Everything Can Change escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 27
A realidade machuca


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa a demora pra postar, mas é que eu fiquei um tempo sem computador e depois sem criatividade. Sinto muito, mesmo. Porém, finalmente eu consegui terminar e aí está, um novo capítulo.
Pov Estela



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Logo depois que Pedro e mãe dele saíram, meu pai chegou trazendo as correspondências. Me surpreendi ao vê-lo colocar uma diante de mim. Levantei as sobrancelhas, confusa.

– É pra você, Estela. - ele garantiu - Abra.

Abri cuidadosamente o envlope, observando-o. Quase caí pra trás quando li o que dizia. Eu fui aceita em Oxford! Oxford! Com um ano de antecedência!

– O que foi filha? - meu pai perguntou

– Pai, eu passei em Oxford! - eu gritei - Oxford pai! Um ano antes!

– Isso é ótimo filha! Estou orgulhoso de você, mas... você vai?

– Por quê não iria? - questionei

– Ora, você irá perder o seu último ano de colegial e também vai ter que voltar para a Inglaterra e, consequentemente, deixar a mim e ao Pedro.

Isso me atingiu como uma bomba. Ele estava certo. Se eu escolhesse ir para Oxford, teria de deixar meu pai e Pedro. Eu queria desde criança cursar direito em Oxford, mas só de pensar em ficar longe das pessoas que eu mais amo,me dava um aperto no coração.

– Não tinha pensado nisso. - confessei - Fiz o requerimento quando ainda não namorava o Pedro. Pai, o que eu faço?

– Olha, eu sei que você quer isso desde criança, mas terá uma nova chance ano que vem, e poderá tentar novamente. Eu acho que deveria ficar e tentar ano que vem. Aproveite o seu último ano. Aproveite seu namoro com o Pedro, porque ele é um ótimo rapaz.

– Mas e se eu não conseguir ano que vem?

– Você vai, querida. Pense positivo.

– Ok, vou pensar sobre isso ainda. Tenho o resto das férias, não tenho?

– Tem sim. - ele disse, sorrindo - Mas não demore. E, seja qual for a sua decisão, tem que contar ao Pedro.

– Sim, vou fazer isso. - respondi, mesmo sabendo que não tinha a menor ideia de como fazer isso.

Subi para o meu quarto e me joguei na cama. O que eu ia fazer? Não podia perder essa oportunidade, mas também não queria perder o Pedro. Se eu escolhesse Oxford, ele nunca ia me perdoar. Mas se eu ficasse, talvez nunca mais conseguirei realizar meu sonho. Argh! Por quê tudo tem que dar errado?
– ~ -

– Estela? Oi! - chamou Pedro e eu olhei pra ele, atordoada - Em que dimensão você está?

– Ah, desculpe. Estava pensando em uma coisa.

Estávamos nós quatro na piscina, aproveitando o dia lindo que fazia. Eu não conseguia me concentrar em nada, porque minha cabeça estava atolada na dúvida que eu tinha sobre o meu futuro. Pedro me encarava, ainda sorrindo, mas seu sorriso foi se desfazendo pouco a pouco.

– O quê há com você? - ele perguntou - Está estranha desde que voltamos.

– Não é nada. Só dor de cabeça. - menti

– Quer um remédio? - ele ofereceu

– Não. Eu estou bem.

– Tem certeza? Acho que vou até ali buscar o remédio e..

– Não precisa Pedro! - gritei - Eu já disse que estou bem!

– Ok, então. - ele respondeu, visivelmente magoado.

Pedro então levantou e subiu para os quartos. Meu pai me olhou feio. Ele não precisava ter feito isso. Eu já estava me sentindo culpada. Não estava sendo justa com Pedro, pois a culpa não era nem de longe dele. Me levantei e subi atrás dele. Procurei no quarto dele e não achei. Fui para o meu e o encontrei sentado na minha cama, observando as fotos do mural atrás de mim. Sentei-me do seu lado.

– O que você tem Estela? - ele questionou, serio - Eu fiz algo de errado?

– Não. Não tem nada a ver com você. É que eu recebi uma notícia ruim. - menti

– O que foi? Sabe que pode me contar.

– É que eu briguei com o Ben e fiquei sabendo que ele está piorando na escola por causa disso.

– Vocês vão se acertar. - ele falou, afagando minha cabeça e me abraçando - Por que não me contou logo? Não ia dar ataque de ciúmes. Sei o quanto ele é importante pra você.

– Desculpe. É que eu prefiro não fazer você passar por isso. Vai passar.

– Tudo bem.

Então ele me beijou e a culpa me atingiu em cheio. Eu estava mentindo para o garoto que eu amo. Para o namorado mais maravilhoso que eu já tive. Mas o quê eu ia fazer? Não podia contar a ele meus planos. Pelo menos não ainda. Quando nos separamos, ele continuou me olhando desconfiado, mas ignorei.

– Eu acho que temos que ligar para o Caspian e a Susana, pra saber quando eles vem.

– É, acho que sim. - concordei e fui até o meu celular.

Mandei uma mensagem no WhatsApp e Susana logo respondeu.

– Vamos depois de amanhã para Las Vegas. _ S

– Ok. Estamos esperando ansioamente.KKK _ E

– Você nem sabe quem eu conheci aqui. _S

– Quem? Logan Lerman?_E

– Não, sua idiota. Seus amigos Paul e Mikayla. _S

– Sério? Eles estão aí?_E

– Sim. Ela pediu pra você começar uma chamada no Skype com ela._S

– Ok. Já vou lá. Beijos Susanitcha_E

– Beijos Estelita._S

Fui correndo feito uma doida até o computador e Pedro me encarou, confuso. Abri meu Skype e logo vi a janelinha com a chamada de Mikayla. Pedro sentou atrás de mim e passou o braço pelos meus ombros.

– Estela sua vadia, vagabunda, gorda, sedentária.- começou Mikayla - Falar com os antigos amigos que é bom nada, né?

– Oi pra você também Mikayla. Oi Paul. - respondi, sarcástica

– Oi morena. - cumprimentou Paul.

– Ah, você sabe que eu não sou de frescurinhas. - disse Mikayla - Esse aí atrás é o seu namorado?

– Sou. - intrometeu-se Pedro - Pedro Pevensie.

– Você merece um prêmio, Pedro. - disse Mikayla - Por aguentar essa coisa aí do seu lado.

Pedro riu e eu mostrei o dedo do meio para a Mikayla. Ela, como é super madura (sintam a ironia), mostrou-me a língua.

– Ei, prepara um quarto pra mim e pro Paul aí. - ela falou

– Como assim? Acha que eu vou deixar? - retruquei só pra irritar

– Acho. É claro que você vai deixar. - ela falou, com cara de mandona. - Agora falando sério. To com muita saudade, Estela. Não tenho ninguem pra conversar agora que a minha best foi embora.

– Mikayla, também to com muita saudade, sua hippie retardada. Mas, pensa pelo lado bom. Logo logo você vai vir aqui na minha casa! E vamos poder farrear juntas de novo!

– Graças a Deus! - ela disse. - Não aguento mais ter que ficar sábados a noite sozinha no internato.

A essa altura, Pedro e Paul já tinham saído.

– Mas me conta darling, como ta o namoro com o bofe? Ele é um gato,com todo o respeito, é claro.- ela disse e eu ri.

– Ah, Mikayla ele é maravilhoso. Em tudo. Gosta de festa. Gosta de beber. É fofo. É querido. Beija bem...

– Ta bom, já entendi. - ela me cortou - E...aquilo...já rolou?

– Já. - respondi e senti meu rosto esquentar - E até nisso ele é maravilhoso! Serio, estava dolorida no outro dia, amiga.

Mikayla riu alto. Ora, ela sabia que não foi nem de longe a minha primeira vez, mas sabia que fora a primeira, em nenhuma vez eu tinha falado com tanto gosto disso.

– Então ta. - ela disse, ainda recuperando o fôlego. - Tenho que ir agora. Os pais do Paul querem ir jantar. Beijos, se cuida darling.

– Tchau. Beijos, honey. - me despedi e desliguei.

Assim que fechei o notebook, ouvi Pedro falar atrás de mim.

– Sério que você ficou dolorida no outro dia? - sua expressão era bricalhona

– Sim. - respondi, baixando o rosto para esconder minha vergonha.

Pedro gargalhou e me abraçou forte. Colocou o rosto no meu pescoço e sua respiração me causou arrepios. Depositou um beijinho ali e então olhou nos meus olhos, com os olhos azuis brilhando com intensidade.

– Eu te amo, Estela. - ele disse

– Eu também te amo muito, Superman. - respondi

Ele selou delicadamente nossos lábios, iniciando um beijo doce e calmo, diferente da maioria. Eu esqueci de todo o resto. Naquele momento, éramos só eu e ele. Quando nos separamos, um sorriso radiante estampava seu rosto. Não resisti e o beijei de novo.

– Tenho que ir pro meu quarto tomar banho. - ele disse

– Não. - falei, manhosa - Fica aqui.

– Estela, eu só vou tomar banho, criatura. - ele protestou, rindo em seguida.

Emburrei a cara e fiz que sim com a cabeça. Ele depositou um selinho demorado em meus lábios e saiu. Assim que isso aconteceu, minhas preocupações voltaram. Era como se somente a sua presença me fizesse ir pra outra dimensão. Sem problemas, decisões, etc. Só eu e ele. Simples assim. O problema é que isso era um sonho idiota. A realidade machuca.


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Notas finais do capítulo

e então ?