One Night escrita por SkyEyes


Capítulo 1
One Night




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/453168/chapter/1

-Erza!! – Escuto a voz de Lucy, a maga celestial loira me chamando enquanto eu estava sentada em uma cadeira no bar da guilda. Ela vez correndo em minha direção e de Mira que cuidava do bar. – Chegou uma carta para você é de...- Ela procura o remetente da carta - um tal de Yukki Ga... ei!!

-Quem é esse tal de Yukki que a Lucy tá falando?!! – Natsu que estava anteriormente em uma discussão com Elfman e Gray, surge por trás da maga celestial e rouba a carta de suas mãos – Deixa eu dar uma olhada...- Lucy Protesta e tenta agarrar a carta de suas mãos, porém não consegue por ser mais baixa que o dragonslayer de fogo. Dei um soco em sua barriga e peguei a carta de suas mãos.

Era na verdade uma carta de Jellal. Há algum tempo atrás, quando nos encontramos novamente, ele prometera que me enviaria cartas com um nome falso, era perigoso demais mandar cartas com seu nome verdadeiro. Senti um aperto no meu coração. Nunca me senti tão feliz por receber uma carta...

-Então, não vai abrir a carta? – Mirajane perguntou, curiosa.

-Claro que vou, mas sozinha, no meu quarto na Fairy Hills. – Lucy protestou:

-Hein?!?! Mas porquê sozinha?? Estamos curiosas também!! Quem é esse tal de Yukki que está te enviando cartas, hein??- Ela me olha com um olhar malicioso – É um... namorado?

-É claro que não!! Ele é um... amigo de muito tempo atrás. Nos encontramos novamente há algum tempo e agora estamos nos enviando cartas.

Mirajane dá uma risadinha e diz fazendo um sinal de aspas com as mãos:

- Claro, é seu “amigo” ... – Lucy e Mira riem juntas, mas eu apenas ignoro. - Acho que ela ficou um pouco vermelha, que fofo! – Lucy diz.

Droga! Odeio quando isso acontece. Com raiva eu saio de perto do bar e reequipo um casaco.

-Erza, espera! – Lucy levanta da cadeira e me segue, mas eu finjo que não vi.

Estava nevando fora da guilda, o inverno é a minha estação favorita. Caminho até a Fairy Hills rapidamente por causa do frio. Assim que chego sinto um alívio, a casa estava quentinha. Reequipo meu pijama (não estava muito tarde, mas eu me sinto mais confortável usando ele) e subo até meu enorme quarto. Segurando a carta em minhas mãos, sento em uma cadeira em frente a uma escrivaninha, preparada para abrir a carta.

***************

A última vez que encontrei Jellal foi provavelmente o dia mais quente do verão.

Em uma sexta-feira normal do mês de Agosto eu estava sentada na mesa do bar junto com Lucy e Levy, quando Mirajane que como sempre, cuidava do bar, veio falar conosco:

-Ei, vocês leram o jornal de hoje? – Perguntou ela.

-É claro que li – riu Levy, que obviamente já havia lido.

-É claro que você leu – riu Mira- Mas eu estava perguntando para Lucy e Erza, por causa daquela notícia...

-A do Jellal? – O nome me chamou a atenção

-O que tem o Jellal? – Perguntei

-Ele foi visto pelos arredores de Magnólia – Disse Levy. Meu coração acelerou – O que será que ele veio fazer aqui? ...

-Será que ele está querendo nos avisar alguma coisa? – Pergunta Lucy

-É realmente muito esquisito...

Já estava ficando tarde quando eu decidi ir para o dormitório, e Levy me acompanhou.

-Tá muito quente hoje, não é? Eu não sei como você aguenta essa armadura, Erza. – Apenas concordei e dei um sorriso leve. Chegamos no dormitório e nos demos boa noite. Tomei um banho, comi alguma coisa, escovei os dentes e me deitei para dormir em meu quarto, era apenas mais uma noite comum.

Eu já dormia quando escutei alguém tossir. Achei estranho, pois era praticamente impossível escutar o quarto do lado do meu, já que eu estava no fundo do meu quarto. Estava tudo escuro, a única luz do quarto eram das janelas. Olhei para o fundo do quarto e vi uma figura estranha. Tinha alguém no meu quarto. Arrastei-me lentamente na cama até o fim dela e fui devagar caindo até o chão cuidando para não fazer nenhum barulho. Silenciosamente, reequipei a minha armadura. Fui caminhando tentando não fazer barulho até o fim do quarto e assim que cheguei perto me joguei contra a figura estranha que estava sentada em uma poltrona caindo junto com ela no chão. Alcancei o botão do abajur que ficava em uma mesinha ao lado da poltrona e o apertei.

-Você acordou, Erza – Disse Jellal.

*************

-Je-Jellal?!? O que você está fazendo aqui?! – Perguntei jogada em cima dele.

-Vim te ver. – Não sabia o que falar, estava confusa e chocada. Percebi logo que estava deitada em cima dele e me sentei de joelhos no chão, ele fez o mesmo, mas sentou de pernas de índio.

-Me ver? Porquê?

-Estava por perto, então... – Coçou a nuca um pouco envergonhado.

-Precisava aparecer no meio da noite?? Eu poderia ter te machucado!!

-Eu não quis te acordar... roubei um livro seu e me sentei para ler... eu só queria te ver....

-Espera, que livro?

-Um livro muito interessante, de romance...bom, mais ou menos...não sabia que se interessava por esse tipo de coisa... – Ele mostrou o livro que estava do seu lado. Era o livro de sacanagem que eu havia pegado emprestado na estante de Levy. Peguei o livro de suas mãos.

-Não roube meus livros!!- Senti meu rosto ficar vermelho – Aliás, vir para cá é perigoso, você foi visto perto de Magnólia. E onde estão Ultear e Meredy, hein?

-Estão em uma cidade há vinte minutos de Magnólia, prometi encontra-las lá amanhã. Só posso ficar aqui hoje à noite.

-Entendo...

-Sabe, eu nunca vim para essa cidade, você poderia mostra-la para mim, não é? – Pergunta ele.

-Se é o que quer... – Encarei o mago de cabelos azul por algum tempo sem falar nada, sem querer e ele fez o mesmo. Jellal se levantou e me deu a mão para me ajudar a me levantar também. – Posso te mostrar o dormitório também, já que está todo mundo dormindo. Só temos que ser quietos.

-É claro. – Reequipei um vestido rosa de verão e saímos pela porta de meu quarto, caminhamos pelo vasto corredor, tentando não fazer nenhum barulho. Mostrei brevemente Fairy Hills para ele, por conta do pequeno tempo que temos. Ele partiria um pouco antes das 6:00 da manhã para ter certeza de que não seria visto por ninguém, tínhamos apenas 4 horas e meia.

Saindo da Fairy Hills, entramos na guilda pela porta dos fundos. Por ser uma Maga Classe-S, possuo a chave da guilda. Ele se maravilhou com a guilda. Mostrei todos os cantos do prédio, do primeiro andar ao terceiro, o bar, todas as mesas, o quadro de trabalhos e etc.

-Sabe, eu nunca havia entrado em uma guilda. Sempre quis fazer parte de uma, quer dizer, uma grande como a Fairy Tail.... pena que isso nunca será possível. Você gosta? De fazer parte de uma guilda tão grande? – Ele pergunta para mim. Assim que ele me perguntou, abri um sorriso e respondi com orgulho:

-Para mim, não é apenas uma guilda, onde você vem e pega trabalhos. É uma família. Esse lugar é a minha casa, e os membros são a minha família. Ter amigos é a melhor sensação do mundo... eu amo a Fairy Tail. – Ele me olhou com um brilho nos olhos.

-Deve ser ótimo...- Disse ele com um tom de tristeza. Continuamos o tour, saímos da guilda fomos dar uma volta na cidade. Mostrei o centro da cidade, mas nos mantemos longe das casas, por medo de sermos ouvidos. Depois, chegamos em um rio que fica bem perto da guilda, nos sentamos na margem para descansar um pouco.

-E então, como vai a sua noiva? – Perguntei, lembrando da vez em que ele me contou sobre a noiva. Ele me olha com surpresa e depois abaixa a cabeça, encarando o chão.

-Erza... eu vou ser honesto com você... eu não tenho noiva, eu menti, sinto muito. – Dei um leve sorriso sem mostrar os dentes.

-Eu já sabia disso. – Ele me olhou com surpresa

-Já sabia?

-Sim, você está fugindo com Ultear e Meredy por Fiore com a sua nova guilda, como poderia ter uma noiva?

-Faz sentido... sinto muito sobre aquela vez...é que...

-Não precisa se justificar....

-Preciso sim, Erza. Eu só acho que eu...não mereço...depois de tudo que eu fiz... eu devo me punir de alguma forma.

-O que você fez?! Não era sua culpa! Estava sobre o poder de Zeref, o culpado é ele. Ele é o vilão, não você. – Me aproximei dele, ficamos muito perto.

-Eu fui fraco. Deixei que tomasse conta de mim. Deixei que me usasse.

-Zeref é o mago de magia negra mais poderoso. Foi ele que criou monstros terríveis como o Deliora ou o Lullaby. É quase impossível lutar contra ele.

-Mas você conseguiu, não? – Encarei-o por alguns segundos tentando pensar em uma resposta.

-Sim. Mas com ajuda de outros magos. Você estava sozinho. Você não tem culpa. –Ele me encarou com um tempo e depois virou o rosto para o lago. – Mas aliás, se acha que não merece, o que está fazendo aqui?

Foi então, que ele virou o rosto novamente para o meu e me olhou nos olhos. Estávamos muito perto um do outro, conseguia sentir sua respiração. Ele colocou sua mão no meu rosto e olhou para os meus lábios. Então falou baixinho:

-Percebi que não tenho força de vontade.

Ele colocou seus lábios nos meus. Nos beijamos por 10 segundos e então nos encaramos. Dei um sorriso grande e ele o fez igualmente. Colocou suas mãos na minha cintura e eu no seu rosto, voltamos a nos beijar por algum tempo. De repente escutamos a voz de um homem e paramos. Levantamos com as mãos dadas e corremos até a construção mais perto. Nos escondemos atrás de um prédio e enxergamos três homens à margem do rio onde antes estávamos sentados.

-O que eles estão fazendo? – sussurro para Jellal. Um quarto homem aparece com uma carroça cuja dentro haviam alguns barris. Os quatro homens começaram a conversar:

-Finalmente! Já estava demorando. – Disse um dos homens.

-E ai, vamos fazer isso, ou o que? –Disse o outro.

-Espere!!- Um menino de mais ou menos 10 anos de idade e um menina um pouco menor que ele apareceram. –Vocês não podem fazer isso!!

-O que esses pirralhos estão fazendo aqui?!? – O primeiro homem encarou o que trazia a carroça.

-Essas pestes me seguiram, droga! –Disse ele.

-Vocês não podem fazer isso com o rio, ele vai ficar sujo!! – Disse a menininha.

-Saiam daqui, pirralhos de merda. – O segundo homem deu um tapa no menino que caiu o chão –Vocês não deveriam estar dormindo a essa hora? –O homem riu e ignorou os gritos da menina. Jellal se moveu para ajudar as crianças, mas eu o parei.

-Deixa que eu vou, podem te reconhecer –Eu disse.

-Acho que o Mystogan não vai ter problemas com o conselho mágico. –Disse ele enquanto coloca o disfarce, havia esquecido que ele poderia se disfarçar. Nós dois nos aproximamos dos arruaceiros.

-Posso saber, o que está acontecendo aqui? – Me aproximei dos homens que me olharam com malícia.

-Há, o que uma mulherzinha como você vai fazer contra...-

-Chefe! Espere! Olhe o símbolo no braço dela! Será que é o da...- Os quatro homens se olharam e saíram correndo. Jellal, que estava escondido, apareceu por trás dos homens e os segurou.

-Onde vocês pensam que vão? – Disse ele. Ajudei o menino a se levantar e os dois se esconderam atrás de mim. – Crianças, poderiam nos explicar o que está acontecendo? – Jellal perguntou. Eu me virei para elas e me encararam tímidos. A menina apontou para os homens e disse:

-Esses homens malvados querem jogar lixo na água do rio! – Disse ela.

-Lixo? Como assim? – Perguntei.

-O prefeito pediu para se livrarem do lixo da cidade, e eles querem jogá-lo no rio! Vai acabar com os peixes e deixar a cidade fedendo a esgoto! – O menino, ainda atrás das minhas pernas, falou.

-Você não entende, senhora. – Um dos homens visivelmente amedrontado falou – O prefeito da cidade aqui perto disse que se não nos livrarmos, tirará nossos empregos, esse é o único lugar, tenho certeza de que faria o mesmo se estivesse no nosso lugar...

-O rio... este rio... Você sabe, quantas vezes eu vim neste rio quando criança? – Me aproximei dos homens os olhando com um olhar ameaçador – Sabe quantas brigas eu já me meti nas margens desse rio? Quantas vezes eu já brinquei aqui? Esse rio é a minha infância, e vocês querem destruí-lo? – Eu estava com muita raiva, reequipei com a minha armadura celestial- Crianças, é melhor vocês saírem daqui, não vão querer ver isso. – Os dois saíram correndo na direção contrária a nossa, e então, os ataquei.

********

Voltamos para a Fairy Hills mais ou menos ás 4 horas da madrugada, tínhamos apenas 2 horas restantes até que Jellal fosse embora. Entramos pela janela, com medo de que alguém acordasse.

Estávamos parados perto da janela nos encarando, eu não sabia o que fazer ou falar. Foi então que ele se aproximou de mim e segurou minhas mãos. Ele se inclinou mais para frente e me deu um beijo, eu o retribui. Eu não sei por quanto tempo ficamos nos beijando, só sei que quando eu percebi estávamos deitados na cama.

-Não precisamos fazer isso se não quiser – Disse ele envergonhado.

-Mas eu quero. Eu te amo. – Eu disse.

-Eu também te amo, Erza. Prometo se gentil. – Disse ele e me beijou.

*********

Acordei com um beijo na bochecha, e enxerguei Jellal vestido ao meu lado. Olhei para as janelas, o sol já havia nascido.

-Já vai embora? – Perguntei.

-Infelizmente. – Me levantei e o acompanhei até a janela. Chegando lá, nos beijamos. – Não sei quando nos encontraremos novamente. Mas prometo escrever cartas. Não usarei meu nome verdadeiro por sei muito perigoso, você saberá quando for uma carta minha. – Ele estava pronto para pular pela janela e eu disse:

-Jellal – Ele se virou – Não morra. – Ele me deu um sorriso.

-Você também. – Observei ele pular pela janela e desaparecer pelo campo. Assim que o perdi de vista, senti minhas pernas ficarem fracas, e caí de joelhos no chão. Coloquei as mão nos meus olhos, estava chorando. O único homem que eu amei, indo embora sem previsão de volta. Eu amo o Jellal.

**********

Encarei a carta por alguns segundos, verifiquei o remetente, a caligrafia era dele. Tinha o cheiro dele, não tinha dúvidas. Abri a carta, finalmente e li o pequeno texto:

“Querida Erza.

A noite que passamos juntos foi inesquecível, nunca pensei que seria possível ficarmos juntos depois de tudo que nos aconteceu. Penso em você todos os dias, e espero que assim seja com você. Desculpe a demora para a escrever a carta, e que ela seja tão breve, mas tivemos alguns problemas, não posso explicar tudo agora. Quero que saiba, que não importa o que aconteça, eu sempre estarei pensando em você. Eu te amo, Erza, e sempre amarei.

Com amor, Jellal Fernandes”

Escutei a porta bater. Olhei pelo pequeno olho mágico que eu mesma instalei logo que comecei a morar na Fairy Hills. Era Lucy. Após ler a carta esqueci toda a raiva de antes e deixe-a entrar.

-Erza! Eu queria me desculpar por ter feito aquelas piadinhas com você, eu também não iria gostar se fosse comigo. O que está dentro da carta não é do meu interesse, é seu. Me desculpaaa!!! – Dei uma risadinha e a desculpei. Convidei a para entrar e tomar um café. Depois de ler uma carta dessas, é difícil ficar de mau-humor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado >.<
Se gostaram, favorite e comentem, eu vou ficar muito feliz :)
Feliz Natal e um ótimo Ano Novo!! (de novo)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "One Night" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.