Entre o céu e o inferno escrita por Karollin


Capítulo 8
Capítulo 7 - Fogo


Notas iniciais do capítulo

♥ GEZUIIIS DESCULPAAA!! SÉRIO GENTE! ERA PARA EU TER POSTADO SEMANA PASSADA, MAS MINHA BETA NÃO ME ENVIOU O CAP CORRIGIDO E DECIDI EU MESMA REVISAR E POSTAR E-E provavelmente terá alguns errinhos, então qualquer coisa me avisem!

♥ DUAS LINDOSAS E TOTOSAS RECOMENDAÇÕES ♥ AAAAAA que felicidade *------------*

♥ amormarileo, sua linda, obrigada pela recomendação linda. Sei que foi de coração ♥

♥ Akemi Hayashi, sua totosa, preciso dizer que chorei com sua recomendação? Não? Okay e-e Fiquei explodindo de felicidade por você considerar a minha fic sua preferida ♥ Sabe, eu amo essa temática que estou trabalhando e quero deixar ela toda bonitinha e ajeitada, já tenho todo o planejamento dela de forma que nenhum fio ficará solto ♥ Obrigada pelos parabéns *--*

♥ Já irei responder todos os 27 maravilhosos reviews gente ♥ Tem umas leitoras aí que já estão no caminho super certo u-u

♥ Boa leitura, espero que gostem :3



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Lucy Heartphilia – Mahattan Mall, New York – 16:13

Natsu apertava meu pulso com mais força a medida que os segundos iam passando e eu me relutava em abrir a boca. Eu estava assustada demais para sequer transmitir meus pensamentos embaralhados em palavra. O que eu havia visto? Uma visão? E, mais, quem era aquele casal incomum dançando em um baile, aparentemente, feito muitos anos – talvez até séculos – antes de eu ou o rosado nascermos?

– Fale logo, Lucy, o que você viu? – perguntou-me com mais aspereza.

Tentei me desvencilhar, mas foi inútil. Naquele momento, o medo que senti na boate com o Dragneel socando a parede invadiu todas as células do meu corpo paralisando-me no lugar. Meus olhos estavam arregalados e minha respiração ofegante, para ser sincera eu estava tão aterrorizada e tonta que era capaz de desmaiar ali mesmo no meio da loja.

– Solte-me. Você está me machucando. – sussurrei com a voz trêmula.

Natsu abriu a boca, mas antes que qualquer som saísse dela, Levy veio em nossa direção sorridente e saltitante com suas sacolas de cor bege nas mãos, o que fez ele soltar meu braço. Em uma delas imaginei que estaria sua orelha de coelho já que ela era menor, e na que ela me entregou estava meu vestido. Para ser sincera, nem sei se eu o usaria mais, estava declinada a queimá-lo ou dá-lo a alguém para tentar esquecer desses últimos minutos.

– Vamos, Lucy? – perguntou-me a baixinha.

– C-claro. – gaguejei ainda com as pernas trêmulas.

Despedi-me do rosado sem aproximar-me muito dele, estava com receio de que ele me arrastasse para algum lugar menos movimentado e me torturasse até eu contar o que vi. Mas, se nem eu sabia ao certo o que havia sido aquilo, como ele queria que eu explicasse?

Caminhei do lado da azulada, mas mesmo com nosso distanciamento, ainda conseguia sentir o peso do olhar de Natsu em mim. Não virei para trás, estava com medo. Quando saímos do shopping, fomos para o ponto de ônibus. Infelizmente, Levy pegava uma linha diferente da minha e, assim que meu transporte chegou, despedi-me rapidamente dela e entrei no automóvel. Felizmente ele estava vazio, o que me permitiu escolher um assento do lado da janela. Fui o percurso todo sentindo o vento balançar meus fios louros e o ar da tarde acalmar meu coração acelerado.

Dei o sinal quando chegamos ao Battery Park, pois supus que um pouco de caminhada naquele parque me faria bem, permitira que eu conseguisse pensar com clareza. Entrei no parque e caminhei pelo asfalto que cobria o trajeto. Como era de tarde e o sol estava alto no céu, havia várias crianças correndo e brincando junto com suas famílias, mesmo não sendo final de semana. Dei um sorriso ao notar as expressões relaxadas e felizes das pessoas. A brisa suave e um pouco fria amenizava o calor, a vegetação estava verde e brilhava graças a algumas gotículas de água, já que haviam regado o gramado há pouco tempo. Quando passei pela sombra de uma das várias árvores robustas, senti meu corpo ser puxado e minhas costas baterem no tronco de uma delas. Dei um gritinho automático de susto automaticamente e senti uma mão grande e um pouco áspera tampando a minha boca.

– Agora você não me escapa, loirinha. – falou Natsu.

Arregalei ainda mais os olhos sentindo minhas mãos tremerem. Remexi violentamente livrando-me de seu aperto. Entretanto, compreendi que só consegui me soltar graças a vontade do rosado que deslizou sua palma até meus pulsos, levantando meus braços acima de minha cabeça.

– Diga logo o que viu. – ordenou.

– Me solte! – pedi aumentando o volume da voz.

– Só depois de você me contar o que eu mandei. – afirmou aproximando seu corpo do meu.

– Eu vou gritar! – exclamei furiosa.

– Já está gritando, loirinha. Ninguém irá te ouvir com essas crianças histéricas berrando animadas. Para todos, somos apenas um casal se agarrando embaixo de uma árvore. – explicou sorrindo de modo vitorioso fazendo-me corar.

Senti os lábios do Natsu em meu pescoço, traçando uma trilha de beijos até minha bochecha. A mão livre do rosado agarrou minha cintura puxando-me mais para si e o cheiro de seu perfume amadeirado jogava fora minha sanidade e esvaziava minha mente.

– Um baile antigo. – sussurrei com os olhos fechados.

O rosado deu uma risada soltando o ar e fazendo-me arrepiar.

– Continue, Luce. – sussurrou em meu ouvido com a voz rouca.

– Um casal dançava no meio do salão, mas aí teve um vendo forte e a Lisanna – Natsu parou com as carícias e me fitou com uma expressão enigmática.

– A Lisanna da nossa sala? Como ela pode estar em um baile antigo? – perguntou ressaltando a última palavra.

Ótimo, agora ele acha que eu estou completamente louca. Próxima parada: Hospício.

– Quero dizer, não era a Lisanna. Não tinha como ser ela, mas era uma garota muito parecida usando um vestido quase igual ao que eu comprei. – falei rindo de modo nervoso.

Percebi que a sacola que continha minha roupa estava caída na grama, porém não me importei. Só estava preocupada com a expressão séria e pensativa no rosto do rosado, parecia que ele não sabia o que fazer, como reagir ao que eu havia dito. Ele me soltou afastando-se um pouco e meus braços caíram frouxamente ao lado de meu corpo.

– Desculpe te machucar. – falou ao ver a marca avermelhada em meus pulsos.

Antes que eu pudesse responder, ele se virou e saiu do meu campo de visão com passos rápidos. Fiquei quase um minuto encarando o caminho que ele percorreu sem entender nada. Por que ele fez todo esse show e depois foi embora? O que eu disse de tão perturbador que o fez ficar com aquela expressão? Ok, eu falei que a Lisanna estava naquele sonho, visão, sei lá, mas logo depois corrigi de uma maneira plausível, então por que ele teve aquela reação?

Dei um suspiro pesado. Peguei minha sacola do chão e caminhei rapidamente até o restaurante Magia onde eu trabalhava. Tinha que marcar com meu chefe, Droy, o dia que eu iria repor a minha falta e estava um pouco apreensiva, com medo de levar bronca se ele visse minha sacola de compras. Não se pode ligar para o dono do lugar e dizer ‘‘Não irei hoje porque vou ir ao shopping com minha melhor amiga. ’’ Se o fizesse, seria demitida no ato.

O movimento estava calmo e logo encontrei Tiffany com o uniforme do restaurante: uma calça preta e uma blusa vermelha com o nome do local. Seus cabelos loiros estavam presos em um rabo de cabelo alto e seus olhos castanhos iam de mim para minha sacola.

– Sua louca! Se Droy te ver saberá que não estava passando mal porcaria nenhuma! – exclamou empurrando-me para o vestiário – Quer ser demitida, sua idiota?

Do jeito que ela falou parecia que eu tinha comprado todo o estoque da Mary Kay e estava com sacolas coloridas e chamativas por todo meu braço.

– Eu não tive tempo de passar em meu apartamento. – expliquei guardando o meu pertence no armário – Droy está no escritório?

– Ou lá ou na cozinha se empanturrando de comida como sempre. – resmungou fazendo careta.

O gerente comia muito, nem dava para acreditar que nas fotos da inauguração do lugar sete anos antes ele era esbelto e até mesmo um pouco bonito, apesar de seu penteado estranho que desafiava a lei da gravidade. Parecia que ele ainda não havia percebido que seu metabolismo não era mais tão rápido e continuava ingerindo um monte de alimentos alegando estar chateado com algo. Apesar de nossas insistências, ele se recusava a correr com Jet, o subgerente.

Caminhei apressadamente até a pequena porta de madeira e bati duas vezes. Rapidamente fui convidada a entrar. Como de praxe, havia um prato com duas grandes coxas de frango em cima da mesa – e até mesmo sobre alguns documentos – de Droy. Seu cabelo preto que possuía uma pequena falha na lateral estava tão cheio de gel que deixava-o brilhante e colado em sua cabeça, exceto por um pedaço que estava pro alto. A blusa branca possuía os botões sob pressão, já que aquela peça quase não servia mais no moreno. Sua calça era verde-musgo e seus sapatos, pretos.

O cômodo possuía uma ampla janela em formato de paralelepípedo que dava uma boa visão do interior do restaurante e do caixa, onde ele poderia observar tudo sem ninguém vê-lo. Quando comecei a trabalhar aqui, a ideia de ter alguém vigiando tudo o que eu fazia era intimidadora, mas agora nem parecia notar mais. As paredes eram de cor creme e o chão de cerâmica possuía um adesivo que a deixava com um aspecto de madeira. Uma leve e constante brisa entrava da janela localizada do lado direito que nos dava uma ótima visão das árvores do Battery Park.

– Boa tarde, Lucy. Vejo que já está melhor! Fiquei tão preocupado que não consegui parar de comer a tarde inteira. – afirmou dando uma mordida na carne.

Tudo virava um bom e plausível motivo para que ele se afundasse na comida. Agora sua comilança era justificada pela minha doença fictícia.

– Estou ótima. Amanha trabalharei até às dez. Não desconte essa falta no meu salário, por favor! – pedi.

– Tudo bem, mas não é perigoso você voltar sozinha? – perguntou.

– Não, eu me viro. – afirmei.

– Tudo bem, espero que não aconteça nada a você, senão passaria semanas comendo! Sabe, estou pensando em fazer uma dieta. – exclamou arrancando mais um pedaço de carne do osso engordurado.

Dei uma risada e saí da sala balançando a cabeça em uma negativa. Peguei minha sacola em meu armário e saí do restaurante apreciando o vento ameno balançar meu cabelo. Como o restaurante era perto de meu apartamento, em menos de dez minutos já cruzava a porta com um sorriso nos lábios.

– Boa tarde, senhor James. – cumprimentei o porteiro que assistia calmamente sua novela.

– Boa tarde, Lucy. Michelle está de volta. – falou dando uma piscadela para mim.

Até o porteiro sabia que minha prima tinha um parafuso a menos. Às vezes era eu quem parecia a adulta responsável e chata e ela a adolescente inconsequente e aventureira. Assim que abri a porta do apartamento, um cheiro de queimado invadiu meu olfato. Dei um suspiro cansado massageando as têmporas com a ponta de meus dedos. No mínimo Michelle deveria ter queimado algo tentando preparar uma comida. Ainda bem que não tínhamos mais o dispositivo que, ao sinal de fumaça, soltava água do teto se não nosso apartamento viveria debaixo d’água.

– Cheguei. – avisei.

No instante seguinte, minha prima apareceu com um extintor na mão e as pontas dos cabelos chamuscados. Sua expressão variava entre alívio e constrangimento e não pude deixar de rir, sendo acompanhada por ela logo depois.

– Vamos ter que pedir pizza. – afirmou.

– Você queimou a cozinha inteira? – perguntei.

– Não! – apressou-se em dizer – Só algumas panelas. Amanhã você pode pegar um novo conjunto com um amigo meu?

– Só no meu intervalo, lá pelas sete horas da noite. Chegarei tarde porque irei repor o dia de hoje. – falei indo para meu quarto e completei – Peça metade de calabresa para mim!

Fechei a porta de meu quarto dando um suspiro cansado. Esse havia sido um dia exaustante e eu não via a hora de me jogar na cama e dormir. Entretanto, eu duvidava que isso ocorresse tão cedo, já que meus pensamentos fervilhavam com as informações adquiridas. Retirei minha roupa e entrei no chuveiro e tomei um banho com água quente, pois precisava relaxar meus músculos.

Saí de lá quase vinte minutos depois e vesti uma camisola rosa bebê folgada. Fui para a cozinha e encontrei a caixa de pizza em cima do balcão com Michelle olhando-a faminta. Sorri ao perceber que ela estava me esperando para começar a comer. Assim que sentei na mesa ela pegou um pedaço do alimento e começou a devorá-lo como se não comesse há dias. Ri de sua atitude exagerada e logo fui me deliciar com meu pedaço.

– Como foi hoje? – perguntou.

– Foi um dia confuso, estou completamente exausta! Acho que assim que terminar irei cair morta na cama. – respondi sorrindo.

– Que pena, queria sair um pouco com você. – murmurou chateada.

– Por que não vamos ao shopping amanha? – perguntei esquecendo-me de meu trabalho.

– Irei ao Brasil amanha de manhã. Você sabe, novos contratos em um país emergente não podem ser jogados fora. – explicou.

– Desculpe-me, mas estou realmente muito cansada. – desculpei-me.

– Não tem problema, espero que o garoto que te faz ficar confusa apareça em sues sonhos mais lindo e sexy do que nunca! – exclamou dando uma piscadela em minha direção.

Senti meu rosto queimar de vergonha e abaixei a cabeça comendo em silêncio. Eu realmente esperava que Natsu não habitasse meus sonhos esta noite, mas sabia que havia poucas chances de meu desejo se realizar. Terminamos de comer conversando banalidades, Michelle estava ansiosa para sua viagem ao país tropical, segundo ela gostaria de ver as belíssimas paisagens do local. Mesmo estando viajando a trabalho, ela sempre arrumava um modo de transformá-las em passeios normais.

– Boa noite, prima. Boa viagem amanhã! – falei abraçando-a.

– Boa noite, priminha! Não se esqueça de pegar minhas panelas. – disse sorrindo.

Levantei-me da mesa e arrumei rapidamente meu material escolar. Fui para meu quarto jogando-me na cama completamente exausta. Um grande alívio me invadiu quando senti meus músculos tensos relaxarem no colchão. Por que Natsu teve aquela reação? O que foi aquilo que eu vi? Como aquela garota podia se parecer tanto com Lisanna? Encarei o teto como se as respostas de meus questionamentos fossem aparecer nele a qualquer instante. Mesmo com minha mente fervilhando, fechei os olhos e adormeci, tendo pesadelos com um certo rosado.

~ ♥ ~

– Lucy! – exclamou Bisca em um tom reprovador.

Dei um pequeno pulo na cadeira, assustando-me. Meus pensamentos estavam longe e eu não prestava atenção na aula, o que me fez ficar envergonhada. Eu nunca havia me distraído tanto em um dia escolar quanto hoje. E tudo por causa de Natsu que nem fez o esforço de vir à escola hoje. Além disso, Gajeel abandonou sua expressão carrancuda e ficou me encarando várias vezes com um sorriso misterioso nos lábios, o que era bem perturbador sendo que ele sentava na primeira fileira e eu na última.

– Desculpe, professora. – falei remexendo-me inquieta na cadeira.

Bisca deu um suspiro e voltou sua atenção ao livro de história que segurava na mão direita e ao quadro que ia anotando os pontos principais da matéria para depois explicá-los. Por sorte essa era a última aula do dia e depois eu estaria atarefada demais no Magia para pensar em outra coisa a não ser servir os clientes.

Poucos minutos depois, o sinal tocou anunciando o fim das aulas do turno da manhã. Juntei meu material sem pressa e só reparei a aproximação de Gajeel ao ver sua sombra em cima de mim. Levantei os olhos confusa, ele nunca falava comigo, só com Lisanna, Natsu e um pouco com Levy.

– Você está atrapalhando tudo. – falou.

Sua voz era grossa e áspera. Ele me olhava de um modo que estaria se decidindo entre me matar agora ou ver até onde eu iria. Isso me fez estremecer de medo, fechei minhas mãos em um punho para que ele não as visse tremer.

– Estrou atrapalhando o quê? – perguntei encarando-o.

– Tudo. Você não irá fazê-lo mudar de ideia, então fique quieta na sua garota. – disse de modo ameaçador, deixando um ‘‘se não’’ implícito na frase.

Engoli em seco acenando positivamente com a cabeça. O que eu queria, na verdade, era gritar para ele me explicar aquela conversa, pois eu já estava farta das pessoas me acusarem de algo que não fiz. Primeiro Lisanna me mandava ficar longe do Natsu dizendo que ele não cometeria o mesmo erro duas vezes, sendo que eu nem sabia qual era esse erro. Depois esse brutamonte vem me falar que eu estou atrapalhando tudo? Minha paciência já estava chegando ao limite.

– Com licença. – falei colocando minha mochila nos ombros.

Ele saiu de meu caminho e, assim que eu saí da sala, Levy veio em minha direção de modo afobado.

– O que ele queria com você? – perguntou-me com os olhos brilhando de curiosidade.

Quis saber que dia seria a prova? Queria que eu explicasse a matéria? Que estava preocupado comigo? Não, definitivamente ele nunca falaria isso. Minha mente só levou um segundo para encontrar uma explicação um pouco mais plausível.

– Ele me avisou que o Natsu ia faltar amanha também. – respondi.

Ela me olhou desconfiada, mas pareceu engolir a mentira. Agora eu ia rezar para que o rosado faltasse amanhã também. Despedi-me de Levy quando chegamos ao portão e caminhei em direção ao Magia com os pensamentos e hipóteses confundindo minha mente.

Antes que eu percebesse já estava no restaurante. Hoje eu não iria ao apartamento almoçar, queria começar meu turno o quanto antes para sair nem que fosse alguns minutos mais cedo. Mesmo dizendo ao Droy para não se preocupar, eu tinha um pouco de medo de andar sozinha nas ruas após as dez da noite.

O movimento estava frenético por ser o horário de almoço e percebi que as três garçonetes estavam sendo pressionadas com a quantidade de clientes que estava ali. Rapidamente fui ao vestiário, coloquei meu uniforme e deixei minha mochila trancada em meu armário. Quando Tiffany me viu, seu rosto adquiriu uma expressão de alívio e ela logo foi me dizendo quais mesas servir, murmurando sempre um agradecimento por eu ter tido a decência de aparecer no horário de almoço. Esse era seu jeito de me dizer ‘‘obrigada pela ajuda’’.

Assim que o movimento foi ficando mais calmo, fui para a cozinha pedir que Laki preparasse uma comida para mim. Como ela cozinhava rápido, logo eu estava diante de um maravilhoso arroz com curry, meu prato preferido. Estava com tanta fome que praticamente engoli toda comida e, depois de escovar os dentes, já estava novamente servindo os clientes.

Eu não queria admitir, mas esperava que Natsu entrasse pela porta e sentasse em uma mesa para me irritar igual ele tinha feito muitos dias atrás. Entretanto, quando olhei o relógio e vi que era seis da tarde, desisti de ter esperanças e fui me trocar. Eu tinha uma hora antes de começar o próximo turno e eu iria aproveitar para pegar as panelas de Michelle antes que escurecesse. Peguei o papel em minha mochila e sorri aliviada ao notar que o local era próximo do restaurante.

Sem retirar o uniforme, caminhei rapidamente até uma pequena loja cujo nome Stewpot estava quase ilegível graças ao desgaste da tinta. O local era pequeno e montes de panelas iam do chão ao teto, desafiando a lei da gravidade. As paredes tinham um tom acinzentado e o chão era marrom claro. No balcão de vidro havia uma adolescente ouvindo música em fone de ouvido mascando chiclete enquanto mexia em seu celular.

– Com licença. – falei elevando a voz para que ela me ouvisse.

– Pois não? – perguntou retirando os fones.

– Vim pegar o conjunto de panelas que a Michelle encomendou. – respondi mostrando o recibo.

– Entre lá dentro que o Joe vai te ajudar. – disse apontando para uma porta cinza com uma pequena janela de vidro que ficava atrás de si.

– Obrigada. – agradeci.

Entrei pela porta e, quando dei um passo para dentro do galpão escuro, ela foi fechada de modo abrupto assustando-me. Tentei abri-la, mas percebi, com espanto, que ela estava trancada. Comecei a bater no vidro gritando por ajuda, mas não obtive nenhuma resposta. Contemplei, com os olhos arregalados, um incêndio se propagar pelas caixas de papelão vazias do lugar. O crepitar das labaredas era o único som que eu ouvia e um grande pânico me tomou.

Como aquela matéria era muito inflamável, logo uma densa fumaça tomou contra do lugar, fazendo com que eu tossisse e tivesse dificuldades em respirar. Como perto da porta não havia muito o que queimar, preferi ficar perto dela ainda batendo freneticamente. Meus gritos arranhavam minha garganta e o calor fazia meus olhos lacrimejarem. Procurei com os olhos algo que eu conseguisse usar para quebrar o vidro, porém não encontrei nada a princípio. Minha voz ia ficando mais fraca dos berros e minhas batidas mais baixas a medida que eu sufocava com a fumaça. O calor era quase insuportável e quando minhas pernas perderam a força, caí no chão. Ouvi um barulho desconhecido e levantei os olhos, deparando-me com um homem em pé no meio das chamas.

– Socorro... – sussurrei estendendo minha mão em sua direção com a visão turva.

A última coisa que meu cérebro captou antes de eu apagar foram os fios róseos do desconhecido ao se aproximar de mim.


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Notas finais do capítulo

♥ AAI MEU DEUS! SUASHUASHAS Sou muuuito má, cruzes. Vou revelar o mistério daqui a alguns caps fiquem calmas UASHUASH Vixe Lucy e agora? Confundi mais ainda a cabeça de vocês BWAHAHAHA

♥ Mereço recomendações ou comentários? Deixem um review vocês não sabem o quanto eu fico animada ao receber um *U*