O Natal já se aproximava, e o acampamento inteiro já estava em festa. O antigo pinheiro onde Thalia estava, havia sido escolhido como a árvore de natal oficial do acampamento, e toda a ceia fora montada em volta de lá.

Além do natal, todos comemoravam o término da guerra contra Gaia. Eles ainda não simpatizavam com os romanos, mas Reyna, Hazel e Frank eram convidados de honra ali (Octavian também estava, mas como penetra).

Era possível ver no sorriso de cada um o alívio de continuar vivo e poder, pelo menos por um tempo, relaxar. Havia uma única pessoa que não estava contente. Ele até tentou, porque,fala sério,eles tinham conseguido salvar o mundo, mas aquele pensamento não o deixava. Aquela angústia tomava conta de seu corpo, e as piadinhas não tinham mais tanta importância.

- Ei, Leo, me dá uma ajudinha? – Annabeth pediu. Ela estava tentando montar a fogueira em volta do pinheiro, mas não conseguira ascendê-la ainda.

- Am? Oi? – Leo murmurou meio abestalhado. Seu pensamento vagava até uma certa ilha, onde uma certa garota deveria estar a sua espera, e ele por enquanto não podia fazer nada para lhe ver (contando que os amigos não o deixariam partir no Natal, nem no ano novo).

- Leo… O que aconteceu com você? – Annabeth indagou o observando. Nada passava daqueles olhos assustadores de Annabeth, e Leo odiaria mentir que não era nada e depois ela descobrir o que lhe ocorria e tentar castigar por mentir. Leo não contava a ninguém, mas morria de medo de Annabeth.

- Só… Estava pensando nas pessoas que sempre passam o Natal sozinhas. – mentiu, em partes. Ele realmente pensava em o quanto deveria ser solitário ficar em uma ilha afastado de todos e não poder comemorar nem o Natal com a família ou os amigos.

- Ah… Em alguma pessoa em especial? – Annabeth perguntou com a expressão transbordando curiosidade. Desde que estavam na missão maluca contra Gaia, havia reparado que o garoto estava mais distante e que não fazia mais tantas piadinhas como antes. Era como se parte da alegria de Leo tivesse ficado na missão.

- Digamos que sim. Mas no que você queria minha ajuda mesmo? – ele tratou de mudar de assunto, o que fez Annabeth rir.

- Será que você poderia me ajudar com a fogueira?

…

Já faltavam apenas alguns minutos para a meia-noite e todos já estavam reunidos em volta do pinheiro. A Árvore estava magnífica, e o velocino havia posto em seu topo, como se fosse a estrela, e várias e várias bolas de luz projetadas por alguns filhos de Hefesto faziam com que uma explosão de cores inundassem os olhos de quem admirava a árvore.

- Leo! Aqui está o seu presente! – Piper chamou o amigo que estava com o olhar vago para a fogueira.

- Ah, Rainha da Beleza, eu não sabia que você ia me dar algo… – Leo começou a falar envergonhado. Havia se esquecido de comprar ou fazer presente para os colegas, e imaginou que eles também não o dariam nada.

- Não tem problema… – Piper falou com um sorriso sincero. – Mas porque você está tão abatido? – perguntou e Leo olhou para baixo. Ele sabia que devia parecer e estar mais feliz, mas simplesmente não conseguia. Não importava que era Natal, não importava os presentes que ele iria ganhar. A única coisa que realmente o importava era Calipso.

- Abatido? Onde está vendo uma pessoa abatida aqui Rainha da Beleza? – Leo exclamou colocando um sorriso forçado. – Já pensou em usar óculos…? Acho que já está precisando… –falou rindo, e puxou Piper para o meio dos amigos. Ele tentaria ao máximo parecer feliz, mas para não chatear os outros, não porque importava consigo mesmo.

Quando os relógios soaram meia noite em ponto, todo o acampamento explodiu em alegria. Mas, além disso, de dentro da fogueira que Annabeth e Leo haviam montado, saiu um certo deus segurando a mão de uma belíssima jovem que olhava a tudo com muita timidez.

- Lorde Hefesto! A que devemos a honra de ter o senhor aqui? – Quíron fez uma reverencia, e os campistas foram seguindo aos poucos seus gestos.

- Boa noite, meus jovens. E um feliz natal a todos, também. –Hefesto falou. Leo não acreditava no que seus olhos viam. Não poderia ser verdade. Ele devia estar delirando. – Venho aqui, cumprir uma promessa feita por Zeus há um ano… Aqui está, ao meu lado, uma jovem semi-titã. E ficaria muito agradecido de vocês a aceitassem aqui no acampamento. – Hefesto anunciou e Calipso fez uma pequena referencia, se apresentando.

Antes que alguém pudesse falar alguma coisa, ou expressar alguma opinião sobre a chegada de Calipso, entre a multidão de meio-sangues que observavam o deus e a semi-titã, um garoto magricela abriu um grande sorriso.

- Calipso! – Leo gritou abraçando sua “bruxinha” preferida.

- Leo! –Calipso correspondeu ao abraço. Todos m volta observaram a cena um pouco confusos, mas foi Connor Stoll que puxou os assobios e provocações.

Quando Leo desapertou um pouco o abraço com Calipso, não era possível saber qual dos dois estava mais vermelho. Hefesto, sorrindo, satisfeito, piscou para o filho e logo depois sumiu em pó dourado.

Todos foram aos poucos voltando para festa e desejando feliz natal aos amigos, e Leo, sem pestanejar, beijou Calipso.

- Só está faltando uma coisa. – Leo comentou assim que se separou de Calipso. Além de vermelhos, o sorriso dos dois chegava a iluminar mais que as luzes do pinheiro.

- O quê? – Calipso perguntou confusa.

- O Laço. Afinal, que tipo de presente de Natal vem sem um laço?! – Leo falou se fingindo de indignado. O sorriso de Calipso vacilou um pouco, sendo trocada pela cara de irritada.

- Só você mesmo, Valdez… –murmurou dando um tapa no ombro do (futuro) namorado.