When I Was Your Man escrita por Mell Annie


Capítulo 5
I'll be the first to say that I was wrong


Notas iniciais do capítulo

Amores e Amoras do meu Coração...
Voltei com um capítulo que eu me emocionei ao escrever...

Obrigada pelos reviews, vocês seus lindos....

Amo as músicas do Bruno Mars, e essa em especial é linda demais, e este capítulo é que o contém a essência dessa música... Mas chega de falar...
Vamos para o capítulo...



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Voltamos pra casa em silencio, eu pensando na noite maluca que tive e a vovó... A vovó nunca fica quietinha assim...

— Vovó... Está tudo bem? – pergunto olhando-a pelo canto do olho.

— Estou bem sim... – ela me exibe o seu melhor sorriso — Só estou cansada, mas feliz por estar com você.

— E eu feliz por estar aqui com a senhora, e logo estaremos em casa pra senhora descansar... E amanhã nada de sair, amanhã a senhora é toda e só minha, seu neto está carente dos mimos e carinhos da minha vó... – Digo fazendo manha, e ela ri.

— Ahh como meu neto é manhoso... Pode deixar amanhã o meu dia será totalmente dedicado a você. – Ela diz animada, e daí então é a Mags que eu conheço, animada e brincalhona emendando o assunto... E isso me deixa mais tranquilo...

— Peeta você quer um leite quente pra dormir... – vovó pergunta assim que entramos em casa.

— Não vozinha, eu quero que a senhora vá para seu quarto descansar... – ela revira os olhos, e eu a acompanho até seu quarto. — Boa noite vovó...

— Boa noite meu filho... – ela fala ao me abraçar e me dá um beijo no rosto, e eu faço o mesmo. Ela entra em seu quarto e vou para o meu, penso algumas vezes antes de entrar, acho melhor não dormir aqui, pois as lembranças podem voltar a me perturbar... Decido por entrar no quarto para somente pegar minhas coisas e tomar um banho antes de dormir na sala.

Tomo um banho rápido e ainda de toalha me jogo na cama, e logo desisto de dormir no sofá, pois apesar de ser dolorosa a ausência de minha mãe, este quarto me traz muitas lembranças boas, momentos que não podem voltar mas que tem lugar cativo em minha mente para sempre, como toda a noite quando criança minha mãe ficara contando estórias e mais estórias fazendo minha mente voar para lugares distantes, em como sempre me trazia um leite quente antes de eu dormir, até mesmo na minha adolescência quando chegava tarde das festas e o copo de leite estava lá, intacto, não tão quente como quando ela trazia, mas estava lá...

— É mãe você faz falta, só queria ter tempo de te agradecer por tudo que fez por mim e dizer o quanto te amo... – digo como se ela pudesse me ouvir... Mas ao invés das lagrimas e desespero como nesta tarde, há uma paz que há tempos eu não sentia, o que me faz sorrir...

Coloco meu pijama e deito novamente, mas é quase impossível dormir... Apesar de estar mais tranquilo em relação as lembranças de minha mãe, as lembranças de Katniss não me deixam pegar num sono, preciso falar com ela, preciso lhe pedir perdão, há tanto a dizer, se é que ela irá me ouvir... Viro de um lado para outro e tento de tudo para dormir, mas as tentativas foram inúteis... E eu sei que não vou conseguir dormir enquanto eu não fizer algo... Ok, pode ser loucura, eu posso me arrepender disso, mas vou pagar pra ver... Levanto e coloco um jeans, uma camiseta e tênis, saio de casa e vou para os fundos da casa vizinha, encaro aquela janela e o caminho até ela, já fiz isso tantas vezes na adolescência, mas não faço a tanto tempo que chego a me intimidar pela altura... Não seja covarde Peeta Mellark, não seja covarde... começo a subir na arvore ao lado do seu quarto e vejo que o quão enferrujado estou, mas falta pouco, olho para a janela e como antes está aberta, respiro fundo e entro em seu quarto... Não sei se é bom ou ruim mas ela não está no quarto, no radio escuto uma música, será que está com o “Gayle”, logo escuto o barulho do chuveiro o que me deixa mais relaxado pois sei que está sozinha, ela nunca traria uma pessoa aqui, o tio nunca permitia que ficássemos sozinhos em casa, por isso aprendi um caminho alternativo até seu quarto, e sempre respeitamos isso... hum quero dizer, nem sempre... Passo a analisar seu quarto e continua o mesmo, parece que voltei no tempo, a única coisa diferente é que não há mais os vários porta-retratos que tinha espalhados por ele, a maioria eram fotos nossas, agora há um imenso painel ao lado de sua cama cheio de fotos, muitas fotos de seu pai, sua mãe, Prim, nossos amigos, do Ga...

— Peeta... – acho que fui descoberto. Me viro lentamente e dou de cara com uma Katniss com cara de assustada, cabelos molhados e apenas de toalha... Difícil me concentrar assim... Mas vamos lá... — O que você está fazendo aqui?

— Desculpe invadir seu quarto Katniss... Mas precisamos conversar...

— Peeta eu acho que não temos nada para falar um para o outro...

— Ok Katniss talvez você não tenha nada pra me falar... Mas eu tenho muito o que te falar... Você pode me ouvir? – Ela pondera o que eu disse... E então parece ceder, parece estar cansada e me encara por alguns segundos, e eu daria tudo pra saber exatamente o que ela está pensando... Mas logo ela assume sua típica postura firme...

— Ok, eu vou me trocar... – ela diz voltando para o banheiro, volto a encarar o quarto de Katniss evitando seu quadro de fotos, a música lenta que tocava a pouco termina e começa uma outra logo em seguida, eu conheço essa música mas duvido que seja uma coletânea que fiz pra ela com nossas músicas favoritas, não demora muito e ela volta de camisola e roupão por cima. Como ela foi rápida nem ao menos mudei de posição, apenas tive tempo de respirar fundo.

— Seja rápido. – Ela diz fria, e permanece em pé há poucos metros de distância.

(Se possível, deem o play - We Remain ( Christina Aguilera))

— Katniss... – começo me aproximando vagarosamente e cautelosamente — Eu quero te pedir perdão... Me perdoe por ser infantil, orgulhoso, egoísta... Por ter pensado somente em mim, em minhas necessidades, em alimentar meu ego, eu era jovem demais, tolo demais pra perceber que eu deveria ter comprado flores pra você, que eu deveria ter te dado as minhas horas quando eu tive chance, ter levado você a todas as festas, só porque eu sei que você ama dançar... Me perdoe por te machucar, e por nunca ter voltado atrás ao menos para te pedir perdão... Por não estar do seu lado quando seu pai se foi, eu deveria ter ficado do seu lado, porque este sempre foi o meu lugar... – eu não havia terminado de falar, mas nós já estávamos perto demais... Pude ver que seus olhos já estavam vermelhos, e ela me encarava como se tentasse absorver tudo que o que eu estava falando... E por estarmos perto demais, e por não saber se teria uma outra oportunidade, fiz mais uma besteira para anexar a minha enorme lista de besteiras... Eu a beijo, um beijo cheio de fome e desejo, um beijo que a muito eu ansiava, e a melhor parte ela não se afasta, mas se entrega ao beijo e minhas mãos tocam sua cintura puxando-a para mim e ela envolve seus braços em meu pescoço... Minha mente viaja a lugar feliz, onde não há magoas, nem ressentimentos e nem mesmo a morte. Mas infelizmente o ar se faz necessário e nosso beijo é interrompido pela necessidade de respirar... Katniss não permite que eu me afaste e me abraça forte, sempre fomos muito intensos, e este momento não é diferente, ela se afasta depois de um tempo e me encara, seus olhos marejados.

— Porque tudo isso agora Peeta?

— Porque eu precisava fazer isso, só não tive coragem até chegar aqui... Eu te amo Katniss... Nunca deixei de te amar e nunca te esqueci... – eu disparo a falar e ela esboça um sorriso ao se afastar de mim, mas não é o que eu esperava receber, mas é o que sei que mereço...

— E agora você pensa que pode vir aqui, e fingir que nada aconteceu... Que a tonta da Katniss vai voltar correndo pra você?... – Ela sorri sarcástica ao perguntar, mas seu sorriso logo some, Katniss nunca adotou o tipo sarcástica ou irônica, as vezes o fazia mas logo voltava a sua postura fria e séria.

— Você achou mesmo que poderia chegar aqui, falar meia dúzia de palavras que eu iria perdoar anos de ausência, você sabe por que permiti que me beijasse? Só pra saber se eu ainda sentia algo por você... E sabe que eu descobri? Que foi só um beijo, que eu não senti nada, que eu sou imune a você... – é nessas horas que eu diria a mim mesmo que homens não choram, me sinto ainda mais covarde por deixar transparecer isto a Katniss, mas acho que para ela isso não importa mais, ela já viu todas as partes de mim, as melhores e as piores, então permito que as lagrimas comecem a cair, em silencio, continuo encarando Katniss que agora anda de um lado para o outro do quarto, parecendo transtornada... — É isso que você quer que eu faça... Largue o Gale e fique com você?

— Não... – digo secando as lagrimas, minha voz saiu mais fraca do que eu planejava, mas ainda assim consegui sua atenção. – Apesar de doer, Sou o primeiro a dizer que eu estava errado, sei que provavelmente estou muito atrasado, Para tentar me desculpar pelos meus erros, Mas eu só quero que você saiba, Espero que ele lhe compre flores, que ele segure sua mão, Que lhe dê todas as suas horas quando tiver a chance, Que leve você a todas as festas porque eu sei que você ama dançar, Que faça todas as coisas que eu deveria ter feito...— dou as costas a ela e vou em direção a janela e saio do seu quarto por onde entrei.

Minha cabeça está a milhão e quando me dou conta já estou distante de casa, e no estado que estou não é boa ideia voltar pra casa agora, caminho sem destino certo e relembro minha breve conversa com Katniss, apesar de ter sido rápida parece que conversamos durante horas tamanha minha exaustão, minha mente vaga por cada palavra dita e pelas palavras não ditas também, quando me dou conta já estou longe de casa porém num lugar conhecido, não havia me dado conta que havia caminhado por tanto tempo, não sei a quanto tempo este lugar não é visitado e por ser madrugada a casa ou melhor dizendo o chalé parece um pouco sombrio, mas não me importo, a noite está quente e eu não pretendo dormir. Tiro minha roupa e entro apenas de box na água gelada do lago, isto trouxe um pouco de alivio para o calor, e a água de certa forma me deixa mais relaxado e mais desperto também, nado um pouco tentando afastar os pensamentos mas logo volto para a margem do lago, deito na grama encarando a lua, o silencio me traz paz e um certo desespero ao mesmo tempo, pois sou capaz de ouvir meus pensamentos com mais clareza.

Minha intenção não era vir aqui e reconquistar Katniss, pelo menos não minha intenção inicial, eu sempre soube que não tinha o direito, não podia fazer isso com ela, já a fiz sofrer tanto, mas quando a vi percebi que nada mudou, o sentimento é o mesmo e continua aqui guardado dentro de mim, nem adormecido estava, já que nunca consegui esquecê-la e me envolver com outra pessoa, vê-la com outro homem me deixou mal, é insuportável imaginar que outro homem pode tocá-la, amá-la, ser amado por ela, pode viver todos os momentos que vivi e os que também não vivi com ela, mas eu a amo, e uma vez me disseram que quando amamos deixamos partir, pois é preferível ver seu amor partir do que fazê-lo sofrer... E foi isso que acabei de perceber, eu a amo e vou deixá-la partir, será melhor pra ela... Penso também o quanto fiz minha avó e meu pai sofrerem e chegou a hora de me fazer mais presente na vida deles, chegou a hora de deixar a covardia para trás e começar a encarar as coisas de frente.

Divago mais um pouco pelo dia que tive, e logo o sol começa a nascer no horizonte, formando as mais belas cores no céu e que refletidas no lago dão ao nascer do sol cores mais vividas e fortes, tenho uma súbita vontade de pintar está linda paisagem, quem sabe ao chegar em casa não pinte um novo quadro, sinto um sorriso se formar em meus lábios, e a brisa que toca meu rosto me dá uma esperança de um novo dia, quem sabe melhor do que eu tive. Pego minhas roupas e me visto pois já está na hora de voltar pra casa, logo a vovó estará acordando e com certeza ira a meu quarto ver se tive uma boa noite de sono, e ficara preocupada por não me ver dormindo. Como já aconteceu algumas vezes, foi assim que ela descobriu as minhas fugidas para a casa de Katniss durante a madrugada.

Tomo o caminho de volta pra casa antes que o sol fique forte demais, sigo sem camisa sem me preocupar muito com olhos curiosos que poderia receber na rua, pra minha sorte não encontro ninguém no caminho até em casa, mas o sol e o calor já começam a me incomodar, por estar de cabeça baixa não percebo que tem alguém na varanda da casa, quando percebo já estou perto demais e já atrai sua atenção, fico sem graça de encará-la, mas fico curioso pelo motivo de ter Primrose sentada na varanda da casa de minha vó e a encaro, me arrependo um pouco quando o faço mas atiça ainda mais minha curiosidade, os olhos dela estão vermelhos e inchados, e ela deixa uma lagrima escapar assim que seus olhos encontram os meus, ela levanta e sem aviso prévio me abraça, sou surpreendido pelo seu gesto, mas começo a desconfiar do motivo pelo qual estou sendo abraçado assim devido a histeria que começa a tomar conta dela, retribuo seu abraço mas algo me diz que sua reação não é devido a conversa que tive ontem com Katniss, é outra coisa...


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Notas finais do capítulo

E agora o que será que aconteceu?

Gente essa Fic é drama assim mesmo tá. Tudo que eu não coloquei de drama na minha outra Fic "Meu Primeiro Amo?!", eu abusei nessa, então não mate a autora ok? kkkkk

Outra coisa estamos chegando ao fim da Fic, o planejado será mais 2 capítulos e quem sabe um epílogo, só preciso de tempo para escrevê-lo rsrs

Então se você como eu gosta, adora, ama essa fic.. Comente, favorite e recomende ela... Estou carente disso... :'(

Bjão, até o próximo!!!