Disenchanted escrita por Diana


Capítulo 7
Rival


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal?

Trazendo mais um capítulo para vocês! Espero que gostem.
Bom, muita gente pediu beijo nos comentários. Tem beijo, só não sei se vocês vão gostar dele, kkk
Que mais eu posso adiantar? Nesse capítulo, Clarisse ganha uma rival já conhecida na conquista pela filha de Atena. É, as coisas esquentam. No mais, é isso. Queria agradecer o pessoal que tá sempre nos comentários, apoiando, deixando críticas positivas, dando sugestões. Sério, cês são demais!

Queria, também, agradecer e dedicar esse capítulo à Werewolf por ter deixado uma recomendação na fic. Espero que você goste desse capítulo e dos que estão por vir. Muito obrigada pela recomendação.

De praxe, capítulo betado pela Srta. With. Flor, brigadão.

Boa leitura!



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VII

Rival

“Eu sou metal

Raio, relâmpago e trovão”

(Metal contra as nuvens, Legião Urbana)

Se as coisas já não estavam boas entre Annabeth e eu, o que viria a seguir nas próximas semanas só serviria para piorá-las ainda mais. O velocino de ouro trabalhara até bem demais e Thalia, filha de Zeus, havia literalmente renascido.

Com a ida de Percy para a casa da mãe, pensei que teria mais chances de encontrar Annabeth sozinha vez ou outra e tentar conversar, mas me enganei. Com Thalia por perto era praticamente impossível me aproximar da filha de Atena.

Elas estavam sempre juntas. Nas refeições, nos treinamentos. Imagino se Annabeth burlava as regras para ir dormir no chalé de Zeus, sozinha com Thalia, e aquele pensamento me fez ficar com raiva.

E eu sabia que Annabeth devia ter contado a Thalia o que acontecera entre nós, pois sempre que chegava a um lugar que elas estavam, a filha de Zeus me lançava um olhar ameaçador com aqueles olhos azuis da cor do céu. E eu o sustentava. Não sou de recuar e não me importo nem um pouco com o fato de ela ser filha de Zeus.

As pessoas começaram a perceber. Começaram a perceber os esbarrões propositais, os olhares raivosos e até a ferrenha disputa entre a filha de Zeus e eu durante os treinos de wrestiling, de esgrima ou no paredão de lava.

Mas o melhor estava por vir: A Captura da Bandeira. Aquela semana teríamos o mais famoso jogo entre nós, semideuses. Como sempre, os chalés de Atena e Ares estariam no comando. Os chalés de Hefesto e Hermes se aliaram a nós. Acho que os Stoll o fizeram por interesse, pois eles sabiam que eu ainda tinha a intenção de fazê-los pagar pela corrida de bigas. Os chalés de Deméter, Apolo e Dionísio tinham se aliado a Atena. E, claro, Thalia estava do lado de Annabeth, o que contava o chalé de Zeus.

Numericamente estávamos em desvantagem, mas isso nunca foi problema para mim. Até porque eu teria a chance de chutar a bunda de Thalia. E aquilo me animava. E animava muito.

Connor Stoll havia descoberto, sabe-se lá como, que o chalé de Atena esconderia a bandeira deles na parte norte da floresta, na direção do pavilhão de jantar. Torci para que ele estivesse certo. Beckendorf, do chalé de Hefesto, propôs que colocássemos nossa bandeira aos arredores do punho de Zeus. Não discordei. Não me importava onde as malditas bandeiras estariam: O que me importava era um confronto direto com a filha de Zeus.

No dia do jogo, os campistas estavam reunidos no Anfiteatro. Todos os chalés, inclusive o chalé de Afrodite que nunca participava dos jogos. Os filhos e filhas de Afrodite estavam sentados, conversando, observando. Estava com meu grupo, terminando de colocar minha armadura quando ouvi uma voz me chamar:

– Clarisse! – Virei-me e vi que era Silena. Sorri para ela e fiz sinal para que ela se aproximasse. – Quer ajuda? – Ela perguntou, indicando minha armadura com o olhar. Apenas assenti. - Então, está difícil fazer paz com o outro time? – Ela piscou pra mim e imediatamente soube que ela estava se referindo a Annabeth. Senti meu rosto ficar quente e murmurei um ‘não sei’. Silena sorriu, enquanto ajustava o saiote vermelho que eu usava e as caneleiras.

Quando ela se levantou, ficou praticamente de frente para mim e sorriu. Podia sentir os olhares curiosos para nós, mas ela parecia não se importar. Ela percorreu com o olhar a fileira de elmos e escolheu um pra mim. Confesso que era bastante escandaloso, mas bonito. Tinha uma crina gigante de cavalo o adornando e era todo pintado de vermelho, para combinar com meu conjunto. Meu elmo em formato de cabeça de javali estava sendo consertado.

– Acho que esse combina com você. –Apenas assenti e abaixei a cabeça, para lhe permitir colocar o elmo em mim. Mas antes que pudesse sentir o elmo sendo posto, Silena pôs a mão em meu queixo e me puxou para ela. Ela sorriu, aquele sorriso digno das crias de Afrodite, e me beijou.

Todos os campistas pararam para assistir. Ia ser difícil bater em tanta gente assim, mas o que mais me preocupava era que Annabeth estava lá, em algum lugar, observando aquilo. Tive ímpetos de empurrar Silena sem sucesso. Eu me sentia incapaz de repelí-la.

Quando ela se separou de mim, a olhei com um olhar furioso e ela me abraçou e sussurrou em meu ouvido:

– Não precisa ficar com raiva. O que fiz... É como um presente. Lembra-se da outra vez que te beijei? É como se houvesse um GPS te guiando para onde seu coração quer ir.

Ela colocou o elmo em minha cabeça e o ajustou, me oferecendo um beijo casto antes de se retirar. O Acampamento inteiro parecia interessado na cena. Até mesmo Quíron, que estava meio que inspecionando as equipes, parecia ter o olhar direcionado para nós. Virei-me, ignorando a todos e fechei a cara. Pensei comigo mesma se Silena não teria um “presente” mais discreto.

– Semideuses, ao centro por favor! – A voz de Quíron anunciou. O tempo de preparação havia se esgotado.

Um ou outro irmão meu me deu um tapinha e me lançou um olhar divertido antes de ir para o centro. Peguei minha lança e um escudo velho que havia por lá. Também levava comigo a espada que meu pai havia me dado. Silena me dera a dica de levá-la na captura da bandeira dias atrás. Eu não iria discutir. Eu não consigo discutir com ela. Levei o estandarte do meu chalé, pintado em vermelho e com a cabeça de javali e uma lança desenhada e o finquei no chão.

– Lideres, ao meu lado! – Quíron disse e abri caminho até ele. Esperava que Annabeth fosse se aproximar também, mas não queria encará-la após a cena com Silena. Acho que minhas preces foram ouvidas e não foram, pois quem se postou ao lado de Quíron foi Thalia. Ela também trazia um estandarte diferente. Era azul e nele estava desenhado o raio de Zeus.

Senti uma raiva intensa percorrer meu corpo. Se era Atena quem liderava a disputa, por que a filha de Zeus estava como líder? Thalia usava uma armadura toda cinza e um elmo parecido com o meu. Não compreendi porque Annabeth lhe deixou assumir o comando. Poderia ser qualquer um, menos ela!

Fiquei frente a frente com ela. Nossos olhos lançando faíscas que pareciam invadir todo o Acampamento. Ofereci-lhe uma ameaça silenciosa e Thalia respondeu da mesma forma. Havia raiva. Muita raiva entre nós. Meus irmãos atrás de mim deram risadinhas e cochichavam algo sobre uma boa briga que estava por vir e eu sabia que o chalé de Hermes já estava organizando uma aposta clandestina.

Quíron se aproximou de forma cautelosa. Acho que até mesmo ele, que já havia treinado tantos heróis, estava um pouco assustado. Ele ditou as regras e mandou a equipe de azul se dirigir para o sul e a equipe de vermelho para o norte.

Ouvi Thalia soltar um grito de encorajamento e os idiotas a seguirem. Apenas olhei para o meu grupo.

– Não quer um grito de guerra, Clarisse? – Um dos meus irmãos perguntou.

– Apenas peguem a maldita bandeira. – Grunhi e saí em disparada. Tinha uma filha de Zeus para desafiar.

Conforme havia combinado com meus aliados, iria ficar patrulhando a bandeira. Não era o que eu gostaria de fazer, mas pedi a um dos campistas de Hermes espalhar a notícia. Queria que Thalia viesse ao meu encontro. Sabia que ela viria. Era tentador demais: A bandeira e eu? Tenho certeza que ela não perderia a chance.

Já fazia um bom tempo que estava na área em que colocamos a bandeira. Fazia mais frio que o costume aquela noite. O vento parecia soprar mais forte. Estava perdendo o pouco de paciência que me restava. Vez ou outra andava em círculos em torno da bandeira, dava golpes no ar com a espada que meu pai me dera, mas nada parecia fazer o tempo passar.

Bufei e embainhei a espada. Peguei minha lança. Algo me dizia que em breve teria companhia. Era meio que uma especialidade minha, como filha de Ares, prever encrenca. E se jogar nela.

Não demorou muito até ouvir passos em minha direção. Quem quer que fosse se aproximava rapidamente sem encontrar muita resistência, o que me fez perguntar onde estavam meus companheiros de time. Não me importei. Apenas me pus em alerta, segurando a lança firmemente e apertando o escudo: Eu sempre estava pronta para a batalha.

Quando os donos dos passos se mostraram visíveis à Lua, pude distingui-los. E não me decepcionei ao fazê-lo. À minha frente estavam dois campistas de Apolo com seus arcos prontos e Thalia, com sua lança e escudo.

A filha de Zeus deu um passo a frente e me encarou. Encarei-a de volta, mas não saí de meu lugar. Eu era a única barreira entre eles e a bandeira de Ares. Thalia então dirigiu-se aos arqueiros e lhes disse algo que não pude ouvir. Os dois rapazes ficaram atônitos e tentaram argumentar alguma coisa, mas ela os fez mudar de ideia. Um pouco desapontados, os filhos de Apolo retesaram seus arcos e saíram do local onde estávamos.

– Foi buscar reforços? – Provoquei-a e peguei meu elmo no chão. Ela me ofereceu um olhar sério, mas não se deu ao trabalho de responder a minha provocação. Dei de ombros e pus o elmo. – Pensei que você adoraria uma platéia.

– Não sou como você, Clarisse, que faz de tudo um espetáculo. Não saio beijando garotas para o Acampamento inteiro ver. Para Annabeth ver. – Pude sentir a fúria nas palavras dela e me senti culpada. Silena exagerou naquela. Fechei o cenho, não iria me explicar para Thalia.

– O que eu faço não lhe diz respeito, filha de Zeus. – Ameacei, colocando a ponta da lança no chão.

– Se fere meus amigos, diz sim. – Thalia ia de um lado ao outro, como se esperasse o momento certo para começarmos. Estávamos trocando algumas palavras pela primeira vez desde que ela “retornara”. Só olhares raivosos não são o suficiente para conhecer o inimigo. Seu tom de voz pode revelar muito sobre ele durante uma batalha.

– Como se você quisesse ser só amiga de Annabeth. – Resmunguei.

– Ela merece algo melhor do que um lixo como você. - Thalia disse friamente e conseguiu me atingir. Não porque fora ela quem dissera, mas porque era algo que estava constantemente passando por minha mente: Annabeth merecia alguém melhor.

– Eu não sou um lixo. E Annabeth é bem grandinha para fazer suas escolhas. Ela não é a garotinha de sete anos que um dia você protegeu. – Se ela queria jogar com os pontos fracos, vamos jogar. Não sei o que me fez dizer aquilo, mas foi o que saiu.

– Eu fiz mais do que protegê-la. – Thalia respondeu, indiretamente fazendo menção a seu sacrifício. No olhar que ela me dirigia, havia a pergunta silenciosa de que eu faria o mesmo se alguma vez fosse necessário.

– Isso não significa que ela deva ser sua. – Grunhi, batendo a ponta da lança no chão num claro sinal de que estava cansada de falar. Agora era hora da canção de metal, a canção da guerra.

– Terminamos? – Thalia perguntou num tom irônico.

– Nunca começamos. – Me pus em guarda. O escudo à frente com a ponta da lança na borda superior.

Thalia veio para cima de mim.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso! Espero que tenham gostado.
Críticas positivas são sempre bem vindas!
Beijos!