Avatar: A Lenda de Zara - Livro 1: Água escrita por Evangeline


Capítulo 19
Epílogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/452955/chapter/19

Finalmente chegaram ao Reino da Terra. O enorme muro de Ba Sing Se era visto mesmo há dezenas de quilômetros.

Andava cada amigo de um lado da menina, todos calados, cansados e com fome.

Era uma região árida, repleta de rochas, com um sol escaldante. Zara nunca estivera num lugar tão quente. Por um minuto se passou em sua mente que Airon devia estar se sentindo muito bem. E realmente estava, dava para ver em seu rosto e em sua postura, que estava muito mais confortável do que estava quando esteve no Polo Norte. Já Gumo parecia ainda mais cansado. Estava andando um pouco mais atrás que os outros dois.

Zara não estava desconfortável, e nem a vontade.

Era uma estrada quase deserta, como uma rota comercial falida. Algumas ervas daninhas cresciam nos paralelepípedos de pedra pelo caminho. Vez ou outra passavam pelo trio pessoas apressadas e cansadas, no sentido contrário. Quanto mais longe chegavam, mais pessoas apareciam na frente deles, caminhando em direção a capital.

Agora tinha um novo caminho pela frente. Aprender a dobra de terra. Parecia ser a coisa mais impossível de sua vida, a menina desejava poder pular a terra e aprender qualquer outro entre fogo e ar.

Pensava em como se passara tão rápido o caminho até ali. Em três dias estava o mais longe de casa que jamais imaginava chegar. De uma viagem ao Templo do Ar, estavam indo em direção à capital do Reino da Terra.

Num momento distinto uma mulher, segurando a corda de um cavalo coberto de trapos, surgiu vindo na direção contrária a sua. Estava com muita roupa, devia estar morrendo de calor. Tinha trapos sob sua cabeça e o rosto de uma mulher mais velha, mais experiente.

Quando a moça passou ao lado do trio, sorriu para Airon com um breve aceno de cabeça, deixando que uma mecha loira e cacheada de seus cabelos saísse do capuz. Airon sequer sorriu de volta. Educação nunca fora o seu forte, e não gostava de falar com estranhos que tem algo a ver com o Reino da Terra.

A mulher já havia passado à mais de meia hora, quando um estranho pressentimento veio a Zara.

– Gumo. – Chamou recebendo um olhar em resposta. – Como você disse que era a princesa Litta? – Perguntou tentando refrescar a memória. O menino estava sem muito interesse na nova conversa, graças ao cansaço.

– Ahm... – Tentava falar sem gastar muita saliva, pois estava com muito calor. – Loira com olhos cor de caramelo, tipo um castanho claro. – Disse sem ânimo.

– Mas tinha cabelo liso ou cacheado? – Perguntou a menina tentando não transparecer surpresa.

– Ah... dizem que era cacheado. – Respondeu Gumo.

– Por quê quer saber dela? – Perguntou Airon, que só estava ouvindo até agora.

– Algo me diz que terei que entender sobre o desaparecimento dela. – Explicou Zara.

– Mas ela não desapareceu, ela fugiu. – Disse o dobrador de fogo, chamando a atenção dos dois amigos. Vendo que agora estavam interessados na história, o menino decidiu explicar. – Desde pequeno que meus pais e todos os outros dizem que essa Litta foi uma pessoa terrível. Ela sequestrava crianças de alguns vilarejos específicos da Nação do Fogo, e as crianças nunca mais eram vistas.

“Dizem que ela foi uma Nômade do Ar que foi banida do Templo do Ar do Leste por rebeldia. Algumas pessoas dizem que é só uma lenda pra assustar crianças levadas dos vilarejos, e outras dizem que até já a viram, ou falaram com ela.”

– Não tem como. – Defendeu Gumo, interrompendo o amigo. – Ninguém nunca ouviu a voz dela. – Disse. – Além do mais, eu nunca ouvi falar que a Princesa Litta era uma pessoa ruim.

– Estou contando o que ouvi desde pequeno. – Retrucou Airon.

– Gumo. – Repreendeu Zara. – Eu quero ouvir a versão dele. – Disse depois, mais dócil.

– Bem... – recomeçou Airon depois de alguns minutos em silencio. – Ouvi dizer que ela se esconde na Ilha do Avatar Roku, desde que o Avatar Aang morreu. Ela leva as crianças para lá, e nunca mais são vistas. O problema é que ninguém nunca encontrou nada quando foram para lá, está tudo destruído, nenhuma construção está de pé, e nenhum rastro é encontrado. – Explicou o menino.

Zara permaneceu em silencio por algum tempo.

– Zara, no que está pensando? – Perguntou Gumo depois de algum tempo.

– Estou pensando em aprender dobra de terra o mais rápido possível. E em ouvir a versão de alguém que tenha origem lá, em Ba Sing Se, dessa história toda. – Disse preocupada. – Para mim isso não parece lenda para assustar crianças. Se os dobradores de fogo estão sumindo, alguém que rapta crianças da Nação do Fogo não me parece muito inocente.

Os garotos entenderam rapidamente. Zara estava certa.

– Airon, tem algo que queira me contar? – Perguntou a jovem Avatar depois de alguns longos minutos de silencio.

O menino estremeceu. Realmente não estava sendo sincero com ela, mas não podia ser. A vida de outras pessoas estava em risco.

– Talvez um dia eu possa lhe contar. – Sussurrou desanimado.

Para Airon, eles nunca entenderiam.

Ao anoitecer, os muros de Ba Sing Se se apresentavam majestosamente, era maior do que qualquer construção que Zara já vira.

Olhando para os dois lados, os muros pareciam não ter fim, causando à Zara uma impressão de que nunca fora tão pequena naquele mundo.

Os dois dobradores de água engoliram em seco parando diante dos portões. Diante de mais um problema: Como entrariam na Capital do Reno da Terra?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!