Capítulo III – Someone comes into your world

Gina Weasley

Olhei para ele meio envergonhada pela situação e ele se moveu meio inquieto com a situação.

— Não Vic, ele é não é o namorado da tia Gina, o namorado da tia Gina não veio. – sorri docemente, e o sorriso da pequena Victoire se desmanchou.

— Mas eu gosto do tio Harry. – disse projetando um biquinho. – Ele é legal.

Harry se abaixou ao meu lado e, olhando nos olhos da Victoire, disse:

— Não é porque eu não sou mais o namorado da tia Gina que eu não posso ser o seu tio. – sorriu – Pode continuar me chamando de tio Harry, eu deixo.

— Tudo bem. – sorriu e voltou correndo para o garotinho de cabelos azuis que a chamava impacientemente para brincar com ele.

Nos levantamos totalmente envergonhados pela situação, e como não havia nada para dizer eu resolvi entrar.

— Bom... Eu... Hã... – não conseguia dizer nada – Vou entrar.

Virei-me para encaminhar-me para a casa, porém ele me segurou pelo braço impedindo-me que continuasse o meu caminho. Seu toque fez meu coração disparar em meu peito como uma caixa de som no último volume, olhei para sua mão e encontrei seus olhos.

— Espere. – pediu, praticamente implorou com os olhos, e me soltou – Eu... Hã... – ele estava agitado olhando para os lados procurando as palavras certas – Gina.

— Sim? – o encorajei a continuar.

— O que Victoire disse... – começou, porém eu o interrompi.

— Victoire é uma criança, não sabe o que fala. – e então virei-me, desta vez sem ser interrompida, e segui para a casa.

Passei correndo pelas crianças que brincavam na sala e corri para o meu quarto, trancando a porta com magia ao passar e me joguei na cama.

Por que ele estava fazendo isto? Já não era ruim o bastante termos que passar as férias juntos sob o mesmo teto? Ele sabia que eu sentia algo por ele, claro que sabia, ele conhecia meu coração de cor. Mas, eu não poderia demonstrar isto a ele, ele estava namorando e eu também, isso não poderia dar certo. Nós não poderíamos ficar juntos.

Não poderíamos. Não poderíamos.

Aquelas palavras ecoavam em minha mente, me deixando maluca, eu segurei minha cabeça andando de um lado para o outro do quarto como se ela fosse explodir a qualquer momento. O que ele estava fazendo comigo? Por que ele conseguia produzir tal efeito em mim? Eu não havia prometido a mim mesma há alguns anos que nunca mais sentiria isso por ele?

Flashback on

Em uma lanchonete trouxa no centro de Londres resolvemos nos encontrar, ele havia me dito que precisava conversar comigo, e eu estava eufórica achando que ele me pediria em casamento. Uma semana antes eu havia recebido uma carta sendo convidada para jogar como artilheira no time Harpias Holyhead, mas eu não havia dado a resposta e se Harry me pedisse em casamento eu não iria aceitar, pois precisaria ficar muito tempo fora para os treinos e jogos.

Coloquei minha melhor roupa, me arrumei toda só para aquele encontro. E assim que ele chegou à lanchonete eu já havia pedido um milk-shake para mim, para que eu me acalma-se ou parecesse um pouco calma. Ele se sentou na cadeira da frente com um semblante um pouco triste, o que me deixou preocupada.

— Gina, pedi que nos encontrássemos aqui, porque eu queria muito conversar com você. – disse com uma voz controladamente séria.

— Sim...? – o incentivei.

— Precisamos terminar. – disse sem demonstrar emoção alguma. – Não podemos continuar namorando.

— O que? – indaguei perplexa – Não, não pode estar falando sério, não é? – dei uma ri descrente.

— Estou. – disse fechando os olhos, e então respirou fundo e olhando desta vez em meus olhos disse – Eu não posso mais namorar com você.

— Como é? – as lágrimas começavam a se formar dentro de meus olhos, mas eu lutava para que elas permanecessem onde estavam. – Não pode estar falando sério. – repeti.

— Gina! – ele chamou minha atenção – Não podemos mais ficar juntos.

Olhei para ele estática. Aquilo era um pesadelo?

— Eu... Eu sinto muito. Adeus! – disse levantando e me deixando sozinha com meu milk-shake naquela lanchonete trouxa.

Sem chão. Sem ar. Sem rumo. Sem nada. O meu mundo havia acabado de sair por aquela porta e nunca mais voltaria.

Desnorteada eu levantei e fui até um beco deserto onde aparatei direto para o meu quarto e lá permaneci. Chorando. Sofrendo. Gritando. Despedaçando. E foi naquele dia em que prometi que ele nunca mais mexeria com o meu coração.

Flashback off

Agora aquela dor, todos os sentimentos que eu havia sentido naquele dia estavam de volta, eu quase havia me esquecido de como era ter o coração partido. Achei que meu coração havia se curado quando conheci Robert, mas a verdade é que ele sempre esteve aberto, faltando um pedaço. Robert era só um anestésico para toda a dor que eu possuía com aquele buraco.

Quando alguém entra em seu mundo, e seu mundo muda de repente, algo acontece com você. Algo muda dentro de você, e nunca você nunca mais volta a ser a mesma pessoa de antes. Com Harry havia sido desse modo, quando eu o vi pela primeira vez, quando ele surgiu na estação de King’s Cross perguntando pela Plataforma 9 ¾ ele mudou o meu mundo, eu apenas não havia me dado conta daquilo, pois era muito pequena para entender dessas coisa, mas algo havia mudado em mim. E eu nunca mais seria a mesma que de antes.

Harry Potter

Gina.

Porque ela havia dito aquilo? “Victoire é uma criança, não sabe o que fala”, ela sabia que isso era mentira, as crianças são as pessoas mais sinceras que podem existir. Victoire sentia que ainda havia algo entre nós, caso ao contrário não teria insistido naquele assunto, ainda mais sendo Victoire quem era.

Mas, de certo modo eu tinha certa culpa em tudo isto. Há muito tempo eu havia feito uma escolha muito difícil, uma escolha errada, mas que na época parecia ser a única opção.

Gina e eu ainda namorávamos e ela havia recebido uma carta sendo convidada para jogar como artilheira no time Harpias Holyhead. Uma oportunidade única em sua vida, que eu sabia que nunca iria aparecer novamente. Porém ela não estava decidida se aceitaria ou não, já que teria que permanecer muito tempo fora graças aos treinos e jogos, e ela não queria me deixar. A única solução era terminarmos.

Flashback on

– Eu não posso mais namorar com você.

— Como é? – seus olhos encheram de lágrimas, e aquilo estava me matando por dentro, mas eu não poderia demonstrar, caso contrário ela não acreditaria em mim. – Não pode estar falando sério. –

— Gina! – a chamei novamente – Não podemos mais ficar juntos.

Não poderíamos. Não poderíamos.

— Eu... Eu sinto muito. Adeus! – e antes que eu desistisse daquilo sai da lanchonete deixando-a sozinha.

Flashback off

Não poderíamos mesmo. Nunca menti para ela, disse que não poderíamos e não que não queria mais namorar com ela, mas pela sua expressão naquele momento ela havia entendido errado, havia entendido que eu não a queria mais, o que era uma mentira horrível.

Nunca me perdoaria por ter feito sofrer daquele modo.

Mas, agora o destino havia me dando uma nova chance, e eu não poderia desperdiçar, e não ia.

Eu precisava reconquistá-la.