé em direção à porta, e antes mesmo de sair, Lysandre me chamou, dizendo:

— Rosely... Volte sempre que quiser. Hoje foi divertido, então... Volte.

— Ah... Bem... Até. – respondi fechando a porta.

Por um instante eu acabei me esquecendo completamente de Nathaniel, e embora eu desejasse ficar longe de Lysandre, hoje eu acabei vendo um lado dele completamente diferente de três dias atrás. Eu jurava que ele voltaria a falar as mesmas palavras de antes, mas... Eu senti algo beliscar-me por dentro quando ele me disse para partir, e inconscientemente cerrei meus dentes ao fechar a porta daquela sala. Oh céus... O que é isto? Eu...

— Hey, se perdeu no meio do caminho? – disse o loiro assim que me viu chegar ao nosso ponto de encontro.

— Mais ou menos... – respondi.

— Seu rosto está vermelho, está tudo bem? – interrogou apontando para minhas bochechas.

— Sim, está tudo bem... Vamos? – disse olhando em seus olhos caramelados.

— Sim, vamos! – sorriu.

Minha cabeça está uma bagunça, eu não sei bem no que eu devo estar pensando, mas mesmo estando ao lado de Nathaniel, a única coisa que me vem à cabeça é o sorriso de Lysandre. Sua voz, seu rosto, seus olhos, suas expressões... Perturbam-me onde quer que eu esteja.


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Notas finais do capítulo

Tudo está muito tranquilo, vocês não acham? Pois bem, vejamos até quando esta paz vai durar :v Anyway aguardem o próximo capítulo ! (que será bem grande)... Beijos população, hasta la vista ♥



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