One and Only escrita por Jessie Austen


Capítulo 2
Primeiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

YAY! *_*
Demorei mas voltei!
Como vocês estão? Bem, pelo menos sobrevivemos à Season 3...e que Season 3 hein!
Quantos feeels para se absorver, meodeos!



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Sherlock trocou um sorriso com John antes de mover o rei no tabuleiro, dizendo:

– Xeque...

– Maldição! De novo não...- o médico resmungou olhando todas as peças de uma vez como isso o ajudasse naquele momento.

– Um erro de principiante, John. Lamentável.

– É sempre um prazer jogar com você também, Sherlock.

– Das primeiras duas vezes que eu ganhei foi interessante, mas agora que tenho certeza de que não houve nenhuma melhora em seu desempenho, isso começa a me chatear um pouco.

– Ok, calado. Estou tentando pensar! – Watson riu fazendo-o sorrir de lado - Ok. Merda. Bem, não tenho saída...você ganhou de novo.

– Não. Existem cinco possibilidades.

– Cinco? Deus, não pode ser...

– Você enxerga, mas não vê. Triste. – Sherlock provocou.

– Mas se eu mover o peão...oh! Já sei. Há! Sou muito inteligente...- o loiro riu movendo seu bispo para a casa F6.

– Tsc. Tsc. Desta vez foi ainda mais fácil. Xeque-mate. – Holmes respondeu movendo sua peça, vencendo o jogo.

– Ah! Eu já tinha desistido! Merda...- John riu enquanto tomava mais um gole de seu vinho. – Ei, será que a chuva acabou? A Mary disse que viria para cá assim que o tempo melhorasse...

– Vão jantar no Alfredo’s de novo?

– É, como sabe? Quer saber, não importa. É, eu...Sherlock. Eu preciso te contar uma coisa. Já venho...- este respondeu saindo da sala até seu quarto e voltando com uma pequena caixinha vermelha.

– O que é isto? – Sherlock deixou as peças que guardava de lado e se levantou indo em direção de John.

– Uma aliança. Eu pedirei a Mary em casamento hoje. Eu meio que decidi de ontem para hoje...dá para acreditar?! – John sorriu.

– Casamento? Por quê?- Holmes respondeu se afastando e ignorando o médico e sua caixinha.

– Porque...bem, porque...ela é incrível. E porque nos amamos. Porque eu acho que vai dar certo...eu e ela.

“Mas e nós dois?” Sherlock pensou, mas não disse.

Neste momento Mary surgiu na porta quebrando o silêncio constrangedor que pairava entre eles dizendo:

– E como os meus garotos inteligentes estão nesta tarde chuvosa?!

– Oi Mary. Ei. – John a encarou e se aproximou, beijando-a delicadamente.

Sherlock então observou a maneira que ela segurava a mão de John e como seu sorriso mudou assim que este se aproximou. E isso o incomodou muito.

– Mary, boa noite. – disse da maneira mais cordial que conseguiu enquanto guardava as peças de xadrez.

– Então, até mais. Até mais tarde, Sherlock! – John sorriu enquanto colocava seu casaco e Mary já descia as escadas.

Os dois trocaram mais um olhar antes deste sair e fechar a porta, deixando o detetive sozinho e muito incomodado. Não com John e sua decisão tola, precipitada. Ou com Mary. Mas sim consigo mesmo e as mudanças pelo qual estava passando, que não eram recentes e sim crescentes. Indo até a janela, observou os dois se afastando, de mãos dadas.

Se John se casasse, tudo mudaria. Mas e eles? O que poderia ser melhor do que eles tinham?

Do que todos os casos, do que todas as aventuras? Às vezes, entre um pensamento e outro, Holmes pegava se lembrando do jeito como John sorria de lado ou a maneira como ele franzia a testa quando ouvia as explicações.

Sempre havia adorado aquela feição do loiro, de alguém que tenta acompanhar tudo, mas não entende quase nada.

Era divertido ver John nervoso. Não sabendo de nada do que estava acontecendo.

De certa forma, era desse jeito que ele o deixava quando ficava muito próximo ou fazia algo extremamente sentimental, algo bem comum da parte dele.

Desde o primeiro que haviam se conhecido havia sido assim. Sem entender e sempre nervoso, ele se tornou amigo de John ainda assim.

E agora com a chegada de Mary, sentia-se incomodado.

Pensou em fazer um chá e tentar ler, mas sentia-se também desanimado também.

Indo até seu quarto, ele se deitou e encarou o teto sem saber o que pensar ou como reagir contra aquilo que o tomava.

Pensou em Mary e John juntos naquele instante. É claro que ela aceitaria o pedido do médico.

“Quem não aceitaria?” pensou e essa pergunta o incomodou ainda mais do que ver Mary sorrindo.

Sabia que estava entrando em um campo desconhecido. Tempestuoso. Indesejado.

Mas sabia também que tais sentimentos, ainda que banais, tolos e mundanos, eram baseados em fatos, em acontecimentos e não um mero acaso.

Sentir o que sentia era apenas a consequência de se ter convivido, de conhecer John Hamish Watson. Não poderia ser diferente. Não conseguia imaginar tal possibilidade.

E era por isso que tinha certeza de que Mary aceitaria. E assim seria.

Enquanto achava que sabia de tudo que aconteceria, naquele momento uma carta direcionada a ele acabava de chegar à central de postagens dos correios de Londres e seria entregue em alguns dias, mudando completamente o percurso ou pelo menos acelerando as coisas entre ele e o médico, de uma maneira que nenhum dos dois poderia imaginar.

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Três dias se passaram até que John voltasse a Baker Street. Quando isso aconteceu, encontrou Sherlock compenetrado em seus estudos. Em sua cozinha adaptada em laboratório.

– Como você está? – Watson sorriu assim que seus olhares se encontrarem.

– Bem. Parabéns pelo noivado.

– Oh. Obrigado, obrigado mesmo. Foi incrível...de lá fomos ver os pais dela. Eles vivem a algumas horas daqui...e acabamos ficando. Você leu o email que eu te mandei te avisando?

– Esqueci de ver meus e-mails estes dias. Quando será a cerimônia? – o moreno perguntou enquanto misturava algumas substâncias para serem congeladas.

– Em quatro meses. É um tempo tolerável para se preparar uma cerimônia...ei, no que está trabalhando? Posso te ajudar?

– Claro que pode. Estou vendo o tempo de coagulação do sangue. Mas precisarei mais de amostras, você precisará de algumas no hospital.

– O quê? Você quer que eu peça amostras de sangue no hospital?!

– Não, obviamente. Eles nunca te darão se você pedir. Estava pensando em ir ao St. Barts e ter uma conversa com o presidente do hospital, sobre o sistema corrupto que ele mantém quando o assunto é contratação de enfermeiras, enquanto você entra e pega algumas amostras sem ninguém te ver.

– Você quer que eu roube?

– Se você preferir chamar deste jeito. De qualquer maneira é mais plausível que um médico faça isso do que um sociapata funcional e formado em química. Ninguém acreditaria que minhas intenções são nobres. – Sherlock disse de maneira teatral, fazendo John rir.

– Claro que não. Vão pensar que você além de tudo é um vampiro querendo fazer um lanche. Ok. Eu topo!

– Se você for pego, não há problema. Teremos um álibi com o presidente. Pegue naquela gaveta. Não, a da direita...tem um crachá falsificado que te dará acesso ao banco de sangue.

– Oh...você entediado...é tão aventureiro. Mas ainda prefiro resolver crimes do que ser criminoso, Sherlock.

– O que posso fazer se somos tão bons juntos que já solucionamos todos os casos do mundo todo? – o moreno disse animadamente fazendo John sorrir.

– São mesmo! Quase como o Batman e o Robin! Ei, Sherlock...estava lá embaixo para você, a sra. Hudson pediu para te entregar. – Mycroft surgiu na porta jogando o envelope de cor parda.

Holmes então o segurou e leu os dizeres “V. Trevor” em letras garrafais de cor preta o que o deixou um tanto quanto surpreso.

– Se animou, irmãozinho? Ele voltou!

– O que você faz aqui, Mycroft? – Holmes perguntou.

– Quem voltou para Londres? E quem nos dias de hoje ainda manda cartas por correspondências? – Watson questionou se aproximando do envelope sentindo-se incomodado.

– Victor Trevor. – Sherlock respondeu pensativo. – Por que está aqui, Mycroft?

– Um amigo muito próximo do Sherly. Estou aqui porque eu tenho um caso para vocês dois resolverem. Por que mais seria, irmãozinho?

– Amigo? Amigo de onde? Sherlock? – John perguntou.

– Da faculdade. Não nos falamos há alguns anos, já que Victor se mudou para a França por causa do trabalho e acabamos perdendo o contato.

O detetive abriu o envelope sacando a única folha que se encontrava do lado de dentro. Lendo-a rapidamente a deixou em cima da mesa de centro e ficou pensativo antes de encarar o Holmes mais velho e dizer:

– Caso? Que tipo de caso?

– Me acompanhe até o carro. A Anthea precisa te mostrar alguns arquivos, mas eu não correrei o risco de colocar o pen drive nestes computadores... – este respondeu então logo os dois desceram as escadas enquanto Sherlock respondia o quanto ele era patético.

John encarou ainda por alguns segundos aquele pedaço de folha antes de se aproximar e pegar o papel e lendo as palavras:

“Meu caro Sherlock.

Meu amigo.

Como é bom estar de volta à Londres!

Eu pensei em aparecer e fazer uma surpresa, mas sei que você odeia toda e qualquer tipo de surpresa.

Você se lembra do seu aniversário de 20 anos? OK. Impossível de se esquecer.

Só espero que tenha me perdoado. Pelo menos aprendemos que tequila não é tão ruim assim.

Pensei em te mandar uma mensagem pelo blog, ou até mesmo um email, mas qualquer um faria isso e eu sei que você odeia o comum.

Outro dia me peguei lembrando daquela vez em que fomos vistos na biblioteca à noite e preciso confessar que senti sua falta no mesmo instante.

Quando tiver lendo essa carta eu já estarei em Londres, esperando por sua visita.

Estarei naquele hotel do centro, você se lembra? É claro que sim.

Sherlock Holmes, “o homem que tudo vê e nada esquece.”

Então, quinta-feira às 15h? Vamos recordar, mas acima de tudo...celebrar os velhos tempos.

Esperarei por você.

Abraços,

Victor Trevor”

John leu mais uma vez antes de jogá-la de volta à mesa.

Poucas palavras haviam sido escritas, mas muito havia para ser questionado.

Quem era Victor Trevor? Amigo da faculdade? Desde quando Sherlock Holmes era social o bastante para ter outro amigo a não ser ele? O que teria acontecido no aniversário dele aos 20 anos? E por que os dois haviam sido pegos na biblioteca à noite?

Watson suspirou fundo e ele teve a certeza que não iria gostar de Victor.


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Notas finais do capítulo

Curtiram?! :D
Espero que sim!
Posso te esperar para o próximo capítulo então?
Marcado! Um beijo e até lá!