Quem Somos escrita por Daniella Rocha


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA xD



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O vento dançava com meu cabelo e soprava em meu rosto enquanto eu corria na direção da minha casa. As lágrimas que anteriormente banhavam meu rosto, já haviam secado e o sorriso estampado em meus lábios foi o que saudou meus pais, ao eu entrar no quarto deles.

Eu havia acordado mais cedo como de costume para ver o Sol nascer e acabei resolvendo dá uma volta e foi quando Pepper me encontrou e o milagre se realizou. Pepper havia me dito que estava ali porque todas as manhas ela corria e nós acabamos nos encontrando.

— Terry! — Meus pais estavam acordados, pois como de rotina eles iriam para a piscina fazer exercícios. — Está tudo bem? O que houve? — Papai perguntou preocupado, como ele estava deitado na cama não pôde se aproximar, mas minha mãe sim e ela ficou de frente para mim.

— O que foi Terry? Desde ontem você está meio estranha. O que aconteceu? — Eu não queria ter assustado eles pela forma tão brusca que eu adentrei ao quarto, mas eu estava tão eufórica.

— Um milagre. — Eu disse e pude contemplar a face de minha mãe se transformar de uma maneira que fez com que eu risse, não que eu desse um sorriso de riso, mas que eu realmente risse. Eu gargalhei.

— Terry! — Meu pai se exasperou e eu corri até ele, saltando em cima da cama e minha mãe se virou para gente, ainda com a boca aberta e com os olhos arregalados e úmidos. — Terry! Terry! — Meu pai não parava de dizer meu nome e eu de rir.

— Pai! Pai! Pai! — Imitei-o e ele acabou rindo, com as lágrimas fazendo um trajeto pelo seu rosto com a barba por fazer.

— Meu Deus! Como foi isso? O que houve? — Ele estava eufórico e antes que eu pudesse responder, senti os braços de mamãe me abraçar. — Eu pensei que nunca mais fosse ouvir você me chamar assim.

— Querida! — Minha mãe encheu meu rosto de beijos e se sentou ao meu lado, por fim eu passei um dos braços pelos ombros do meu pai e o outro pelos ombros dela.

— Deus me curou! — Disse olhando para meus pais que choravam, assim como eu, porém nós três estávamos com grandes sorrisos estampados em nossas faces. — Eu amo tanto vocês! — Nos abraçamos de uma maneira calorosa que fez com que eu sentisse vontade de parar aquele momento e vivê-lo para sempre, mas algo dentro de mim me dizia que aquilo era só o começo, pois muitos outros momentos felizes como aquele ainda estavam por vir e que as lutas também viriam, mas que eu podia confiar em Deus, pois o final Jesus já havia determinado.

Eu havia mandado uma mensagem de texto para meus amigos, pedindo que eles me encontrassem atrás do colégio, a aula já havia começado, então eles teriam que de alguma forma dá uma escapada, pois aquilo não podia esperar. Eu sabia que eles já estavam reunidos lá, pois pela emergência da minha mensagem...

Eu estava chegando próximo do colégio, meus passos estavam rápidos e eu sentia minha respiração vacilar.

— Terry! — Tony e Natasha disseram ao mesmo tempo, mas com um aceno eu fiz com que eles não se aproximassem. Eu parei de correr próximo a eles e coloquei as mãos sobre meus joelhos, olhei para baixo e tentei controlar minha respiração.

— O que aconteceu? Você está bem? — Steve perguntou preocupado.

Talvez eu tivesse exagerado na corrida, mas eu estava tão animada em contar para eles, eu sabia que Pepper não havia dito nada.

— Eu não vi você na aula, pensei que não iria vir. — Clint comentou.

— O que foi tampinha? — Thor quis saber.

— É Terry! — Bruce concordou. — Está deixando todos apreensivos.

Por fim eu levantei e deixei a coluna ereta, puxei o ar para meus pulmões.

— Só queria dizer — sorri — oi.

— Meu Deus! — Thor colocou as mãos na cabeça.

— Terry! — Foi à vez de Clint e Bruce dizerem ao mesmo tempo.

— Não acredito! — Steve assim como Tony e Natasha estavam boquiabertos, mas Steve pelo menos havia reagido.

Eu estava começando a me preocupar com os dois, mas de repente Tony me puxou para um forte abraço e tirando-me do chão ele me rodopiou no ar.

— Terry você está falando! — Ele me colocou no chão.

— Sério? Até eu notei. — Thor interveio, fazendo a gente rir.

— Mas como? O que houve? — Tony quis saber, mas antes que eu pudesse responder senti meu corpo sendo jogado no chão.

— Terry! Terry! Terry! — Natasha havia pulado em cima de mim e ambas começamos a rir, enquanto rolávamos pelo chão. Os olhos de Natasha estavam cheios d’água.

Por fim todos se jogaram em cima de nós duas e a confusão rolou solta, mas uma confusão boa, muito boa e cheia de gargalhadas.

Assim que nos recompomos, fomos para o campo onde o time de futebol americano treina e nos sentamos na grama, de baixo de uma arvore, estávamos nos arredores do campo na verdade.

Eu havia narrado toda a história aos meus amigos e eles estavam com os olhos brilhantes durante toda a percussão dos fatos.

— Cara. — Thor tinha aquele sorriso lindo nos lábios, olhando-me com intensidade. — Eu nunca fui muito ligado quanto a isso, mas eu nunca deixei de acreditar.

— Acreditar no fato de que eu voltaria a falar?

— Em Deus. — Respondeu fazendo-me sorrir.

— Talvez esse seja o momento para que todos nós fiquemos mais ligados n’Ele. — Comentei.

— Acho que você tem razão. — Natasha concordou. — Sabe de uma coisa?

— O que?

— Eu me lembrava da sua voz exatamente assim.

— Exatamente assim como? — Tony perguntou.

— Com esse sotaque fofo. — Nat respondeu, fazendo com que eu corasse e risse. — E sua risada? Ah! Terry! — Ela me abraçou e eu retribui o gesto.

— Devíamos comemorar. — Bruce sugeriu.

— Pelo o que eu conheço da Natasha e do Tony nós não deveríamos Bruce, nós vamos. — Clint disse animado.

— Exato! — Natasha se levantou. — Vamos comemorar, eu voto em começarmos faltando o colégio.

— Eu estou com a Natasha. — Tony rapidamente disse, colocando-se de pé.

— Eu também. — Thor e Clint responderam.

Olhamos para o Bruce e ele arqueou uma sobrancelha.

— O que? Vai ter experimentos na aula de física hoje. — Disse fazendo todos rirem.

— Desencana Banner, esses experimentos são fichinha para a gente. — Tony disse sorrindo.

— E você Steve? — Natasha perguntou, ele havia ficado em silencio durante todo aquele tempo.

— Vocês podem deixar a Terry e eu a sós? Precisamos conversar e daqui a pouco encontramos com vocês hm — refletiu por alguns segundos —, no estacionamento? — Ele disse por fim e eu já imaginava sobre o que ele queria conversar.

— Claro! — Thor respondeu por todos e em seguida eles foram desaparecendo pelo campo.

— Precisamos conversar. — Ele disse se voltando para mim.

— Eu concordo.

Steve sentou-se mais próximo de mim e segurou minhas mãos, ficamos de frente um para o outro.

— Eu sinto muito pelo o que aconteceu no sábado. Eu tentei falar com você, mas o Tony já tinha te levado em casa e depois no domingo eu te liguei, mas você não me atendeu. — Eu não pegava meu celular desde sábado à tarde, eu mal sabia onde o havia colocado.

— Às vezes só palavras não bastam Steve. — Respondi. Eu sentia dificuldade para falar algumas palavras, mas para quem havia acabado de recuperar a fala até que eu estava me saindo bem.

Eu estava com certa angustia no peito, pois eu não queria ter aquela conversa com o Steve, mas eu sabia que era necessária.

— Como assim? — Ele quis saber.

— Você vem aqui e diz que sente muito, mas você não fez nada para impedir o beijo, pelo contrário, você ficou lá parado. — Fiz uma careta desgostosa.

— Terry eu... — ele se interrompeu e soltou minhas mãos. — Eu... — Steve não parecia ter certeza do que falar, eu conseguia sentir a tensão que pairava sobre nós. Eu queria que aquela tensão desaparecesse, eu queria que aquela situação não estivesse acontecendo, pois assim tudo seria extraordinariamente perfeito.

— Você? — Incentivei-o por fim.

— Terry eu sinto muito mesmo, acho que fomos precipitados e, e — meu coração se cortou e as lágrimas ameaçaram escorrer dos meus olhos. Aquilo não podia estar acontecendo.

— O que Steve? — Me sobressaltei. — Se você quer dizer alguma coisa, fala logo! — Ele se levantou e eu acabei fazendo a mesma coisa.

— Terry eu não sei, mas acho que você não está feliz...

— Você não pode saber. — Interrompi, aquela não era eu falando, era meu desespero tentando impedir o que eu estava sentindo que estava próximo. — Agora se o que você quer dizer é que você não está feliz ai já é outra coisa. — Engoli em seco.

— Poxa Terry eu não queria te dizer isso logo hoje. É um dia tão maravilhoso. Você voltou a falar. — Ele passou a mão pelo meu rosto e em seus lábios havia um sorriso triste. — Não chora. — Ele enxugou uma lágrima que passeou pela minha maça do rosto.

— Você quer terminar comigo. — Não havia sido uma pergunta.

— Terry... — eu o interrompi afastando-me e ficando de costas. Eu enxuguei as lágrimas e olhei para cima, mas as lágrimas não paravam de descer. — Além do mais com o que está por vir vai ser o melhor. — Virei outra vez para ele.

— Do que você está falando?

— Nas férias de verão eu vou — ele olhou para baixo, mas logo fitou dentro dos meus olhos novamente, como o homem corajoso e honroso que era —, Terry, eu vou para o exercito. — Meu mundo pareceu desabafar na minha frente sem que eu tivesse a chance, a oportunidade, de impedir.

— Steve. — Cerrei minhas mãos e fechei os olhos.

Ele ia para o exercito? Por que ele nunca havia me dito isso? Todos sabiam que ele era fissurado nisso, mas, mas...

— Você está terminando por que vai embora? Mas você vai voltar. — Disse abrindo os olhos e o fitando.

— Terry não faz isso, eu não quero que você fique aqui esperando por mim, seria apenas sofrimento. E ambos sabemos que, que — ele suspirou —, que simplesmente não poderia dar certo. Somos muito diferentes e apesar de eu ter tentado, eu só consigo te amar como amiga. — Aquilo havia sido a facada final.

— ‘ta. — Eu passei as mãos pelo rosto e pelo cabelo, por fim forcei um sorriso, mas as lágrimas continuavam presentes. — Afinal vamos continuar sendo amigos e não vai mudar nada.

— É. — Ele parecia querer acreditar nas minhas palavras, mas a questão era que nem eu acreditava nelas, mas elas tinham que ser verdadeiras.

— E eu te desejo tudo de bom. — Ele se aproximou e me abraçou. Eu tinha vontade de sair correndo e desaparecer.

— Eu também Terry e eu estou muito feliz por você ter voltado a falar, esse é só o começo de grandes coisas que vão acontecer com você. — Eu só queria que ele calasse a boca e saísse logo dali, deixando-me sozinha. — E me perdoe, pois a última coisa que eu queria e que eu quero te causar é sofrimento. — Dito isso ele virou as costas e se afastou, deixando-me como eu queria: sozinha.

— Tarde demais. — Sussurrei para mim mesma.


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Notas finais do capítulo

Agora a fic vai entrar na parte que eu tanto aguardei *-* Beijos e fiquem com Deus ;**