Desejos Natalícios escrita por SakuraHimeT


Capítulo 1
À Meia-noite


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui estou mais uma vez para postar a minha segunda fanfic online, especial Natal e também para aqueles meus queridos leitores que acompanharam "As Cores do Outono".
Sakura Deseja algo todos os anos. Mas o que irá acontecer naquela noite? Será o seu desejo realizado?Espero que gostem, desta oneshot! Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/452629/chapter/1

O frio invadia toda a cidade de Tomoeda. A neve espalhava-se por todos os cantos das ruas e das estradas. Faltavam poucas horas para a meia noite do dia 24 de Dezembro,véspera de Natal.

Perto do parque, passeava uma jovem de cabelos ruivos e olhos verdes aconchegada no seu sobretudo vermelho e com uma expressão preocupada.

Era mais um Natal assim, que passava sozinha. Não tinha ninguem da familia com ela, Touya fora viver com Yukito e o seu pai já tinha falecido. Tomoyo viajou para Paris com a mãe Sonomi para passarem lá as férias. O que restava então para ela? Nada.

Não iria ficar em casa a olhar para as paredes.

Enquanto andava, passou perto da grande igreja. Ouvia-se os canticos de Angels Voices lá dentro. Deviam estar a ensaiar para a tão celebrada missa do Galo.

Arrepiou-se. Era mesmo emocionante esta noite.

Poucas pessoas passavam por ela. Alguns casais com crianças, outros a passearem os cães pelos jardins agora cobertos de um manto completamente branco.

Ofereciam presentes uns aos outros, repletos de beijos e abraços dos avós, dos tios e primos. Aquilo é que era o natal. Viver aquele espirito com a familia.

A neve começou a cair fortemente e ela correu até parar em frente a uma casinha pequena feita de madeira escura , pôde ler Starbucks. Lembrou-se que o seu irmão falava sempre daquele café. Entrou e ficou encantada com o espaço todo decorado ao estilo natalício. A montra principal brilhava conforme as pequenas luzes coloridas, e por dentro destas encontravam-se vários tipos de bolos, bolachas e até doces.

Não havia mais ninguem senão um jovem casal numa mesa ao canto bebericando alguma coisa. Ao fundo da sala havia uma grande lareira ao lado de uma árvore de natal. Estava com muito frio que sentou-se logo na mesa mais proxima da lareira, perto de uma das janelas.

Tirou as luvas castanhas das mãos e o cachecol. Enfiou a mão no bolso e tirou alguns trocos. Dava para comer qualquer coisa.

O casal saiu e ela ficou sozinha. Raios, já deviam estar a fechar.

Levantou-se e andou até ao balcão. Não viu ninguém.

-Ah... olá?- chamou.

Um jovem apareceu de repente à sua frente assustando-a. Era alto e moreno de cabelos cor de chocolate e lindos olhos avelãs . Ficou hipnotizada por instantes.

Uau, que lindo!

-Olá.- sorriu.

Ela despertou dos seus pensamentos e corou. Ele tinha um sorriso lindo.

-Desculpa.. anh.. será que ainda vou a tempo?- perguntou, brincando com os dedos.

-Já iamos fechar, mas como acabou de chegar, posso atendê-la. O que deseja?

Olhou para os menus acima presos na parede. Diversos tipos de café, expressos, moccas, capuccinos, frapés estavam todos escritos numa placa verde.

Depois olhou para a montra de bolos e tartes.

Nem tinha percebido como estava esfomeada.

-Ah... pode ser um muffin de baunilha com chocolate e...- olhou para as novas bebidas quentes da coleçao de natal.- um Mocca Praliné, se faz favor.

-Tall, grande ou venti?

-Tall, por favor.

O rapaz pegou num dos copos vermelhos, com várias ilustrações douradas de bolas e estrelas de natal e num marcador dourado.

-E o seu nome?- perguntou olhando-a atento. Ela corou dos pés à cabeça.

Porque ele a intimidava tanto?

-Sakura.- respondeu, ainda corada.

O jovem sorriu e escreveu o seu nome com uma delicadesa expressiva, formando um S tipográfico perfeito.

Ela sorriu encantada. Ele parecia ser um artista.

-Pode se sentar, eu já vou entregar.

Sakura olhou espantada para ele. Então e o pagamento?O rapaz apontou para onde estivera sentada anteriormente.

Guardou os trocos no bolso e voltou para se sentar. A neve continuava a cair fortemente lá fora. Já não via ninguem a passear ali perto. Poucas eram as luzes de várias cores que iluminavam algumas árvores do parque.

Desejava tanto o seu pai ali com ela. Desejava tanto o seu irmão, a sua melhor amiga.. Alguém. Alguém que passasse aquela noite com ela.

Distraída olhando para a janela e com os seus pensamentos impossíveis, um doce cheiro a café com uma mistura de chocolate e natas invadiu-lhe as narinas.

Em cima da mesa estava o seu mocca no copo vermelho de papel,e o bolinho no prato ao lado. Levantou a cabeça. O rapaz tinha desaparecido.

Deu um suspiro. Bebericou o café e deu uma dentada no muffin. Era mesmo delicioso. Pensou com os olhos brilhantes.

As luzes do balcão foram apagadas, assim como algumas da esplanada lá dentro. Menos as de onde ela estava. Assustou-se. Será que iam-lhe deixar sozinha ali, também?

Fez beiçinho. Parecia que estava tudo contra ela. Olhou para o copo. E com a ponta do dedo contornou cada traço dos desenhos.

De repente ouviu um arrastar de uma cadeira e algo a ser pousado na mesa. O rapaz estava à sua frente sentado. Também tinha um copo igual ao dela.

-Olá..- sorriu. Já não tinha o avental escuro que usava. Possuía agora um polover creme e umas calças pretas. Os cabelos estavam desalinhados e reparou nas suas sombracelhas grossas acima daqueles olhos.

-Olá... -Sakura arregalou os olhos verdes.

-Desculpa, nem perguntei se podia te acompanhar mas... pareceu-me que estás sozinha...?- perguntou olhando-me de lado, com uma expressão ligeiramente preocupada.

-Ah.. sim, não! Quer dizer.. sim! -gaguejou estremamente corada .-Estou sozinha, mas não há problema. Espero é que não seja tarde demais e...e ..oh meu deus! Tenho de pagar!- envergonhada tirou os trocos do bolso e meteu em cima da mesa à frente dele.

Ele deu um risinho fofo. Depois com a mão em cima das moedas, voltou a empurra-las para ela.

-Relaxa. Já está pago.

O que?

-Mas... mas.. como?

-Tudo bem.

-Obrigada!- agradeçeu.

Uns minutos se passaram e ela bebericou o mocca, constrangida. O rapaz olhava para a mesa.

-Então... está tudo bem?- perguntou.

Sakura olhou para ele. O rapaz era lindo e estava a fazer conversa com ela.

Aproveita miuda!

-Na verdade... não.- comentou com um sorriso amarelo.- Eu passo sempre esta noite sozinha. É sempre assim..- controlou as lágrimas de saudade.

-Oh.. Mas porquê?- ergueu uma das sobrancelhas, curioso.

-A minha familia.. bem ela nunca pode estar comigo e bem...- calou-se. Torceu os dedos uns nos outros abaixo da mesa.

-Compreendo. Também acontece o mesmo a mim.- sussurou. Sakura olhou para ele e observou-o a beber o seu mocca.

Assim que pousou o copo de papel na mesa, ela pode ler o seu nome escrito.

Syaoran

Oh ele era chines! Pensou surpreendida. O que faria ele no Japão, afinal?

-Como está o mocca...? Sakura-san..?- questionou, ligeiramente corado.

Ela sorriu.

-Está otimo! Oh por favor, trate-me por Sakura.

-Certo, Syaoran Li.

Estenderam as mãos e era como um choque eletrico entre os corpos. Aquele contacto novo pele com pele foi algo diferente pela primeira vez para ambos.

Sakura puxou institivamente a sua mão de volta e tentou acalmar os batimentos do seu coraçao.

O que seria aquilo? Pensou para si.

O rapaz também ficou surpreso.

-Desculpa..- Sakura sorriu.

-Tudo bem... então estudas por cá?

Falaram durante uma hora, conhecendo-se um ao outro. Syaoran era de Hong Kong, estudava à noite na faculdade e durante o dia trabalhada no Starbucks como chefe de secção. Agora estava de férias de natal, assim como Sakura. E ela gostou dele. Era um rapaz simples como ela. Delicado , amável e lindo.

Um Deus Grego! Pensou corada.

Continuaram a dialogar um com o outro. Quem visse, diria que eram grandes amigos,inseparáveis. Descobriram que tinham muitas coisas em comum. Sakura encantou-se perdidamente por ele.

Poucos minutos depois, o jovem informou-a que teria de fechar o recinto, para ir-se embora.

-Não há problema... eu também tenho de ir.- falou tristemente. Ela estava a gostar tanto dele... quer dizer, da companhia dele.

-Mas eu posso te acompanhar a casa.- Syaoran rapidamente respondeu.

Ela pareceu relaxar.

Saíram pela porta das traseiras e o rapaz trancou com uma chave. Depois contornaram a casa e caminharam pelo parque. A neve já tinha suavisado.

-E depois ele chamou-me monstro!Acreditas?- Sakura gargalhava enquanto contava algumas historias dela com o seu irmão.

Syaoran ria com ela.

-Eu tenho quarto irmãs, têm dias que é impossível de se lidar com elas!- riu-se lembrando de outros tempos.

-Que lindo, quatro irmãs.- argumentou a jovem de cabelos ruivos.- Deves ter imensas saudades delas..

Syaoran parou de andar e deu um suspiro pesado, que formou-se uma pequena nuvem de ar quente á sua frente. Deviam estar temperaturas negativas.

-Sim, tenho. Imensas... e tu também aposto.- piscou-lhe o olho.

Sakura corou novamente e passou uma mecha de cabelo para trás das orelhas, constrangida.

Caramba!

-Sim é verdade. Às vezes gostava de poder realizar certos desejos.. sabes..

-Como assim?

- Querer fazer algo para um desejo se tornar realidade. Todos os natais eu desejo e preciso de ter a minha familia comigo. Mas nunca o consegui concretizar..- respondeu tristemente. -É dificil...

Syaoran aproximou-se dela e reparou que a jovem estremecia. Talvez pelo frio ou pela questão de ficar só. Sem perceber passou o braço por cima do seu ombro e aninhou-a contra si.

Sakura prendeu a respiração diante tal acto. E sem acreditar o frio que sentia no corpo tinha desaparecido.

Que rapaz era aquele? Nunca na vida tinha conhecido alguém como ele.

Era... divinamente especial.

-Se calhar.. é porque tens de desejar algo novo.- Syaoran sussurou ao seu ouvido. A jovem limitou-se a encarar os botões do sobretudo dele.

-Um novo desejo?

-Pensa numa coisa que seja meramente importante e especial para ti. Algo que tenhas guardado no teu coraçao e nunca descobriste. Algo que nunca enfrentas-te.- o rapaz falava contra o seu cabelo.

Ela ergueu a cabeça por instantes para observá-lo. O olhar entre ambos fez os seus corações baterem expressivamente. Algo diferente estava acontecer naquela noite. Como uma magia única. Jamais conhecida antes.

-Um desejo...diferente..- Sakura afastou-se dele e daqueles olhos ambares que a tanto perturbavam e a fascinavam. Avançou uns passos á frente enquanto pensava no que desejar.

Pensou em acabar o curso com boas médias, ou até ganhar a loutaria e ser rica! Não.. isso era demasiado luxuoso para uma jovem como ela. Ou então, que a Tomoyo chegasse de surpresa a Tomoeda! Ou então...

Virou-se para trás e encarou o rapaz á sua frente. Ele olhava-a com a cabeça ligeiramente inclinada para o lado, curioso.As luzinhas brancas das árvores iluminavam-no como um anjo.

Um desejo.. algo que tens aí dentro e ainda não descobriste.

Sakura juntou as mãos ao peito. O seu coração cantava por toda a parte. Era uma sensação nova e esquisita.

O que se estava a passar com ela?

-Syaoran...?- chamou. O rapaz deu curtos passos e chegou ao pé dela.

-O que foi?- perguntou preocupado.

-Eu acho... eu acho que...

Um som vindo quase do céu assustou-a e agarrou-se institivamente aos braços de Syaoran. Ele apertou-a contra o seu peito, também assustado.

Os sinos da igreja tocavam as doze badaladas da meia noite.

Era Natal.

Ouvia-se os canticos das crianças. A missa começara. Não estava ninguém na rua do parque senão eles os dois. Abraçados, bem juntinhos.

-Feliz Natal.- Syaoran sorriu ternamente para ela.

Sakura encarou-o.

-Feliz Natal..- respondeu o seu sorriso. Os sinos ainda tocavam.

-Queres pedir o teu desejo?- Syaoran acentiu para ela.

-Sim.. eu...- Sakura olhou para ele.

E num suspiro ambos perderam-se nos lábios um do outro. Sakura apertou-o pelo pescoço e ele pela sua cintura. O beijo era doce, apaixonado. Logo ficou profundo e com mais necessidade. O amor nasceu naquela meia noite. No coração daqueles jovens adultos.

Separaram-se para recuperarem o ar perdido, mas ainda com as testas um no outro. Sakura ria de felicidade. Ele também.

-Sakura?- perguntou Syaoran.

Ela continuava a rir.

-Isto é tão... novo para mim.- fechou os olhos e tocou com a ponta do nariz no dele.

-Para mim também..- ele suspirou.-É como se... um anjo caísse em cima de mim.- gargalharam os dois.

Separaram-se novamente, para se verem melhor. Depois Syaoran olhou para cima e abriu o seu maior sorriso.

Por cima deles estava uma árvore de azevinhos.

-Eu percebi...- Sakura fitou as folhas encantada.- Eu finalmente encontrei Syaoran.

O rapaz olhou para ela, sem perceber.

-Eu encontrei... o meu desejo és tu.

Syaoran arqueou as suas sobrancelhas e acariciou-a pela face. Nos seus olhos verdes, algumas lágrimas temiam em cair.

-Sakura...

-Eu desejo-te, Syaoran. Encontrei-te. És o amor que nunca tive.- sussurou emocionada e abraçou-lhe novamente.

-Eu amo-te.- Syaoran beijou-lhe a fronte da testa.

-Eu também, meu amor.

As baladas da meia noite já estavam caladas. Tudo estava alegre e feliz naquela noite. E um novo futuro surgiu naqueles dois jovens, sozinhos e abraçados no parque.

Tão jovens, tão puros,tão desconhecidos, que finalmente descobriram o que mais desejavam um no outro. O verdadeiro Amor.

Feliz Natal


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, apesar de ser uma oneshot, no entanto agora só irei postar a proxima fanfic em 2014 ehehe, não sei o dia, mas será algo relacionado com magia! Estejam atentos! ;) ♥

De desejo a todos um Feliz Natal e Bom Ano Novo! ^^

SakuraHime*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Desejos Natalícios" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.