Estava sentada naquele sofá há meses, Greasy Sae era a única que vinha me visitar, e só vinha para ter certeza de que estava comendo. Então num dia alguma coisa acontece e decido ir tomar um banho, e ir caçar um pouco, quando ouço a campainha tocar, saio correndo ainda enrolada na toalha, quando abro a porta tenho uma surpresa; Gale todo sorridente, saudável, depois de meses sem nenhuma notícia dele, de se pronunciar, ele resolve aparecer assim como se nada tivesse acontecido? Ele então diz:

– Oi Catnip

Eu respondo com ironia, raiva:

– Oi? Isso que você me fala depois de meses sem noticia alguma sua, sem você querer saber se eu estava bem, se estava viva, você fala oi?

– Ah, me perdoe, estava muito ocupado no distrito 2, tava resolvendo uns problemas

A saudade era maior, então não consegui ficar com raiva por muito tempo, então resolvo abraça-lo com toda a minha força, ele desfaz os nós dos meus braços segura minha cintura e me beija, sem reação correspondo a esse beijo, seus lábios são quentes, estão famintos. Então ouço um pigarreado atrás de Gale, quando olho tenho uma surpresa maior ainda, Peeta, com aquele olhos azuis mostrando tristeza, dor, decepção, acho que por ter visto essa cena. Saio os mais rápido que consigo dos braços de Gale e corro para os braços de Peeta, ele fica meio apreensivo mas não nega o abraço. Com lágrimas nos olhos pergunto a Peeta:

– Você voltou! Mas porquê? Achei que não me amasse, que não quisesse mais me ver.. – me atrapalhei com as palavras, elas começaram a sair atropeladas, então paro e espero Peeta responder.

– Voltei! Voltei porque eu te amo, porque eu preciso de você, porque quero que você faça parte da minha vida, mas acho que pra você não é mais o que quer né – ele faz aquela cara de cão abandonado e fico mais perdida ainda. – Já encontrou alguém!

Digo em prantos – Não, não é isso, Gale apareceu agora de pouco aqui, não temos nada, somos amigos só isso.

– Amigos que se beijam, essa é nova pra mim – ele fala com tanta ironia em sua voz, que me quebra toda por dentro, tento não demonstrar, mas acho que já é tarde demais.

– Peeta, eu eu sério, não temos nada.. – fico sem palavras, não sei o que dizer, to confusa com tudo. Então para por enquanto acabar com isso eu grito para os dois – Saiam os dois daqui, quero ficar sozinha. Vão embora AGORA! – Gale tenta argumentar, mas eu grito de novo, e eles se vão. Entro em casa correndo e me tranco, não quero ver ninguém, me deito no sofá de novo e assim fico por mais alguns dias.

Depois de uns cinco dias continuo ali no sofá, sem reação, até que alguém bate na porta fico parada por um instante, mas a pessoa insiste nas batidas, então resolvo ir abrir, quando percebo quem está diante de mim entro em choque; é Peeta, ele não desistiu, antes que eu pudesse falar algo ele diz:

– Precisamos conversar Katniss, não podemos ficar assim.

Digo apenas, que é só o que consigo falar – Entre então. – Ele pede pra começar, e assim o deixo, ainda estava em choque por ele ter aparecido em casa, depois do acontecido de dias atrás.

– Não sei como começar, mas Kat, eu te amo, desde o primeiro dia que te vi, você sabe disso, eu te disse aquela vez que estávamos na caverna, eu só quero que você seja sincera comigo, agora que não tem mais Capital para nos manipular, não tem mais câmeras, agora é só você e eu. Preciso da verdade, depois das torturas algumas coisas são tão duvidosas que é difícil e isso é alguma delas. O que é que me diz.. Você me ama verdadeiro ou falso?

Eu estou tonta, não sei o que dizer, claro eu amo Peeta, mas ainda estou confusa, começo dizendo – Peeta, você sabe, eu não sei.. – ele me interrompe:

– Katniss, só me responda, por favor..

– Verdadeiro – é só o que consigo dizer primeiramente, um sorriso lindo já sai de seus lábios, eu continuo – Até a última vez na arena quando você bateu com tudo no campo de força não tinha certeza, mas aquele beijo na praia, me deu uma sensação, uma certeza, eu te amo Peeta, e toda aquela proteção que eu tentava te dar, já era amor e eu não sabia, quando você ficou preso la na Capital e eu não podia fazer nada isso me enlouquecia, quando Gale e sua equipe te salvou eu não acreditava que eu o tinha de volta, mas quando eu vi os efeitos das torturas confesso que perdi total esperança de nós, você só sentia ódio. Mas aos poucos vi que tudo estava bem aos poucos mudando, então eu voltei para o 12 e você não deu mais noticias, e assim minhas esperanças estavam indo embora, mas quando eu o vi naquele dia algo dentro de mim se acendeu de novo – Percebi que estava chorando, já estava olhando para baixo para que ele não me visse assim, quando levanto minha cabeça, Peeta esta me olhando fixamente, com aqueles olhos azuis irresistíveis, suas mãos já estavam nas minhas, seu rosto estava a poucos centímetros do meu, então ele me beija, ferozmente, delicadamente, apaixonadamente, eu correspondo no ato, então ele corta e diz:

– O verdadeiro já me bastava Katniss, mas isso, tudo isso, não sabia que você pensava tanto assim. – Ele volta a me beijar, então Greasy aparece e sai um gemido de sua boca e diz

– Me desculpa, não sabia que estava com visita Katniss, vou te deixar a comida e volto amanha está bem?

Eu apenas assinto com a cabeça, e ela vai embora.

Peeta e eu ficamos ali deitados no sofá pelo resto do dia, não conseguia tirar os olhos dele, de sair dos braços dele. Acabo caindo no sono, e tenho um pesadelo horrível, sonho que Peeta está sendo arrancado de mim outra vez, e não consigo chegar perto dele, Snow começa a tortura-lo na minha frente, acordo com os meus gritos e Peeta pedindo pra ficar calma, afagando meus braços, ele me puxa para seu peito e volto a dormir, o resto da noite foi sem pesadelos. Acordo na manha seguinte e vejo que Peeta não esta na sala, me levanto e vou até a cozinha, sinto cheiro de pão sendo assado, quando Peeta me ve só fala:

– Bom dia Bela Adormecida – aquele sorriso lindo em seus lábios – não queria te acordar, então resolvi fazer uns pães para nós, tudo bem

– Bom dia, ah sem problemas, estou com bastante fome mesmo – dou um sorriso meio que sem graça pelo que acabei de dizer.

Passamos o resto do dia no sofá, sem fazer nada, apenas deitados, um sentindo a presença do outro. A campainha toca e Peeta vai atender, já que eu tinha resolvido tomar um banho, quando desço a escada e vejo quem esta na sala eu paralizo; é Gale. Mas que diabos ele está fazendo aqui!

– Você aqui? O que veio fazer?

– Catnip, podemos conversar a sós? – Nisso ele olha para Peeta – É importante.

E agora? Digo que sim, mas vou mandar Peeta embora? Parece que ele entendeu e diz – Kat, vou fazer algumas coisas e mais tarde eu volto está bem? – faço com a cabeça que sim, e ele sai. Gale começa dizendo:

– Catnip, estou muito decepcionado contigo, sei que não to no direito, porque de certa forma eu te deixei, mas sério não foi que eu quis.. enfim só quero dizer que eu te amo, e vou lutar por você, não quero que você fique com esse padeiro de quinta, ele nem esta recuperado, o que ele é capaz de fazer ainda? Ele vai te machucar ainda, serio só quero o teu bem.

Eu o interrompo – Cala a boca, é isso é verdade você NÃO TEM direito de vir aqui e falar isso, Gale eu vejo você como amigo só isso, eu amo Peeta e vou ficar com ele sim, ele pode não estar cem por cento, mas ele vai conseguir porque eu vou ajuda-lo, ele não vai me machucar, sei que quer meu bem, mas fazendo isso não ajuda nada – eu não termino de falar e ele me beija, fico sem reação primeiramente, mas depois o empurro pra longe, mas ele volta a me beijar, então saio e dou um soco em sua cara, e grito pra ir embora e nunca mais voltar. Estou sentindo tanta raiva dele. Ele sai e diz:

– Tchau, mas ainda não vou desistir, ainda vou fazer de tudo! Eu te amo Catnip – Então ele sai. Subo correndo as escadas e vou ate meu quarto e começo a chorar de raiva, e agora conto para Peeta, ou escondo e finjo que não aconteceu nada? Não da mais pra pensar, Peeta está ali parado na porta do meu quarto me fitando com um olhar meio que desconfiado, mas mesmo assim ele pergunta:

– O que ele queria? Porque está chorando?

Estou olhando ele firmemente, para achar as palavras, mas não sei o que faço, o que eu respondo, conto a verdade?