Disenchanted escrita por Diana


Capítulo 12
XII - Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!

Dessa vez consegui atualizar rapidinho!
Então, nesse capítulo, finalmente temos Clarisse entrando no Labirinto. O que será que vai acontecer? Ah, um dos olimpianos decide dar as caras também.

Obrigada a todos que acompanham, comentam e participam.

De praxe, betado pela Srta With

No mais, boa leitura!



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XII

Sonhos

Estava rodando pelo labirinto havia dias. Não sabia precisar quanto tempo, pois lá o tempo passava de maneira bem diferente. Perdi a conta de quantos monstros havia enfrentado já. E quanto caminhos errados já havia pego.

Tentava mandar relatórios para Quíron e Annabeth da maneira mais freqüente que conseguia, mas, como disse, o tempo lá dentro passava de maneira diferente e eu não tinha nenhum resquício de luz do Sol para saber se era dia ou noite. Uma vez, demorei a dar notícias e quando consegui achar uma fonte de água para mandar uma mensagem de Íris, encontrei uma Annabeth com os olhos cheios d’água e furiosa comigo.

Tudo parecia normal e estava até seguindo bem melhor do que esperado, até que uma noite (quer dizer, eu acho que era noite) acordei empapada de suor: Tive um pesadelo. Um pesadelo com Annabeth.

Na verdade, foram dois pesadelos. No primeiro, estávamos deitadas na floresta do Acampamento e olhando as estrelas. Eu tinha Annabeth abraçada a mim, até que algo surgiu e a arrancou dos meus braços.

Eu lutei e corri atrás do monstro, que parecia bem veloz. Eu corria, corria e não os alcançava. Até que, de repente, a fera pulou num abismo levando Annabeth com ela. A filha de Atena gritava por minha ajuda. Senti um aperto, uma sensação horrível, praticamente indescritível. Caí ajoelhada ao chão, e encontrei o boné azul dos Yankees dela.

No outro, Annabeth parecia estar bem machucada, mas segurava uma carga enorme. Seus braços tremiam devido ao esforço contínuo. Ela sussurrava meu nome. Tive a impressão de que ela olhava para mim. Foi aí que acordei, mas os gritos dela continuavam gravados em minha mente.

Levantei-me num pulo e fiz a única coisa que teria o poder de me acalmar: Entrar em contato com o Acampamento. Por sorte, estava dormindo num local em que havia um pequeno chamariz.

Peguei o dracma de ouro e o joguei à fonte.

– Annabeth Chase, Acampamento Meio-Sangue!

O pequeno arco de água que se formou começou a produzir as imagens do Acampamento do outro lado, mas senti que algo estava muito errado quando foi Quíron quem apareceu e não Annabeth.

– Clarisse? – Ele pareceu muito surpreso, assustado até. Não gostei nem um pouco daquilo. – Algum problema...

– Onde está Annabeth, Quíron? – Cortei-o. Vi que ele estava hesitante.

– Clarisse, olhe...

– Ela está em perigo, não está? – Ele ficou em silêncio e eu senti a raiva crescer dentro de mim. – Onde ela está? Me responda! – Praticamente gritei com ele.

– Aconteceram algumas coisas, mas vamos resolver, tudo bem? Concentre-se em sua missão. – A imagem começou a se distorcer e desapareceu.

Soltei um grito de raiva e atirei uma pedra contra a parede do Labirinto. Uma ova que eu ia me concentrar naquela droga de lugar enquanto Annabeth estivesse sabe-se lá onde e machucada.

Saí correndo de onde estava: Eu precisava achar a maldita marca de Dédalo e sair fora daquele lugar. Sabia mais ou menos o caminho que havia feito para chegar no chafariz que usei como “acampamento improvisado”, mas os caminhos no Labirinto sempre se alteravam. Aquele lugar era uma brincadeira ambulante. E não era nem um pouco divertido.

Entrei num corredor em que achei que encontraria a marca. Ledo engano. O que encontrei foi algo, ou alguém mais surpreendente: Chris Rodriguez, filho de Hermes, traidor.

Não hesitei um segundo antes de atacá-lo com minha lança, mas Chris não moveu uma palha para me deter. Percebi que algo estava errado e freei o ataque. Minha lança a milímetros do rosto de Chris.

Aproximei-me dele, ainda temendo uma armadilha. Entretanto, o filho de Hermes parecia não me notar. Seu olhar estava vidrado, à frente. Um suor frio lhe escorria pelo rosto. Ele mais parecia um ratinho assustado do que um semideus.

– Rodriguez! – Chamei-o e ele finalmente me notou.

Me notou, mas acho que não me reconheceu. Chris apenas lançou-me um olhar assustado e apontou para a frente, balbuciando sons. Virei-me para a direção que ele indicava e não encontrei nada.

– É horrível! – De repente, ele começou a gritar. Eu tinha que dar um jeito acalmá-lo antes que um exército de monstros nos encontrasse. – O filho de Poseidon! É horrível! Tire-me daqui! Tire-me daqui!

Ele levou as mãos à cabeça e começou a andar de um lado para o outro, ora gritando, ora sussurrando e então eu entendi: Loucura. Era um dos poderes do Labirinto. Agradeci aos deuses por ainda não estar naquele estado e me perguntei por quanto tempo Rodriguez estava aqui embaixo.

Mas eu não tinha tempo para divagar sobre isso. Annabeth não tinha tempo e eu tinha uma decisão a tomar. Chris era um traidor, - e traidores, na minha opinião, não merecem nada de bom – mas também era um cara bem legal. Acho que foi persuadido por Luke.

Eu tinha uma escolha poderosa em mãos: Ou abandonava Rodriguez à própria sorte, que naquele caso certamente não seria das melhores, e seguia rumo a Annabeth, ou levava ele comigo ao Acampamento.

A conseqüência dessa escolha era o tempo. Se o deixasse, teria mais tempo (e mais chance) de sair do Labirinto e procurar por minha namorada. Se o levasse comigo, perderia tempo e Annabeth também. Mas acho que Annabeth não iria querer ser salva às custas de outro.

– Rodriguez, infeliz! – Sussurrei e me dirigi até ele. Dei-lhe um soco no queixo e o fiz desmaiar.

Peguei Rodriguez e o pus em meu ombro, segurando a lança com a outra. Parecia que eu chegaria à parede que precisava quando, faltando uns 50 metros ou menos, Campe, um monstro feminino com corpo de dragão, me avistou. Ela estava me perseguindo há dias. Dei de cara com ela assim que botei os pés no Labirinto.

As coisas não poderiam ficar melhores. Não podia ficar e lutar sem me preocupar com o “belo adormecido” ou com Annabeth. Fiz o que mais odeio: Fugir. Virei em becos, túneis sem fim. Cada um remontando a uma época. Alguns decorados com afrescos romanos, outros que remetiam às pinturas escuras da Idade Média, mas nenhum com a droga do delta na parede.

Por fim, me cansei de correr. Eu podia ouvir Campe se arrastando em uma velocidade incrível. Rezei para que ela vagasse pelos corredores do Labirinto sem me encontrar. Coloquei Chris no chão e fiz uma coisa estúpida e desesperada. Corri para a parede do Labirinto a minha frente e joguei meu peso todo em cima dela. Resultado: A parede continuava intacta, meu ombro não.

Olhei ao redor, procurando algo que me ajudasse a quebrar aquela maldita parede. Eu tinha que sair dali de algum jeito. Eu não ia abandonar Annabeth, e se eu precisasse derrubar cem muros ou Campe para isso, eu derrubaria.

Encontrei uma pedra gigante num canto, parecia um pedaço de concreto que não fora usado na construção ou despencara de algum lugar. Ela parecia pesar toneladas. Usei toda força que me restava para erguer aquele peso.

Com muita dificuldade, consegui segurar a pedra em meus ombros. Respirei fundo e joguei-a com toda a força contra a parede. Mais uma vez, nada. Soltei um berro de frustração e raiva, certamente atraindo Campe para mim.

Já ia me jogar contra a parede de novo quando algo me impediu. Um brilho intenso tomou conta da câmara em que estava com Chris e me dei conta de que uma presença divina vinha. Só não sabia se para me ajudar.

Quando a luminosidade diminuiu, consegui focalizar a figura que se erguia à minha frente. Era uma mulher séria, com longos cabelos negros encaracolados e olhos cinzentos. Não tive nenhuma dúvida: Atena estava me encarando com seus olhos inquisidores.

– Senhora Atena. - Me curvei a ela um pouco a contragosto. Sinceramente, não sabia o que esperar de Atena. Normalmente, nas histórias, era ela quem ajudava os heróis, mas eu sabia que ela não era lá minha fã.

– Filha de Ares. – Ela disse com certa cautela na voz. Queria perguntar o que ela estava fazendo ali, mas deixei de lado. Não era sábio ofender um imortal, e eles eram bem sensíveis quanto à questão do respeito. – Não vou dizer que não esperava mais de Annabeth, porque eu esperava, mas se jogar contra um muro? Especialmente contra um muro do Labirinto?

Era impressão minha ou Atena estava me recriminando? Decidi permanecer em silêncio. Ainda estava atônita. Parecia tão surreal estar frente a frente com Atena. Quer dizer, eu encontrava meu pai e, vez ou outra, os outros deuses, mas nunca, nunca, troquei uma palavra com Atena. Acho que é essa questão da rivalidade olímpica.

– Contudo. – Minha tia continuou, percebendo que não iria me opor. – Percebo que não é só brutalidade que permeia seus atos: Há outras coisas que por ora não pretendo classificar.

Atena se aproximou de mim, e eu estava prestes a acreditar que ela ia me atacar ou algo do tipo, ela simplesmente pousou a mão em meu ombro e o apertou. Grunhi alguma coisa e a deusa da sabedoria – e minha sogra – me encarou com curiosidade. Senti meu ombro ser curado e uma energia nova, revigorante, tomar conta de mim.

– Meu irmão e eu não nos damos muito bem. Zeus não deixa que interfiramos em assuntos mortais – Não precisei pensar muito para adivinhar que o irmão em questão era meu pai. – Entretanto, aqui estou eu ajudando uma cria de Ares e desafiando ordens de meu pai.

Com essas palavras, Atena estalou os dedos e uma passagem se abriu na parede que estava tentando destruir com o ombro. Do outro lado, a Colina Meio Sangue se estendia num início de noite escura. Entendi o que tinha acontecido: Contra todas as expectativas, Atena tinha me ajudado. Sem pensar duas vezes, peguei Chris Rodriguez e o pus novamente no ombro. Timidamente, agradeci ela e estava prestes a seguir para o Acampamento.

Atena ainda me dirigiu algumas palavras enquanto passava por ela:

– Não pense que por causa disso aceito você como companheira de minha filha, contudo, sua determinação em protegê-la é admirável. Boa sorte, filha de Ares.


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Notas finais do capítulo

E então?
Bora comentar?
Até a próxima, pessoal!