A melhor derrota de Son Goten escrita por Branvermelha


Capítulo 5
Orientações


Notas iniciais do capítulo

Como eu falei, os capítulos estão salvos em meu computador, daí é só postar.
Boa leitura.



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Bra não sentia fome. Só dor. E no corpo inteiro.

Naquele café-da-manhã, ela beliscou as torradas, bebeu o suco e neste momento, usando a colher, mexia desinteressadamente na tigela de cereal. Na verdade verdadeira só estava esperando seu irmão mais velho terminar de comer para ambos saírem dali.

– Pai, Bra e eu vamos usar a câmara de gravidade hoje – Trunks comentou enquanto se levantava para deixar os pratos sujos na pia de louça. – O dia inteiro, tudo bem?

Vegeta ergueu uma das sobrancelhas, demonstrando incredulidade. Havia escutado direito? A sua filha usaria a sala de gravidade mesmo? A bem patricinha? A mini Bulma?

– E posso saber o que vocês vão fazer lá? – O homem perguntou olhando de relance para a menina de cabelos azuis.

Bra saiu de seu transe de espera e tédio ao perceber o olhar de seu pai sobre ela. Olhou para o irmão o qual se encontrava recostado na porta da cozinha e este acenou positivamente com a cabeça. Ele havia criado aquela oportunidade para ela explicar como funcionaria hoje, amanhã e depois de amanhã.

– Ora, papai. Treinar, óbvio – A menina falou como se habitualmente fizesse isso e, por isso, percebeu que precisava se expressar melhor. Inventaria alguma coisa. – Bem é que... Eu sei. Nunca demonstrei nenhum interesse em lutar e tal, mas agora estou disposta a aprender e Trunks prometeu me orientar por hoje. E seguirei sozinha nos próximos dias. Daí eu não quero que o senhor me veja treinar ainda. Será tipo uma surpresa, papai.

A garota Briefs prendeu a respiração, mas a julgar pelo “Hum” seguido de um sorrisinho muito discreto vindo de seu pai... Ele parecia ter engolido.

Vegeta não somente tinha engolido, mas até tinha ficado contente com a notícia. Sua princesinha parecia finalmente corresponder à linhagem guerreira sayajin a qual pertencia e desejava lhe surpreender com isso.

– Certo. Mas seja rápida. Não vou me permitir ficar sem ir à sala de gravidade para treinar por muito tempo, afinal... Não tem nada interessante para fazer nesse planeta, nessa casa – O sayajin-puro falou só para alfinetar sua companheira. Esta, sentada ao seu lado à mesa o fuzilou com os olhos. Ele, porém, ignorou essa ameaça e prosseguiu. – Quero só ver o que diabos arranjarei para ocupar o meu tempo.

– Eeei! Está por acaso insinuando que eu sou entediante, Vegie?! – Bulma replicou quase gritando. – Quer alguma coisa para se ocupar, é?! Arranje um emprego e ocupe o sofá em vez da nossa cama!!

Bem... Os dois híbridos aproveitaram a deixa e saíram de fininho. Ainda tinham o resto de suas vidas para escutar essas discussões e perder uma nada significaria.

– Certo. Diga-me como você estava treinando mais cedo – Trunks perguntou acendendo as luzes da câmara de gravidade e fechando a porta.

– Liguei o painel, regulei o nível de gravidade e ativei – Bra respondeu. Parada no centro da sala, olhando tensa para o chão, relembrando os acontecimentos de mais ou menos uma hora atrás.

– E o que mais? – o rapaz mais velho indagou obviamente insatisfeito com a resposta superficial dada.

– Como o que mais?

– Você ligou a máquina e fez mais o quê? Treinou braço, dando socos, talvez? Perna com chutes...?

– Bom... Eu... Eu – A garota mais nova ruborizou, envergonhada, batia com os dedos indicadores. – Mantive-me de pé e... Andei...

– Ah, sério... – Ele olhou para irmã, espantado e não no bom sentido. – Então tá. Com sinceridade, quanto de Gs você... Ahn... Fez isso?.

– Er... 300G.

– 300G?

– 200G

– 200G?

– Tá! 150G! Pode rir de mim se quiser, seu chato! – Bra ficou ainda mais vermelha. “Ai, que desgraça de sayajin eu sou”, xingou-se.

O garoto de cabelo lilás cobriu a boa com a mão e desviou o olhar da menina encabulada. Não podia rir. Não podia rir! Não podia! Tava difícil...

– Haham. Não, não vou rir de você não. É até mais do que eu esperava. Até por que você nunca treinou de fato – Ele falou depois de controlar o riso. – Mas que foi uma grande M%@+# você desafiar o Goten, foi mesmo...

Dizendo isso, Trunks puxou sua irmã para perto e deu um cascudo dos bons nela.

– Aii, por que fez isso?! Estou toda dolorida, sabia?! – A menina reclamou fazendo uma cara chorosa e alisando a cabeça no lugar em que seu irmão havia batido.

– Aah. Larga de ser manhosa. Vamos logo. Temos que começar por algum lugar – O híbrido se aproximou do painel de controle, ligou-o, regulou-o para 152G. Fez menção em apertar o botão metálico, mas consultou as horas em seu relógio de pulso antes. 08h:53min. – Hum... Vamos ver se aumentamos um tanto a sua força, resistência e velocidade nas próximas 4 horas. Depois conversaremos sobre umas coisinhas. Pode ser?

E a Briefs tinha escolha? A dor em seu corpo aumentou avisando que estava no limite e precisava de repouso. Repouso a fim de as fibras musculares lesadas se regenerarem. Mas ela não tinha tempo para repousar. Se o limite fora alcançado, ela simplesmente teria que ultrapassá-lo, como seu pai havia feito no passado, antes mesmo dela nascer. Ultrapassar limites.

Assim passaram-se aquelas 4 horas. Quando Trunks via que Bra já conseguia saltar e desferir golpes, estes conforme a instrução do meio-sayajin, na dada gravidade, ele somava 2Gs. Daí todo o progresso em movimentação era zerado e a menina precisava se acostumar tudo de novo.

12h:01. Trunks desligou o painel de controle e chamou até sua irmã para perto. Mas esta, logo após a pressão ao seu redor cessar, sentiu os joelhos bambos e acabou indo de encontro ao chão. Exausta. E com dor. Dor por toda parte. Desejando ficar o resto do dia ali, deitada e imóvel. Fechou até os olhos.

– Durma agora não. 230G, hein – O rapaz se aproximou da irmã, agachou-se e fazia um cafuné nela. – Opa. Sorria. Pertencemos a uma raça guerreira e forte. Está doendo agora, vai doer mais ainda mais tarde, mas amanhã já vai estar novinha em folha e pronta para outra. As dores do crescimento são assim

Bra abriu os olhos, afastou a mão do irmão com uma tapinha e resmungou enquanto se sentava ali no chão mesmo. Embora esgotada, um sorriso pequeno e cansado apareceu em seus lábios. De 150G a 230G. Doloroso notável crescimento. O sorriso logo diminui. “Está longe de ser o suficiente”, pensou adquirindo um semblante apático e deitando de barriga no chão frio. A respiração acelerada.

– Calma. Tenho algumas notícias que talvez te animem um pouquinho – O rapaz se sentou e observou a irmã para ter certeza de esta estava atenta e ouvindo suas palavras, daí continuou. – Lembra quando eu disse que o Goten suporta até 800.000G?

– Uhuum... – A menina se ateve a revirar os olhos.

– Precisa saber disso. Nossa elevada resistência advém de nossas transformações. Dessa forma, os valores correspondendo aos limites atuais, ou seja, de Gs suportados pelo Goten, pelo papai e por mim só são válidos quando estamos transformados em super sayajins 2 – Trunks fez uma pausa para engolir saliva – Quando somente super sayajins 1, o “xG” cai para um tanto mais da metade. E quando com nenhuma transformação, tipo como estou agora, o valor cai novamente pela metade, entende onde quero chegar?

Bra teve uma espécie de epifania ao ouvir e entender o raciocínio do irmão.

– Está dizendo que, na verdade, o poder do Goten equivale a mais ou menos 200.000G? – Ela perguntou voltando a se sentar.

O rapaz anuiu com um ligeiro movimento de cabeça.

A garota de cabelos azuis foi preenchida por um sentimento de esperança. Por quê? Ora, uma das próprias regras do embate era o filho de Kakarotto não poder usar a transformação super sayajin. Em outras palavras, o moreno está proibido de usar seu poder total nessa luta. Ainda bem. E nada mais justo.

– Mas... Ainda sim, minhas chances continuam ruins – Bra declarou relembrando a distância existente entre 230 e 200.000G. Ficou desanimada outra vez.

– Relaxe. Eu te garanto que ele vai lutar com você com um nível muito mais baixo. E não exatamente de propósito... – O rapaz mais velho sentiu uma pontada de ciúmes.

– Como assim? – A mais nova questionou. A testa franzida.

Enfim, Trunks não só sabia como tinha certeza que se sua irmã desse um mínimo de “mole” para o colega, este perderia boa parte se não toda a concentração. Se a Bra fosse esperta, a luta ficaria ganha.

Mas ele não diria esse detalhe a ela. Que tipo de irmão mais velho estaria sendo incentivando-a se meio que se jogar nos braços do melhor amigo? Este também ficaria se achando. E, pior, podia até gostar. Decidiu ocultar esse detalhe.

– Ah, você é mulher, oras. Ele vai hesitar em te machucar, claro – Trunks respondeu um tanto desconfortável por usar essa meia verdade.

– Mmmm, claro – A Briefs engolia essa hipótese para o alívio do irmão.

– Que tal a gente ir almoçar agora e continuar depois?

– Nem sei. Não estou com fome...

– Mas você precisa comer bastante, sobretudo agora que está treinando pesado. Anda, vem, vai ajudar na recuperação de suas forças e na regeneração muscular, vai por mim – Ele fez a menina sonolenta se levantar e a conduziu para fora da sala.

Após terem se alimentado. 13h:15min. Os dois retornaram a câmara de gravidade.

Bra havia seguido a orientação de seu irmão e, mesmo sem muita fome, comeu o quanto pôde aguentar. E quer saber, ela se sentia bem melhor. A dor diminuiu e se sentia com mais energia.

Além disso, ter plena consciência que o Goten não utilizaria toda a sua força e, de quebra, recearia em atingi-la, tinha lhe renovado o espírito. Já sonhava com a possibilidade de derrota-lo, na real. Só precisava seguir se superando.

Pronta para outra!

– Façamos assim – O rapaz disse já ligando o painel de controle da sala e ativando a gravidade. 232G. – Acostume-se e quando estiver mais preparada, quero que tente me acertar no rosto usando todas as forças, ouviu? E eu vou me defender só com o braço esquerdo, pra ficar justo.

Assim foi.

A Briefs demorou cerca de 20 minutos para se adaptar. Ao alcançar graus de movimento e velocidade quase normais, começou a investir contra o rapaz de cabelo lilás. Este desviava com irredutível facilidade e, às vezes, usava o braço para aparar alguns golpes.

Mais tarde, o meio-sayajin orientou a irmã quanto ao estilo de luta do colega. Combos favoritos, inclusive. Goten era muito resistente, não cansava fácil, porém se distraía por vezes com facilidade.

21h:23min. Bra estava deitada de bruços no chão da sala, respirando com boca, dolorida, mas sorrindo. 344G. Nem acreditava. A vontade realmente era uma força poderosa. Sentia seu estômago se revoltar faminto. Fome avassaladora.

– Olha só como você já está fortinha – Trunks, em contrapartida muito longe de estar cansado, riu sentando ao seu lado. – No dia seguinte, como não estarei aqui para ajudar, exceto no turno da noite, siga essa rotina “+2G” sozinha. Se quiser, pegue alguns robôs também... Consegue ir para faculdade assim amanhã?

– Eu vou faltar... Já... Estou passada em todas as matérias do semestre e... Tenho faltas francas para gastar – A menina comentou com desdém entre uma inspiração e outra.

– Sei. Eu aconselho você a ir comer, tomar banho, ir dormir e só recomeçar a treinar com o raiar do sol do dia de amanhã. Nada de acordar de madrugada. Sabe, se você usar o machado e não parar para amola-lo, ele fica cego.

– É o quê? Vou ficar cega?

– Só usei uma metáfora para te fazer entender que precisa descansar se quiser continuar progredindo... – O rapaz revirou os olhos e se pôs de pé. – Vamos.

– Ah. – Bra se colocou de pé, mas ficou parada. Fitou, séria, o irmão o qual olhava para ela interrogativamente. – Trunks, responda-me com sinceridade uma coisa... Acha que se eu continuar treinando assim, nesse ritmo, eu posso vir a me transformar em super sayajin igual a vocês?

– Talvez sim – Ele esboçou um sorriso franco. – Papai ia até morrer de orgulho de você e... – O restante da frase morreu na garganta do garoto, tamanha foi a surpresa de sua irmã correr para abraça-lo.

– O-brigada pelas orientações, irmão idiota – Bra disse baixinho.

– Disponha, irmã chata.

Os dois trocaram esses insultos carinhosos e sorriram. Eram filhos de Vegeta e Bulma de fato.

O painel de controle foi desligado, as luzes também. Ambos iam saindo, quando Trunks se lembrou de um detalhe...

– É bom você falar com a mamãe e pedir que ela faça um traje adequado e sob medida para batalha e de preferência de gola, manga e calça comprida – Falou.

– Usando uma roupa assim eu vou morrer de calor, Trunks!

– É que... é a sua primeira luta e não quero que se machuque muito. Mais proteção, entendeu?

– Mm, tá. Falo amanhã com ela – A garota de cabelos azuis comentou com pouco caso.

Trunks suspirou aliviado. Aquela pontada de ciúmes tinha atacado de novo...

Após comer horrores no jantar, Bra tomou banho, vestiu um baby doll e se jogou na cama segurando o notebook.

Ligou o aparelho. Colocou no google e digitou “Como beijar na boca passo a passo”. Pesquisar.

Sim, ela estava mais confiante, mas Goten seguia mais forte e experiente. Estava se prevenindo, pois se perdesse, teria que beijar. E se fosse para beijar, beijaria direito. “Seria o melhor beijo da vida daquele idiota”, pensou rindo, com o ego inflado.

Mm vejamos... Se o cara já beijou antes ele provavelmente vai conduzir. Feche os olhos. Sinta a língua dele tocando em seus lábios. Abra a boca. As línguas darão voltas e... Eca! Chega disso!”,O rosto da Briefs se encontrava completamente vermelho por causa das imagens de beijar o Goten que invadiam a sua mente. “Preciso ganhar dele. Só preciso!”,fazia dessa a sua única certeza.

Fim do primeiro dia.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo o