Falling in Love escrita por Susannah Grey


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Booooa noite, meus amores!!!
Vim aqui essa noite, desse dia especial, desejar a todos vocês e a suas mães um Feliz Dia das Mães!!!!! E como presente estou postando mais um capítulo! Eu queria dedicar esse capítulo a duas pessoas especiais ^^
A primeira é minha linda e diva mãezinha que está sempre me apoiando e cobrando um novo capítulo (até quando estou estudando, agradeçam a ela depois kkkkk) Feliz dia das mães, mãe!!!
E a segunda é a linda Gabriella Jackson que começou a ler a história há pouco tempo, já acompanhou e comentou em todooos os capítulos!!!! Dá pra acreditar?? Obrigada, sua linda *---*
Bom, não me matem por acabar o capítulo como eu acabei... O próximo será um P.O.V. Chris e bem, tenho 3 semanas de prova que começam amanhã, então não sei quando o capítulo ficará pronto, mas vou tentar não demorar muito!
Boa leitura, espero que gostem...



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Atrasado.

Já havia passado mais de meia hora do horário que eu marcara com Chris na biblioteca e até agora ele não havia chegado. Já estava ficando irritada. Resolvi dar uma volta pelas prateleiras e dar uma olhada nos livros que tinham ali para desestressar.

O segundo andar da biblioteca estava vazio, a bibliotecária ficava no primeiro, não sabia quais as intenções de Chris ao marcar nosso encontro lá, mas de certa forma eu gostava de não estar em um lugar que tinha tanta gente. Principalmente depois que foi anunciado na frente de quase todos da escola que eu seria a líder das líderes de torcida. Claro que não aceitei, nunca quis isso e só estava fazendo parte da equipe porque Isabelle pedira muito. Ela surtou quando soube que eu tinha passado nos testes e tinham me chamado pra ser a líder. E quase me mata pelo telefone quando eu disse que não tinha aceitado.

Olhei para o relógio em meu pulso mais uma vez. 14:17, ótimo! Agora ele estava mais de uma hora atrasado. Revirei os olhos e dei meia volta pra sair dali, não esperaria mais. Assim que virei à prateleira que estava dei de cara com Chris. Quase gritei de susto.

– Você fica linda estressada, sabia? - ele perguntou com um sorriso presunçoso nos lábios. Revirei os olhos mais uma vez.

– Está atrasado. - disse simplesmente, me segurando para não avançar no pescoço dele e esganá-lo.

– Eu estava... ocupado. - ele disse sorrindo maliciosamente. Preferi nem perguntar com o que, vindo dele boa coisa não seria. Sem dúvida.

– Vamos logo acabar com isso. - Já estava estressada, faltava pouco para explodir com ele.

Ele tinha uma facilidade imensa de me irritar e isso fazia com que eu ficasse com raiva de mim mesma por não conseguir me controlar ou esconder dele. Com certeza se minha mãe descobrisse começaria a me dar mais aulas sobre como não demonstrar o que eu estava sentindo para não aparecer em alguma revista de fofoca como a "filha patricinha de um milionário que não aceita quando as coisas saem como planejado".

Chris se sentou confortavelmente em uma cadeira na mesa que eu estava minutos antes, sentei-me do lado oposto ao seu. Queria manter certa distância dele e ele percebeu porque sorriu quando viu onde eu estava me sentando.

– Vamos começar logo com isso, quero ir pra casa. - falei querendo quebrar o silêncio que havia se instalado. Peguei meu caderno onde tinha uma lista de perguntas que eu faria pra ele.

– Por que se mudou? - ele perguntou enquanto eu procurava a folha onde tinha escrito as perguntas.

– Você já me perguntou isso. - disse quando achei a folha.

– Não, perguntei como foi mudar de país.

– Dá no mesmo. E mesmo se não desse você já sabe a resposta pra essa pergunta. É culpa do seu pai eu estar aqui agora.

– Lembre-me de agradecê-lo depois por isso. - Levantei meus olhos da folha que eu observava e vi um sorriso deslumbrante em seus lábios, tive que conter um suspiro.

– Tenho algumas perguntas pra você. Nosso queridíssimo professor pediu perguntas básicas para conhecer o parceiro, acho que vou ficar com elas.

– Você não respondeu a minha pergunta, mas pode mandar.

– Queria entender uma coisa, você e Lipe estão na mesma turma, vocês têm a mesma idade? Nasceram no mesmo ano ou algo do tipo? São gêmeos totalmente diferentes? Você é adotado? - disparei todas as perguntas de vez, ele me olhava com um ar divertido nos olhos.

– Primeiro respira. - Ele sorriu. - Então, já me fizeram essa pergunta antes. Eu fiz 18 anos no final de dezembro do ano passado, Phillipe nasceu dez meses depois que eu. Como eu nasci no final do ano, entrei na escola no mesmo ano que ele. Simples assim.

– Espera, ele nasceu de cinco meses ou sua mãe só ficou um mês no resguardo? - perguntei incrédula. Ele ria muito da minha cara, provavelmente espantada.

– Um não, dois. E ele nasceu de oito meses.

– Explicou muita coisa. Vocês são muitos próximos, né?

– Brigamos bastante, mas ele me conhece mais que ninguém. - ele ficou um tempo em silêncio, provavelmente se lembrou de alguma coisa que só os dois sabem. - E você? Tem irmãos?

– Não, sou só eu.

– Não sente falta? Tipo, ter alguém pra conversar, confiar todos os segredos e compartilhar as dores? - ele perguntou. Pude ver uma tristeza em seus olhos quando ele disse a última parte que eu nunca imaginara existir.

– Até sinto, mas prefiro ter que passar por isso sozinha do que ver outra pessoa sofrendo o que eu sofro. - Sorri amigavelmente. Não gostaria nem de imaginar um irmão ou irmã minha tendo que ser responsável pela empresa ou ficar se perguntando todos os dias onde seus pais estavam que não podiam nem colocar a filha para dormir.

– Você não parece o tipo de pessoa que sofre tanto assim.

– E como é meu tipo pra você? - perguntei em tom de desafio, preferia não entrar no quesito sofrimento.

– Não sei ao certo. Às vezes você parece uma menina metida, patricinha, que tem tudo o que quer, na hora que quer e do jeito que quer, uma menina mimada. Mas em outros momentos parece uma menina que vive de bem com a vida, que não liga para o que os outros acham e que não precisa de muito para ser feliz. - ele respondeu dando de ombros.

– Acho que você está assistindo filme demais. - disse rindo, ele sorriu também. - Todos sofrem em algum momento, se eu pareço não sofrer então eu estou fazendo isso certo.

– Fazendo o que?

– Você é filho do governador, sabe que quando se é filho de alguém famoso ou rico, ou os dois, você deve tentar manter uma aparência para a mídia e para as outras pessoas. Não sei você, mas eu, como mulher, fui criada com governantas me ensinando regras de etiqueta, como me comportar em público e até mesmo como não deixar os outros saberem como me sinto.

– Isso é um saco. Mas por que você não pode deixar que os outros saibam o que você sente? Medo do que seus sentimentos podem revelar? - Chris perguntou erguendo a sobrancelha. A forma que ele falava dava a entender que sabia alguma coisa que eu tentava esconder a todo custo.

– Não é medo do que eles podem revelar, é medo de me tornar refém deles. - murmurei. Resolvi perguntar qualquer coisa antes que ele continuasse com aquele assunto. - O que você planeja fazer futuramente?

– Você é sempre assim? Fica tentando escapar das perguntas? - eu dei de ombros e ele suspirou. - O que eu planejo fazer futuramente, vejamos... - ele fez uma pausa, como se estivesse pensando. Vi a tela do meu celular acender, olhei e vi que Will estava ligando.

– Antes que eu atenda, responda só mais essa pergunta e outro dia continuamos, se você quiser saber mais alguma coisa, claro. - falei rejeitando a chamada.

– Okay. Então tá. Pode ser o que eu planejo fazer daqui a uns dois meses no máximo? - ele perguntou e eu assenti. - Estou planejando namorar com você.

Podia sentir que estava de boca aberta e completamente vermelha. Ele sorriu, um sorriso absurdamente encantador, e que me deixou paralisada e sem palavras.

– Seu celular está tocando de novo, é melhor você atender. - ele disse se levantando. - Bom final de semana, Amy. - ele passou por mim, mas voltou e sussurrou em meu ouvido, me fazendo arrepiar. - A propósito, você fica muito linda quando está corada.

Fiquei estática. Não movimentei um músculo sequer até o momento em que ouvi a porta da biblioteca sendo fechada. Só então me permiti soltar todo o ar que havia prendido, sem sequer perceber. Notei que meu celular ainda estava vibrando na minha mão, me recompus da melhor forma que pude pra atender.

– Oi Will! - Ainda estava tentando controlar minha respiração.

– Hey, Amy! Liguei pra saber se ainda está no colégio.

– Estou, tive que ficar até mais tarde. Por quê?

– Estou querendo saber se quer que eu vá te buscar. Vai vir com Phillipe? Já está liberada?

– Não, ele já foi. Terminei aqui agora.

– Já estou saindo daqui, então. Te encontro no estacionamento em cinco minutos. - ele disse e desligou. Suspirei e levantei, pegando todas as minhas coisas. Teria que tirar satisfação com Chris antes que ele também fosse embora.

Desci as escadas da biblioteca correndo e assim que passei pelas portas da recepção vi Chris caminhando calmamente até o estacionamento.

– Droga! - praguejei baixo, em português, para não correr o risco de alguém entender. - Chris! - chamei-o e corri até ele, que tinha se virado ao me ouvir chamar.

– Aconteceu alguma coisa? - ele perguntou com um sorriso cínico nos lábios, enquanto eu tentava me recompor.

– Aconteceu sim! Por que você acha que daqui a dois meses vai namorar comigo? Quem te garante que eu vou querer? - perguntei expressando minha indignação. Não entendi o porquê, mas seu sorriso só aumentou.

– Foi um blefe, mas agora tenho a conclusão. - Seu sorriso aumentou mais ainda e ele piscou o olho. Eu olhava-o sem entender. - Se você se importou tanto com o que eu disse a ponto de ter vindo tirar satisfação, é porque você tem alguma dúvida e pode ser até que cogite a ideia.

Meu queixo caiu. Eu olhava-o incrédula, com os olhos demonstrando a raiva que eu sentia. Como esse idiota conseguia deturpar tudo o que eu dizia? Eu não queria namorar com ele! E nem me importava! Só queria saber por que ele nutria essa esperança dentro dele. Minha mãe seria capaz de me matar se pudesse ouvir cada xingamento que passava pela minha cabeça, estava perdendo o controle. Chris conseguia abolir qualquer resquício de paciência que tinha dentro de mim.

– Seu... - Minha série de xingamentos foi interrompida pelo som da buzina do carro de Will.

– É melhor você ir, sua carona chegou. - Pela primeira vez ele não pareceu irritado com a presença de Will. Aquele sorriso divertido ainda brincava em seus lábios. - Bom final de semana, futura namorada. - Ele continuou caminhando até seu carro.

– Vai à merda, Chris! - berrei e saí de lá pisando firme. Muito irritada. Tomei cuidado apenas em não bater a porta do carro com força demais.

– Dia difícil? - Will perguntou, vi que ele estava rindo.

– Você nem imagina. - respondi irritada.

Pude perceber que ele estava segurando uma gargalhada. Revirei os olhos e continuei remoendo as palavras de Chris: Se você se importou tanto com o que eu disse a ponto de ter vindo tirar satisfação, é porque você tem alguma dúvida e pode ser até que cogite a ideia.

Como ele podia ser tão idiota? E por que ele gostava tanto de me irritar? Eu não queria namorar com ele. Independente de qualquer coisa, eu não podia namorar com ele, pelo menos não para ser apenas mais um nome em sua interminável lista de conquistas. Pode até ser que eu já nutra algum tipo de sentimento por ele, mas ele não sabia e se dependesse de mim continuaria assim.

...

Meu pai acabou tendo que adiantar em duas semanas a viagem para o Brasil. Tanto ele quanto minha mãe estavam empolgados com a viagem que seria dali a algumas horas.

Já havia se passado duas semanas desde a minha discussão com Chris. Ele continuava agindo como se nada tivesse acontecido e eu continuei tentando ignorá-lo, como sempre fiz. Os treinos das líderes de torcida eram muito puxados, Lindsey via erros onde sequer existiam. E ela pegava muito no meu pé, como se nada do que eu fizesse estivesse certo, como se já não fosse difícil o suficiente ter que treinar com mais de vinte homens olhando pra você e sua bunda.

Eu já recebera a farda do time, mas até agora não havia usado, já que não era obrigatório o uso nos treinos, só nos jogos oficiais, eu evitava ao máximo usá-la. O mesmo não valia para o casaco do time, eu tinha que usá-lo pelo menos três vezes na semana, não importava como, então eu sempre o deixava amarrado na cintura, já que o clima não estava tão frio, graças à aproximação da primavera.

– Você vai pra casa de Ashley, né? Assim que chegarmos ao Brasil te ligamos. - minha mãe começou seu monólogo mais uma vez. - Quero que você me ligue pelo menos uma vez por dia e... - Resolvi interrompê-la antes que ela continuasse.

– Eu já entendi, mãe. - disse rindo, junto com meu pai, e ajudando a levar as malas até o carro. Will e Sam alternavam seus olhares entre eu e minha mãe, sem entender o que dizíamos, já que estávamos conversando em português.

– Vou sentir saudade do meu bebê. - minha mãe disse com a voz chorosa. Podia ver sinais de lágrimas em seus olhos.

– Não chora, mãe. A senhora sabe que daqui a duas semanas vamos nos ver de novo. E vou ligar todos os dias, prometo. - abracei-a, já com os olhos enchendo de lágrimas.

– Meu amor, temos que ir para não perdermos o voo. - meu pai disse, segurando a porta do carro para minha mãe.

– Quando eu chegar te ligo. Não espere todo mundo ir pra casa pra você ir para a de Ashley, vá logo. - Estava me segurando para não rir, às vezes minha mãe se preocupava demais.

– Vai na paz, mãe. A senhora sabe que vou ficar bem. Não é a primeira vez que vocês viajam e me deixam sozinha.

– Você ficava na casa dos seus avós. - ela disse revirando os olhos. - E quando seu pai viajava pra outro país eu ficava em casa. - Sorri abertamente. Ela me olhou feio.

– Mãe, vai na paz que tudo vai ficar bem. Pai, me ajuda aqui, por favor. - supliquei me virando para ele que tentava abafar uma gargalhada.

Depois de muita insistência minha mãe cedeu e eles seguiram até o aeroporto.

– Que discussão foi essa? - Sam me perguntou rindo, tinha esquecido que ela e Will estavam observando sem entender nada. Sorri.

– Minha mãe estava preocupada sobre me deixar aqui sozinha. - resumi toda a discussão, voltando a falar em inglês. - Na casa de Ashley. - completei quando vi que Will iria protestar.

– Você vai quando pra casa dela? Vamos sair em uma hora. - disse Sam me acompanhando para dentro de casa, Will logo atrás.

– Vou amanhã. - disse dando de ombros e indo até a sala de música. - Já vai escurecer e ela tá fazendo um trabalho com Lipe. Vou dormir aqui hoje e amanhã vou pra casa dela. Não precisam se preocupar também.

– Se quiser que eu te leve, é só falar. - Will disse, encostado no batente da porta de entrada da sala.

– Não precisa. Ela vem me buscar amanhã à tarde. Vamos ao shopping. - Revirei os olhos, Ashley insistira em ir ao shopping comigo. Sentei-me de frente ao piano. - Mas mesmo assim obrigada.

– Você quem sabe. Qualquer coisa me liga, vou passar esses dias na casa do meu pai, mas se você precisar de alguma coisa eu volto. - Sam disse me abraçando.

– Já falei pra vocês ficarem despreocupados. Eu sei me cuidar. - Estava tentando convencê-los que eu ficaria bem.

Eu não planejava dormir todos os dias na casa de Ashley. Pra mim, só os finais de semana estavam perfeitos. Já tinha conversado com ela e com Phillipe, eles viriam comigo pra casa depois das aulas e quando estivesse escurecendo iriam embora. Nem eles me convenceram a dormir fora de casa.

– Estou falando sério, me ligue mesmo! - Sam disse como se soubesse que eu não ligaria.

– Eu sei. Fique despreocupada. - disse com meu tom mais tranquilizador e comecei a tocar algumas notas aleatórias. - Vocês não têm que arrumar suas coisas? - perguntei rindo.

– Está nos expulsando? - Will perguntou, com um sorriso brincando em seus lábios.

– Não, mas seu pai não gosta de atrasos. Nem o seu. - afirmei me referindo a Sam. Escutei-a bufar, sorri vitoriosa. Eles tinham desistido.

– Só vou porque você tem razão. Você vai ficar bem, né? - Dava pra perceber que ela ainda estava preocupada. Eu tinha ganhado uma irmã mais velha e nem sabia. Sorri.

– Vou sim. Podem ir despreocupados. Já disse.

Eles hesitaram um pouco antes de sair, mas logo desistiram. Só avisaram que antes de saírem iriam voltar para se despedir.

Continuei tocando apenas para praticar, fazia umas duas semanas que eu não tocava, e isso era um recorde. Fiquei tocando até quando Sam e Will voltaram para se despedir e depois que eles foram embora e a casa ficou absurdamente silenciosa, sendo preenchida apenas com o som da melodia do piano.

Já era quase nove da noite quando parei de tocar para fazer meu jantar. Eu aprendera a cozinhar há alguns anos, nos variados momentos em que meu pai viajou e me deixou com minha mãe em casa. Nós sempre inventávamos alguma coisa diferente. Eram momentos divertidos entre mãe e filha. Mas não cozinhávamos juntas desde que meus avós morreram, há quase um ano.

Liguei o som para deixar esses pensamentos de lado e me concentrar no meu jantar. Fiz um arroz branco e um salmão, quantidade o suficiente para eu comer também no almoço, já que Ashley viria me pegar à tarde. Enquanto comia, fiquei conversando com Belle e Ashley no grupo das amigas até elas irem dormir.

Chris estava estranhamente silencioso. Ele sempre me mandava alguma mensagem me desejando boa noite, mas já era quase meia noite e nada.

Guardei meu celular no bolso do short, arrumei a cozinha e fui para meu quarto dormir.

...

Já fazia uma semana que meus pais tinham viajado. Tudo estava absurdamente calmo, literalmente. Nem Lindsey me ameaçava ou brigava comigo nos ensaios e nem Chris falava comigo nada que não fosse realmente necessário, e isso estava me consumindo. Hoje Ashley iria pra uma festa na casa de Eric, dessa vez eu não iria com ela, já havia deixado isso claro. Mas eu tinha insistido para que Phillipe a acompanhasse e não deixasse que ela fizesse besteira.

Peguei minha caneca de chocolate quente e fui para meu quarto. Belle estava dormindo, ela teria uma prova logo pela manhã, Ashley e Lipe já haviam ido para a festa e fazia algum tempo que Liam não me dava sinais de vida, se não fosse por Isabelle eu nem saberia se ele ainda estava vivo. Resolvi tirar essa noite pra adiantar alguns trabalhos que eu tinha e estudar para algumas provas. Como ainda era sexta, eu não precisava dormir cedo, já que eu não tinha compromissos para o sábado.

Coloquei minha caneca no criado mudo ao lado da minha cama, peguei meu notebook e comecei a trabalhar.

Digitei meu trabalho por quase duas horas, mas não consegui continuar. O fato de Chris estar me evitando rondava minha cabeça. O que será que tinha acontecido? Eu tinha feito algo de errado ou ele só tinha desistido? Eu odiava ter que admitir, mas mesmo que eu gostasse dele, e não quisesse nada, eu gostava de sua amizade e de seu jeito divertido de ver as coisas. Resolvi passar por cima do meu orgulho e mandar uma mensagem pra ele. Provavelmente ele só veria amanhã, já que ele deveria estar na festa do amigo, mas nem sobre isso eu tinha certeza.

"Chris, você está bem? Sinto falta do meu amigo e colega de sala... :/ Está na festa do Eric? - Amy"

Hesitei antes de enviar, mas num ato de loucura ou coragem, não sei, eu o fiz. Foi como se eu tivesse tirado um peso dos meus ombros. Eu poderia não ter feito nada de errado, mas eu não queria me afastar dele. A resposta veio um minuto depois.

"Achei que você nunca me mandaria uma mensagem. Cansei de ser sempre ignorado. E não, hoje não fui à festa dele, tinha que fazer umas coisas para meu pai, já que Phillipe saiu. - Chris"

Aquelas simples palavras demonstraram o quanto ele estava chateado comigo, xinguei-me mentalmente por ter feito isso, mas me senti aliviada por saber que ele não tinha ido à festa. Agora teria que consertar as coisas, ou pelo menos tentar.

"Desculpa... É que não sei bem como agir, só tive dois amigos na minha vida e bem... Nenhum deles disseram que iriam namorar comigo. - Amy"

Estava envergonhada por admitir isso pra ele, mas faria o que fosse necessário pra recuperar pelo menos sua amizade. Outra mensagem chegou logo em seguida.

"Só falei a verdade, mas pelo visto você só quer amizade, né? - Chris"

"Isso, só amizade. Tudo bem pra você? - Amy", respondi assim que li. Meu coração estava disparado, eu estava ansiosa pela resposta dele. Não sabia se queria que ele dissesse que seria só amizade ou que continuaria tentando namorar comigo, porque, mesmo que eu tentasse desmentir, lá no fundo eu queria namorar com ele. Senti meu peito se encher de alegria quando li a resposta dele.

"Pra você pode até ser amizade, mas pra mim ainda podemos ficar juntos. Tenho que ir. Durma bem, pequena. - Chris"

Só percebi que estava sorrindo quando a tela do meu celular apagou e pude ver meu próprio reflexo. Eu sorria e meus olhos estavam radiantes. Deixei meu celular de lado e voltei ao meu trabalho. Assim como eu estava ocupada, ele também estava com as coisas do pai. Até onde Lipe me dissera, o pai deles havia viajado ontem à capital para uma reunião de ultima hora, mas estaria de volta no domingo.

Acordei com um trovão reverberando pelo quarto, nem tinha percebido que tinha dormido em cima dos livros. Olhei pela varanda e percebi que uma chuva muito forte caía, com direito a trovões, relâmpagos e raios. Encolhi-me na cama. Eu já tinha medo de trovão, mas ele só tinha aumentado depois dos meus últimos pesadelos. Estremeci quando outro clarão iluminou todo o céu e logo em seguida veio o som que fazia todo meu corpo arrepiar de medo.

Olhei a hora no meu celular, 02:47 da manhã. Suspirei. Eu não conseguiria dormir tão cedo enquanto os trovões não parassem. Percebi que a luz do corredor estava ligada. Merda. Teria que desligá-la. Levantei-me da cama cautelosamente e fui até o interruptor, perto das escadas, quando escutei alguns murmúrios. Parei onde eu estava para tentar escutar. Eu estava sozinha em casa, quem poderia ser? Ainda mais há essa hora.

– Ele disse que a loirinha estaria em casa. Vamos nos separar, você fica aqui que nós três vamos subir. - Aquela voz, eu conhecia de algum lugar. Um arrepio subiu pela minha espinha. - Não peguem nada, nosso objetivo aqui é ela.

Imediatamente eu reconheci a voz. Era o mesmo rapaz da festa, o que tentou me agarrar. Foi como se um balde de agua fria caísse sobre mim, senti o sangue deixar a minha face. Eu não podia descer se eles estavam subindo, mas também não poderia ficar aqui e esperar para ver o que eles iriam fazer comigo. Corri de volta para meu quarto, eu tinha que arranjar um jeito de fugir. Fui até a varanda ver se encontrava alguma escada, corda ou seja lá o que fosse para descer, mas não achei nada. Minha única saída seria pular na piscina, do terceiro andar da casa.

Mais um trovão soou no céu e logo depois escutei o som de passos, perto demais do meu quarto. Assim que me virei eu o vi. Cabelo marrom, quase preto, pele bronzeada e os olhos, que quando eu vi pela primeira vez demonstravam o quanto estava bêbado. Recuei instintivamente um passo e pude sentir o parapeito encostando-se à minha pele, coberta apenas por meu pijama. Senti minha pele arrepiar sob o contato gelado do mármore. Aquela era minha única saída. Virei-me de costas para ele e subi no parapeito, a piscina iria amortecer minha queda. Olhei para trás antes de pular, meu olhar cruzou com o dele e ele logo percebeu o que eu faria. Só escutei seu grito antes de pular.

A primeira coisa que senti foi a agua da chuva batendo, extremamente gelada, em minha pele e logo depois mergulhei na piscina. Vi a luz da cozinha acender, saí da agua e comecei a correr em direção ao jardim o mais rápido que eu pude. Escutei algumas coisas como: "não deixem ela fugir", "peguem ela" ou "o chefe vai nos matar se ela escapar", isso só me deu mais forças para correr. Desviei meu caminho para a parte mais fechada do jardim, onde as arvores começavam a ficar mais altas. Eu sabia que estava correndo em direção à estrada, mas a casa mais perto ficava a, pelo menos, quatro quilômetros, e era a casa de Chris. Ele era minha única alternativa.

Podia escutar o som de passos pesados me seguindo, entrei mais ainda por entre as arvores, tentando ao máximo me manter escondida enquanto corria. Meu pijama estava completamente molhado e colado no corpo, como meu cabelo. Os pingos da chuva batiam grossos em meu rosto e corpo com tamanha força que sentia arder. Os galhos das arvores arranhavam minhas pernas e braços enquanto eu tentava mantê-los longe do meu rosto e do meu caminho. Com certeza ficaria a marca. Não sabia há quanto tempo estava correndo e nem se estava na direção certa, mas o som dos passos me impedia de parar. Mais um trovão soou alto e, sob a luz do relâmpago, eu pude ver que me aproximava de uma casa, logo no topo da colina. Chris.

Comecei a subir o mais rápido que eu pude, sentia minhas pernas arderem em protesto ao movimento constante e forçado, mas me mantive correndo. Não escutava mais os passos, mas não queria arriscar parar para olhar e ser pega de surpresa. Estava torcendo mentalmente para que ele estivesse acordado, que o trabalho que seu pai tinha deixado fosse muito grande. Assim que alcancei a porta da frente bati com o resto de força que me sobrara. Eu batia e tocava a campainha insistentemente.

Estava paralisada de medo. E se ele não atendesse? Olhei para trás e vi uma cabeça aparecendo por entre os arbustos, ainda um pouco longe da casa, mas mesmo assim isso me fez estremecer só com a ideia de que talvez tudo isso tivesse sido pra nada. Suspirei em alívio quando a luz da sala acendeu e a porta foi aberta, por um Chris totalmente sonolento e confuso, usando apenas uma calça de moletom. Quando eu olhei para trás novamente só pude ver o homem recuando e voltando para as sombras. Isso foi o suficiente para que meu corpo relaxasse e meus sentidos fossem simplesmente apagados.

A única coisa que ouvi antes de cair foi a voz melodiosa do homem dos meus sonhos chamando o meu nome.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Me digam o que acharam... Pode ser por um review, MP, ou qualquer outra coisa... O que vocês acham que vai acontecer? Por que esses homens estavam na casa de Amy? Algum palpite? U.u



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