Olhei para cima, para ver a estrela. Mas ela não estava mais lá. O céu havia mudado da noite para o dia. Literalmente. E em pouco tempo, parecia que havíamos pousado na água como uma gaivota.

– Apareça Pan ! Seu covarde ! tenho um presentinho para você. Uma pessoa que você sente muita saudade.

Não demorou muito até que eu ouvisse alguma coisa.

– Parado Gancho ! - uma voz jovem e masculina.

E eu conhecia aquele nome. Gancho. Era o nome de um dos piratas das histórias de ninar da mamãe. Não podia ser verdade. Tentei gritar e me mexer.

– O que você andou aprontando ? - continuou a voz - O que há dentro daquela sacola ?

– Sentiu saudade da sua amada Wendy Pan ? - Gancho respondeu zombando de quem parecia ser Peter Pan.

O herói das histórias de minha mãe. E eram verdadeiras as histórias. Aquele era o nome da minha mãe ! Então me mexi novamente e gritei por socorro.

– Solte a Wendy Gancho ! Seu bacalhau imundo ! - ele parecia zangado.

Pelo furo eu consegui ver ele voando por cima do capitão gancho, um pirata de negros cabelos cacheados e olhos azuis como safira, uma aparência cadavérica e maligna. E eu podia ver, no lugar de sua mão direita lá estava. O gancho de prata ! Com a mão esquerda ele manuseava uma espada contra a curta faca de Pan. Com formato de P. Peter era mais ágil e esperto que parecia brincar de pega pega com uma tartaruga.

Gancho caiu no chão com um golpe certeiro de Peter. Não com a pequena espada, mas confundindo-o com os dedos das mãos. E em segundos eu estava voando, por cima do oceano azul do que talvez fosse a terra do Nunca, nas mãos de Peter Pan e ainda olhando pelo furo, Gancho gritar da baía

– Smee ! Não deixe ele fugir ! Não deixe o garoto fugir ! Vai pagar por isso Pan !