Slaver escrita por luud-chan


Capítulo 1
Capítulo Único: Escravo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Oie, Midi, essa one é para você! ♥

Feliz Natal, eu espero que você goste, apesar de ser algo bem simples, eu me esforcei para escrever. n_n

Se alguém mais ler isso, espero que gostem também, não tenho muita experiência com yaoi, mas eu tentei, realmente tentei.

Boa leitura!



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Slaver

Ele era um artista nato, apaixonado pela própria arte e sempre sedento por mais. Os poucos amigos que tinha lhe diziam que isso seria sua sina, que isso o levaria a loucura.

Mas Antony não se importava.

Se ele morresse fazendo aquilo que mais amava, estaria satisfeito. Era um pintor, desenhista, um verdadeiro gênio. Aos dezoito anos ele fora estudar fora do país apenas para saciar sua sede por mais conhecimento, embora isso também não tenha sido o suficiente.

— O que você está olhando? Memorizando a paisagem? — Rachel, uma das suas amigas mais próximas, indagou, soprando a fumaça do cigarro francês que comprara um dia antes.

O homem que agora estava beirando a casa dos 30, levantou os olhos castanhos para ela por um instante, observando o cabelo ruivo, longo e liso escorrer por seus ombros, até abaixo dos seios e seus olhos azuis claros o fitarem intensamente, antes de finalmente responder:

— Nada — desdenhou, desviando o olhar para o céu e puxando o cachecol para cima, a fim de cobrir melhor o pescoço e parte do queixo. Paris era fria essa época do ano. — Já vim aqui milhares de vezes, poderia descrever tudo com os olhos fechados.

A mulher sibilou uma coisa que ele não compreendeu, porém não fez questão de saber o que era. Estava cansado e queria apenas ir para o hotel que costumava ficar e descansar um pouco antes de seguir em viagem.

— Por que você tem que ser tão chato? — reclamou. — Mesmo estando em Paris você age com essa indiferença. Deveria valorizar mais...

— Estou indo para o hotel — cortou inexpressivo, dando as costas para a amiga. — Vejo você depois, divirta-se.

Antony conseguiu vê-la revirar os olhos antes de finalmente partir. Ele conhecia aquelas ruas muito bem, já não poderia contar quantas vezes tinha caminhando por esse mesmo lugar durante as inúmeras viagens que fizera.

Paris traz boas memórias... Amargas, mas boas memórias”, pensou, as duas mãos enfiadas nos bolsos do sobretudo negro que trajava. Mal notando que tinha parado em frente à Torre Eiffel, distraído.

— Você deveria desenhar isso. A torre fica perfeita no Natal, não é todo dia que você terá essa oportunidade — A voz soou suave e quase tímida, fazendo Antony ficar totalmente paralisado.

Um arrepio percorreu todo o seu corpo e ele teve que fechar os olhos por um instante que pareceu uma eternidade.

Sorriso.

Aquele sorriso invadiu sua mente em um lampejo de memória, rápido, mas claro o suficiente para fazer seu coração tremer de ansiedade dentro do peito e que a garganta ficasse seca.

Memórias.

Tudo aquilo que pensou que poderia esquecer, que achou que poderia relembrar e sorrir sem que seu interior sangrasse, apenas voltou. Bastou que tivesse escutado aquela voz e tudo veio à tona.

— Não desenho construções, você sabe disso — retrucou ainda sem se virar.

— Eu sei e acho um desperdício.

Antony Becker finalmente se virou. O cabelo negro e curto como a própria noite reluziu ante as luzes noturnas da cidade, seu porte alto — cerca de 1,83m de altura — pareceu ser nada diante da pessoa que o encarava, faminta, e ele não pôde evitar que o sangue subisse para as maças altas do seu rosto.

— Lucca.

— Antony — Lucca replicou com um sorriso genuíno. O cabelo loiro mais longo do que Antony se recordava, caindo sobre os olhos verdes do rapaz, os lábios vermelhos por causa do frio, entreabertos e convidativos. — Não esperava vê-lo por aqui.

O silêncio pairou sobre eles e o pintor pensou no que deveria dizer.

— Rachel — finalmente disse. — Estou acompanhando-a em uma viagem.

— Entendo. — Lucca pareceu decepcionado com a resposta, mas ele não podia ter tanta certeza. — Você quer... Tomar um café? — convidou com receio, esperando por uma resposta negativa.

Antony encarou-o e teve vontade de sorrir, porém, não o fez, apenas assentiu devagar com a cabeça e tomou caminho para a cafeteria mais próxima do local. Não precisou se virar para trás para saber que Lucca estava o seguindo.

— Paris é linda nessa época do ano. — Ouvi-o dizer, em seu típico tom sonhador, e continuou: — Você deveria vir mais.

— Isso é um convite? — perguntou, parando para olhá-lo de esguelha.

— Talvez? — respondeu com incerteza e passou na frente, entrando em uma pequena cafeteria com rapidez. Continuou quando Antony se juntou a ele: — Você parece cansado.

— Não estou — replicou, apesar de ser visível que era uma mentira. Sentou-se em uma das cadeiras perto da janela e evitou o contato visual por um tempo, quando voltou a encará-lo, percebeu como Lucca parecia distante. — Eu só não sei o suficiente.

— Você nunca vai parar? — perguntou em um suspiro.

— Você nunca vai parar? — ecoou.

Touché. — Lucca sorriu. — As pessoas vivem te dizendo, que sua arte será a sua sina, que isso vai te deixar louco — deu uma pausa — e elas tem razão. Na verdade, você escolheu isso ao invés do amor. Mas eu não te julgo, porque minha arte também é minha sina.

Um sorriso praticamente benevolente escapou dos lábios finos de Antony e ele abaixou os olhos para a xícara de café que tinha sido posta ali, há poucos segundos. O homem loiro, dono de lindos olhos verdes era um músico, que assim como ele, sempre estava procurando por mais.

E isso foi o fim para os dois.

Conheceram-se quando eram jovens, quando tudo ainda parecia muito fácil, quando a felicidade parecia ser algo que poderia ser facilmente alcançada. Compartilharam conhecimento, a doce paixão de quererem fortemente apenas alguma coisa, de alcançar apenas um objetivo:

Serem melhores naquilo que faziam.

E no fim, o amor, o desejo, nada foi o suficiente para que eles continuassem juntos.

— Eu não me importo de ser um louco e você sabe disso. Ambos somos loucos, Lucca. Devotos pelo que fazemos, escravos das nossas paixões e apenas isso que importa. — Tomou um gole de café. — Eu ainda amo você...

— Mas não podemos ficar juntos — completou, imitando o gesto de Antony, levando a xícara aos lábios antes de acrescentar: — Porque o que é mais forte prevalece e obviamente, a arte é mais forte que o amor.

— Você deveria escrever isso.

— Você sabe que eu não escrevo esse tipo de coisa.

— Eu sei e acho que é um desperdício — repetiu o que Lucca tinha dito anteriormente.

— Certo. — Levantou da cadeira de repente, e voltou-se para Antony. — Você vem? Paris é linda nessa época do ano.

— Claro.

.

.

— Antony? Antony? — a voz de Rachel o despertou. — O que você está fazendo parado no meio da rua? Você dormiu em pé? Não ia embora? — fez uma pergunta atrás da outra, sem esperar pela resposta.

— Não seja tão barulhenta, Rachel. Eu só estava lembrando que tenho algo a fazer. Dessa vez eu estou indo, até mais.

Paris é linda nessa época do ano. E eu vou encontrar você.


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Notas finais do capítulo

É isso, eu sei, eu sei. T_T Não tenho nenhuma experiência com yaoi, por isso não ficou lá essas coisas, mas foi o melhor que consegui pensar.

Obrigada por lerem, principalmente você Midi! ♥



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