Everything Can Change escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 20
Eu fiz a escolha certa


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, estou adorando os comentários, de verdade. Obrigada.
Pov da Estela



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Eu merecia ganhar o troféu de idiota do ano. Não, do século, mesmo. Cara, como eu pude ser tão estúpida, a ponto de terminar com o Pedro? Por quê estou dizendo isso agora? Simples. Depois do beijo que ele me deu ontem,na enfermaria, a única coisa que ocupava meus pensamentos era o gosto de sua boca.

Agora, a gênia aqui, está olhando para uma cena irritante, que se passava no refeitório. Pedro estava sentado na mesa do time de basquete, rodeado pelas líderes de torcida. Aquele bando de vadias despeitadas, secas e retardadas. Revirando os olhos, vi mais ao longe, o Michael e a Katherine andando juntos, parecendo felizes. Estranho.

Então, de repente, Ben escorregou para o lugar ao meu lado, me encarando, feliz. Seus olhos verdes, demonstravam uma felicidade sem tamanho. Me culpei na mesma hora. Eu não estava sendo justa com ele. Eu amava outro. Estava iludindo o meu melhor amigo.

– E ai, Estrelinha? – ele perguntou – Nosso passeio está de pé?

Sim. Eu havia aceitado sair com ele. Mas agora, tentava desesperadamente encontrar uma desculpa. Infelizmente, não achei nenhuma.

– Sim, é claro. – respondi

– Ótimo. Mal posso esperar pra ver a sua cara quando descobrir onde nós vamos.

– Ei, sabe que odeio surpresas, né, seu babaca?

– Sei. É por isso mesmo que eu preparei uma. – ele respondeu, rindo

Eu emburrei a cara, brincando. Ben riu e me abraçou de lado. Cara, por mais que eu soubesse que não devia dar quaisquer esperanças pra ele, não consegui resistir ao impulso de abraçá-lo de volta, afinal, ele ainda era (pra mim) o meu melhor amigo.

Só que. Como a minha sorte é negativa. No exato momento que eu abraçava o Ben, o Pedro resolveu passar na frente da nossa mesa. Pude perceber, mesmo com ele disfarçando, que sua expressão era triste. Suspirei e me afastei de Ben.

– Ben, eu queria conversar com você sobre.... – eu comecei

– Não, não. Hoje no nosso passeio, você me conta, ok? – ele falou, animado – Tchau, Estrelinha.

Droga. Eu ia justamente falar que eu não queria mais sair com ele. Ai meu Deus! Eu tava muito ferrada.

– ~-

Naquela tarde, eu conversei um pouco com a Susana pelo WhatsApp. Ela estava decepcionada comigo, mas não tirou toda a minha razão. Cara, a minha melhor amiga daqui estava decepcionada comigo. Por quê a minha vida tem que ser uma merda, hein?

Eram três e meia da tarde quando eu resolvi ir me arrumar para o “encontro” com o Ben. Em meia hora, eu estava pronta. ( roupa Estela: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=115698718&.locale=pt-br )

Escolhi qualquer roupa porque era só o Ben. Era só o meu melhor amigo. É uma pena eu não ter me tocado disso antes, não? Não demorou para o Ben tocar a campainha da minha casa. Ele estava usando a camisa que compramos quando fomos na roda gigante de Londres. Aquela foi a primeira vez que ficamos. Era um truque baixo.

– Você está linda, Estela. – ele falou

– Obrigado. Eu me lembro dessa camisa. – falei séria

– Lembra? – ele perguntou – Lembra também do resto do dia?

– Lembro. – respondi simplesmente

Ele ficou esperando que eu falasse mais alguma coisa. Mas eu não falei. Pude ver sua expressão desanimar um pouco.

– Vamos? – ele perguntou, recuperando o ânimo

– Vamos.

Saímos caminhando em silêncio por um tempo. Até chegarmos em uma lanchonete. Parecia fechada, mas Ben insistiu que era ali. Estranhei na mesma hora. Ele me puxou para dentro e lá, havia uma mesa posta para duas pessoas. Encarei-o, interrogativa e ele sorriu.

– Senta. – ele pediu e em seguida continuou – Estela, eu te trouxe aqui, porque eu realmente queria tentar ter um lance mais serio com você. Nos conhecemos a tanto tempo e...

– Ben, espera. – interrompi – Eu não acho uma boa idéia.

– Por quê não?

– Porque, se fosse pra rolar algo mais serio entre a gente, já teria rolado antes. Nós dois namorando... Nunca vai dar certo.

– Claro que vai! Sabemos tudo um sobre o outro e...

– E ai é que está! – interrompi de novo – Já nos conhecemos o suficiente pra saber que não vai dar certo!

– Eu...

– Você sabe disso Ben! Bem lá no fundo. – continuei

– Você não sente o mesmo por mim. Nunca sentiu. – admitiu ele, abatido

– Nunca.

– Mas... eu não vou perder a sua amizade, né? – ele perguntou e eu neguei – Ótimo. Porque, acima de tudo, você é minha melhor amiga.

Eu me levantei da cadeira, sendo imitada por ele. Nos abraçamos, selando um acordo eterno. Um acordo que seria essencial na minha vida.

– ~-

Uma semana havia se passado desde o meu “encontro” com o Ben. Durante essa semana, eu tentei falar com o Pedro de todas as formas possíveis. Mas ele estava tão concentrado no jogo que teria, que não falou comigo nem uma vez.

Finalmente tinha chegado o dia desse jogo tão importante. Eu, Susana, Michael e Katherine, estávamos sentados na arquibancada, olhando o aquecimento. Eu fitava o rosto do Pedro. Era visível o seu nervosismo. Ele estava meio trêmulo, como se não tivesse confiança. Estremeci. Esse jogo, podia significar um sonho realizado para ele.

Sem que eu tivesse percebido, o aquecimento havia acabado. Os jogadores entravam na quadra, vindo do vestiário. Todos estavam lá. Menos o Pedro. Tomei uma rápida decisão. Dei a desculpa que ia até o banheiro e sai de lá, indo em direção ao vestiário.

Quando cheguei lá, Pedro estava sentado no banco, com a cabeça apoiada nas mãos. Respirava fundo, buscando tranqüilidade. Eu me aproximei e toquei seu ombro. Ele levantou-se num sobressalto e me encarou, confuso.

– Estela? O que ta fazendo aqui?

– Vim apenas te dar boa sorte. – respondi, feliz – Ah, e isso.

O beijei com paixão e carinho, tentando mostrar-lhe que eu o amava. Muito. Ele retribuiu, segurando-me junto dele. Foi um beijo rápido, mas muito esclarecedor.

– O que... – ele começou

– Boa sorte – eu disse e sai correndo.

Meus lábios ainda formigavam por causa do beijo. Tinha sido tão bom! Tomara que isso lhe animasse um pouco. Se não, significava também que ele não sente nada por mim.

Não demorou para Pedro entrar na quadra, com o ânimo renovado. Ele cumprimentou os companheiros, incentivando-os. Quando os dois times se posicionaram para o início do jogo, ele olhou pra mim e piscou. Sorri. Como eu amava aquele garoto!

Nos últimos 10 segundos, com o jogo empatado, Pedro roubou a bola no meio da quadra e correu em direção a cesta. Porém, havia um adversário em seu caminho. Ele parou, olhou para a cesta e arremessou... Cesta de três! Bem na hora, o cronômetro encerrou o tempo. Tínhamos ganhado!

Eu, assim como o resto da torcida, corremos para dentro da quadra. Fiquei procurando pelo Pedro, perdida no meio daquela confusão. Até que senti alguém abraçar minha cintura por trás. Pedro me ergueu e girou-me no ar, rindo. Quando me colocou no chão, virou-me para ele e me beijou, ofegante.

Quando nos separamos, ele olhou nos meus olhos, fazendo um arrepio percorrer meu corpo.

– Senti tanto a sua falta. – confessei

– Eu também, Nutella. – ele respondeu – Isso quer dizer que...

– Que, se você me quiser de volta, eu quero o meu herói.

Ele riu e me beijou. E naquele momento eu tive plena certeza: eu fiz a escolha certa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da reconciliação?