Então, seguimos voando por cima das águas, das árvores e das pedras. Até chegarmos numa casa de árvore enorme.

Ele puxou uma alavanca e eu escorreguei por um tobogã de madeira e cai em cima de um edredom enorme. Aquilo era uma bagunça selvagem.

– Atenção ! Apareçam seus covardes !

Um, dois, quatro, dez... Doze meninos perdidos. Vestidos com roupas como se fossem animais de florestas. Esquilos, ursos, raposas, gambás e coelhos. Todos com os rostos cheios de terra, como as mãos e os pés.

– Wendy voltou ! - o garoto gordo vestido de urso gritou - ela voltou !

E ele levou uma pancada do raposinha.

– Não é a Wendy ! A Wendy não tem cabelo curto !

E os gêmeos esquilos bateram nele.

–Ela cortou o cabelo seu idiota !

E eles começaram a se bater e se corrigirem.

– Calem a boca ! – Peter gritou e todos eles pararam - Essa é a Jenny ! ela é filha da Wendy. E ela veio para nos contar histórias !

– Yeah ! – e agora eles se batiam de felicidade.

– Vou arrancar as tripas de vocês ! - E Peter se jogou no meio deles e começaram todos a se morderem de brincadeira. Eles eram selvagens.

– Parem ! parem de brigar ! parem de se comportar como selvagens !

– Selvagens ? Somos selvagens ! Somos meninos ! - todos responderam em um coro.

– Você sabe contar histórias ? - perguntou o gambazinho que me lembrava Danny, meu irmão que ficara em casa.

– Bem, sei... mais ou menos.

– É uma menina perdida ? Vai ficar para sempre ?

– Não ! eu quero ir para casa !

– Sabe voar ? Como Peter ? - perguntou o garoto raposa.

– Não, eu não sei voar.

– Então não vai sair daqui Jenny. - eles riram - O único modo de sair daqui; é voando !

– Mas eu não sei voar ! - respondi.

– Ora, podemos ensinar não é meninos ? - perguntou Peter aos meninos.

– É podemos ! Podemos ! - e novamente estavam animados.