O ar frio entrou pela janela aberta, causando arrepios na garota sentada na cama. Estava de noite e ela estava esperando por ele.

Desde que completou seus quatorzes anos, recebia visitas dele a noite. Nas primeiras visitas ela o rejeitava, mas acabou caindo na sua sedução, deixando–se levar pelo calor que ele causava nela.

E agora, com dezessete anos, já estava acostumada com a sua presença. Implorando pela sua chegada. Mas, não era ela que dava as cartas nesse jogo, era ele, que chegava sem que ela percebesse, como se em um passe de mágica entrasse no quarto, vindo do escuro da noite.

O sono avia chegado, fazendo suas pálpebras pesarem, ela queria aguentar, mas não conseguiu, e o mundo dos sonhos a chamou.

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- Dormindo sem mim – uma voz rouca sussurrou em seu ouvido, fazendo seu corpo todo arrepiasse e assim sentiu o calor que emanava dele deitado ao seu lado.

- Pensei que você não vinha – disse baixinho, virando – se e olhando dentro dos seus intensos olhos verdes.

- Nunca pense isso, eu sempre virei.

- Qual é o seu nome?

E ele selou seus lábios no dela, fazendo-a calar. Era sempre assim, qualquer pergunta que ela fazia essa era a resposta. Ele sabia usar isso a seu favor, fazendo–a perdesse no desejo do seu beijo, esquecendo–se das perguntas. Soltando baixos gemidos, quando a língua dele invadia sua boca, dando–se de conta que quando ele ficava por cima dela, ela ficava em chamas. Entregando–se ao prazer dos toques, fazendo–a estremecer a cada caricia.

- Em breve você saberá Flor.

Mas, ela não ligou. Estava ocupada demais delirando quando a boca dele desceu para o seu pescoço e soltando mais murmúrios de prazer quando sua língua resolveu brincar com a clavícula dela.

E foi nesse jogo de caricias, contato e suor que eles passaram o restante da noite. Sem saber se era sonho ou realidade, só querendo viver esse momento de desejo.

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Os primeiros raios de sol entraram pela janela, esquentando seu rosto e fazendo a acordar.

Ela espreguiçou – se e olhou para o lado da cama. Vazio.

Era assim nesses três anos sempre vazio. Deixando a dúvida se tudo não passou de um sonho, uma ilusão.

Olhou para sua roupa. Intacta. Com os três primeiros botões abertos de sua camisola, deixando a mostra uma pequena parte dos seus seios pálidos.

Ele nunca passava disso, como se não quisesse violar sua virtude, mantendo - a pura, intocada de algo mais profundo. Fazendo – a suspirar com a lembrança dos seus olhos claros, de seus olhos quentes e da sua boca delirante.

O único rastro de sua existência era esse, o cheiro inebriante que ele deixava pra trás. Fazendo-a arfar em saber que era esse... Esse era o cheiro do seu, Anjo da Noite.