Fire And Love escrita por YumeBaah


Capítulo 1
Capítulo Único




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Se existe algo que me marca desde a minha infância é o fogo.

Eu me lembro como se fosse hoje. Meu pai, minha mãe e eu voltávamos de mais um dos vários festivais que aconteciam em nossa vila...

Era uma noite estrelada de primavera, luminárias coloridas estavam espalhadas pelas ruas e casas, as pessoas conversavam e sorriam enquanto as crianças corriam e se escondiam atrás das altas e floridas cerejeiras.

Eu já estava cansada, meus pais então decidiram me levar para casa mais cedo, apesar dos meus protestos para esperarmos os fogos de artifício.

Chegamos em casa, papai disse que iria tomar um banho quente e dormir em seguida, mamãe me levou até meu quarto e me colocou na cama, beijou minha testa e foi para seu quarto.

Quando acordei havia barulho, calor e uma luz alaranjada. Mamãe veio correndo e me tirou da cama, do quarto, da casa.

A última coisa que vi, antes de minha visão ser embaçada pelas lágrimas, foi minha casa completamente tomada pelas chamas.

Alguns dos fogos de artifício haviam sido disparados de maneira incorreta e caíram sobre a casa.

Os vizinhos decidiram que eu não deveria permanecer naquela vila, eu era pequena e se continuasse lá eu jamais apagaria aquela cena da minha memória.

Levaram-me para o orfanato de Konoha.

Não posso dizer que a minha estadia lá foi maravilhosa, mas também não foi ruim, posso apenas dizer que a minha saída não aconteceu da maneira que deveria ter acontecido.

Mais uma vez era noite, quase todas as crianças já estavam dormindo, as que tentavam driblar a hora de dormir era imediatamente colocadas na cama pelas babás. Eu era uma dessas crianças.

Mikoto-san colocou-me novamente na cama, dessa vez eu não seria pega. Fingi que estava dormindo e esperei até que ela fosse até a pequena cozinha ao lado do quarto para esquentar o leite dos bebês.

Assim que ela saiu do meu campo de visão me levantei e caminhei até a janela.

Não havia estrelas no céu, mas não parecia que iria chover. Alguns vultos passavam por entre as árvores, deveriam ser os ninjas da vila. Abri a janela e me debrucei sobre o parapeito para poder observar melhor, a carreira ninja era mesmo fascinante, correr por entre as árvores, lutar contra caras maus, proteger a vila, amigos... Família...

– Tenten! Saia de perto da janela e vá dormir!

Acabei me assustando com o grito de Mikoto-san e quase caí do terceiro andar do prédio. Ela veio correndo em minha direção, me pediu para ter mais cuidado e colocou-me na cama, de novo.

Eu a observava de soslaio esperando que ela voltasse para a cozinha, mas quando ela se virou para sair do quarto meu olhar parou em sua expressão, os olhos arregalados e a boca meio aberta. Virei-me para o mesmo lugar que ela.

Fogo.

Provavelmente Mikoto-san havia esquecido o fogão aceso ao vir até o quarto e me encontrar muito próxima à janela, agora já era possível ver através da porta algumas pequenas chamas.

As memórias em minha mente foram aumentando e se intensificando, assim como as labaredas naquele pequeno cômodo ao lado do quarto.

Numa atitude impensada e deveras inconsequente eu fui até a janela e a pulei.

Depois que fugi do orfanato minha única alternativa era começar a trabalhar e arrumar um lugar para ficar.

Não pensei duas vezes ao escolher a carreira ninja.

Quando entrei na academia os senseis não gostaram da ideia de me ver morando na rua, conversaram com o Hokage e chegaram à conclusão de que uma futura kunoichi merecia uma casa só para ela.


Hoje, já graduada como chunnin, estou descansando em minha casa já que o “time Gai” está de folga, algo assim não costuma ser muito frequente.

Aproveito para me lembrar do último treino do time, como sempre, Lee e Gai-sensei saíram para fazer como “dar 2.500 voltas por Konoha, seguidas de 1.400 agachamentos”. Neji e eu não nos dávamos mais ao trabalho de protestar, silenciosamente começamos nosso treino – e eu mal sabia o que me esperava após seu término.

Comecei arremessando minhas armas para que Neji treinasse seu kaiten, em seguida partimos para uma luta apenas de taijutsu, especialidade do nosso time.

Depois de quase seis horas seguidas de treino chegamos à conclusão de que já era o suficiente, uma pausa não nos faria mal, muito pelo contrário, poderíamos descansar, comer alguma coisa e nos recuperar para o próximo treino – que felizmente iria acontecer apenas no dia seguinte.

Sentamo-nos em baixo de uma árvore marcada pelos choques contra minhas kunais e shurikens. Neji fechou os olhos num gesto aparente de profunda concentração, eu apenas peguei meu cantil e bebi um pouco de água, uma boa saída para quem quer se refrescar.

– Tenten.

– Sim, Neji...

Estranhei, geralmente sou eu quem quebra o silêncio entre nós, começar um diálogo não é do feitio de Neji.

– Eu preciso falar com você.

– Hum... Pode falar. – O jeito frio, sério e quase inabalável dele nunca me assustou ou me colocou medo, mas tudo tem uma exceção, e essa é uma exceção.

Ele parecia realmente concentrado, como se pesasse as palavras, escolhendo com um cuidado exagerado o que ia me dizer.

– Aconteceu alguma coisa? – Eu já estava ficando aflita, Neji não falava nada a quase dez minutos.

– Não... Na verdade, sim, aconteceu, mas não é nada grave, então tire essa expressão preocupada do rosto.

– Ah, certo. Neji, se não se importa, por favor, poderia parar com rodeios? – Eu não estava mais tão preocupada, nesse momento a melhor palavra para me definir é curiosa.

– Sim, claro, sem rodeios.

Por mais que ele tenha dito sem rodeios, ele não aparentava estar com vontade de falar, ou de pelo menos começar a falar. Voltei a ficar aflita.

– Neji... – Ele me interrompeu.

– Tenten, o que eu vou te falar é muito sério, e eu não quero que você “leve na brincadeira”.

Meus olhos se arregalaram levemente, eu não fazia ideia de onde ele queria chegar.

– Eu sei que você não está brincando, mas você está me deixando curiosa!

– Nós estamos no mesmo time há quatro anos, é um bom tempo de convivência, posso até dizer que nesse tempo desenvolvemos uma amizade...

Que conversa estranha, digo, não é estranha, se o Lee me falasse isso eu iria achar normal, mas, o Neji...

– Na verdade eu desenvolvi algo mais que uma amizade por você.

– Ahh... – Eu não conseguia emitir nada além de um falho suspiro.

Afinal, do que é que ele está falando? Eu estou boquiaberta, ele não pode querer dizer que... Não, não é possível... Hyuuga Neji me... Não, não pode ser, eu devo apenas estar depositando os meus sonhos e desejos nas palavras que ele ainda não pronunciou.

– Durante todos esses anos, durante todos os nossos treinos, durante todos os momentos em que nós dois estivemos juntos você abriu os meus olhos. Você é fogo que derreteu o meu coração, que me trouxe e continua trazendo alegria com seus sorrisos, você é a chama que ilumina a minha vida.

– Neji... Eu...

Ele se declarou pra mim? É isso? Deve ser uma brincadeira, ele nunca falaria isso... Mas me pareceu tão sincero...

Tenten, eu te amo.

Ele me ama? Eu não sei o que dizer, o que pensar, eu...

De repente todas as dúvidas, toda a desconfiança e insegurança se esvaíram da minha mente, deram lugar a uma sensação de leveza, de alegria, de calor que se intensificava na medida em que os lábios dele acariciavam mais e mais os meus.


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Notas finais do capítulo

Olá povo o/
Não sei como eu escrevi isso, só sei que a ideia veio quando eu ia dormir... O que talvez explique o fato de eu ter dado uma de Kishimoto, criei uma família pra Tenten e acabei matando-a n.n' Pelo menos eu criei um passado pra ela >.> (Sentiu a indireta Kishimoto? /doida)

Desculpem-me por algum erro ou por alguma confusão com os tempos verbais (péssima com tempos verbais x.x)

Obrigada a quem perdeu seu tempo lendo xD
Beijos e, reviews?



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