Entre Segredos e Bonecas escrita por Lize Parili


Capítulo 113
Uma lembrança que deveria ser esquecida, ou não? - Tolo e ruivo


Notas iniciais do capítulo

REVISADO E EDITADO



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 CONTINUAÇÃO DO FLASH BACK

— O que você está fazendo aqui? — perguntou Castiel a sua ex-namorada, ao atender a porta da sua casa. — Como você entrou no condomínio? — grosseiro.

— Você mesmo deu permissão para eu entrar sem precisar interfonar para a sua casa. Esqueceu? — disse ela, entrando. Ele esqueceu de avisar o porteiro que ela não fazia mais parte da vida dele.

— Você não viaja hoje? Por que veio aqui? — questionou, incomodado com a presença dela, parado diante da porta aberta, como quem está preste a dizer "pode ir embora". Sem conseguir proferir tais palavras, pois Debrah se aproximou ao ponto dele sentir seus corpos se tocarem, olhando-o com seu olhar de gata no cio.

— Eu vim me despedir, gatinho. — disse-lhe, beijando-o antes que ele a repudiasse, abraçando-o por baixo da camiseta, arrepiando cada pelinho do corpo dele. — Eu vou sentir muito a sua falta. — disse ela enquanto o beijava.

— Até parece! — incrédulo ele interrompeu o beijo.

— Eu juro que vou. — garantiu ela, baixinho, antes que ele a afastasse, mordiscando seu lábio, deslizando a mão por dentro da sua bermuda, fazendo-o se sentir "acolhido", arrancando-lhe um suspiro. — Você não quer fazer isso aqui na porta, quer? — perguntou ao pé de ouvido, de forma maliciosa, mordendo-lhe o lóbulo da orelha, massageando-o por dentro da box, que já estava apertada, fazendo-o se arrepiar-se ainda mais.

Debrah nunca foi tão ousada. Ele fechou a porta atrás dele.

Durante a hora seguinte Castiel realmente pensou que aquela garota que arranhava sua pele, mordia sua boca, beijava sua carne enrijecida e dançava sentada sobre seu quadril sentiria falta dele. Naquele fim de tarde ela o fez transpirar, gemer, lhe dizer palavras que ele só ouviu sendo proferidas a uma mulher em filmes pornôs e que nunca imaginou que ela gostaria de ouvir. Eles haviam perdido a virgindade juntos, eles descobriram o prazer do sexo juntos, eles ainda estavam aprendendo, juntos, a como dar e receber prazer. Mas naquele dia ela estava diferente; eles nunca haviam feito daquela forma. Ele não conhecia aquela Debrah; ela o estava ensinando e ele estava enlouquecendo nos braços da garota que ainda amava.

A cama dos pais dele se tornou pequena para eles, que só pararam após sentirem os corpos tremerem em êxtase.

Debaixo do chuveiro, silencioso e pensativo, Castiel acariciou as costas da Debrah com o sabonete, lavando sua pele, pensando que talvez, depois daquela transa louca, ela mudasse de ideia sobre o namoro a distância. Assim que se viu limpa ela o deixou sozinho no box, sem retribuir aquele carinho ensaboado, deixando-o se lavar sozinho.

— Que tal se eu fizer umas panquecas com queijo? — perguntou ele enquanto saía do banheiro, secando o cabelo com a toalha. — Debrah? — deparando-se com um quarto vazio. "Será que ela foi a cozinha?" foi seu pensamento, sua esperança, mas esta se dissipou quando ouviu o bater da porta da sala. Ele olhou pela janela e a viu indo embora, sem nem mesmo lançar um último olhar para aquela casa que ela tanto frequentou, despedindo-se do porteiro com um sorriso.

No chão, ao lado da cama, a gargantilha de cetim com enfeite de fivela dourada que ela sempre usava, esquecida, provavelmente pela pressa de ir embora.

Idiota, tolo, iludido. Estes foram os adjetivos que ele se atribuiu enquanto observava o pingente, odiando-se mais que a ela, sentindo uma dor maior que a anterior, dando-se conta que ele não a conhecia, que ele nunca a conheceu de verdade. 6 meses de namoro, 6 meses de ilusões e talvez, quem sabe, 6 meses de mentiras e traições. E cogitar que ela não lhe era fiel doeu tanto que seus olhos arderam e umedeceram. Ele havia jurado a si mesmo que não mais choraria por uma garota. Num acesso de raiva, ele socou o espelho da penteadeira. Ele chorou enquanto tirava os estilhaços do espelho do punho, mentindo a si mesmo que era pelos cortes.

Castiel precisava de um tempo para si mesmo.

— E ai, Cassy. Como você está, garoto? — disse Kage, tio do garoto, entusiasmado ao atender o celular, estranhando o tom de voz dele ao dizer:

— Oi, tio Kage.

— O que foi, Cassy? Está tudo bem? — Ele conhecia o sobrinho como a ele mesmo, e o amava como filho.

***

— CALMA, JÁ ESTOU INDO! — berrou Castiel da escada. Eram 7h00 e ele não estava nenhum pouco feliz por alguém ir a sua porta àquela hora. Ele queria dormir o dia inteiro, assim sua mente não pensaria em nada. — QUE PORRA! DÁ PRA ESPERAR UM POUCO, CARALHO! — xingou, irritado, de cara inchada, puto da vida. Ele ia dizer muitos desaforos ao filho da puta que não tirava o dedo da campainha, e ao porteiro por ter deixado a pessoa entrar caso não fosse nenhum dos seus vizinhos.

— Pega a mochila, Cassy. Eu não quero pegar trânsito para sair da cidade. De turista na estrada já basta eu. — disse Kage entrando na casa, jogando sobre ele uma mochila de Camping, enorme. — Não tem baguetes nesta casa, não? — berrou da cozinha, abrindo os armários em busca de um breakfast, abrindo a geladeira e pegando uma maçã.

— Eu vou a padaria, enquanto isso você se arruma. — disse ao passar por ele na sala.ele não estava entendendo nada — E o que você está fazendo aqui? Não estava a caminho de Mônaco?

— Errado. "Nós" — enfatizou. — estamos a caminho de Mônaco. — saindo pela porta, indo comprar as suas tão adoradas baguetes com queijo derretido sobre elas.

De Nice a Mônaco, na Itália, tio e sobrinho fizeram várias paradas e Kage apresentou à sua cópia adolescente seu estilo de vida, sendo a 1ª viagem deles juntos sozinhos - os pais não permitiam e daquela vez Kage nem pediu, apenas o levou -. Quando a grana acabava o metaleiro soltava a voz e dedilha seu violão acústico em algum bar cujos donos ele já conhecia das suas turnês com a banda, enquanto Castiel lavava copos, pratos e talheres, pois ainda não queria saber de dedilhar sua guitarra. Mas mesmo passando o verão com o tio Castiel continuou deprimido e ter que se manter firme o deixava ansioso, e quanto mais ansioso, mais ele fumava; bastava ficar sozinho por um tempo. Foi através do cheiro de nicotina mentolada no quarto de hotel que Kage descobriu o vício do sobrinho, pois este dava fim nas cinzas e bitucas.

Kage podia ter brigado com ele, mas não o fez. Ele sabia que o garoto não estava bem e brigar só acentuaria a tristeza dele, então fez o que sempre fazia, conversou quando este queria conversar, foi uma companhia silenciosa quando ele queria apenas ficar sozinho e, na maior parte do tempo, o fez se divertir. No final do verão Cast já estava mais calmo, divertia-se mais - até lavando pratos -, já dedilhava novamente sua guitarra e já fumava menos, até porque, o tio estava quase sempre com ele e apenas sozinho é que ele conseguia pegar num cigarro.  

***

— Porra, Breno! Vai com calma! Não precisa arrancar meu cabelo, caralho!

— Não reclama, Cassy. Você quer ou não que a tintura pegue desde a raiz?

— Você tá de sacanagem, isso sim. Para de puxar o meu cabelo, Breno!

— Me chama de Breno de novo e eu deixo o seu cabelo rosa e ainda tinjo a sua testa junto! — Cast não devia tê-lo desafiado.  

***

Ao voltar para a escola Castiel viu que nada mais seria como antes. Aos seus olhos, tudo a volta dele tinha mudado, pois não conseguia admitir a si mesmo que ele é quem tinha mudado e não apenas a cor do cabelo. Ele precisava daquela válvula de escape feita de tabaco e nicotina - desde que não fosse mentolado, pois o fazia lembrar quem mais queria esquecer -, pois só a sua guitarra não ia dar conta de mantê-lo alheio aos olhares e cochichos dos outros alunos, que já o chamavam de "cocu", que na gíria significava homem traído, corno. Se ao menos tivesse o tio por perto, mas não, ele só tinha a ele mesmo e sua guitarra. Mas por sorte, um jovem igualmente apaixonado pela música e não muito dado a conversas, assim como ele, surgiu naquela escola e o então ruivo ganhou outra válvula de escape, uma de madeixas prateadas.

 

FIM DO FLASH BACK

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Notas finais do capítulo

Não quis detalhar o último momento do casal por ser a Debrah. Ela não motiva minha imaginação...rs Fica para uma próxima...rs



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