Acordei com o sol batendo na minha cara e me arrependi por ter me mexido. Senti uma dor do capeta no pescoço, parece que dormi em cima de uma bigorna e não de um travesseiro.

Não, espera.

Eu não estava na minha cama, estava em uma cama de casal.

Me virei assustado e me deparei com aqueles olhos verdes brilhantes acompanhados por um sorriso malicioso, olhei para baixo e vi que estávamos apenas coberto por um lençol branco de seda.

Arregalei os olhos.

– Bom dia, docinho. - Lucy disse ao pé do meu ouvido e eu estremeci por completo.

A empurrei rapidamente e caí da cama.

Ela começou a gargalhar e rapidamente escutei mais pessoas rindo, olhei para mim mesmo e percebi que estava vestido, inclusive ela.

– Você filmou isso? - Lucy perguntou com falta de ar de tanto rir e Alvo apareceu de trás da cortina com uma câmera nas mãos.

– Filhos da puta. - Disse em um rosnado.

Eles estavam tirando com a minha cara! Ah, mas isso ia ter volta.

– Que bom que eu estou filmando, assim nossa mãe pode ver o apelido carinhoso que você deu pra ela. - Alvo disse e saiu correndo.

– Volta aqui com essa bosta, seu merda! - Gritei e pulei na cama pra passar rapidamente, mas Lucy levantou a perna me fazendo voar e cair da cama com a cara no chão. Gemi de dor. - Ah sua...

Senti um pé na minha cabeça.

– Isso é por ter xingado a minha mãe... - Lucy disse raivosa. - Docinho.

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Ah, o dia estava belo. Inspirei o ar e expirei.

Belo o cacete!

Eu estava quase infringindo as regras de que bruxos não podem usar magia fora da escola e lançando uma Avada Kedrava naquela... Certo, não possuo mais adjetivos bons o suficiente para denominá-la.

Ah sim, vocês devem estar se perguntando, o que raios está acontecendo James?

No dia que a coisa das trevas chegou em casa, ela estava praticamente com 38 graus de febre e quando ia falar alguma coisa desmaiou. Sim, me arrependo profundamente de ter a segurado e não deixado ela ter batido a cabeça e morrido. Ah, como eu me arrependo.

No dia seguinte, minha mãe deu alguns medicamentos trouxas para ela e ela estava perfeitamente bem, exceto o seu estado levemente depressivo, que não durou nem duas horas!

Agora já se passaram quase cinco dias que Lucy White esta conspirando contra mim junto com meu querido irmão Alvo, aproveitando que são dois contra um.

Peguei um pergaminho que estava na minha gaveta e peguei uma caneta preta e comecei a escrever.

"Olá Fred, seu merda, é a quarta carta que eu te mando e você não me responde.

Hoje aquela criatura vil de Azkaban, acordou na minha cama, me fez cair da cama duas vezes, me filmou, pisou na minha cara, me chamou de Gandalf (What?), colocou explosivos na minha comida, contou para os meus pais quantas garotas eu pegava na escola, me deu choque com o fio da televisão, tiro uma foto minha dormindo e fez uma montagem.

E sim, eu estou me segurando para matá-la. Lembra quando você me disse que a diretora Minerva era o diabo encarnado?

Você estava muito errado.

Por que agora, descobri que o diabo é ruivo e sonserino.

– James Lindo Sirius Gostoso Potter"

Revise rapidamente a carta e entreguei a minha coruja Ártemis e fiz uma prece de que ao menos alguém me socorresse.

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Era engraçado ver o Potter completamente indefeso, já que em Hogwarts ele é praticamente considerado "o cara". Bom nas matérias, maroto, bonito, sarado, jogador de Quadribol e namora uma das garotas mais bonitas da escola, uma veela, sua querida Dominique.

Eu gosta do Potter, não como um homem, não como um romance. Gostava dele por ser sempre ele que me tira da minha triste realidade. Por mais estúpido que seja, os meus momentos mais felizes eram as nossas brigas.

Meu pai era um bom homem, um auror, entretanto, nunca teve tempo o suficiente para a família. Fui criada a risca e cercada por regras, afinal, querendo ou não, minha família era puro-sangue. Tudo pelo sangue.

Fui criada mais para ser uma arma, um objeto, um robô.

Nunca fui feliz em casa. Nunca tive amigos.

Quando entrei pra Hogwarts, ganhei dois maravilhosos amigos, meus companheiros, minhas alegria, mas mesmo com eles as lembranças de que quando chegasse em casa, minha vida voltaria a ser a mesma.

Melancólico, não?

Entretanto, sou uma Sonserina, quando Potter começou com as piadinhas sobre mim, Alvo e Scorpius, não pude deixar barato e desde sempre vivemos sempre em guerras, então percebi que parei de pensar sobre minha vida e em casa, ocupava minha mente com o que fazer quando Potter estivesse despreparado. O que fazer na próxima pegadinha.

Talvez ele não saiba disso e isso jamais sairá da minha boca, nem sob a maldição cruciatus.

­– Scorpius disse para tomarmos cuidado, pois tem certeza de que James está planejando alguma coisa. - Alvo disse aparecendo do nada.

– Ficaria surpresa se ele não estivesse. - Eu disse e dei um breve sorriso maroto.

Alvo deitou-se ao meu lado e me encarou seriamente com seus belos olhos hipnotizantes.

– Você parece séria. - Ele disse e suspirei sentindo meus ombros pesarem.

– Sabe Alvo, eu estava pensando... - Dei uma pausa e o encarei. - Acho que voltarei pra casa.

– O QUE? - Ele perguntou exaltado e eu rolei na cama me aconchegando nele.

Alvo sempre foi um irmão pra mim e ele sabia disso e sempre me tratou como uma irmã mas novas, reza a lenda que ele me trata melhor que a própria irmã verdadeira.

Ele me abraçou.

– Não posso fugir pra sempre da minha família, não é? - Perguntei em um sussurro. - E já irá fazer uma semana que eu estou aqui, não irei abusar da bondade dos seus pais.

Ele suspirou.

E rolei na cama novamente quase caindo.

– Você parece um gato. - Ele disse e caímos na risada.

Piadinhas internas nossas.

– Não, de verdade, você realmente parece um gato. - Ele falou novamente e eu encarei. - Você nunca fica em um lugar por muito tempo, como os gatos.

Sorri, por mais que não tivesse certeza de que isso era realmente um elogio.

– E quando você vai?

– Amanhã mesmo, mas antes quero tirar uma dúvida. - Eu disse e me levantei sendo seguida rapidamente por ele e saímos no corredor indo em direção as escadas que levava a grande sala de estar.

Mas parei de supetão fazendo Alvo bater em mim sem querer, ele ia perguntar alguma coisa, mas teve a mesma reação que eu.

– Olá White, Alvo. - A garota infernal disse.

Uma das pessoas que eu mais odiava no mundo.

Dominique Weasley, enlaçada em James Potter.