E se Eu não Tivesse Me Atrasado pra Formatura? escrita por Tati


Capítulo 5
Coisas estranhas começam a acontecer




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/4522/chapter/5

Pierre e Alex passaram pelo menos mais uma hora conversando até que ambos decidiram voltar aos seus quartos para dormir. O Pierre não encontrou a Amanda na cama quando voltou ao quarto, mas viu a luz do banheiro acessa e pensou que fosse lá onde ela estava. Mal ele saberia que ela não era a única dentro daquele banheiro. Ele se deitou na cama e tentou esperar por ela, mas, dessa vez, ele adormeceu rapidamente.

“Pierre! Pierre!” foi a primeira coisa que ele ouviu na manhã seguinte enquanto alguém chacoalhava seu corpo para tentar acordá-lo

“Me deixa dormir!”

“Nós temos passagem de som em menos de uma hora e você ainda tem que tomar banho, tomar café e fazer seu filho parar de chorar, então eu acho que você já está atrasado.”

“Fazer meu filho parar de chorar?” ele perguntou assustado se sentando na cama e finalmente olhando no rosto do Jeff “Por que ele está chorando? O que aconteceu?”

“Eu não faço idéia. Ele bateu na porta do quarto que eu estou dividindo com o Seb e com o David alguns minutos atrás e, quando abrimos a porta, ele se trancou no nosso banheiro e está chorando lá dentro desde então. Tentamos falar com ele mas ele não quer deixar ninguém entrar, nem a Amanda.”

“Nossa, vamos lá então.” Ele disse saltando da cama e se vestindo apropriadamente

“Mais uma coisinha...”

“Fala, Jeff.”

“Ele estava sangrando quando bateu na nossa porta.”

Depois de ouvir aquela frase, ele se sentiu ainda mais preocupado e correu para o quarto no final do corredor, seguido por Jeff. Amanda, Alex, Seb, Chuck e David estavam ao redor da porta do banheiro parecendo esgotados de tanto bater na porta quando Pierre passou por todos e bateu na porta.

“Vai embora!” eles escutaram o Matt gritar entre lágrimas

“Matt, sou eu, o papai. Me deixa entrar, por favor. Eu estou preocupado com você.”

“Pai…”

“Por favor, me deixa ver se você está bem. Por favor, Matt, eu não te fiz nada, só me deixa ver como você está. Eu prometo que não vou deixar mais ninguém entrar. Eu entro sozinho.”

“Promete?”

“Prometo.”

Logo que ouviram a porta ser destrancada e Matt abriu uma pequena fresta da porta, espaço suficiente para que o Pierre pudesse entrar sozinho. Logo que ele entrou no banheiro, Matt trancou a porta novamente. O rosto do garoto estava marcado por lágrimas mas o que mais impressionou e preocupou seu pai não foram as lágrimas, mas sim, todo o sangue que escorria de sua sobrancelha e seu olho inchado.

“Meu Deus, Matt, o que foi que aconteceu?” ele perguntou se ajoelhando e tocando o rosto do garoto

“Nada.”

“Não mente pra mim. Quem foi que fez isso com você?”

“Um cara.”

“Um cara? Que cara?”

“Não importa.”

“Matt, você tem que se abrir um pouco mais comigo. Você pode confiar em mim, sabe disso.” Ele disse olhando-o no fundo dos olhos, mas não obteve resposta “Bom, senta no vaso, eu vou cuidar da sua ferida.”

“Vai doer?”

“Não se você for um garotão grande e corajoso.”

“Eu nunca disse que sou corajoso.”

“E se eu te der um chocolate se você me deixar cuidar desse olho?” ele perguntou e como resposta obteve a imagem do filho correndo em direção ao vaso para esperar que ele fizesse algo quanto a seu olho

“Foi o que eu pensei.” Ele comentou rindo e começou a procurar pelo kit de primeiros socorros

Ele encontrou o kit em uma gaveta em baixo da pia e logo se aproximou de Matt com ele. Enquanto molhava um algodão com álcool, ele percebeu que Matt estava quase tremendo de medo, então decidiu esperar um pouco.

“Não vai doer tanto assim se ficar pensando no chocolate.”

Depois do comentário, o Matt riu um pouco e permitiu que Pierre começasse a limpar a ferida

“Foi um soco, não foi?”

“O quê?”

“O que aconteceu com o seu olho. Alguém te deu um soco, não foi?”

“Foi.”

“Machucou muito. Esse garoto que te bateu era bem mais velho do que você, não era?” ele perguntou e recebeu como confirmação um balançar afirmativo da cabeça do garoto “Quantos anos você acha que ele tinha? 15? 16?”

“Parecia ter uns 20 e poucos.”

“O quê?! Ele era um homem adulto?! Matt, me diz agora mesmo o que aconteceu aqui! É uma ordem!”

“Eu… eu acordei antes de você e eu estava com fome, então eu peguei sua carteira e desci para o restaurante do hotel pra comer alguma coisa, mas, quando eu cheguei lá, eu vi esse cara beijando uma mulher e eles ficaram bravos comigo. Ele ficou bravo comigo e me disse pra não contar nada do que eu vi.”

“Por que ele ficou tão nervoso assim com isso?”

“Eu vi os dois ontem. Eles são casados com outras pessoas.”

“Eu quero saber quem é esse cara. Me diz o nome dele agora.”

“Eu não sei o nome dele. Eu nem ao menos sei quem ele é.”

“Então como é que ele é?”

“Eu não sei dizer, não tem nada de especial nele. Ele é alto, tem cabelos castanhos, olhos esverdeados, só isso.”

“Matt, você acabou de descrever 98% das pessoas que estão hospedadas nesse hotel. Você precisa ser mais específico. Tem que ter alguma coisa nele que o diferencie do resto do mundo e não o torne um clone de quase todo mundo, não acha?”

“Eu não prestei muita atenção nele.”

“Então nós vamos bater em todas as portas até que você aponte um cara e diga ‘Foi ele quem me bateu’.” Ele disse colocando uma gaze sobre os olhos do menino, se levantando e segurando sua mão “Vamos.”

“Não! Não, papai, por favor!” ele pediu segurando-o pelo braço

“Matt, do que é que você está com medo? Por que você não quer que eu fale com ele?”

“Eu só não quero que você faça isso. Eu não quero. Ele provavelmente vai embora do hotel em pouco tempo então deixa ele ir.”

“Matt, você é menor de idade. Ele nem ao menos tem direito de encostar um dedo em você. Eu posso colocá-lo na cadeia por isso e eu vou fazer isso. Ele não pode bater em um garoto de dez anos sem motivo nenhum.”

“Pai, por favor, por favor, não faz isso. Não procura por ele. Eu prometo que eu nunca mais vou te pedir nada, eu só não quero que você procure por ele.”

“Por quê?”

“Eu não quero que você se machuque.”

“Eu não vou brigar com ele, prometo.”

“Você vai se machucar mesmo assim, assim como eu me machuquei.” Ele disse chorando

“Matt…” ele disse se ajoelhando e o abraçando “Eu não estou conseguindo te entender, mas se você não quer mesmo que eu procure por ele, tudo bem então. Mesmo assim, eu não me sinto confortável em sentar e esperar até que ele te machuque de novo.”

“Ele não vai fazer isso. Só não me deixa sozinho, por favor.”

“Eu não vou. Agora vem, vamos comer alguma coisa.” Ele disse se levantando e dando a mão ao garoto, finalmente conseguindo tirá-lo do banheiro

“Finalmente saiu daí de dentro, hein? Está se sentindo melhor, pequeno?” David perguntou com intenção de provocá-lo e bagunçando seu cabelo

“Eu não sou pequeno. Quando é que todo mundo vai parar de me chamar por diminutivos e coisas do tipo?”

“Quando você chegar a ter pelo menos a altura da sua mãe, fechado?” ele perguntou

“E quando é que eu vou chegar a altura da minha mãe?”

“Em seis meses ou menos, provavelmente.” O Pierre disse rindo

“Hei!” brigou Amanda

“Você tem que encarar, Amanda, você não é tão alta assim.”

“E também não tão baixa assim.”

“Tá, não vamos brigar por isso.., mas você não é alta.”

Sem dizer nada, ela só deu um tapinha no ombro dele e um selinho em seus lábios. Depois disso, eles começaram a descer as escadas para tomar café mas, sem que o Pierre notasse, Chuck parou Matt e sussurrou algo em seus ouvidos...

“Você não disse nada pra ele, disse?” ele perguntou e, como resposta, recebeu um balançar de cabeça negativo e assustado “Ótimo. Agora, me escuta bem, se você ousar dizer pra ele sobre mim e sua mãe, eu quebro o seu pescoço, seu fedelho. Entendeu bem?” e Matt concordou assustado com a cabeça “Ótimo.” 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo e que mandem reviews.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "E se Eu não Tivesse Me Atrasado pra Formatura?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.